O Texto jornalístico

como problema

Oficina de textos jornalísticos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

 “Durante muito tempo, jornalismo e
Jornalismo e literatura se confundiam. Até a segunda
Literatura metade do século XX, o jornalismo era
considerado um subproduto das belas
Mário Messagi Jr. (2021)
artes” (RIBEIRO, 2003, p. 147).

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 As relações com a política também eram
Jornalismo e evidentes, os periódicos eram de pequena
Política tiragem, financiados pelo Estado ou por grupos
políticos, para ser a voz pública desses atores. “A
Mário Messagi Jr. (2021)
imprensa era ainda essencialmente de opinião e a
linguagem da maioria dos jornais era em geral
agressiva e virulenta, marcada que estava pela
paixão dos debates e das polêmicas” (RIBEIRO,
2003, p. 148).

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 As competências, portanto, para ser
Bons ‘homens de um bom jornalista nesse momento
imprensa’ são oriundas de outros campos: a
literatura e a política. Escrever bem
Mário Messagi Jr. (2021)
e ser um bom orador gabaritam os
“homens de imprensa”.

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 01
Surgimento do relato jornalístico tradicional
José Francisco Sánchez em Pereira
Júnior (2010)
• Telégrafo
(1837 – apresentação ao público; 1844 – telegrafo como alternativa comercial);

• Agências de notícia
(1848 – Associated Press);

• Guerra de Secessão
(Demanda por informação atualizada).
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 Consequências para o texto produzido
José Francisco Sánchez em Pereira
Júnior (2010)

. Textos organizados em função do que era considerado mais importante;

. Textos mais curtos;
. Textos padronizados;
. Textos que priorizavam informação à análise;
. Busca por informações mais recentes.

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 Consequências para o texto produzido

Os textos jornalísticos passam a se organizar em função do lide (ou

lead) e a estruturar a informação seguindo a técnica da pirâmide
invertida.

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02 Institucionalização do modelo
José Francisco Sánchez em Pereira
Júnior (2010)

. Imitação e comodidade – Primeiras razões para a repetição

do modelo textual;

. Compatível com um projeto de jornalismo

 Jornalismo Instituição social
Mário Messagi Jr. (2021)
• Privilégio da informação – Necessidade da informação para a democracia.
A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação
acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que
lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que
lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alveja, ou nodoam,
mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe
interessa, e se acautela do que a ameaça.
(A imprensa e o dever da verdade. Rui Barbosa. P. 20)

• Busca por consolidar uma função social;

• Busca por consolidar uma profissionalização particular (separação entre informação e opinião);
• Afastamento da literatura e da política e aproximação de uma idealização científica (Paradigma
positivista – objetividade e imparcialidade).

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 Jornal-empresa
Pereira Júnior (2010)
• A fidelidade ao real, a limitação ao fatos e a imparcialidade passam a
ser valores que caracterizam o jornalismo sério e digno de
credibilidade;

• Esse modelo é compatível com uma racionalidade industrial e com um

jornal que deixa de ser um manifesto político, para ser uma empresa,
comercialmente sustentada pelas vendas e pela publicidade (Jornal
vinculado ao partido A, ao partido B e jornal ‘neutro’)
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 Referências
• PEREIRA Jr., Luiz Costa. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa.
Petrópolis: Vozes, 2010.

• MESSAGI JR, Mário. A emergência do jornalismo profissional e do texto jornalístico no

Brasil: ponto e contraponto nos debates intelectuais na década de 1950. Revista
Brasileira de História da Mídia, v. 10, n. 2, 2021.

• MESSAGI JÚNIOR, Mário. O texto jornalístico no centro de uma revisão da história da

imprensa no Brasil. 2009.

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