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Pessoa ortónimo

Poema
«Não sei se é sonho,
se realidade»
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Thomas Moran, A hora dourada (1875).


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Não sei se é sonho, se realidade, Mas já sonhada se desvirtua,


Se uma mistura de sonho e vida, Só de pensá-la cansou pensar,
Aquela terra de suavidade Sob os palmares, à luz da lua,
Que na ilha extrema do sul se olvida. Sente-se o frio de haver luar.
É a que ansiamos. Ali, ali Ah, nessa terra também, também
A vida é jovem e o amor sorri. O mal não cessa, não dura o bem.

Talvez palmares inexistentes, Não é com ilhas do fim do mundo,


Áleas longínquas sem poder ser, Nem com palmares de sonho ou não,
Sombra ou sossego deem aos crentes Que cura a alma seu mal profundo,
De que essa terra se pode ter. Que o bem nos entra no coração.
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, É em nós que é tudo. É ali, ali,
Naquela terra, daquela vez. Que a vida é jovem e o amor sorri.
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I. A ilha enquanto símbolo

ILHA

Distante,  serena e agradável; 
repleta  de árvores

REPRESENTA A POSSIBILIDADE
Paul Gauguin, Haere Mai (1891).
DO AMOR E DA FELICIDADE

«Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,


Naquela terra, daquela vez.»
Simboliza os nossos
sonhos, desejos
Distante da realidade quotidiana
e aspirações
 e próxima, do que existe «aqui»
Fora
«É a que ansiamos» 
de nós
«Ali, ali», «Naquela terra»
(deíticos)
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II. 3.ª e 4.ª estrofes: «É em nós que é tudo»

3.ª estrofe  alteração do tom inicial


(«MAS»)

No lugar sonhado,
«também» há frio 
a perfeição absoluta não existe

A felicidade não está
num lugar fora de nós
FELICIDADE ≠ IDEALIZAÇÃO/SONHO

É dentro de nós que


a possibilidade da felicidade existe

É em nós que
Thomas Moran, Sob as árvores (1865). «cura a alma seu mal profundo»

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