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Trabaio de Portugueis

PROFESSOR(A): EDILZA
TURMA: 3 “B” DA REVOADA
CARLOS EDUARDO

ALEX WESLY KAWÃ ANDERSON ADAILTON


Nascimento: 10 de agosto de 1912, Itabuna, Bahia

Falecimento: 6 de agosto de 2001, Salvador, Bahia

Alma mater Universidade Federal do Rio


de Janeiro
Ocupação Escritor, jornalista e político
Prémios Ver página
Género literário Romance, crônica, fábula, 
conto
Movimento literário Modernismo

Bibliografia: Jorge Amado


Biografia

Nascido em uma fazenda que ficava em Ferradas, um antigo distrito da recém emancipada, Itabuna, Jorge
Amado logo migraria para viver na cidade de Ilhéus por causa de uma forte enchente do Rio Cachoeira e
por causa do surto de varíola e de gripe espanhola que sucedeu naquela parte do chão grapiúna, mas, foi
registrado no cartório do povoado de Ferradas, como filho mais velho do Coronel João Amado de Faria e
sua esposa de Eulália Leal. Teve outros três irmãos: Jofre, Joelson e James, único nascido em Ilhéus.

Foi justamente na sede da antiga capitania de São Jorge dos Ilhéus que Jorge passou parte de sua infância,
por isso, muitos atribuem seu local de nascimento a cidade que serviu de cenário para os romances e
novelas da temática do cacau.

Já adolescente, aos 14 anos, começou efetivamente a participar da vida literária, em Salvador. Foi um dos
fundadores da "Academia dos Rebeldes", grupo de jovens que desempenhou um importante papel na
renovação da literatura baiana. Os seus trabalhos eram publicados em revistas fundadas por eles mesmos.
A sua obra é uma das mais significativas da moderna ficção brasileira, sendo voltada essencialmente às raízes nacionais. São temas constantes nela os
problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças, as tradições e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste
aspecto do mesmo.

Era primo do advogado, escritor, jornalista e diplomata Gilberto Amado e da atriz Verá Clouzot.

Foi casado com a também escritora Zélia Gattai, a qual o sucedeu em 2002 na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras. Com ela, teve dois filhos: João
Jorge (nascido em 25 de novembro de 1947) e Paloma Jorge (nascida em 19 de agosto de 1951). Teve ainda outra filha, Eulália Dalila Amado (nascida em
1935, que morre precocemente quando tinha apenas 14 anos, em 1949), fruto de um casamento anterior com Matilde Garcia Rosa.

Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Como um escritor profissional, viveu quase que
exclusivamente dos direitos autorais de seus livros.
Crenças e estilo literário
Mesmo dizendo-se materialista, Amado era um praticante da Umbanda e do Candomblé – religião esta
última na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Ilê Axé Opô Afonjá, do qual muito se
orgulhava. Amigos que Amado prezava no Candomblé eram as mães-de-santo Mãe Aninha, Mãe
Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi, Mãe Olga do Alaqueto, Mãe Mirinha do
Portão, Mãe Cleusa Millet, Mãe Carmem e o pai-de-santo Luís da Muriçoca.

Como Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Graciliano


Ramos, Amado representava o modernismo regionalista (segunda geração do modernismo).

Em sua atuação literária apresentou duas fases distintas: primeiramente de claro cunho social e político,
que podem ser vistas em obras como O País do Carnaval, Cacau, Suor, Jubiabá, Capitães de areia e Os
subterrâneos da liberdade, entre outras. Já em obras como Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e Seus
Dois Maridos, Tenda dos milagres, Tereza Batista cansada de guerra e Tieta do Agreste, pode-se ver um
aspecto mais regionalista, segundo opinião do professor, crítico e historiador de literatura
brasileira Alfredo Bosi.
Prêmios, títulos e homenagens

O escritor recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Recebeu também graus de Comendador e de Grande-Oficial, nas ordens da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal e Venezuela, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal a 8 de março de
1980 e Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique a 14 de julho de 1986, além de ter sido feito Doutor Honoris Causa por mais de dez universidades no Brasil, Itália, Israel, França e Portugal. O título de Doutor pela francesa Sorbonne foi o último que recebeu em pessoa
durante sua derradeira viagem a Paris em 1998, quando já estava doente.

Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia.

Em 1961 foi lançado, o livro "Jorge Amado - 30 Anos de Literatura".

Em 1967, a União Brasileira de Escritores (UBE) fez a proposta ao comitê do Prémio Nobel indicado Amado a concorrer ao Nobel de Literatura, porém o próprio recusou. No ano seguinte, torna a fazer a proposta.
Em 2012, o Correio do Brasil lançou o Selo Jorge Amado 100 anos, em homenagem ao centenário de nascimento do escritor, como também foi homenageado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense com o enredo Jorge, Amado Jorge.
Cartas
São mais do que 100 000 páginas em processo de catalogação as cartas trocadas com gente do mundo inteiro, guardadas em um acervo
isolado de sua fundação. A doação foi entregue com uma ressalva, por escrito: "Jorge escreveu que somente cinquenta anos após sua
morte esse material devia ser aberto ao público", segundo a poeta Myriam Fraga, que dirige a casa desde sua criação há vinte anos.
De relatos sobre livros e obras de arte a fatos do cotidiano, correspondeu-se com grandes escritores, poetas e intelectuais de seu
tempo: Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato e Gilberto Freyre, entre
tantos outros brasileiros; Pablo Neruda, Gabriel García Márquez e José Saramago, entre tantos outros estrangeiros. No campo da
política, a correspondência se estabeleceu com nomes os mais variados como: Juscelino Kubitschek, François Mitterrand e Antônio
Carlos Magalhães.

As cartas mostram como o escritor recebia os mais imprevistos pedidos bem como apresentava pessoas umas às outras em época em
que era intenso o diálogo via postal. A correspondência pessoal de Jorge Amado pode oferecer inestimável fonte de pesquisa.
Alguns trechos retirados de reportagem exclusiva, por Josélia Aguiar, à Revista Entre Livros - Ano 2 - nº 16:

De Glauber Rocha, sem data, sobre a nova película (A idade da terra, de 1980). "Comecei o dia chorando a morte de Clarice (Lispector)",
inicia assim a carta para adiante falar sobre o novo filme: "Está sendo feito como você escreve um romance. Cada dia filmo de dois a
sete planos, com som direto, improvisado a partir de certos temas. (…) Estou, enfim, tendo a sensação de 'escrever com a câmera e com
o som', tentando um caminho que fundiu a cuca do Jece (Valadão, ator) (…)".

Mário de Andrade, logo após ler Mar morto, em 1936, elogia o que chama de "realidade honesta" e a "linda tradição de meter lirismo
de poesia na prosa": "Acaba de se doutorar em romance o jovem Jorge Amado, grande promessa do mundo intelectual".
OBRAS PUBLICADAS PRÊMIOS NOTÓRIOS
nº Título Gênero Ano
01
02
O País do Carnaval
Cacau
(1931)
(1933)
 
03 Suor (1934) Precedido por Prêmio Jabuti - Ro Sucedido por
mance
romance

— Marques Rebelo
04 Jubiabá (1935)
05 Mar morto (1936)
06 Capitães da areia (1937)

1959
07 A estrada do mar poesia (1938)
08 ABC de Castro Alves (1941)
biografia
09 O cavaleiro da esperança (1942)
10
11
Terras do Sem-Fim
São Jorge dos Ilhéus
romance
(1943)
 
12 Bahia de Todos os Santos guia
(1944)
Precedido por ABL - quinto acadê Sucedido por
13
14
Seara vermelha
O amor do soldado
romance
teatro
(1946)
(1947) Otávio Mangabeira mico da cadeira 23 Zélia Gattai
15 O mundo da paz viagens (1951)

16 Os subterrâneos da liberdade (1954)


1961 — 2001
17 Gabriela, cravo e canela (1958)

Sucedido por
Intelectual do Ano (
18 A morte e a morte de Quincas Berro d'Águ (1959)
a

19 Os velhos marinheiros ou o capitão de long


o curso
(1961) Precedido por UBE) Pedro Antonio de
20 Os pastores da noite
romance
(1964)
Menotti Del Picchia Oliveira Ribeiro
21

22
O Compadre de Ogum

Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966)


1969 Neto
23 Tenda dos milagres (1969)

24 Teresa Batista cansada de guerra (1972) Precedido por Prêmio Camões Sucedido por
25 O gato Malhado e a andorinha Sinhá historieta infantojuvenil (1976)
Rachel de Queiroz 1994 José Saramago
26 Tieta do Agreste (1977)
romance
27 Farda, fardão, camisola de dormir
(1979)
 
28 Do recente milagre dos pássaros contos
Prêmio Jabuti - Ro
29 O menino grapiúna memórias (1981) Precedido por mance Sucedido por
30
31
A bola e o goleiro
Tocaia grande
literatura infantil
(1984) Isaías Pessotti,  Ivan Ângelo, 
32 O sumiço da santa
romance
(1988) João Gilberto Noll 1995, com Rodrigo Lacerda
e  e 
33 Navegação de cabotagem memórias (1992)

34 A descoberta da América pelos turcos romance (1994) João Silvério Trevisa


35 O milagre dos pássaros fábula (1997)
Otto Lara Resende n Carlos Heitor Cony
36 Hora da Guerra crônicas (2008)
(Enem – 2010)

Texto I
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então
para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os
nove aos dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o
casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos
presos às canções que vinham das embarcações... 
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).

Texto II
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os
considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado.
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).

Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século
XX. Em ambos os textos,
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens.
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão.
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.

Alternativa “d”. Os textos retratam os espaços onde vivem personagens marginalizados. Esses locais são índices da
exclusão social, seja no livro de Jorge Amado, com os meninos abandonados, seja no fragmento de Dalton Trevisan,
com os bêbados.
FIM

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