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A Sustentabilidade do

Aço e das Estruturas


Metálicas
Helena Gervásio
São Paulo, 11 de Setembro 2008
A Sustentabilidade do Aço e das Estruturas Metálicas Helena Gervásio | 2

ÍNDICE
Parte A
 Introdução à Construção Sustentável
 A contribuição do aço e das estruturas metálicas para a
Construção Sustentável
 Ferramentas para a avaliação da sustentabilidade

Parte B
 Análise de Ciclo de Vida de uma moradia residencial
 Análise de Ciclo de Vida de uma ponte

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PRINCIPAIS FACTORES QUE AFECTAM A SUSTENTABILIDADE DO


SECTOR DA CONSTRUÇÃO
 A construção é o maior sector industrial na Europa (10-11% do PIB) e nos
Estados Unidos da América (12%); nos países em desenvolvimento
representa aproximadamente 2-3% do PIB
 O sector da construção providencia 7% do emprego mundial (28% do
emprego industrial)
 O sector da construção consome 50% de todos os recursos extraídos da
crosta terrestre
 Os edifícios e o sector da construção consomem 25-40% de toda a energia
utilizada (países da OCDE)
 O ambiente construído é a maior fonte de gases com efeito de estufa (GHG)
na Europa e contribui para ≈ 40% das emissões de GHG a nível mundial
 A construção e os resíduos resultantes da demolição contribuem para 30-
50% dos residuos totais produzidos nos países mais ricos
Fonte: UNEP Industry and Environment (2003)

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PRINCIPAIS FACTORES QUE AFECTAM A INDÚSTRIA DO AÇO


Emissões directas de CO2 no sector da indústria
(2004)

 A indústria do ferro e do aço contribuem


para
 27% de emissões directas de CO2
 ≈ 3-4% das emissões globais de gases
com efeito de estufa (IPCC)
 1.7 ton. de CO2 é emitida por cada tonelada
de aço produzido

Fonte: “Tracking Industrial Energy Efficiency and CO2 Emissions “(IEA, 2007)

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PRINCIPAIS FACTORES QUE AFECTAM A INDÚSTRIA DO AÇO

Utilização de energia final na indústria (2004)

Fonte: “Tracking Industrial Energy Efficiency and CO2 Emissions “(IEA, 2007)

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PRINCIPAIS FACTORES QUE AFECTAM A INDÚSTRIA DO AÇO


Uso de tecnologias desactualizadas e de recursos
com baixa qualidade
Variabilidade mundial da intensidade energética e das
emissões de CO2

Reciclagem, uso das melhores tecnologias e maior


eficiência energética

 Eficiência energética  Potencial para poupar energia primária


é de ≈ 2.3 – 2.9 EJ/ano
 Recuperação completa do aço utilizado  Aumenta o potencial
até 5 EJ/ano
 Reduções das emissões de CO2 – 220 – 360 Mt CO2/ano

Fonte: “Tracking Industrial Energy Efficiency and CO 2


Emissions “(IEA, 2007)
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
“O Desenvolvimento Sustentável visa satisfazer as
necessidades da sociedade actual sem comprometer as
necessidades das gerações futuras”
In Bruntland report

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
A Construção Sustentável resulta da aplicação dos princípios
do Desenvolvimento Sustentável ao ciclo global da construção,
desde a extracção das matérias primas, passando pelo
planeamento, projecto e construção de edifícios e
infraestruturas, até à sua demolição final e gestão dos resíduos
dela resultantes.
Chrisna du Plessis – Agenda 21 for Sustainable Construction in
Developing Countries

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CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Construção
DIMENSÕES DA Sustentável
SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade


Ecológica Económica Social

- Manutenção - Satisfação
- Análise de riscos - Emprego
- Custos de ciclo de vida - Qualidade do ar no
interior de edifícios
Eco- Saúde e Recursos
sistema bem estar Naturais
- Emissões -Toxicidade de -Optimização dos recursos,
- Poluentes materiais construtivos energia, solos
- Utilização de terras -
Poluentes - Reciclagem
- Desperdícios
- Qualidade do ar no
interior de edifícios

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A CONTRIBUIÇÃO DO AÇO E DAS ESTRUTURAS


METÁLICAS PARA A SUSTENTABILIDADE

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CICLO DE VIDA DO AÇO

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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


ALTO FORNO FORNO DE ARCO ELÉCTRICO

Ex. Produção de 1 kg de aço (secções) (IISI)


Energia primária
total: 28.97 MJ 9.50 MJ
Emissões de CO2: 2.45 kg 0.44 kg

Produção mundial de aço (IISI, 2006)


Oxigénio – 65.5 %; Eléctrico – 32.0 %; Outros – 2.5%

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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


Contramedidas sustentáveis
Eficiência energética
 Infra-estruturas com eficiência energética elevada (ex. processos de combustão
mais eficientes, optimização do processo de reaquecimento dos fornos, etc)
 Reciclagem de produtos (ex. resíduos plásticos, pneus utilizados, etc)
NIPPON STEEL CORUS
PJ/year Integrated steelworks energy intensity
(GJ/tonne steel)

Fonte: Nippon Steel – “Sustainability Report 2007” Fonte: Corus Corporate Responsability Report 2007/08
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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


Contramedidas sustentáveis
Redução das emissões de CO2

NIPPON STEEL CORUS


CO2 Million tonnes/year Direct and indirect CO2 emissions from integrated
steelmaking (kg)/tonne liquid steel

2012 reduction
target (<1.7 t/tls)

2020 reduction
target (<1.5 t/tls)

Fonte: Nippon Steel – “Sustainability Report 2007” Fonte: Corus Corporate Responsability Report 2007/08

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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


Contramedidas sustentáveis
Conservação de energia

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Fonte: Nippon Steel – “Sustainability Report 2007”
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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


Contramedidas sustentáveis
1 ton. de ferro gera 600 kg de co-produtos
Co-produtos (escória, poeiras, lamas)
 Reutilização de gases (ex. uso do gás proveniente do forno de coque ou alto forno como
combustível para fornos de aquecimento ou como fontes de energia)
 Utilização de co-produtos como matérias primas na indústria do aço ou em outras
indústrias (ex. produção de cimento)
A utilização da escória proveniente do alto-forno como
substituto do clinker na produção de cimento pode
contribuir para uma redução de 140 – 185 Mt CO2 (fonte:
Exemplo: NIPPON STEEL IISI)

By-product
By-products gases

Institute
Fonte: Nippon for Sustainability
Steel and Innovation
– “Sustainability Reportin Structural
2007” Engineering
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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO


Contramedidas sustentáveis
Investigação e novas tecnologias
 Investição e desenvolvimento
Actualmente as mais eficientes indústrias europeias do aço estão já a operar nos
limites do que é tecnicamente possível de acordo com o estado de conhecimento
actual
ex. Ultra-Low CO2 Steelmaking (ULCOS) project (http://www.ulcos.org/en/index.php)
Projecto europeu, envolvendo as maiores indústrias da EU do aço, com vista a
uma redução drástica nas emissões de CO2 provenientes da produção do aço (50%
de redução em comparação com os melhores processos actuais)

 Utilização de aços com resistência elevada (HSS)


ex. HISTAR® steels (ARCELORMITTAL)
A utilização de aços HISTAR permite obter reduções de 32% de aço em colunas
e 19% de aço em vigas, permitindo reduzir as emissões de CO 2
(Fonte: ArcelorMittal: Bold Future 2007 – Annual report)

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CONSTRUÇÃO
O processo da construção têm um impacto muito
significativo nos recursos ambientais. Os resíduos gerados
pela construção constituem uma enorme proporção no
volume de aterros. As emissões, poeiras e partículas
geradas durante o processo construtivo podem causar
problemas sérios para a saúde pública.

As estruturas metálicas são construídas


rapidamente, poupando dinheiro – o
tempo de construção pode ser reduzido
para metade do tempo necessário para a
construção tradicional

A pré-fabricação das estruturas contribui


para um ambiente de trabalho mais limpo
e com maior segurança

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CONSTRUÇÃO A construção de estruturas metálicas


minimiza os níveis de poluição e de ruído no
estaleiro da obra
As componentes das estruturas metálicas
são entregues na obra na altura da sua
montagem, minimizando a área de
armazenamento no estaleiro e contribuindo
para um estaleiro mais eficiente
A pré-fabricação garante uma maior precisão
e maior qualidade do trabalho executado
Os resíduos gerados durante a construção
são reduzidos ao mínimo, e sendo, na sua
maior parte, recicláveis

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CONSTRUÇÃO

As estruturas metálicas facilitam a


instalação de infraestruturas tais como
condutas, cabos e outros equipamentos

Facilitam igualmente a colocação de


materiais de isolamento
A maior leveza das estruturas
metálicas reduz o impacto das
estruturas no solo de fundação e
permite reduzir as dimensões das
fundações

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ESTRUTURAS METÁLICAS

O aço é um material muito eficiente


graças a uma elevada relação
resitência/peso

O aço é 100% reciclável conduzindo à


minimização da depleção dos recursos
naturais e de impactos ambientais

O aço tem um longo ciclo de vida,


permitindo amortizar facilmente os
impactos ambientais devidos à sua
fase de produção

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ESTRUTURAS METÁLICAS
Os sistemas de revestimento em aço
leve permitem criar painéis com
elevado isolamento, contribuindo para
um comportamento energético mais
eficiente
Fontes de energias alternativas e/ou
renováveis podem ser facilmente
instaladas e adaptadas às estruturas
metálicas
O isolamento térmico e acústico pode
ser adaptado a qualquer local ou
requisito funcional

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ESTRUTURAS METÁLICAS Um ambiente interior de má qualidade pode


causar problems de saúde e perda de
produtividade para os utilizadores do edifício.
Os problemas de saúde podem ocorrer a curto
ou longo prazo e variam entre simples irritações
a problemas mais severos

A construção em aço leve é constituída por


materiais com baixos níveis de emissões
A envolvente dos edifícios garante um bom
isolamento térmico/acústico e com fluxos de ar
controlados, aumentado o conforto e as
condições sanitárias dos utilizadores
Os materiais utilizados são secos e inorgânicos
prevenindo problemas de humidade e
contribuindo para a minimização da manutenção
dos edifícios

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ESTRUTURAS METÁLICAS
Um projecto sustentável utiliza de forma
eficiente as estruturas existentes, poupando
dinheiro e protegendo a saúde pública, o
ambiente e os recursos naturais

As estruturas metálicas podem ser facilmente


adaptadas a novos requisitos funcionais
durante o ciclo de vida de um edifício

A reabilitação de edifícios existentes é mais


fácil com estruturas metálicas, conduzindo à
preservação dos valores culturais e históricos

As estruturas metálicas têm uma excepcional


durabilidade, com pouca manutenção,
salvaguardando os recursos naturais

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FIM-DE-VIDA
 O aço é 100% reciclável e pode ser infinitamente
reciclado sem perda de qualidade
 A produção de aço a partir de aço reciclado reduz as
emissões de CO2 – em 2006 foram poupadas
aproximadamente 894 milhões de ton. de CO2

 Através de um projecto mais eficiente, a necessidade


de
produção de aço novo pode ser reduzida, com a
reutilização das componentes sem necessidade de
qualquer reprocessamento
 Na maior parte dos sectores,Fonte:
incluindo o da construção,
“Steel and you – The life of steel” (IISI)
as taxas de reciclagem do aço variam entre 80 e 100%
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COMO AVALIAR A SUSTENTABILIDADE


DAS ESTRUTURAS METÁLICAS ?

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SISTEMAS DE
AVALIAÇÃO
ex. Sistema LEED - sistema voluntário de rotulagem com o objectivo principal
de avaliar o desempenho ambiental global de um edifício ao longo do seu ciclo
de vida, constituindo uma norma do que deve ser um “edifício ecológico”
Processo baseado num sistema de 64 créditos divididos por 5
áreas de impactos ambientais:
. Sustainable Sites (SS)
. Water Efficiency (WE)
. Energy and Atmosphere (EA)
. Materials and Resources (MR)
. Indoor Environmental Quality (IEQ)
. Innovation and Design Process (ID)
Classificação:
> 26 créditos Certificação LEED
> 33 e < 38 créditos Prata
> 39 e < 51 créditos Ouro
> 52 e < 69 créditos Platina

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SISTEMAS DE
AVALIAÇÃO
Avaliação do aço estrutural de acordo com o sistema LEED
Steel Frame Concrete Frame

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SISTEMAS DE
AVALIAÇÃO
Avaliação do aço estrutural de acordo com o sistema LEED

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SISTEMAS DE
AVALIAÇÃO
Edifícios Metálicos certificados

Edifícios de escritórios da
firma Zimmer em Lenexa
(EUA)

LEED Certification

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SISTEMAS DE
AVALIAÇÃO
Edifícios Metálicos certificados

Sede do banco PNC em Pittsburgh

LEED Silver
Certification

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ANÁLISES DE CICLO DE VIDA


 Os impactos ambientais de edifícios ocorrem ao longo de
todas as fases do ciclo de vida do edifício ou qualquer outro
tipo de construção;
 De forma a ultrapassar o problema da alocação de impactos de
uma fase para outra do ciclo de vida, numa análise
comparativa, deve-se ter em consideração uma perspectiva de
ciclo de vida;
 As novas normas internacionais (em desenvolvimento) para a
avaliação da sustentabilidade de edifícios adoptaram uma
abordagem de ciclo de vida
ex. prEN 15643-1 Sustainability of construction works - Integrated
assessment of building performance - Part 1: General framework.
ISO/TS 21931-1 Sustainability in building construction -- Framework for
methods of assessment for environmental performance of construction
works - Part 1: Buildings.

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ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA

Normas ISO 14040 & 14044

Estrutura da Análise de Ciclo de Vida

Definição de
objectivos e
âmbito

Análise de
Interpretação
inventário

Avaliação de
impactos

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ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA


Limites do sistema

Produção de Construção Operação Fim de vida


Materiais

Matérias primas

Emissões atmosféricas
Energia Unidade Emissões para a água
Água Processual Emissões para o solo
Outras emissões

Materiais intermédios ou
produto final

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ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA

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CASOS DE ESTUDO

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CASO DE ESTUDO 1 – MORADIA RESIDENCIAL

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INTRODUÇÃO
 Análise comparativa entre duas soluções estruturais para
uma moradia, no contexto da construção sustentável;
 Ambas as soluções foram dimensionadas para uma vida de
serviço de 50 anos de acordo com os respectivos
Eurocódigos estruturais;
 A análise ambiental terá em consideração o balanço entre a
energia incorporada e a energia operacional da moradia;
 A avaliação da solução mais sustentável é realizada de forma
a determinar a solução mais equilibrada, tendo em
consideração os critérios ambiental e económico, numa
abordagem de ciclo de vida.

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ANÁLISE DE CICLO DE VIDA

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ENERGIA OPERACIONAL vs. ENERGIA INCORPORADA

Fonte: Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO)

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DESCRIÇÃO DO PROJECTO

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Abordagem

Unidade funcional
Moradia residencial dimensionada de acordo com
os requisitos regulamentares relativos à segurança
estrutural, requisitos de conforto e comportamento
térmico, para uma vida de serviço de 50 anos.

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DESCRIÇÃO DO CASO DE ESTUDO


R/C – 183 m2 1º andar – 183 m2 2º andar – 68 m2

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CASO A – Solução em aço-leve


PAREDE EXTERIOR E LAJE
1. C 150 profile (walls), C 250 profile (slabs)
2. Gypsum plaster board BA15
3. Rock wool (140mm)
4. OSB 11 (walls), OSB 18 (slabs)
5. Exterior Insulation and Finish System (EIFS)

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CASO A – Solução em aço-leve

PAREDES INTERIORES

1. C90 profile 2. Gypsum plaster board BA15 3. Rock wool (70mm)


4. Gypsum plaster board WA13 5. Ceramic

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CASO A – Solução em aço-leve

Mapa de materiais
Material Quantities Unit
Concrete 70680 kg
Cold formed steel 19494 kg
Rock wool 12335 kg
Gypsum plaster board 13208 kg
Oriented strand board 7016 kg
Reinforcement steel 1307 kg
Exterior Insulation and Finish System (EIFS):
2
Insulation board (Polystyrene) 330 m
2
Finish Coat (acrylic) 330 m

Coef. de transmissão térmica (W/m2.oC)


Element U
Exterior wall 0.240
Roof 0.292
Terrace 0.289

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CASO B – Solução tradicional em betão


PAREDE EXTERIOR E LAJE

1. Internal clay brick wall (11 cm)


2. External clay brick wall (15 cm)
3. Mortar (2 cm) + Paint
4. Air space (10 cm)
5. Mineral wool (8 cm)

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CASO B – Solução tradicional em betão


PAREDE INTERIOR

1. Concrete frame
2. Clay brick wall (11cm)
3. Mortar
4. Mineral Wool (6cm)
5. Stucco
6. Paint
7. Nesting mortar

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CASO B – Solução tradicional em betão


Mapa de materiais
Material Quantities Unit
Concrete C25/30 517482 kg
Reinforcement steel 15877 kg
Brick walls (int. + ext.) 120852 kg
Cement mortar 38508 kg
Insulation board (polystyrene) 1327 kg
Alkyd paint 139 kg

Coef. de transmissão térmica (W/m2.oC)


Element U
Exterior wall 0.483
Roof 0.610
Terrace 0.500

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Produção de
Construção Operação Fim de vida
materiais

FASE DE PRODUÇÃO DOS MATERIAIS

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ANÁLISE DE INVENTÁRIO

PRODUÇÃO GERAL DO BETÃO


Portland
Cement
(PCA)
Production

Fine Aggregate Material Ready-Mix Plant


Production Transportation Operations

Coarse Functional Unit of


Aggregate Concrete
Production

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ANÁLISE DE INVENTÁRIO
PRODUÇÃO GERAL DO AÇO (IISI)
System

Raw material
and energy
production Site boundaries
(including Steel
extraction) Transportation Steelworks products
Natural
Non allocated
resources By-products
from earth Recovery
Consumable processes
s production By-products
minus
Emissions
to earth
Scrap Save
Merchant external
scrap, operations
other
Equivalent
steelwork, By-product
etc functions

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Produção de
Construção Operação Fim de vida
materiais

FASE DE CONSTRUÇÃO

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – AÇO LEVE (Caso A)

Nota: A avaliação ambiental foi efectuada de acordo com o método ECOINVENT99

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – AÇO LEVE (Caso A)

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – BETÃO (Caso B)

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – BETÃO (Caso B)

1,8

1,6

1,4

1,2
kPt

0,8

0,6

0,4

0,2

0
Concrete, nor Reinforcing Brick, at plant Cement mortar Polystyrene Alkyd paint
mal, at plant steel, at plant /RER S , at plant/CH foam slab, , white, 60
Human Health Ecosystem Quality Resources
Analysing 1 p 'House Construction (concrete)'; Method: Eco-indicator 99 (E) V2.03 / Europe EI 99 E/E / single score

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
AÇO LEVE vs. BETÃO

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FASE DE CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
AÇO LEVE vs. BETÃO

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FASE DE CONSTRUÇÃO
ANÁLISE DE CUSTOS
AÇO LEVE vs. BETÃO

160.000 €
140.000 €
120.000 €
100.000 €
80.000 €
60.000 €
40.000 €
20.000 €
Concrete structure
0€
Materials Light weight steel structure
Man power
labour TOTAL
Nota: Os custos dizem respeito apenas à construção da estrutura

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Produção de
Construção Operação Fim de vida
materiais

FASE DE OPERAÇÃO

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FASE DE OPERAÇÃO
Quantificação da energia operacional
Directiva Europeia relativa ao desempenho energético de edifícios [2002/91/CE]

ISO 13790
⎯ Método simplificado, em regime quase permanente (mensal ou
sazonal)
⎯ Método dinâmico horário;
⎯ Simulações dinâmicas.

RCCTE (Dec.Lei 80/2006) - Método simplificado, em regime quase


permanente, no qual os efeitos dinâmicos são considerados através
de coeficientes de utilização.
 necessidades anuais de energia útil para aquecimento (Nic) < Ni
 necessidades anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc) < Nv
CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS

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Regiões climatéricas de Portugal

Coimbra Coimbra

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FASE DE OPERAÇÃO
Quantificação da energia operacional
Estação de aquecimento
 Temperatura interior de referência: 20oC
 Coimbra: zona climática de inverno I1
 Duração da estação de aquecimento: 6 meses
 Graus-dia: 1 460 oC.dias
Estação de arrefecimento
 Temperatura interior de referência : 25oC
 Coimbra: zona climática de verão V2
 Duração da estação de arrefecimento: 4 meses (Jun.-Set.)

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Quantificação da energia operacional


Necessidade anual de energia para aquecimento:
Caso A – Moradia em aço leve:
NiC = 27.92 kWh/m2 (= 8835.67 kWh) < Ni = 81.08 kWh/m2

Nota: Resultado da simulação Ni = 4216.60 kWh (-52%)

Caso B – Moradia em betão:


NiC = 34.17 kWh/m2 (= 10813.32 kWh) < Ni = 81.08 kWh/m2
Necessidade anual de energia para arrefecimento:
Caso A – Moradia em aço leve:
Nvc = 13.98 kWh/m2 (= 4424.50 kWh) < Nv = 18.00 kWh/m2
Nota: Resultado da simulação Nv = 6517.08 kWh (+47%)

Caso B – Moradia em betão:


Nvc = 11.26 kWh/m2 (= 3563.82 kWh) < Nv = 18.00 kWh/m2

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FASE DE OPERAÇÃO
ENERGIA OPERACIONAL vs. ENERGIA INCORPORADA

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FASE DE OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL –MORADIA EM AÇO LEVE (Caso A)

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FASE DE OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – MORADIA EM BETÃO (Caso B)

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FASE DE OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
AÇO LEVE vs. BETÃO

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FASE DE OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
AÇO LEVE vs. BETÃO

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Produção de
Construção Operação Fim de vida
materiais

FASE DE FIM-DE-VIDA

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FASE DE FIM-DE-VIDA
CENÁRIOS DE FIM-DE-VIDA

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FASE DE FIM-DE-VIDA

ALOCAÇÃO DA SUCATA Ciclo de reciclagem de material (IISI)

Sucata “líquida” consumida = RR - S

LCI crédito/débito = (RR – S) x Y (Xpr – Xre)

LCI produto = X’ – [(RR – S) x Y (Xpr – Xre)]

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FASE DE FIM-DE-VIDA

ALOCAÇÃO DA SUCATA Ciclo de reciclagem de material (IISI)

Y = aço produzido/sucata introduzida

RR ≈ 85% (sector da construção)

Consistente com a declaração da


indústria do aço relativa aos princípios
da reciclagem (http://www.eurofer.org)

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FASE DE FIM-DE-VIDA
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – AÇO LEVE
(Caso A)
CENÁRIO 1

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FASE DE FIM-DE-VIDA
AVALIAÇÃO AMBIENTAL – BETÃO (Caso B) – Cenário 2

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RESULTADOS DA ANÁLISE DE CICLO DE VIDA

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RESULTADOS DA ANÁLISE DE CICLO DE VIDA


ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA – AÇO LEVE

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RESULTADOS DA ANÁLISE DE CICLO DE VIDA


ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA – BETÃO

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RESULTADOS DA ANÁLISE DE CICLO DE VIDA


ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA

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RESULTADOS DA ANÁLISE DE CICLO DE VIDA


ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA

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NOTAS AO CASO DE ESTUDO 1

 A solução em aço leve permite uma melhor relação entre a


energia incorporada e a energia operacional ;

 A análise de ciclo de vida permite ter em consideração os


créditos devidos à reciclagem e/ou reutilização do aço de uma
forma coerente.

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CASO DE ESTUDO 2 – PONTE MISTA

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INTRODUÇÃO
 Frequentemente os projectistas de pontes têm de se debater nos seus trabalhos,
além dos requisitos técnicos, com restrições econónimas.
 Essas restrições económicas dizem respeito não só ao custo inicial da obra mas
também aos custos necessários para a sua manutenção.

 Além dos benefícios económicos, a redução da necessidade de manutenção de


uma obra conduz a uma menor interferência no tráfego corrente da ponte e, por
consequência, a uma redução dos respectivos impactos ambientais e sociais.

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OBJECTIVOS DO CASO DE ESTUDO

 Realizar uma análise comparativa entre uma ponte, mista


aço-betão, integral e uma ponte em betão com juntas de
dilatação

 A análise comparativa é baseada numa abordagem de ciclo


de vida, tendo em consideração aspectos ambientais e
económicos

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DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE INTEGRAL

 Ponte com encontros integrais, construída sobre o rio Leduån, no norte da Suécia;

 A ponte é constituída por uma estrutura mista aço-betão e um único vão de 40 m;

 A largura do tabuleiro da ponte são 5 m;

 A ponte foi projectada para uma vida de serviço de 120 anos.

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DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE INTEGRAL

Alçado lateral

Secção transversal do tabuleiro

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DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE INTEGRAL


Material Quantity Unit

Concrete Grade C40/50 108.5 m3


Reinforcement Grade B500 6.3 ton
Steel Grade S355 (web) & S460
41.4 ton
Mapa de materiais (flanges)
Steel piles (f170x10) Grade S440 13.9 ton
Steel pipes (f600x1.6) Grade S355 0.6 ton
Shear studs (f22) 1000 un
Paint (Epoxy and Polyurethane) 300.0 m2
Polystyrene 1.5 m2

1. Excavation of the soil down to a level 2 meters below the end screens.
2. Driving of 6 tube-shaped steel piles (RR 170x10 mm) per support. Around the
top of each pile, a 2 meter long pipe-shaped pile (RR 600x1.6 mm) is placed.
Fases
3. Casting of the pile cap and the wing walls.
construtivas
4. Launching of the steel girders.
5. Casting of the bridge deck and end screens.
6. Casting of the pavement.

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DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE COM JUNTAS DE DILATAÇÃO

Alçado lateral

Secção transversal do tabuleiro

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DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE COM JUNTAS DE DILATAÇÃO


Material Quantity Unit

Concrete Structure, Grade C35/45 429 m3


Concrete Piles ,Grade C50/60 103 m3
Reinforcement, Grade B500 B 50 ton
Mapa de materiais Bearings:
- TOBE FR-E 2000 2 un
- TOBE FR-A 2000 2 un
- TOBE FR-F 4000 2 un
Expansion joints (Maurer D90B) 5 m
Steel sheet piling 103 ton

1. Driving of sheet piles around the foundation.


2. Excavation of the soil down to level 1.5 meters below each foundation slab.
3. Driving of concrete piles, 270x270 mm, from a local distributor.
4. Casting of the foundation slabs.
Fases 5. Casting of the abutments at the end supports and the middle pier column.
construtivas 6. Installation of the bearings at the abutments and the middle pier..
7. Installation of expansion joints.
8. Casting of the end screens wing walls, bridge deck and edge beams.
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9. Casting of the pavement
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PLANOS DE MANUTENÇÃO
Maintenance activity Unit Cost Start year End year Frequency

Inspection of the bridge 320 € 6 96 6

Painting of the steel structure 37 800 € 30 90 30


Ponte integral
Exchange of the edge beams 51 320 € 30 90 30

Maintenance activity Unit Cost Start year End year Frequency

Inspection of the bridge 375 € 6 96 6

Ponte com juntas Exchange of the edge beams 60 710 € 30 90 30

de dilatação Painting of bearings 1 260 € 30 90 30


Expansion joints:
Cleaning of joint 100 € 1 99 1
Exchange of rubber band 2 625 € 10 90 10
Exchange of steel profile 11 025 € 20 80 20

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ANÁLISE DE CICLO DE VIDA - LIMITES DO SISTEMA


IMPACTOS NOS Congestão Congestão de Congestão
UTILIZADORES de tráfego tráfego de tráfego

Produção de
Construção Operação Fim de vida
materiais

Extracção de Transporte de Transporte de Uso de


matérias primas equipamento para equipamento equipamento
a construção
Transporte para
local de produção Uso de equipa-
Operações de Demolição da
mento para a estrutura
manutenção
construção
Produção de
materiais de
construção Processos Processos de Transporte de
construtivos reabilitação materiais/resíduo
Transporte para o s para o local de
local da obra deposição
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ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA


AVALIAÇÃO DE IMPACTOS – Ponte Mista

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ANÁLISE AMBIENTAL DE CICLO DE VIDA


AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE IMPACTOS

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ANÁLISE ECONÓMICA DE CICLO DE VIDA


CUSTOS DA AGÊNCIA

Custos iniciais + Custos de manutenção

Current year Euros Present-value Euros

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ANÁLISE ECONÓMICA DE CICLO DE VIDA


CUSTOS DO UTILIZADOR
 Custo devido ao atraso do condutor – custo para o condutor devido ao
atraso provocado pelas obras
 Custos de acidente – custos devidos aos danos em veículos e/ou em
pessoas provocado pelas obras
PERÍODO DE TEMPO ESTIMADO
Maintenance activity Time (in days)
Composite bridge Exchange and repair of concrete 2
Exchange and repair of concrete 2
Painting of bearings 1
Expansion joints:
Concrete bridge
Cleaning of joint 0.5
Exchange of rubber band 1
Exchange of steel profile 1

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ANÁLISE ECONÓMICA DE CICLO DE VIDA


CUSTOS DO UTILIZADOR

 O tráfego médio diário, no ano base do estudo, é de 5000 veículos e o


crescimento do tráfego é exponencial a uma taxa de 0.5%;
 O comprimento da área afectada pela obra é de 1.0 km, e apenas uma via é
fechada ao tráfego de cada vez;
 As taxas de acidente (em milhões de veículos/km) em condições normais de
condução e em zonas afectadas por obras são 1.9 e 2.2, respectivamente;
 A velocidade em condições normais de condução é 80 km/h e em zonas de
obras é de 30 km/h;
 O custo para o atraso do condutor é de 5.00 €/h e o custo por acidente é de
10000 €.

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ANÁLISE ECONÓMICA DE CICLO DE VIDA


CUSTOS DO UTILIZADOR

Current year Euros Present-value Euros

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ANÁLISE ECONÓMICA DE CICLO DE VIDA


CUSTOS DA AGÊNCIA + CUSTOS DO
UTILIZADOR

Present-value Euros

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NOTAS AO CASO DE ESTUDO 2

 Devido à redução das operações de manutenção, a ponte


mista apresenta a solução mais económica, tanto em termos de
custos para a agência, como de custos para o utilizador;

 Do ponto de vista ambiental, a ponte mista tem vantagem


sobre a solução alternativa em betão, e essa vantagem deve-se
essencialmente à reciclagem da estrutura no fim do seu ciclo de
vida.

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OBSERVAÇÕES FINAIS
 As estruturas metálicas contribuem favoravelmente para os
objectivos da construção sustentável;
 A indústria do aço precisa de ser reconhecida pelo papel
desempenhado na realização desses objectivos;
 É necessário demonstrar os benefícios das estruturas metálicas com
base em dados credíveis e metodologias apropriadas;
 As análises de ciclo de vida permitem evidenciar as vantagens das
estruturas metálicas, nomeadamente a reciclagem e a reutilização de
estruturas;
 Promover estratégias que conduzam a estruturas mais eficiente (ex.
deconstrução, construção modelar, adaptabilidade, etc).

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