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ORIGENS DO TRABALHO

DE EXTENSÃO
PESQUEIRA NO BRASIL

Profa. MSc. Valéria Sobral


Origem dos trabalhos de extensão no Brasil

 Entre 1919 a 1924 a Marinha de Guerra cria as colônias de


pescadores por meio da Missão do Cruzador “José Bonifácio” ,
(CALLOU, 1994).

Implantada de forma vertical e autoritária – repercussão negativa.

Principal problema: os processos decisórios das políticas públicas


para o desenvolvimento da pesca artesanal são tomados por pessoas
que desconhecem as reais necessidades (CALLOU, 1994).

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Desenvolver o setor
Finalidade da Política
(Extensa costa brasileira
de Extensão Pesqueira
e rica em pescados)

Tecnologias de pesca
modernas

Comunidades pesqueiras
Diminuição dos Degradação ambiental
em pobreza extrema e
estoques pesqueiros
exclusão social
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Em 1962 foi criada a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca
(SUDEPE), e com isso, surge uma expectativa na melhoria das
condições de vida das comunidades pesqueiras através da difusão de
informações e tecnologias e a institucionalização da Extensão
Pesqueira, em 1968.

Essa nova política de extensionismo na pesca permaneceu até a


extinção da SUDEPE. Por consequência, comunidades pesqueiras
ficaram praticamente sem serviços públicos de apoio ao
desenvolvimento da pesca. 4
Em 1967 o Governo Federal publica o Decreto nº 221,o qual
determina que seja realizada a reorganização e a regulamentação das
Colônias, Federações e Confederação Geral dos Pescadores do Brasil.

 O setor industrial foi priorizado pelo governo federal através de


incentivos fiscais.

A falta de planejamento dessa política causa sérios problemas e


conflitos as comunidades pesqueiras, como: especulação imobiliária,
turismo desordenado, poluição, falta de saneamento, e outros.
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A SUDEPE, lança o programa de Apoio à Pesca Artesanal, (PESCART)
para solucionar as questões inerentes as suas relações sociais e
econômicas com intensificação na assistência técnica a essas
comunidades.

Não levou-se em consideração durante o planejamento e execução as


tradições e os conhecimentos das comunidades assistidas bem como
os recursos naturais e a diversidade dos ecossistemas.

Consequência os resultados alcançados foram ineficientes e instável.


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Em 1989, ocorre a extinção do PESCART e da SUDEPE, agrava-se a
assistência as comunidades pesqueiras.

Em 2003 com a criação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca


da Presidência da República – SEAP/PR, e depois passa a ser o
Ministério da Pesca e Aquicultura, as políticas de desenvolvimento da
pesca voltam ter destaque e atenção e, com elas, o serviço de
Extensão Pesqueira.
Profissionais que realizavam o serviço de extensão pesqueira no
Brasil: agrônomos, sociólogos e veterinários.
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Os cursos de Engenharia de Pesca no Ceará e Pernambuco, foram
criados na década de 70, mas somente a partir dos anos 90 que a de
extensão pesqueira passou a ser ministrada de forma tímida e restrita.

Atualmente a extensão pesqueira torna se uma atividade praticada


quase de forma exclusiva por profissionais da Engenharia de pesca.

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Origem dos trabalhos de extensão no Amazonas

 Segundo Feitoza (2003), os trabalhos de extensão no Amazonas foi


marcado pela intensificação das ações do governo federal para a
Amazônia, como: criação da Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia (SUDAM), em 1966, e Superintendência da Zona Franca de
Manaus (SUFRAMA), em 1967; construção de estradas
(Transamazônica); Programa de Integração Nacional (PIN).

 Integrar a região ao resto do país e assim desenvolvê-la.

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Origem dos trabalhos de extensão no Amazonas

 Em 2 de dezembro de 1966, é criada a Associação de Crédito e


Assistência Rural do Amazonas – ACAR/AM, com objetivo de prestar
orientações técnicas aos produtores rurais.

 O primeiro escritório foi instalado em Itacoatiara em (1967), embora as


atividades de Ater tenham sido iniciadas no município do Careiro, hoje
Careiro da Várzea.
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Origem dos trabalhos de extensão no Amazonas

 A economia tinha hegemonia de atividades extrativistas vegetal, animal e


mineral.

 Nas atividades agropecuárias, destacavam-se o semiextrativismo das fibras,


jutas e malva, como também na agricultura familiar o feijão, milho, arroz e
mandioca.

 O modelo extrativista entra em fase de exaustão dos recursos naturais,


surgem as tensões geradas pelos conflitos pela terra, êxodo rural e
empobrecimento de expressiva parcela das populações rurais, que
continuavam sob o julgo do modelo produtivista.
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 Em 1977, o Governo Estadual criou a Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural do Estado do Amazonas – EMATER/AM, vinculada à
Secretaria de Estado de Produção Rural e Abastecimento – Sepror, e
associada à Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão
Rural – Embrater.

 As particularidades amazonenses: O agroecossistema (várzea e terra


firme), o contexto étnico-social (multiplicidade de identidades –
sendo os principais indígenas e cablocos-ribeirinhos).

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 Toda e qualquer política de desenvolvimento da Amazônia torna-se
imprescindível levar em consideração as peculiaridades locais e
regionais, valendo-se do conhecimento que os povos da floresta
detêm sobre esse ambiente.

 A EMATER/AM implantou 43 escritórios

no Estado do Amazonas, por meio de

parcerias e convênios.

 As principais atividades orientadas


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 Discurso oficial versus a prática de extensão.

 A extensão rural seguia a perspectiva Rogeriana, - método


extensionista orientado no sentido de educar/persuadir o produtor
aos pacotes tecnológicos (FEITOZA, 2003).

 A não adequação do modelo participativo leva à extinção da


EMATER-AM.

 Novas discussões sobre as práticas extensionistas - Agroecologia

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 Em 3 de maio de 1993, foi criado o Instituto de Desenvolvimento
Rural do Estado do Amazonas que assumiu toda estrutura da
EMATER/AM, mantendo, porém, a mesma sigla.

 Finalidade - superar as dificuldades enfrentadas pelas organizações


extensionistas, em vista à desestruturação do setor, visando
promover e apoiar estratégias que levassem à sustentabilidade
socioeconômica e ambiental ao meio rural amazonense.
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 O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do
Amazonas – IDAM, foi criado em 18 de março de 1996, por meio da
Lei Estadual n° 2.384, como uma autarquia de personalidade jurídica
de direito público, autonomia administrativa, financeira e técnica
com a finalidade de executar as atividades antes desenvolvidas pela
Sepror, EMATER/AM, Codeagro e a Defesa Agropecuária Estadual.

 O IDAM única instituição estadual exclusivamente de ATER, pautada


nos princípios da agroecologia e nas metodologias participativas,
com o foco na agricultura familiar (IDAM, 2022).
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 Recursos próprios, (Governo do Estado do Amazonas), e apoio de
diversas instituições parceiras como Ministérios, outras Secretarias
de Governos, Prefeituras e organizações não governamentais.

 O IDAM é uma autarquia

 Objetivo: supervisionar, coordenar e executar as atividades de ATER,


no âmbito das políticas e estratégias do Governo Estadual para os
setores agropecuário, agroindustrial, pesqueiro, agroflorestal e
florestal do Estado do Amazonas através de estudos, propostas e
ações respectivamente para cada setor. 17
Problemas enfrentados
 Feitoza (2003) e Fraxe et al. (2008), eficiência parcial prestadas aos
municípios.

 Carência de técnicos nos interiores do estado, falta de capacitação


e reciclagem de mão de obra especializada, a ineficiência do sistema
de informação;

 Acúmulo de atribuições, desnível salarial e afinidade profissional


distinta, gerando descontentamento por parte de seus funcionários.

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Relato de um agente - Feitoza (2003, p. 42)
“Naquela região do alto Solimões, mais de 60% da população são
indígenas e, quando você vai trabalhar com populações indígenas, os
valores culturais deles são totalmente diferentes dos ditos brancos.
Então, se você vai com uma forma de trabalho que você está
acostumado a fazer com os ribeirinhos, com esse pessoal não vai dar.
Esse é o primeiro problema, o segundo é que a maioria do nosso
pessoal sequer sabe, sequer eles têm conhecimento, para trabalhar
com esse público diferenciado. (Entrevistado J.) “

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Crédito Rural

 Amparo do Crédito Rural

Estimular o investimento, bem como ajudar o custeio da produção e


comercialização de produtos agropecuários e florestais existentes. São
amparadas por linhas de crédito, disponibilizadas pelos agentes
financeiros/bancário (Bancos Oficiais).

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Crédito Rural

 Aplicação

Aos beneficiários dos serviços de ATER, executados diretamente pelas


sessenta e seis (66) Unidades Locais do IDAM dispostas nos municípios
do estado do Amazonas.

 Agentes Financeiros

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Crédito Rural
 Beneficiários

Agricultores Familiares e demais Produtores Rurais;

Associações, Cooperativas e demais entidades de classe.

 Itens Financiáveis

Investimentos Agropecuários, culturas agrícolas, animais, máquinas, equipamentos,


piscicultura, pesca artesanal, outros);

Custeio Agrícola / Pecuário / Florestal: Insumos diversos (adubo, defensivos, ração,


vacina, outros), mão-de-obra e demais relacionados ao ciclo de culturas anuais.

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Crédito Rural
 Procedimentos/Etapas
Seleção do Agricultor Familiar / Produtor (entrevista prévia);
Seleção da Atividade a ser financiada;
Apresentação de documentação: Individual, Imóvel, atividade, etc…;
Pesquisa Cadastral;
Laudo Técnico de Vistoria Prévia;
Elaboração de Projeto Técnico / Plano de Negócio;
Contratação;
Acompanhamento das Etapas de Implantação / Ampliação do Projeto
Financiado;
Emissão de Recomendações Técnica / Laudos de Vistorias.
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Informativos do IDAM
O Remo, informativo
da Assistência Técnica XVIII Expoagro, em
e Extensão Rural no 1990
Amazonas.

Serviços de Assistência Técnica e


Extensão Rural realizada pela ACAR-AM

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 A pesca artesanal é um dos segmentos que mais emprega no Estado
do Amazonas. Mais de 45 mil pescadores vivem diretamente da
atividade pesqueira e cerca de 200 mil pessoas estão envolvidas no
sistema produtivo e com os subprodutos;

 A piscicultura apresenta-se como uma das principais alternativas


econômicas para o setor primário do Amazonas. É a atividade
pecuária que mais cresce no Amazonas e no Brasil. Atualmente
3.700 famílias de produtores rurais estão envolvidas com a
atividade.  25
Equipe 1 e 2: Elaborar um questionário sobre as vivências
de como cada grupo de beneficiários da extensão rural
recebeu os serviços e/ou itens financiados pelo Sistema
Sepror (IDAM, ADS, ADAF).

Equipe 3 e 4: Elaborar questionário para aplicação com um


técnico da unidade local do Sistema Sepror em
piscicultura.

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Equipe 1 e 2: Elaborar um questionário sobre as vivências de como
cada grupo de beneficiários da extensão rural recebeu os serviços
e/ou itens financiados pelo Sistema Sepror (IDAM, ADS, ADAF).

Equipe 3 e 4: Elaborar questionário para aplicação com um técnico


da unidade local do Sistema Sepror. No dia seguinte, em sala
cada grupo compartilhará com a turma suas experiências e
debaterão criticamente como futuros técnicos possíveis pontos
que podem melhorar a prestação de serviço ou itens financiados.

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 Tempo para realização da primeira parte da tarefa: em sala
30 minutos;

 Tempo para a aplicação do questionário: 01 dia;

 Tempo para cada grupo compartilhar em sala 10 minutos;

 Tempo para as discursões/debates entre os pontos de vista


críticos: 40 minutos.

 Nota:

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