Você está na página 1de 2

Disciplina - Extensão Rural 2024 - Texto 01

Prof. Ney

História da Extensão Rural no Brasil

Um divisor entre as primeiras inciativas de Extensão Rural e os primeiros resultados de ações


práticas no Brasil surgiu em 1930 em Minas Gerais, quando foi realizada a Primeira Semana do Fazendeiro.
Ocasião em que técnicos e produtores rurais aproveitaram para trocar informações. Em 1948 foi registrada
a primeira experiência extensionista no campo, nos municípios de Santa Rita do Passa Quatro e São José
do Rio Pardo, no Estado de São Paulo. As ações foram denominadas “Trabalhos cooperativos”, quando a
comunidade se organizava num esforço conjunto, para a resolução dos problemas comuns.
A primeira preocupação dos trabalhos comunitários visava resolver problemas de alimentação do
gado no período da seca. Esse movimento deu bons resultados e motivou a opinião pública que oficializou
o trabalho do extensionista, criando a Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR), que teve como
objetivo levar ao homem do campo e sua família o crédito rural supervisionado, que incluía, além dos
recursos financeiros, a “assistência técnica” agronômica e social.
O sucesso da iniciativa motivou outras unidades, solidificando-se nacionalmente em 1956, com a
formação do Sistema Brasileiro de Extensão Rural, liderado pela Associação Brasileira de Crédito e
Assistência Rural (ABCAR). A partir de 1975, os serviços de assistência técnica e extensão rural passaram
ao âmbito governamental, sob a forma de empresas públicas vinculadas ao Ministério da Agricultura e às
Secretarias de Agricultura, foi criada então a Embrater- Empresa Brasileira de Assistência Técnica e
Extensão Rural, responsável pelo credenciamento, supervisão e fiscalização das empresas privadas que
prestam assistência técnica aos agricultores em todo Brasil.

Origem da Extensão Rural em Mato Grosso

Em Mato Grosso, o serviço de Extensão Rural foi constituído oficialmente no dia 15 de setembro
de 1964, com a criação da Associação de Crédito e Assistência Rural de Mato Grosso. A primeira equipe
de trabalho era formada pelas seguintes pessoas: Superintendente, Bento Machado Lobo; Tesoureuro, Alino
Ferreira Magalhães; Secretário e Assessor, Januário da Silva Rondon; Auxiliares de serviço, Maria Juliana
Camargo e Araci Miranda; Serviços Gerais, Rosalina Candelária Camargo; oficce-boy, Eldes de Souza e o
motorista, Pombinho. Essa equipe pioneira constituía a primeira frente da extensão rural em Mato Grosso.
A Acarmat, nos fins de 1972 terminava a elaboração do diagnóstico básico da situação da
agropecuária de Mato Grosso. Surgia nessa época, o Projeto Fomento Agrícola para o desenvolvimento das
culturas de soja, sorgo, milho e a exploração de gado de corte na área de influência do Programa Corredores
de Exportação. O Projeto Fomento Agrícola envolveu quatro das cinco regiões administrativas da
ACARMAT, correspondendo às regiões de Rondonópolis , Campo Grande, Dourados e Três Lagoas
atendendo 49 municípios. Grandes resultados foram obtidos com destaque para a introdução de
equipamentos agrícolas e sementes selecionadas.
A preocupação da Extensão Rural nesse período foi a busca de novas tecnologias capazes de
aumentar a produtividade agrícola. Foram instalados vários campos de demonstração para produtos
agrícolas e pecuária de corte, contribuindo para a difusão de tecnologias e lançamentos dos programas
PROTERRA e PROBOR. Sob os incentivos do PROTERRA, foram implantados projetos agropecuários,
principalmente na Amazônia Mato-grossense.
O programa PROBOR motivou a instalação de escritórios locais para atendimento dos
heveicultores, grandes áreas de seringais foram implantadas, com isso a extensão rural contribuiu para
abertura e povoamento da Amazônia Mato-grossense pela efetivação da mão-de-obra.

A Emater assume as atividades da Acarmat

A ACARMAT executou os programas de assistência e extensão rural, até dezembro de 1976,


quando então foi extinta. Surgindo em 1º de janeiro de 1977, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Mato Grosso (Emater),empresa pública, vinculada à Secretaria de agricultura, passou a
executar a política de assistência técnica no Estado. Nesse período foi dado continuidade ao Programa
PROBOR que implantou outros programas: PROCAL, PRONA-ZEM, POLAMAZÔNIA e o
POLOCENTRO, programa provavelmente mais importante da época, pois previa a incorporação de terras
de cerrado ao processo produtivo. Em 19 de março de 1977 surge a soja como cultura alternativa, e a Emater
realiza o primeiro dia de campo no Estado.
A nova instituição nasceu com o compromisso de dar continuidade ao trabalho de sua antecessora,
como novo organograma e propósitos de modernização administrativa, conservando a mesma filosofia de
trabalho, promover o desenvolvimento das comunidades rurais, através de ações educativas e assistenciais,
transferindo tecnologia agropecuária e gerencial, capaz de elevar a produtividade, a produção e a renda das
famílias rurais, trabalhando com todos os extratos de público, o pequeno, médio e o grande produtor.
Em 1980, a Emater executa o programa POLONOROESTE para beneficiar os pequenos
produtores, constituindo a ferramenta de trabalho para a extensão rural. Em 1986, no município de Alto
Taquari, foi implantada a primeira microbacia hidrográfica, isso mostra que a empresa sempre foi a pioneira
em desenvolver novas técnicas para a agricultura no Estado de Mato Grosso.

Surge finalmente a Empaer

Em decorrência da fusão da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER),


Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMPA) e Companhia de Desenvolvimento Agrícola (CODEAGRI)
surge a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER). Sendo uma
sociedade de economia mista, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SEDER), dotada de
personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio financeira, revestindo a forma de
sociedade anônima.
A Empaer tem como missão gerar, adaptar e transferir tecnologias e conhecimentos para o
desenvolvimento sustentável dos segmentos agropecuários, florestal, agro-industrial e executa o serviço de
extensão rural e fomento, trabalho essencialmente educativo que visa propiciar a melhoria da qualidade de
vida da família rural.

Fonte: EMPAER

Você também pode gostar