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Resumo: A Amazônia possui uma vastidão de recursos naturais que são utilizados desde os
primórdios pela população local, no entanto, com o avanço das relações de mercado na região
houve o agravamento da exploração desses recursos, resultando em diversos conflitos
ensejando o domínio das territorialidades aquáticas, florestais e agropastoris. Nesse sentido,
os chamados Acordos de Pesca surgem no contexto histórico de modernização da pesca por
meio de incentivos fiscais dos quais visavam a dinamização de pescadores comerciais e/ou
profissionais em detrimentos das atividades realizadas por pescadores artesanais, esses,
dotados de um exímio conhecimento ecológico, buscaram exercer essas atividades
conjuntamente ao estoque pesqueiro e a característica das espécies, opondo-se a lógica da
produtividade. Ao longo deste manuscrito trataremos da consolidação dos Acordos de Pesca
como a principal alternativa adotada por camponeses-ribeirinhos diante da ineficiência do
Estado no controle e monitoramento dos rios e lagos no estado do Amazonas, evidenciando as
características dos conflitos, o papel das instituições, o fenômeno da sobrepesca e o
empobrecimento desses pescadores. Mais ainda, buscar-se-á determinar a importância da
institucionalização dessa modalidade de gestão participativa do território pelas populações
que sempre preservaram sua sociobiodiversidade.
INTRODUÇÃO
Antes mesmo de ser considerado um ser histórico, o homem cria e recria sua história
no tempo e no espaço simbioticamente a natureza de suas ocupações e no sentido amplo de
sua reprodução (KOSIK, 1976). Quando retratamos o contexto amazônico evidenciando as
populações tradicionais aqui existentes, a produção histórica das ocupações nas áreas de
várzea nos conduz a refletir sobre o modo de vida de camponeses-ribeirinhos. Estes, por sua
vez, possuem especificidades tangíveis de discussões ao abordarmos sua reprodução em
consonância as forças hegemônicas instituídas no bojo do sistema capitalista, sem, ao
mesmo tempo, descaracterizar a essência sociocultural ligada ao dinamismo familiar,
autônomo e dialógico com os meios terrestres, fluviais e florestais (SHANIN, 2005).
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Geógrafo, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia – PPGEOG/UFAM
E-mail: franciscoigosaid@gmail.com
O processo de ocupação da várzea na Amazônia foi iniciada pelos indígenas que
realizavam atividades de subsistência ligada a pesca, agricultura e caça. A pesca, em
especial, concebia mudanças nas práticas de captura, perpassando técnicas primitivas e
inserindo novos apetrechos como a rede de malhadeira, introduzida pelos portugueses.
Concomitantemente a este processo, a região ganhara proporções nacionais em virtude do
ciclo da borracha e do crescimento expressivo da cidade de Manaus, impusionando fluxos
migratórios para a região.
Ressalta-se que a proletarização da da mão-de-obra indígena ou de migrantes do
restante do país fomentou a ocupação das áreas de várzea por esses trabalhadores dos quais
viviam em condições de subemprego. Diante dessa exposição, a ocupação das áreas de
várzea não pode ser confundida com uma noção de desilusão que motivou a partida de
inúmeros migrantes para a região norte brasileira, mas sim de uma construção de
territorialidades apropriadas de maneira contínua por indivíduos que buscaram sua
reprodução em simbiose a natureza, instituindo, assim, relações de controle, bem como de
subordinação, coexistindo em sintonia (CORRÊA, 1989; SOUZA, 1995).
Com o avanço do monopólio de produção pesqueira sobre a Amazônia, sobretudo, a
partir da década de 1970, onde o estado brasileiro através da Superintendência do
Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE, incentivou a construção de grandes projetos
tecnocráticos voltados para a exportação de pescados e o crescimento da demanda urbana pelo
produto in natura, populações tradicionais começaram a sentir os reflexos da sobrepesca.
Seguindo essa lógica apoiada no pensamento de Oliveira (2005) a despeito das contradições
produzidas na região amazônica, nos possibilita entender a constituição desses monopólios
industriais que delimitaram frações territoriais destinadas ao circuito econômico de produção.
Como consequência da escassez de recursos pesqueiros, houve o crescente
deslocamento de camponeses-ribeirinhos para a pescaria considerada comercial, no sentido de
alimentar a indústria de exportação, apoiados pela iniciativa privada na aquisição de
equipamentos, bem como embarcações motorizadas dispondo de geleiras para o
armazenamento das espécies capturadas. O fato se deu pelo comprometimento da renda
familiar, pois no campo realizavam-se o plantio de diversas culturas que, uma vez colhidas,
tornavam-se matéria-prima para a produção de farinha e goma, por exemplo. Além disso, o
pagamento de um salário (diário, semanal, quinzenal ou mensal) criavam estratégias para o
transporte e comercialização da pequena produção do campo nas cidades, fato esse
corroborado pela socialização do trabalho na unidade familiar, onde esposas e filhos mais
velhos dividem as atividades.
Todavia, em quaisquer circunstâncias nutridas pelas relações de poder existem
resistências originadas pela organicidade social e o discurso defendido. A partir da década de
1980 organizações políticas e religiosas foram inseridas nas discussões em relação aos
conflitos de pesca, buscando compreender as manifestações locais e os efeitos das práticas
haliêuticas por meio das técnicas e quantitativo de espécies capturado. No estado do
Amazonas, as prelazias de Coari, Manaus, Tefé, Itacoatiara e Parintins iniciaram as
Assembleias Comunitárias tendo como princípios norteadores o desenvolvimento sustentável,
nesse caso, dos recursos renováveis da região. Inicialmente, buscou-se compreender a
natureza dos conflitos para que as demandas fossem sistematizadas e enviadas aos órgãos de
controle ambiental.
O conceito de Acordo de Pesca ou Gestão Participativa, surge a partir das conclusões
adquiridas ao longo de mais de dez reuniões envolvendo comunitários, religiosos,
pesquisadores, membros de ONGs e órgãos de fiscalização. Sua fundamentação englobava a
sustentabilidade dos recursos pesqueiros e o controle regulatório sobre as áreas de pesca,
definindo espaços de manejo, manutenção e de livre acesso, sendo responsabilidade dos
comunitários e fiscais do IBAMA a observação do cumprimento dos acordos (OVIEDO,
2006).
O histórico para o estabelecimento destes acordos ocorre em paralelo com a
notoriedade industrial e comercial dada a Manaus/AM através de seu modelo econômico, em
um momento onde se tentou tornar a pesca comercial mais industrial e mais ostensiva
buscando atender a demanda cada dia mais crescente. Eles surgem para dar fim a tensão entre
pequenos produtores e os pescadores comerciais.
Um segundo ponto quanto ao estabelecimento é suas origens e influências que
remetem a Europa da revolução industrial, que passava por mudanças estruturais do ponto de
vista social e econômico, momento em que os efeitos da pesca predatória começaram a ser
sentidos e foi necessário a mobilização social da classe de pescadores. No caso da Amazônia,
estes acordos se estabelecem na cidade do Itacoatiara/AM, com a mediação da Igreja Católica
e, com o passar dos anos, outros agentes passam a constituir essas políticas socioambientais
(ONGs, universidades e em menor volume, o estado).
TERRITORIALIDADES DISSIDENTES
Pensar territórios e territorialidades na Amazônia tornou-se desafiador para muitos
geógrafos/as que buscam compreender a formação histórica do espaço amazônico e suas
nuances. Para simplificar a questão, pensemos no processo de ocupação da Amazônia, a
priori, pelas missões religiosas e, posteriormente, pelo domínio ibérico. Esse período é
marcado mundialmente pelas rotas colonizadoras de um capitalismo em fases mercantis. Suas
marcas no tempo e espaço comprometeram substancialmente a relação da população indígena
dentro de sua cosmologia (PINTO, 2005). O território e as territorialidades em questão foram
cedidos coercitivamente pelas tropas portuguesas, avançando pela floresta, ocupando extensas
áreas de interesse para a atividade produtiva (drogas do sertão e engenhos de açúcar). Não
obstante, o projeto então iniciado teve como pressuposto o apagamento cultural dessas
populações, modificando traços identitários ligados a língua falada, vestimentas, organização
e padrão das moradias, até nas formas de extrair recursos do ambiente (pesca, extrativismo,
pequena criação em terra firme).
Em síntese, reverberou a matriz de pensamento branca e eurocêntrica em terras
brasilis, fato esse que acompanha, no decurso histórico, a tríade político-econômico-social
que dá sustentáculo ao Estado brasileiro, especialmente no que se refere a políticas
segregacionistas, racistas, xenofóbicas que, em tese, contribuem sobremaneira na produção de
discursos cuja afinidade se contrapõem a soberania de povos tradicionais, caso esse
manifestado no avanço do capital pelas territorialidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas.
No entanto, como bem nos advertiu Michel Foucault (2005), para cada relação onde o poder
se traduz em violência, nascem e renascem espaços de resistência através de questões afetivas
comuns a todos. E pelo que se acompanha em uma Amazônia pós Segunda Guerra Mundial
de projetos de integração, mineradoras, garimpo, agronegócio e tensões pelo acesso à terra
que ocorrem no interior desses megaprojetos mobilizações de grupos sociais objetivando
assegurar direitos pelo uso e ocupação de seus espaços socialmente produzidos, enraizados,
forma essa de ser e estar no tempo, logo, nesses pensamentos utópicos reside a necessidade da
luta pelo (re)territorializar-se (HARRIS, 2006; HARVEY, 2006).
A discussão acima comentada discorre sobre o processo de ocupação da Amazônia,
mais ainda, pelo que se produziu no espaço – os arranjos espaciais – e como a manutenção
desses espaços reverbera na preservação das territorialidades (MOREIRA,1982). Para isso,
precisaremos recorrer ao cerne ao cerne da discussão territorial na Geografia, analisando
manifestações humanas sobre o espaço à luz de tempos e espaços como fatores elementares
na elucidação da questão.
Como advertimos anteriormente, para a formação territorial concreta é necessário o
uso da força, da coesão no discurso, ou melhor dizendo, das relações de poder. Revisitando
Foucault (2005), ao longo de sua carreira enquanto filósofo contribuiu para o entendimento
das interfaces que compõem o poder, ou as microfísicas do poder, manifestada nas interações
cotidianas, entre sujeitos, instituições econômicas, jurídicas, ou na dimensão política
representada pelo Estado. O espaço enquanto resultado das relações sociais passa de natureza
imóvel (natural) a um espaço produzido pelo trabalho social, nesse sentido, ganha escopo de
território (MOREIRA, 1982). Isto é, a coesão territorial advém da produção de discursos de
afinidade, materializando organizações de interesses comuns, modelando e remodelando o
espaço, assim como, as territorialidades.
Durante o movimento de renovação dos estudos geográficos, buscou-se distanciar de
conceitos que transfigurassem o caráter científico de uma Geografia até então marcada pelos
trabalhos de Ratzel e La Blach, dos quais defendiam a ideia de territórios imóveis, ora
respondido pelo determinismo geográfico, ora pelo possibilismo. No geral, o interesse em
compreender o dinamismo das relações tanto sociais quanto territoriais valiam-se
exclusivamente do estudo da descrição, derivando concepções de síntese, pontes para a
compreensão dos processos, embora faltasse bases para a elucidação da totalidade social.
Através dos trabalhos de Raffestin (1993) a noção de mobilidade e fluidez passou a
incorporar analises circunscritas aos estudos territoriais, criando um campo complexo de
estudos que evidenciavam diferentes formas de olhar e pensar as relações no espaço
geográfico. Era dado o início, no final do século XX, das possibilidades de se construir uma
Geografia transdisciplinar, ensejando em interpretações aguçadas sobre diferentes
manifestações e territorialidades. Conceber analises acerca da produção do espaço a partir das
paisagens vistas e não vistas contribuíram na formação do campo teórico dentro da ciência
geográfica, buscando minimizar tensões e distanciamentos entre correntes de pensamento e
abordagens metodológicas. Isso significa dizer que a Geografia, desde então, dedicou-se a
maiores aprofundamentos nos estudos correlacionados aos campos político, econômico e
social, empreendendo “os seres da nossa espécie” e suas manifestações territoriais fixas,
móveis ou utópicas (HARVEY, 2006, p. 271).
Nesse sentido, alguns trabalhos tornaram-se pertinentes a pesquisas geográficas sobre
o estudo das territorialidades, evidentemente que por questões divergentes nos métodos
científicos concernentes aos padrões da ciência cartesiana, muitos trabalhos foram/são
invisibilizados, o que em certa medida tanto dificulta quanto contradiz o ideário de
compreensão da totalidade, cada vez mais desprendida da análise minuciosa das partes que
envolvem e respondem ao todo. Assim sendo, para Souza (1995) pensa territórios como parte
integrante em toda espacialidade social, significa dizer que o território pressupõe a existência
de um espaço primeiro, apropriado por grupos de forma contínua ou esporádica, construída e
descontruída. No que tange as influencias que permeiam a constituição das territorialidades,
Corrêa (1999) e Souza (1995) trazem à tona o papel dos atores sociais e as diferentes formas
de uso e ocupação do espaço sob diferentes interesses, sendo estes individuais ou coletivos,
em certa medida, permitindo a existência de uma coesão espacial e territorial.
Nas sociedades essencialmente capitalistas e integradas por intermédio da
globalização, a presença do Estado representa o mais forte modelo de planejamento e
ordenamento territorial à luz de interesses específicos, notadamente alinhados a políticas de
governos neoliberais e imperialistas, representando ameaças a territorialidades tradicionais,
cuja ocupação está assentada em áreas de valorização mercadológica em virtude dos bens que
podem ser extraídos ou produzidos nesses espaços. Logo, torna-se importante admitir a
preexistência de um planejamento territorial orientado, cujo papel do mercado financeiro
instrumentaliza a violência repressiva do Estado, uma vez que “a liberdade do mercado
precisa ser garantida por leis nas instâncias jurídicas, uso da autoridade, força e violência
(HARVEY, 2006, p. 234).
Marcelo Lopes de Souza (1995) ao discorrer sobre os espaços de poder imbricados na
produção de territórios apresenta três elementos dialéticos e de interesses contraditórios a
partir das relações de poder: espaço, ator(es) e poder(es). Segundo o autor, o(s) ator(es) atuam
como instâncias sociais [individual ou coletiva] sobre um arranjo espacial demonstrando
controle sobre o mesmo (poder). Contribuindo a essa intepretação, Zibechi (2015) vai discutir
as dimensões territoriais a partir da visão sistêmica das microrrelações de poder, constituindo
espaços socialmente produzidos e habitados. Para a autora, diante da complexidade das
relações que coexistem em determinado espaço, tornam-se determinante para o surgimento de
conflitos de interesses em diferentes graus, possibilitando organização social de diferentes
sujeitos, assim como a empresarial, industrial, latifundiária, etc. Associações, Instituições de
Classe, apoio político ou as conhecidas “bancadas ruralistas” são bons exemplos dessa
organização. Em seguida, afirma que diferentes elementos em sobreposição uns aos outros
potencializam discursos e representações identitárias, em contrapartida, movimentos
dissidentes se reagrupam em oposição a primeira organização territorial por via da
homogeneização dos interesses comuns, questões identitárias e contestação a lógica
preestabelecida, propondo, nesse sentido, rupturas e reconstruções territoriais, emergindo,
assim, novas territorialidades.
David Harvey (2006) descrevendo os espaços utópicos como espaços de esperança,
acabou por oferecer novos olhares para as relações essencialmente voltadas a produção do
espaço urbano, no entanto, via de regra, não se atendo apenas a estes campos de discussão. Na
visão de “si e do outro” o autor descreveu a simbiose entre os indivíduos e o meio vivido,
experienciado em suas cosmologias (p. 272). Diferentemente de uma visão mais abrangente
apenas das relações materialistas contextualizadas em trabalhos de cunho marxista, a
produção de territorialidades reúne critérios específicos empregados no espaço, tais como a
identidade definida ou redefinida com o lugar, todavia, fazendo-se necessário abstrações das
espaço-temporalidades que elucidarão a natureza dos processos. Por fim, retratou formas
altruístas embutidas na consolidação dessas ocupações por meio da cooperação mútua,
embora afirme que uma vez dada a cooperação, busca-se determinada organização territorial
para que se tenham distribuição de poderes (HARVEY, 2006).
Como vimos nessa tentativa de esboçar transformações espaciais em territorialidades,
mais ainda, dissecar as relações que envolvem a mobilização de capital e pessoas, voltamos a
escala cíclica das relações genuinamente de poder. Afinal, nas relações humanas o poder se
manifesta sob diferentes papeis. Talvez caiba a nós, geógrafos, compreendermos mais
atentamente a dimensão dessas e outras formas de assumir/ter poder, sem a presunção de
generalidades ou torna-las verdades absolutas, isso porque novos territórios resultam do
descontentamento de um sistema de opressão. Assim foi na Amazônia indígena, nos
mocambos reunindo ex-escravos africanos instituindo territórios quilombolas ou nas
ocupações ribeirinhas nas várzeas, foco de discussão desse artigo.
Ao longo dos anos estes acordos passaram a ser discutidos de maneira mais efetiva
pelo estado brasileiro, à medida em que discussões ambientais ganhavam organicidade e,
consequentemente, maiores cobranças internacionais pela aplicação de políticas ambientais
eficientes, delineando marcos decisórios na constituição de acordos de pesca como uma
medida lícita sobre o lugar de vivências e reprodução social. Em escala internacional, tais
ganharam materialidade a partir da criação da União para a Conservação da Natureza –
UICN, em 1980, passando a compor o Relatório “Nosso Futuro Comum” da Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1986, e em caráter normativo por
via da Agenda 21, ocorrida em 1992 (ARRAES, et al., 2006).
PRIMEIROS ACORDOS DE PESCA E SEUS DESDOBRAMENTOS HISTÓRICOS
Os acordos de pesca firmados na amazônia a partir da década de 1960 possuem
influência direta de acordos firmados na Europa, e que estão intrinsecamente ligadas as
primeiras cooperativas onde os camponeses levados por um momento de crise e por uma
transição no modo de vida onde a maioria saia dos campos e rumava para as cidades. Diante
da escassez no campo, impedindo a reprodução do modo de vida, tornou-se comum a
proletarização coercitiva de pescadores que passavam a ocupar espaços portuários como o
de Hull, na Inglaterra, no século XIX, ou aqueles que residiam em barcos ancorando em
diversos portos pela Europa objetivando engajar-se como tripulantes na pesca oceânica
(DIEGUES, 1983).
Segundo DIEGUES, a exploração cada vez mais intensiva e predatória levou a
diversos acordos de pescas buscando estabelecer a proteção e até mesmo a limitação das
espécies para que assim assegurassem os estoques e os objetivos de produção.
Em 1902, foi criado o Conselho Internacional para a Exploração do Mar e, em 1949,
o Conselho Geral de Pesca no Mediterrâneo, com sede em Roma. Convenções
específicas foram assinadas para a proteção de espécies, como, por exemplo, a
Convenção de Londres, em 1946, com a finalidade de impedir a sobrepesca de
espécies como o arrenque, o bacalhau, etc., no Mar do Norte. Na base dos estudos
biológicos, foram adotadas inúmeras disposições controlando o tamanho da malha, o
tamanho do peixe a ser comercializado, etc. (DIEGUES, 1983, pg. 62).
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 4. ed. São Paulo: Ática, 1999.
HARRIS, Mark. Presente ambivalente: uma maneira amazônica de estar no tempo. In:
Cristina Adams., Rui Murrieta., & Walter Neves. (Orgs.), Sociedades Caboclas
Amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Anablume, 2006, pp. 81-108.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder.8 ed. São Paulo: Editora Graal, 2005.
FREITAS PINTO, Renan. A viagem das ideias. Estudos Avançados, v. 19, nº 53, 2005.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/93ScQvKBxmqZsLj7dhprYXJ/?
format=pdf&lang=pt. Acesso: 03/07/2022).
HARVEY, David. Espaços de Esperança. 2 ed. São Paulo: Editora Loyola, 2006.
KOSIK, Karel (1926). Dialética do concreto. Trad. Neves, Célia e TORÍBIO, Alderico, 2.
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MARX, Karl [1867]. O capital: crítica da economia política: Livro I; Tradução Reginaldo
Sant’Anna. – 33ª ed. v.1.– Rio de Janeiro: Civilização, Brasileira, 2014.
SOUZA, Marcelo José Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e
desenvolvimento. In: Geografia: conceitos e temas. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, v. 353, p.
77-116, 1995.