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09/10/2023, 06:57 Imagens duma Amazônia em mutações, trabalhos de campo em geografia humana

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Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia

60 | 2023
Número 60
Crónica de campo

Imagens duma Amazônia em mutações,


trabalhos de campo em geografia
humana
Images d'une Amazonie en mutation, travail de terrain en géographie humaine

Images of a changing Amazon, fieldwork in human geography

Ana Beatriz Castro de Jesus e Thiago Oliveira Neto


https://doi.org/10.4000/confins.53134

Resumos
Português English Français
Este texto tem como objetivo destacar as diferentes Amazônias que foram observadas em duas práticas de campo
realizadas com os estudantes do curso de graduação em geografia da Universidade Federal do Amazonas-UFAM, campus
Manaus. Em cada atividade de campo, identificou-se diversas espacialidades e transformações em marcha com a
expansão de atividades econômicas como a exploração de gás natural e os novos portos privados no recorte espacial
Manaus-Silves/Itapiranga e Manaus-Itacoatiara.

This text aims to highlight the different Amazonias observed in two field practices carried out with students from the
undergraduate course in geography at the Federal University of Amazonas-UFAM Manaus campus. In each field activity,
several spatialities and transformations were identified such as the expansion of economic activities, the exploration of
natural gas and the new private ports between Manaus-Silves/Itapiranga and Manaus-Itacoatiara.

Ce texte vise à mettre en évidence les différentes Amazones qui ont été observées lors de deux stages de terrain réalisés
avec des étudiants de premier cycle de l'Université fédérale d'Amazonas-UFAM, campus de Manaus. Dans chaque activité
de terrain, il a été identifié plusieurs spatialités et transformations en cours comme l'expansion des activités
économiques, l'exploitation du gaz naturel et les nouveaux ports privés entre Manaus-Silves/Itapiranga et Manaus-
Itacoatiara.

Entradas no índice
Index de mots-clés : pratiques de terrain, transformations spatiales, ports privés, exploration gazière
Index by keywords: field practices, spatial transformations, private ports, gas explorationRésumé
Índice geográfico: Manaus, Amazonas, Amazônia
Índice de palavras-chaves: práticas de campo, transformações espaciais, porto privados, exploração de gás

Texto integral

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1 O trabalho de campo está presente desde a gênese da geografia acadêmica, com viagens e excursões para
diversos lugares com finalidades políticas diretas como conhecer o território para nele saber atuar e se
organizar, ou conhecer as diferentes espacialidades existentes e as diversas manifestações, sejam elas
econômicas, políticas ou culturais nos lugares e nas paisagens para fins de propiciar uma formação cidadã.

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2 O trabalho de campo consiste em uma importante atividade acadêmica no processo de formação intelectual
e acadêmico dos jovens estudantes universitários, principalmente dos geógrafos(as), estes passam a ter
contatos e a identificar diferentes paisagens e transformações que estão em marcha, lembrando que a
identificação com uma leitura geográfica de um dado recorte espacial, consiste em uma articulação entre os
elementos teóricos (vistos, lidos, pesquisados e trabalhados em sala) com as observações realizadas em
trabalho de campo (atividade prática e fora da sala de aula).
3 É importante destacar que as atividades de práticas de campo são instrumentos gerais relevantes, pois
contribuem na melhoria da qualidade do ensino, permitindo o reconhecimento empírico da realidade, bem
como o desenvolvimento de competências específicas para o cotidiano enquanto pesquisador, professor e
profissional e, ainda, auxilia na redução do distanciamento entre teoria trabalhada em sala de aula. A
realização das atividades práticas, no contexto particular deste texto, foram marcadas pelo deslocamento em
centenas de quilômetros, proporcionando aos estudantes observarem as diversas amazônias, assim como, a
aplicação dos elementos conceituais para compreender, analisar e até mesmo intervir1.
4 O curso de graduação em geografia da Universidade Federal do Amazonas-UFAM apresenta atividades de
prática de campo desde sua origem com o primeiro quadro de professores2, que desde a década de 1980,
realizaram importantes atividades de prática de campo, atividades3 estas que se mantém até o período atual.
Houve desde a década de 1980, diversos deslocamentos4 para os municípios amazonenses5 de Novo
Aripuanã, Nova Olinda do Norte, Urucará, Anori, Anamã, Maués, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Silves,
Itapiranga, Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru, Novo Airão e também para as cidades
roraimenses de Boa Vista, Caracaraí, Pacaraima, Bonfim e de outros países como Lethem (Guyana) e Santa
Elena de Uairén (Venezuela).
5 Nesse contexto, essa figura comentada traz alguns elementos e observações gerais de duas atividades
práticas realizadas em vários dias entre os anos de 2022 e 2023 (quadro 1), ambas as atividades foram
realizadas com aporte de recursos financeiros públicos e com o uso do ônibus da UFAM. As atividades de
prática de campo foram realizadas em conjunto entre as disciplinas de Geografia Humana da Amazônia,
ministrada pelo professor-substituto Thiago Oliveira Neto, Geografia Física da Amazônia, ministrada pelo
professor Antônio Fábio Sabbá Guimarães Vieira, com a participação de diversos monitores como o caso da
discente Ana Beatriz Castro de Jesus.

Quadro 1. Dados gerais dos trabalhos de campo.

Informações Atividade Prática I Atividade Prática II

Datas 26, 27 e 28 de agosto de 2022 23, 24, 25 e 26 de maio de 2023

Número de dias 3 4

Manaus, Rio Petro da Eva, Silves e Manaus, Rio Preto da Eva, Novo Remanso e
Percurso
Itapiranga Itacoatiara

Distância percorrida 760 km 710 km

Quantidade de
30 29
estudantes

Quantidade de
3 7
monitores

Quantidade de
2 1
estagiários

Percurso fluvial 1 (balsa) 2 (barco e voadeira)

Veículo Ônibus da Ufam Ônibus da Ufam

Dados dos trabalhos de campo.

6 Nos percursos realizados em ambas as atividades, foram identificadas várias dinâmicas espaciais e
processuais, contudo, selecionamos algumas e estas foram agrupadas em duas partes: i) no que se refere à
atividade realizada em direção aos municípios de Silves e de Itapiranga, pois são dois municípios que
apresentam um enorme projeto de exploração de gás natural em andamento, acarretando mudanças
espaciais, algo importante para ser observado e compreendido pelos estudantes; ii) quanto a atividade que
teve dentre as diversas finalidades, levar os estudantes a compreenderem as multiespacialidades da
Amazônia, ou pelo menos, de uma parte da Amazônia, com destaque para as diversas infraestruturas
portuárias estabelecidas no município de Itacoatiara.
7 No âmbito de organização, devemos destacar que os trabalhos de campo foram estruturados em algumas
partes: i) organização do projeto e da documentação para fins de obter recursos e seguro de vida para os
estudantes e demais pessoas vinculadas; ii) realização de pré-campo para verificar os locais seguros para
levar os estudantes, assim como, realizar a reserva dos locais de pernoites e de restaurantes; iii) por fim,
realização da atividade com colaboração de uma equipe diversificada que envolveu professores, estagiários da
pós-graduação (mestrandos ou doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFAM) e
monitores (estudantes da graduação que já cursaram a disciplina em outro momento).
8 Os eixos rodoviários percorridos foram AM-010, AM-330 e AM-363, passando pelas cidades de Rio Preto
da Eva, Itacoatiara (e seus distritos de Novo Remanso e Lindóia), Silves e Itapiranga. Os diversos lugares
visitados em terra firme e na várzea constituem-se em verdadeiros laboratórios para investigação no âmbito

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geográfico, principalmente com as dinâmicas espaciais e as novas configurações que estão sendo
redesenhadas com os projetos de exploração de gás natural, construção de novas termelétricas a gás natural,
linhas de transmissão entre os municípios e novos portos privados.
9 As descrições e as imagens presentes neste trabalho são de uma estudante e de um docente, logo as
impressões apresentam marcas dessas duas percepções, descrições e reflexões do processo de organização e
principalmente das atividades de campo.

Prática I: Manaus, Rio Preto da Eva, Silves e


Itacoatiara: a rota do gás natural.
10 A escolha dos lugares para atividade de campo é o primeiro ato de preparação e de organização, pois a
escolha não é aleatória, ocorre mediante as leituras prévias e a realização de pré-campo. Nesse sentido,
podemos pontuar que a escolha do percurso e dos lugares de parada foram previamente definidos com base
na existência de dinâmicas de ocupação, novos projetos econômicos, pequenas cidades de origem ribeirinha e
eventos geodinâmicos.
11 No percurso inicial entre as cidades de Manaus e de Rio Preto da Eva, identifica-se alguns elementos
importantes como a expansão urbana e industrial que se estende ao longo da rodovia AM-010, bem como a
presença de sítios com a produção de hortifrutis que abastecem as feiras e mercados da cidade de Manaus.
Rio Preto da Eva apresenta um importante balneário no rio do mesmo nome da cidade. Esse espaço, assim
como tantos outros que tem na Amazônia, constituem em recortes que apresentam significados nas tradições
amazônicas (NOGUEIRA, 2021).
12 A cidade de Rio Preto da Eva (fig. 1) apresenta uma dinâmica de circulação centrada majoritariamente na
circulação rodoviária com o transporte de cargas e de passageiros para as cidades de Manaus e/ou
Itacoatiara.
13 A cidade de Rio Preto da Eva constitui-se em uma das poucas cidades amazonenses que apresentam suas
dinâmicas de circulação centradas na fluidez propiciada por uma rodovia. Apresentando deslocamentos
constantes e sendo um importante ponto de passagem no percurso regional Manaus-Itacoatiara.

Figura 1. Cidade de Rio Preto da Eva:

Imagens dos autores em 27/08/2022.

14 a) vista de uma parte da cidade; b) balneário principal; c) mirante com uma estátua representando o
Cristo.
15 A rodovia estadual entre as cidades de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara apresenta um intenso
processo de modernização com obras de restauração da rodovia (fig. 2), com aproximadamente 80 km
recuperados de um total de 250 km. Essa modernização com alargamento da rodovia ocorre em período que
novos empreendimentos estão em andamento, nesse contexto, a modernização em andamento está voltada
para fins de assegurar uma fluidez contínua aos deslocamentos de cargas como gás natural, insumos
agrícolas e demais mercadorias que circulam pelo eixo regional6.

Figura 2. Modernização da rodovia AM-010

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a) rodovia com pavimentação antiga; b) trechos em obras de terraplanagem para o alargamento; c) trecho em obras com a passagem
de carreta transportando Gás Natural Liquefeito de Silves (AM) para Boa Vista (RR); d) trecho recém pavimentado.
Imagens dos autores em 27/08/2022.
16 O percurso entre Rio Preto e as cidades de Silves e de Itapiranga é realizado pela rodovia AM-010 até o
quilômetro 230, a partir daí adentra-se na rodovia AM-363 que possibilita acesso às cidades de Silves e de
Itapiranga. Os percursos que se compreendem pelas rodovias AM-363 e AM-330 encontram-se asfaltados
desde 2009.
17 A construção e modernização de rodovias ocasiona alterações nos percursos com a realização de aterros,
construção de manilhas, pontes e cortes nas colinas e taludes, deixando exposto os horizontes do solo,
evidências geológicas e geomorfológicas importantes para as diferentes pesquisas acadêmicas. Nesse sentido,
no percurso para a Itapiranga identificou-se a presença de stone lines (linhas de pedras) e de obras de
contenção e de proteção de taludes (fig. 3).

Figura 3. Corte em talude na rodovia AM-330 e AM-363.

Imagens dos autores em 27/08/2022.

18 A rodovia AM-330, com apenas 16 km, interliga a rodovia AM-363 com o rio Urubu e possibilita acesso à
cidade de Silves. Ao longo da rodovia AM-330 (fig. 4) localiza-se o projeto de exploração e de tratamento de
gás natural da empresa ENEVA, com funcionamento iniciado em maio de 2021, com um circuito espacial
constituído pela extração do gás natural, realização de tratamento para retirar impurezas e transformação em
Gás Natural Liquefeito-GNL, transportado em 20 viagens diárias de carretas para a planta térmica de nome
Jaguatirica II, com capacidade de geração de mais de 117 MW de eletricidade, estando situada no município
roraimense de Boa Vista.
19 Próximo da área industrial de exploração de gás natural, identificou-se uma área de passivo ambiental com
a presença de lama e árvores secas.

Figura 4. Caminho para a área de exploração de gás natural

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a) rodovia AM-330; b) planta de exploração e de processamento de Gás Natural pela Eneva; c) estudantes em trabalho de campo; d)
passivo ambiental próximo a área de exploração de gás.
Imagens dos autores em 28/08/2022.
20 Ainda na rodovia AM-330, identificou-se a presença de feições erosivas7 e uma delas fez parte do roteiro de
parada para análise e observação por parte dos estudantes (fig. 5).

Figura 5. Voçorocas

a) cabeceira da voçoroca; b) feição; c) área com indícios que passou por intervenções para estabilizar; d) lençol freático.
Imagens dos autores em 28/08/2022.

21 No final da rodovia AM-330, nas margens do rio Urubu, não foi construída nenhuma ponte, contribuindo
para existência de uma descontinuidade espacial da infraestrutura rodoviária, para fins de continuar a
viagem até a cidade de Silves, realizou-se a travessia do rio em uma balsa com o ônibus da instituição e os
estudantes (fig.6).

Figura 6. Travessia do rio Urubu para cidade de Silves

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Imagens dos autores em 28/08/2022.


22 As cidades de Silves (denominada inicialmente de Ilha de Saracá) e de Itapiranga apresentam diferentes
espacialidades (fig. 7 e 8) com ocupações na orla e nas áreas mais altas da ilha. Na orla, identificam-se
diferentes elementos de uma paisagem urbana com traços de diferentes temporalidades e religiosidades.

Figura 7. Cidade de Silves:

a) vista da cidade para o rio; b) praça central.


Imagens dos autores em 27/08/2022.

23 Na cidade de Itapiranga encontra-se o Espaço de Oração Nossa Sra. do Rosário (também chamado de
Santuário de Itapiranga), um local destinado à proclamação da fé e que promove atividades religiosas à Nossa
Senhora do Rosário (fig. 8). Esse espaço foi idealizado após a aparição da Virgem Maria a Edson Glauber
(fundador do santuário) e posteriormente a sua mãe Maria do Carmo, onde segundo relatos operou milagres
que pareciam impossíveis, assim, eles passaram a se dedicar à santa. Sua primeira aparição foi em 30 de abril
de 1994. O evento religioso altera toda a dinâmica da cidade, chegando dezenas de ônibus, vans e demais
veículos com pessoas de vários locais, dinamizando a economia dos circuitos de hotelaria e de
comercialização de refeições.

Figura 8. Santuário religioso na cidade de Itapiranga

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Imagens dos autores em 27/08/2022.


24 Na atividade de campo, os estudantes puderam conhecer os centros de ambas as cidades. Cada cidade
apresenta espacialidades distintas, com cada rua com construções e formas espaciais diversas, ficando na
memória dos participantes das práticas de campo.
25 A finalização desse trabalho de campo ocorreu com mais de 700 quilômetros percorridos em três dias de
atividades.

Prática II: Manaus, Rio Preto da Eva, distrito de


Novo Remanso e Itacoatiara: modernização e
novos portos
26 Menos de nove meses depois, realizou-se uma segunda atividade campo ao longo do percurso da rodovia
AM-010, mas com objetivos e com pontos de paradas para observações e explorações distintos, pois focamos
nesse campo no processo de ocupação, dinâmicas geomorfológicas e a presença de grande objetos técnicos
instalados, a exemplo dos portos no município de Itacoatiara.
27 A concentração de infraestruturas portuárias (dois pequenos portos do DNIT, um porto fixo e outro
flutuante da Hermasa, um porto da Equador, um complexo portuário em construção do grupo Simões)
chamou atenção desde o início da organização do campo, pois diversas infraestruturas portuárias foram
sendo instaladas no município desde 1995.
28 Nesse sentido, Théry (2005) afirmou que a Amazônia ganhou centralidade no âmbito sul-americano com a
convergência de fluxos atrelado aos diversos investimentos que foram realizados desde o final da década de
1990, e nas primeiras décadas do século XXI, para consolidar as rodovias existentes e tornar rios em
hidrovias para o transporte de cargas. No ano de 2023, os estudantes de graduação visualizaram indícios
dessa centralidade dos fluxos com a observação dos portos graneleiros no eixo Manaus-Itacoatiara, com a
existência do novíssimo porto graneleiro do grupo Simões no distrito de Novo Remanso e o porto da
Hermasa que opera desde 1997.
29 A rodovia percorrida em toda sua extensão foi a Manaus-Itacoatiara, construída entre 1955 e 1965,
asfaltada entre 1971 e 1979 e em processo de modernização a partir de 2021. Essa rodovia apresenta 250 km e
é caracterizada por diversas curvas, isso ocorre, pois o traçado de parte do percurso foi construído seguindo
cotas altimétricas próximas e entrecortando os divisores de água dos rios Urubu e Preto (fig. 9).

Figura 9. Modelo digital de elevação do percurso da rodovia AM-010.

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Elaboração: Douglas Damasceno de Jesus.


30 Ao longo do percurso cruza-se duas vezes o rio Urubu (fig. 10).

Figura 10. Ponte e rio Urubu

Imagens dos autores em 23/05/2023.

31 Seguindo o percurso em direção ao distrito de Novo Remanso, identificou-se uma das usinas de asfalto que
produz o material para a modernização da rodovia (fig. 11). Menos de dois quilômetros dessa usina, encontra-
se um depósito de areias nas margens do igarapé do Peréua.

Figura 11. Usina de asfalto

Imagem de Ana Beatriz Castro de Jesus em 23/05/2023.

32 No distrito de Novo Remanso, identificou-se a presença de um porto graneleiro construído recentemente e


que é responsável pelo transporte de grãos oriundos de percursos: Roraima-Manaus-Novo Remanso; Mato
Grosso/Rondônia-Porto Velho-Novo Remanso; Mato Grosso-Humaitá-Novo Remanso; Mato Grosso-
Itaituba-Novo Remanso.
33 O porto mencionado foi instalado em Novo Remanso e corresponde em mais um nó logístico intermodal na
Amazônia, fazendo parte de uma estratégia empresarial voltada para receber grãos oriundos das regiões
produtivas agrícolas dos estados do Mato Grosso, Rondônia, Roraima e do Sul do Amazonas (fig.12).

Figura 12. Porto de Novo Remanso

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Imagens dos autores em 23/05/2023.


34 Outro porto que foi observado está situado na cidade de Itacoatiara, pertencente ao grupo Amaggi, tal
infraestrutura foi inaugurada em 1997, com a denominação de porto da Hermasa, responsável pela
complementação do arranjo logístico formado pelos deslocamentos rodoviários entre Mato Grosso e
Rondônia, com transbordo de grãos para balsas que por sua vez, transportam grãos até o porto da Hermasa,
local onde é realizado o transbordo dos grãos para os navios de circulação internacional. Vale mencionar que
na área portuária privada ainda ocorre o armazenamento, processamento de farelo de soja em óleo e em
ração e a operação de uma pequena usina termelétrica movida por biomassa para abastecer os equipamentos
da indústria e do porto.
35 Além do porto mencionado, houve o deslocamento dos estudantes até o Quilombo Sagrado Coração de
Jesus do Lago de Serpa8 (fig. 13 e 14), situado no município de Itacoatiara. Foi possível identificar e
compreender que atualmente o território desse grupo social corresponde a um território de resistência aos
avanços do mercado imobiliário, com promotores imobiliários que buscam se apropriar das terras do
quilombo para fins de instalar produtos imobiliários e flutuantes para fins turísticos e particulares.

Figura 13. Lago do Serpa

a) estudantes próximo do lago; b) castanhais; c) vista do lago.


Imagens dos autores em 25/05/2023.

Figura 14. Área de embarque e de desembarque do transporte fluvial local do lago de Serpa.

Imagem da Ana Beatriz Castro de Jesus em 25/05/2023.

36 Durante o trabalho de campo foram realizadas diversas observações e comentários sobre a orla da cidade
de Itacoatiara. Uma dos comentários foi referente ao rio Amazonas, este consiste no principal canal de

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navegação da Amazônia brasileira, existindo fluxos diversos que foram identificados da seguinte maneira: i)
transporte de pessoas em pequenas embarcações como lanchas entre as vilas, distritos e cidades, deslocando
em menor tempo que os barcos regionais (DAVID, 2011); ii) transporte de pessoas e de cargas em
embarcações regionais, constituindo na configuração do transporte misto, aspecto já mencionado por
Nogueira (1994); iii) transporte de cargas em balsas tanqueiras (transporte de derivados de petróleo),
mineraleira (transporte de fertilizantes e minérios), graneleiras (transporte de grãos como soja e milho) e a
modalidade rô-rô caboclo (transportar caminhões e carretas em cima da balsa); iv) navios na modalidade de
transporte de grãos, derivados de petróleo e containers.
37 Apesar da existência de portos voltados à circulação dos circuitos espaciais globais de commodities
agrícolas e de derivados de petróleo, menciona-se que existem também portos que atendem a circulação
regional e local de passageiros e de cargas transportadas em lanchas e em embarcações regionais (fig.15).

Figura 15. Transporte fluvial

a) barco regional do transporte de passageiros e cargas; b) barco regional aproximando do pequeno porto; c) pessoas olhando a
passagem do navio com contêineres em direção a cidade de Manaus.
Imagens dos autores em 25/05/2023.

38 As cidades amazônicas com seus diversos sítios urbanos apresentam diferentes formas espaciais oriundas
de momentos históricos específicos, divisões do trabalho e as regras e normas da arquitetura de um período.
Essas formas espaciais diversas correspondem a "memória da cidade”9. Na cidade de Itacoatiara nota-se a
presença de formas espaciais, verdadeiras rugosidades com 90 e até 120 anos, com usos diversos e alguns
abandonados, ocorrendo ainda o apagamento da memória da cidade com a destruição total dessas
construções e sua transformação em novas formas espaciais, sendo este apagamento da memória da cidade
uma ação com o objetivo de potencializar a renda e os lucros a partir daquele lugar com novos
empreendimentos.
39 Além da discussão sobre a necessidade de preservação da memória da cidade, ainda foi possível estabelecer
alguns debates com base nas observações e nas caminhadas pelo centro da cidade durante a tarde e no início
da noite, uma atividade importante no âmbito de destacar que as cidade apresentam serviços e movimentos
diferentes durante o dia e pela noite (fig. 16).

Figura 16. Centro e orla da cidade de Itacoatiara.

Imagens de Thiago O. Neto em 25/05/2023.

Breves considerações finais


40 As práticas de campo realizadas ao longo dos percursos rodoviários e fluviais são fundamentais para a
formação cidadã, principalmente para evidenciar aos estudantes que a região Amazônica está passando por
transformações espaciais, a rigor, as mudanças ocasionadas no âmbito global tem diferentes repercussões
nos lugares, com manifestações apresentando novos arranjos espaciais, novos fixos e fluxos, mudança no uso
e cobertura do solo, diferentes usos e apropriações dos recursos naturais e nos conflitos territoriais diversos.
41 Com esse panorama, as multiespacialidades da Amazônia, pretéritas ou novas, abrem um leque de
oportunidades para atividades de práticas de campo e de investigação científica, possibilitando o trabalho de

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referenciais teóricos diversos da própria geografia para analisar e compreender as dinâmicas territoriais e
geodinâmicas.
42 Ao longo dos diferentes percursos realizados em 2022 e 2023, identificou-se particularidades e os
diferentes elementos técnicos presentes nas cidades. Nesse sentido, as pequenas cidades ribeirinhas
amazônicas originárias de um longo processo de formação histórica e atrelada a rede urbana dendrítica,
possuem diversos marcos visíveis, como a orla com pequenas embarcações, casas antigas com as fachadas
voltadas para o rio, igrejas com suas torres nas proximidades do centro e da orla fluvial. As marcas do
período identificadas em trabalhos de campo estão centradas na presença de outros elementos como os
grandes projetos portuários ou de exploração de gás natural e os objetos fixos que são possíveis de serem
vistos de longe, como é o caso das torres e dos navios cargueiros.
43 As duas atividades de práticas de campo mencionadas, evidenciaram alguns aspectos importantes: i) os
estudantes participam das atividades de campo, com observações, registros e medições; ii) as atividades
reforçam as indagações “a quem interessa esses novos projetos” que estão sendo instalados na região (portos,
exploração de recursos naturais, fábricas, etc.); iii) diversos estudantes passaram a conhecer diferentes
lugares da região antes desconhecidos aos seus olhos.
44 Depois de percorrer centenas de quilômetros em ônibus, alguns quilômetros a pé e em barcos ou travessia
de rios em balsas, podemos afirmar que cada atividade prática constituiu-se em um verdadeiro ensinamento
para todos que estiveram envolvidos, repercutindo positivamente na formação dos(as) discentes,
principalmente no período pós-pandemia de Covid-19.
45 Por fim, essa imagem comentada corresponde a uma breve síntese das diferentes amazônias que foram
observadas ao longo de dois percursos de campo, atividades realizadas de maneira instigante com as turmas
do sexto período do curso de graduação em geografia da UFAM.

Agradecimentos:
46 A Universidade Federal do Amazonas pela disponibilidade de recursos para custear as práticas de campo e
pelo ônibus; a chefia e as coordenações de curso; ao secretário da graduação pelo empenho em tramitar as
informações; aos monitores e estagiários pelo apoio durante a organização e realização das atividades de pré-
campos e das práticas de campos.

Bibliografia
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SANTUÁRIO DE ITAPIRANGA. Início das aparições. Disponível em:
http://www.santuariodeitapiranga.com.br/index.php/aparicoes/o-inicio.
SILVA, Esther da Costa. História do pensamento geográfico no Amazonas: de sua gênese às bases epistemológicas.
Trabalho de Conclusão de Curso em Geografia, Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, 2022, 100f. Disponível
em:
http://repositorioinstitucional.uea.edu.br/bitstream/riuea/4409/1/Hist%C3%B3ria%20do%20pensamento%20geogr%C3%A1fico%20no%20Amazonas%2
%20de%20sua%20g%C3%AAnese%20%C3%A0s%20bases%20epistemol%C3%B3gicas.pdf
THÉRY, Hervé. Situações da Amazônia no Brasil e no continente. Estudos Avançados, v. 19, nº 53, 2005, pp. 37-49.
DOI : 10.1590/S0103-40142005000100003

Notas
1 Claval (2013) menciona que “a realidade não resulta da justaposição aleatória de dados. Ela se apresenta sob a forma
de paisagens; tem uma fisionomia de conjunto que nos convém apreender”. O mesmo autor ainda afirma que “a saída de
campo não serve apenas para recolher dados e assegurar a autenticidade factual dos ensinamentos da disciplina; ela é
também o vetor de um entendimento global que não pode ser alcançado de outra forma, o mundo é feito de
individualidades que precisamos perceber. É crucial possibilitar ao público a oportunidade de captar essas
especificidades. O texto não é suficiente para isso — a vista é indispensável para que o cenário esteja completo; aqueles
que não se deslocam precisam de um substituto dela para compreender o mundo: a imagem” (CLAVAL, 2013).
2 João Renôr Ferreira de Carvalho, Luiz Gonzaga Falcão Vasconcelos, Roberto Monteiro de Oliveira, Lígia Fonseca
Hayer, Lyres Balbi e Maria Salomé Toledano. Sobre a história do departamento de geografia ver Silva (2022).

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3 Ver o memorial de Ribeiro Filho (2020).
4 Deslocamentos realizados em ônibus da universidade ou em barco regional de recreio.
5 A cidade de Manaus não foi mencionada, porém diversos trabalhos de campo são realizados semestralmente nas
áreas centrais e periféricas, principalmente na disciplina de Geografia Urbana.
6 Em um trabalho recente os autores Oliveira Neto, Castro de Jesus e Silva (2023) discutem o processo de
modernização do território no caso da rodovia AM-010, chamando atenção que existem novos fluxos e novos projetos
econômicos entre os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Silves e Itapiranga.
7 Ver estudo de Abreu e Vieira (2019).
8 “O Quilombo Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa, em Itacoatiara-AM, foi certificado como remanescente de
quilombo pela Fundação Cultural Palmares” (IPATRIMONIO, 2023).
9 Sobre a discussão “memória da cidade” ver Abreu (1998).

Índice das ilustrações

Título Figura 1. Cidade de Rio Preto da Eva:


Créditos Imagens dos autores em 27/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-1.jpg
Ficheiro image/jpeg, 118k
Título Figura 2. Modernização da rodovia AM-010
a) rodovia com pavimentação antiga; b) trechos em obras de terraplanagem para o
Legenda alargamento; c) trecho em obras com a passagem de carreta transportando Gás Natural
Liquefeito de Silves (AM) para Boa Vista (RR); d) trecho recém pavimentado.
Créditos Imagens dos autores em 27/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-2.jpg
Ficheiro image/jpeg, 133k
Título Figura 3. Corte em talude na rodovia AM-330 e AM-363.
Créditos Imagens dos autores em 27/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-3.jpg
Ficheiro image/jpeg, 146k
Título Figura 4. Caminho para a área de exploração de gás natural

Legenda a) rodovia AM-330; b) planta de exploração e de processamento de Gás Natural pela Eneva; c)
estudantes em trabalho de campo; d) passivo ambiental próximo a área de exploração de gás.
Créditos Imagens dos autores em 28/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-4.jpg
Ficheiro image/jpeg, 157k
Título Figura 5. Voçorocas

Legenda a) cabeceira da voçoroca; b) feição; c) área com indícios que passou por intervenções para
estabilizar; d) lençol freático.
Créditos Imagens dos autores em 28/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-5.jpg
Ficheiro image/jpeg, 127k
Título Figura 6. Travessia do rio Urubu para cidade de Silves
Créditos Imagens dos autores em 28/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-6.jpg
Ficheiro image/jpeg, 120k
Título Figura 7. Cidade de Silves:
Legenda a) vista da cidade para o rio; b) praça central.
Créditos Imagens dos autores em 27/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-7.jpg
Ficheiro image/jpeg, 74k
Título Figura 8. Santuário religioso na cidade de Itapiranga
Créditos Imagens dos autores em 27/08/2022.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-8.jpg
Ficheiro image/jpeg, 89k
Título Figura 9. Modelo digital de elevação do percurso da rodovia AM-010.
Créditos Elaboração: Douglas Damasceno de Jesus.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-9.jpg
Ficheiro image/jpeg, 617k
Título Figura 10. Ponte e rio Urubu
Créditos Imagens dos autores em 23/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-10.jpg
Ficheiro image/jpeg, 101k
Título Figura 11. Usina de asfalto
Créditos Imagem de Ana Beatriz Castro de Jesus em 23/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-11.jpg

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09/10/2023, 06:57 Imagens duma Amazônia em mutações, trabalhos de campo em geografia humana
Ficheiro image/jpeg, 56k
Título Figura 12. Porto de Novo Remanso
Créditos Imagens dos autores em 23/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-12.jpg
Ficheiro image/jpeg, 100k
Título Figura 13. Lago do Serpa
Legenda a) estudantes próximo do lago; b) castanhais; c) vista do lago.
Créditos Imagens dos autores em 25/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-13.jpg
Ficheiro image/jpeg, 109k
Título Figura 14. Área de embarque e de desembarque do transporte fluvial local do lago de Serpa.
Créditos Imagem da Ana Beatriz Castro de Jesus em 25/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-14.png
Ficheiro image/png, 1,5M
Título Figura 15. Transporte fluvial
a) barco regional do transporte de passageiros e cargas; b) barco regional aproximando do
Legenda pequeno porto; c) pessoas olhando a passagem do navio com contêineres em direção a cidade
de Manaus.
Créditos Imagens dos autores em 25/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-15.jpg
Ficheiro image/jpeg, 124k
Título Figura 16. Centro e orla da cidade de Itacoatiara.
Créditos Imagens de Thiago O. Neto em 25/05/2023.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/53134/img-16.jpg
Ficheiro image/jpeg, 87k

Para citar este artigo


Referência eletrónica
Ana Beatriz Castro de Jesus e Thiago Oliveira Neto, «Imagens duma Amazônia em mutações, trabalhos de campo em
geografia humana», Confins [Online], 60 | 2023, posto online no dia 07 outubro 2023, consultado o 09 outubro 2023.
URL: http://journals.openedition.org/confins/53134; DOI: https://doi.org/10.4000/confins.53134

Autores
Ana Beatriz Castro de Jesus
Discente finalista do curso de graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM,
voluntária na Iniciação Científica, castrob491@gmail.com

Thiago Oliveira Neto


Professor-substituto da Universidade Federal do Amazonas-UFAM, doutorando na Universidade de São Paulo-USP,
thiagoton91@live.com

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