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Língua Portuguesa

Professora Rita de Cássia


Literatura
PROSA CONTEMPORÂNEA
A PROSA CONTEMPORÂNEA
• 1.CARACTERÍSTICAS
 A partir de 1945, a narrativa brasileira inicia um processo de renovação. A
produção em prosa é vasta, numerosos são os nomes que promovem a
ficção nacional.
A literatura da atualidade apresenta várias tendências, dificultando uma
esquematização. O romance e o conto apresentam a linha de introspecção
e sondagem subjetiva. Em linhas gerais, a prosa contemporânea apresenta
as seguintes características:
. O enredo tem importância secundária, pois o que interessa é a psicologia
dos personagens.
. Predominância do tempo psicológico.
. Interessam as características psicológicas da personagem e não as
físicas. A literatura não tem compromisso com a “realidade real”.

. A prosa urbana enfoca o conflito do


indivíduo perante a sociedade.
2.TENDÊNCIAS
• 1-Prosa regionalista: focaliza o meio e o
homem rural brasileiro. (Luiz Antônio de Assis
Brasil)
• 2-Prosa política: denuncia a violência política
a que o país foi submetido após a Revolução
de 30. (Josué Guimarães)
• 3-Realismo fantástico: são situações absurdas
que fundem real e irreal. A origem dessa
tendência está no Surrealismo. Essas situações
servem como metáfora da realidade.(Mocyr
Scliar, João Guimarães Rosa)
• 4-Prosa urbana: denuncia a solidão, a
marginalização e a violência nos grandes
centros. (Rubem Fonseca, Dalton Trevisan)
• 5-Prosa intimista: obras de sondagem psicológica.
São personagens mergulhadas em si mesmas
através das quais o autor  vasculha  interior do ser
humano. (Lia Luft, Clarice Lispector)
• 6-Romance  reportagem: essa tendência, também
chamada Jornalismo Literário, é chamada assim
porque seus adeptos são jornalistas que se
tornaram escritores. Por isso, sua linguagem é
objetiva, crua, e os temas     giram em torno de
denúncia da corrupção, da imoralidade, da
marginalidade. (Rubem Fonseca)
•  Na prosa, as últimas décadas assistiram à
consagração das narrativas curtas - a crônica e
o conto. O desenvolvimento da crônica está
intimamente ligado ao espaço aberto a esse
gênero na imprensa; hoje, não há grande
jornal ou revista de circulação nacional que
não inclua em suas páginas crônicas de
Fernando Sabino, Lourenço Diaféria, Luís
Fernando Veríssimo ou Rachel de Queiroz,
entre outros.
• Perdas irreparáveis nos últimos anos: os
cronistas Carlos Drummond de Andrade,
Rubem Braga, Paulo Mendes Campos,
Antônio Callado, Otto Lara Resende, Moacyr
Scliar linha de frente de primeiríssimo time,
que deixou de habitar as páginas de nossos
jornais. Menção especial merece Sérgio
Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que, com suas
bem-humoradas e cortantes sátiras político-
sociais, escritas na década de 60, tem servido
de mestre a muitos cronistas.
•  Por outro lado, o conto, analisado no conjunto das
produções contemporâneas, situa-se em posição
privilegiada tanto em quantidade como em
qualidade. Entre os contistas mais significativos,
citam-se Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Samuel
Rawet, Luis Fernando Veríssimo, Domingos Pellegrini
Jr., João Antônio, Lígia Fagundes Telles, Luís Vilela,
Nélida Piñon e Rubem Fonseca. Este ultimo lançou,
em 1995, o seu mais recente livro de contos: O
Buraco na Parede, coletânea de oito histórias que,
explorando técnicas modernas de narrativa, retrata
personagens que vivem alguns degraus abaixo do
Brasil oficial.
3.O  CONTO MODERNO
• A escassez de tempo e a agitação da vida moderna
fizeram da narrativa curta a leitura preferida do
grande público. Numa perspectiva bastante diferente
daquela da narrativa longa, o conto focaliza
elementos pertinentes ao ambiente e às
personagens, através de uma estrutura que reúne
tempo, espaço e ação. Nele encontramos descrição,
diálogos e personagens em maior ou menor relevo, A
ação e a atmosfera são descritas com regular
concentração e brevidade. O assunto se desenrola
dentro de um pequeno enredo, percebendo-se o
tema através de ambos.
•  A crítica moderna preocupa-se
particularmente com o conto e a sua possível
conceituação, geralmente caracterizado como
“uma obra curta de ficção em prosa”.
• Assim, o romance seria uma narrativa longa, a
novela uma narrativa média e o conto uma
narrativa curta. Na atualidade, o próprio conto
está virando “miniconto” para alguns
escritores, como Dalton Trevisan, por
exemplo.
•   Quanto aos tipos de narrativas temos:
• Narrativa tradicional - a história é narrada
segundo uma sequência temporal lógica: os
fatos se sucedem na mesma ordem em que
acontecem, o leitor vai conhecendo o assunto
pela simples leitura linear do texto.
• Narrativa moderna – a história é narrada dum
modo fragmentado, os fatos não se apresentam
na mesma ordem em que acontecem, o que
aconteceu no passado mistura-se com o que
está acontecendo no presente. Quer dizer, o
autor fica saltando no tempo, indo e vindo,
conforme o que quer contar.
• Além de fugirem da estrutura clássica de
princípio, meio e fim, os contos modernos
refletem uma atmosfera abstrata, fantástica e
mitológica, criando estruturas  narrativas
diferentes. Mas, fundamentalmente, o conto é
uma microvisão do mundo real ou imaginário
do autor.  Em nossa literatura temos
excelentes contistas, tanto na linha
tradicional, quanto na moderna.

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