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TÓPICOS DA REVISÃO

 Confluência: Jornalismo e Literatura  Hiroshima, John Hersey


 Folhetim  A forma do romane-reportagem
 Folhetim no Brasil  A Sangue Frio, Truman Capote
 Primórdios do Jornalismo Literário  Frank Sinatra has a cold, Gay Talese
 Novo Jornalismo
 Jornalismo Literário - Felipe Pena
 Estrela de sete pontas - Felipe Pena
Confluência: Jornalismo e Literatura

SÉCULOS XVIII E XIX

• Escritores de prestígio tomaram conta do jornal


• Descobriram a força do novo espaço público
• Forma privilegiada → Folhetim
FOLHETIM
1830 A 1840
• França e Inglaterra → Jornalismo popular
• Mudança do conceito de folhetim
• Nova lógica capitalista
• Plot → ponto de virada do roteiro
• Estética da redundância: estratégia folhetinesca;
telenovelas.
(...) há algumas características específicas do folhetim que
lhe garantem a exclusividade narrativa. Para começar, ele era
dirigido a um público muito vasto, de todas as
classes. Portanto, a linguagem deveria ser simples e
acessível. Além disso, para facilitar a compreensão, eram
utilizados recursos de homogeneização cultural, como
estereótipos, clichês e estratégias correlatas. Histórias de
adultérios, amores impossíveis e odisseias aventureiras
tinham como objetivo a lágrima melodramática e o riso
fácil. (PENA, 2011, p.29)
FOLHETIM NO BRASIL (XIX)
• Folhetim – confundido com crônica
• Machado de Assis – “cronista folhetinesco”
• José de Alencar – coluna: “Ao correr da pena”
romance em fascículos Cinco minutos
• Manuel Antônio de Almeida:
1852: romance Memórias de um Sargento de Milícias
no jornal Correio Mercantil
PRIMÓRDIOS DO JORNALISMO LITERÁRIO
• O JL se inspira em Daniel Defoe (1660-1731)​
• 1722: Um Diário do Ano da Peste
• Londres, 1665, 100 mil pessoas mortas​
• Esmero no registro dos fatos​
• Tabelas de números de mortos​
• Tratamento literário das cenas e uso de diálogos​
NOVO JORNALISMO
 EUA. 1960’s.
• Norman Mailer. Truman Capote. Gay Talese. Tom Wolfe.
• Segundo Tom Wolfe, em Radical Chique e o Novo Jornalismo​,
 Principais recursos literários utilizados pelo jornalismo literário:
 Construção cena a cena.​
 Diálogos​
 Ponto de vista de terceira pessoa​
 Detalhes simbólicos do indivíduo
JORNALISMO LITERÁRIO – FELIPE PENA
• Alternativa a uma lógica de futilidades e espetacularização.​
• Gênero: Jornalismo Literário​
• Sub-gêneros: Romance-reportagem.
Biografia.​
Jornalismo Gonzo.​
Novo Jornalismo.​
Crítica Literária.
ESTRELA DE SETE PONTAS
 Potencializar os recursos do Jornalismo.
 Ultrapassar os limites do cotidiano.
 Proporcionar uma visão ampla da realidade.
 Exercitar a cidadania.
 Rompe com as correntes do lead.
 Evita os definidores primários. Entrevistados de plantão.
 Perenidade: uma obra do JL não pode ser efêmera ou superficial.
HIROSHIMA
• John Hersey. The New Yorker. 1946. 31 de agosto. Um ano após a bomba.
• Realismo engajado.
• Seis personagens. Sobreviventes. Transgridem a realidade e são construídas de forma
heroica.
• No JL, não há o pacto de ficção entre autor e leitor. O autor não tem a liberdade de
criar um final.
• Linguagem telegráfica.
• Atrasos e recuos na narrativa. Clímax narrativo. Narrativa fragmentada.
• Precisão nos horários e números. Preocupação com datas.
• Último capítulo. 1985. Narrativa linear.
A forma do romance-reportagem
Edvaldo Pereira Lima:
O livro-reportagem é o veículo de comunicação
impressa não periódico que apresenta reportagens
em grau de amplitude superior ao tratamento
costumeiro nos meios de comunicação jornalística
periódicos.
Condições essenciais
• Conteúdo - corresponde ao real, ao factual. A veracidade e
a verossimilhança são fundamentais.
• Tratamento – a linguagem, a montagem e a edição do
texto apresentam-se eminentemente jornalísticas.
• Função - finalidades típicas ao jornalismo: informar,
orientar, explicar.
Segundo Edvaldo Pereira Lima,
 O livro-reportagem não apresenta periodicidade, tem quase
sempre caráter monográfico, bem como seu conceito de atualidade
deve ser compreendido sob uma ótica de maior elasticidade do que
o que se aplica às publicações periódicas.

 O livro-reportagem preenche um vazio deixado pelas publicações


periódicas. Trata-se da questão da superficialidade e do extremo
oportunismo com que se apresenta o trabalho da imprensa
cotidiana.
A SANGUE FRIO
 Truman Capote. 1966. Linha temporal: 1959 a 1964. Romance de não ficção.
 Depara-se com o assassinato em uma pequena notícia do New York Times.
 Forma do romance: insere cartas, depoimentos, parte de artigo sobre
psiquiatria. diversas observações contidas no estudo.
 DICK – racional, manipulador, ativo. na hora da morte, a sua fala é
extremamente racional, pensada e fria.
 PERRY – problemas psiquiátricos, manipulado, passivo. na hora da morte, a
sua fala é extremamente emocional, rancorosa.
 Aderência à figura de Perry.
 Humanização de Perry – a proximidade com a Sra. Meier. o esquilo Red.
 Excesso de descrições e digressões. Preocupação com os detalhes.

 Truman Capote investe na história de vida desses assassinos, como Dick e


Perry, os dois soldados, o biólogo Andrews, e revela um Estados Unidos
profundo, do interior, distante das grandes cidades. Esse aprofundamento revela
um outro lado do American Way of Life. O lado obscuro de um país cujo discurso
não dá conta desses cidadãos que fogem totalmente de um padrão, que era
seguido à risca pelos Clutter. De algum modo, o romance revela as fragilidades
dessa identidade profundamente associada ao patriotismo, ao militarismo e a
um discurso de superioridade estabelecido sobre a religião, a família e os valores
associados à meritocracia e ao esforço pessoal..
Gay Talese – Frank Sinatra has a cold
 1966. Revista Esquire. Perfil.
 Segundo Edvaldo Pereira Lima, perfil é a obra “que procura evidenciar o lado humano
de uma personalidade pública ou de uma personalidade anônima que, por algum
motivo, torna-se de interesse”.
 Narrativa curta tanto na extensão quanto no tempo de validade de algumas
informações e interpretações do repórter.
 Cinco semanas em Los Angeles. Frank Sinatra negou-se a ser entrevistado.
 Talese entrevistou mais de cem pessoas com o objetivo de entender e construir a
personagem.
 Talese torna-se confidente de seus entrevistados. Antes de Frank Sinatra está
resfriado, não se pensava ser possível escrever um perfil sem entrevistar a pessoa a
qual ele retrata. Talese não usa gravador e só realiza entrevistas face a face.
Técnicas para construção da personagem
 Ação  Flashback ou Analepse

 Descrição  Leitmotiv mnemônico

 Desenlace  Itálico

 Diálogo  Intercalações musicais

 Digressão

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