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Condição de saúde

bucal das
gestantes com
doença falciforme
Instituto Estadual de Hematologia
Arthur Siqueira Cavalcanti
Residente de Odontologia: Larissa Cristina
Teixeira Peçanha de Melo
Orientadora: Vera Lúcia Duarte da Costa
Mendes
Coorientadora: Raquel dos Santos Pinheiro
Introdução
 A doença falciforme é uma doença
genética e hereditária, predominante em
negros.

 Alteração nos glóbulos vermelhos

 Como consequência terá um paciente


com anemia hemolítica crônica e
fenômenos vaso oclusivo que podem
levar a crises dolorosas agudas e à lesão
tecidual e orgânica crônica e progressiva
(Zago, 2007)
As hemácias falciformes
contêm a hemoglobina S, que
se cristaliza na falta de
oxigênio, formando trombos
que bloqueiam o fluxo de
sangue e estes pacientes
podem apresentar crises
dolorosas intensas, inclusive
com morte súbita nos primeiros
anos de vida. (LOBO, 2004)
Objetivo Geral

 Analisar a condição de saúde bucal e associar a condição


socioeconômica de gestantes com DF matriculadas no HEMORIO.

Objetivos Específicos

 Traçar um perfil socioeconômico das gestantes com DF;


 Correlacionar história médica das pacientes com a condição
de saúde bucal.
Referencial teórico
Doença falciforme é causada por mutação genética que gera a hemoglobina S,
responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos resultando na substituição de um
ácido glutâmico por uma valina na posição 6 da cadeia beta da hemoglobina, originando
uma hemoglobina anormal, denominada Hbs.

Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo
pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme,
que poderá passar para seus descendentes, mas não a doença manifesta.

A Doença Falciforme é uma herança autossómica recessiva e apresenta duas


formas básicas, a heterozigótica (Hb AS) e a Homozigótica (Hb SS).
LOBO, 2004
Epidemiologia
Gestação na DF
 Aumento de complicações clínicas materno-fetais,
independentemente do tipo de hemoglobinopatia.

 Agravamento da doença com piora da anemia e aumento da


frequência e gravidade das crises álgicas e infecções.

 Os riscos materno-fetais incluem aumento das crises vaso-oclusivas


no pré e pós-parto, infecções do trato urinário, complicações pulmonares,
anemia, pré-eclâmpsia, partos pré-termo, restrição do crescimento
intrauterino, sofrimento fetal, além de elevação da taxa de mortalidade
perinatal.

 Acompanhamento do pré-natal deve ser diferenciado e iniciado o


mais precocemente possível. Preferencialmente, deve ser realizado em
serviço com equipe capacitada para diminuir a incidência e tratar
adequadamente as complicações e reduzir a mortalidade e morbidade
materna e perinatal
(ZANETTE, 2007).
Saúde bucal
 A saúde bucal é parte integrante da abordagem qualificada e
integral à saúde das pessoas com DF segundo as diretrizes da
Política Nacional de Atenção Integral à saúde das pessoas com DF
do Ministério da Saúde.

 Alterações no sistema estomatognático com repercussões bucais.

 Risco aumentado de ocorrência de crises álgicas e internações


hospitalares em decorrência da condição bucal precária
(LAWRANCE et al, 2013). Pela condição crônica tanto da DF
quanto de algumas doenças bucais, a presença aumentada de
mediadores inflamatórios pode potencialmente desencadear ou
agravar uma crise já existente (RADA et al, 1987; D'AIUTO et al,
2010).
Metodologia
 Tipo de estudo: estudo piloto, observacional transversal analítico.

 Local de estudo: Ambulatório de Odontologia do Hemorio, Rio de


Janeiro – RJ.

 Amostra: gestantes com DF que participam do Projeto Ceres. A


amostra foi feita por conveniência.

 Critérios de Inclusão: Gestantes com DF, com idade igual ou maior


que 16 anos, matriculadas no HEMORIO e atendidas no Projeto Ceres
e que concordaram em participar e assinar o TALE – e que os
responsáveis autorizaram a participação dos menores, após lerem e
assinarem o TCLE.

 Critérios de exclusão: Gestantes com DF, matriculadas no Hemorio,


que ao serem questionadas não aceitarem participar da pesquisa ou
cujos pais ou responsáveis legais não aceitarem autorizar a
participação na pesquisa. Pacientes que não sejam capazes de
responder aos questionamentos.
 Descrição das variáveis: A avaliação do perfil
socioeconômico foi avaliada através de
questionário específico elaborado pela
equipe de pesquisa.

 A condição de saúde bucal foi avaliada


através dos índices epidemiológicos
odontológicos CPOD e ICP.

 Todas as etapas relacionadas a aplicação dos


índices supracitados foram realizadas pelas
pesquisadores responsáveis.
 Coleta de Dados:
preenchimento do
questionário para avaliação de
perfil socioeconômico e
preenchimento das fichas
clínicas de anamnese e exame
clínico. Inicialmente, foi
realizado um estudo piloto
durante 7 dias. Nesta fase, o
examinador passou por um
processo de calibração para
execução do exame clínico,
além da observação da
aplicabilidade das fichas e
questionários.
 A coleta foi realizada no consultório
odontológico do ambulatório do HEMORIO,
equipado com cadeira e equipo
odontológico, com luz artificial, espelho
plano e sonda milimetrada IPC (ball-ended
explorer, OMS). Os dados serão processados
através do software Epi Info – versão 6.04 -,
e tabulados através do programa Excel.
Aspectos Éticos e
Legais
 Os aspectos éticos e legais
foram observados em
respeito à Resolução
466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde, que
versa sobre pesquisa com
seres humanos no Brasil,
assegurando sigilo e
dificultando identificação
dos participantes.

 Identificado algum problema


de saúde bucal a paciente
recebeu atendimento no
ambulatório de Odontologia.
RECURSOS
NECESSÁRIOS
 Materiais: Os materiais que foram
usados na pesquisa foram aqueles
já utilizados pelo setor, não
havendo qualquer ônus para o
hospital. Registra-se que a
pesquisa foi feita a partir de um
exame clínico de rotina dos
pacientes, que faz parte da rotina
de atendimento do serviço de
odontologia do Hemorio. Os
materiais que excederem a
demanda normal de material de
consumo do serviço foram
financiados pelas pesquisadoras
responsáveis.
ORÇAMENTO
Cronograma
Resultados parciais
Referências bibliográficas
 DAUPHIN-MCKENZIE, N; GILLES, JM; JACQUES, E; HARRINGTON, T. Sicklecell anemia in the female patient.
Obstetrical and Gynecological Survey, v.61, p. 343-352, 2006.
 RAPPAPORT, VJ; VELAZQUEZ, M; WILLIAMS, K. Hemoglobinopathies in pregnancy. Obstet Gynecol Clin North
Am, v.31, p. 287-317, 2004.
 ROGERS, DT; MOLOKIE, R. Sickle cell disease in pregnancy. Obstetrics Gynecology Clinics of North America,
v.37, p. 223-237, 2010.
 ZANETTE, AMD. Gravidez e contracepção na doença falciforme. Rev. Bras.Hematol. Hemoter, v.29, p. 309-312
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar e de
Urgência. Doença falciforme: saúde bucal: prevenção e cuidado / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência – Brasília : Ministério da Saúde,
2007.
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.
Manual de Educação em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Especializada. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008.
 BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de saúde bucal na doença falciforme serie A, Brasília, DF: ed. do
Ministério da Saúde, 2009.
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.
Manual de eventos agudos em doença falciforme/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.
Doença falciforme : condutas básicas para tratamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
 Brasil. Ministério da Saúde. Doença falciforme: saúde bucal: prevenção e cuidado, Brasília, DF : Ministério
da Saúde, 2014.
 ZAGO, M. A.; PINTO, A. C. S. Fisiopatologia das doenças falciformes: da mutação genética à insuficiência
de múltiplos órgãos. Rev. bras. hematol. Hemoter., v.29, n.3, p.207-214, 2007.

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