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Maria Hordinsky, MD
Department of Dermatology
University of Minnesota
É uma estrutura complexa que produz outra
estrutura igualmente complexa: a fibra capilar
Tem a capacidade única de regenerar-se
completamente (o pêlo cresce, cai e cresce
novamente)
Células importantes na formação dos folículos
pilosos e das fibras capilares incluem:
o Células-tronco da protuberância*
o Células das bainhas dérmicas
o Células da papila dérmica
o Células da extremidade (cusp cells? – células da
matriz?)
Protuberância*:
o localiza-se ao nível da insersão do músculo
eretor do pêlo
o região do folículo onde se encontram células-
tronco
o as células-tronco de ciclo lento são capazes de
iniciar a renovação folicular, no final da fase de
descanso do ciclo do pêlo
Algumas moléculas são estimuladas
positivamente, de forma seletiva, na
protuberância do folículo, na fase anágena:
o KRT15, Frizzled homolog 1, Follistatin, Dickkopf
Homolog 3, fator inibidor WNT, domínio
Pleckstrin homology-like, família A, CD146,
receptor de endotelina
O papel destas moléculas na diferenciação do
folículo e no seu ciclo está sendo investigado
As fibras capilares originam-se da matriz do
pêlo/papila dérmica e compõem-se de:
o Cutícula, córtex, medula
O folículo é circundado pela bainha radicular
externa, a qual partilha de várias
características da epiderme
Logo abaixo, encontra-se a bainha radicular
interna, separada da externa pela camada
contígua (companion layer?)
Bainha radicular interna:
o Camada da de Henle
o Camada de Huxley
o Cutícula
A cutícula da bainha radicular interna se
interdigita com a cutícula da fibra capilar
o Síndrome dos Cabelos Anágenos Frouxos:
interdigitações anormais entre as cutículas
Avanços nas pesquisas científicas demonstraram
a presença de tipos de queratina específicos
cada região do folículo:
o Par de queratina K6/K16: queratinócitos
hiperproliferativos da bainha radicular externa
o Queratina K19: protuberância
As queratinas podem ser dos Tipos I e II e têm
sido estudadas em todos os compartimentos do
folículo
Summary scheme of the expression of all hair and hair follicle-specific keratins
in the human hair follicle. K37** is found in the cortex of vellus hair and
medulla of sexual hairs. K38* is heterogeneously expressed in the cortex. The
keratin gene designations follow the new keratin nomenclature
Queratina Tipo I: 18 tipos conhecidos
o 17: epitélio
o 11: pêlo
Queratina Tipo II: 26 tipos conhecidos
o 20: epitélio
o 6: pêlo
Doenças causadoras de mutações de ambas
as queratinas (do epitélio e do pêlo) foram
descritas apenas em associação com a
queratina Tipo II
A cor do pêlo é geneticamente determinada
Ocorre pela transferência de melanossomos
(dos melanócitos da matriz) para a fibra
capilar em desenvolvimento
Atualmente, tem sido descrito um fator de
transcrição capaz de "marcar" quais células
receberão pigmento dos melanócitos,
contribuindo para a cor do pêlo
Os pêlos não crescem continuamente,
havendo alternância de fases de crescimento
e repouso, que constituem o ciclo do pêlo
Fase Anágena (ou de crescimento ativo):
o caracteriza-se por intensa atividade mitótica da
matriz
o o pêlo apresenta-se na máxima expressão
estrutural
o cerca de 90% dos folículos do couro cabeludo
estão nesta fase
o dura, em média, 3 anos
Fase Catágena (de transição)
o Os folículos regridem a 1/3 de suas dimensões
anteriores
o Interrompe-se a melanogênese na matriz e a
proliferação celular diminui até cessar
o O bulbo se reduz a uma coluna desorganizada de
células
o O pêlo fica aderido ao saco folicular por retalhos
de queratina
o Dura, em média, 2 semanas
o Representa 1-2% dos folículos
Fase Telógena (de desprendimento do pêlo)
o Folículos completamente quiescentes, reduzidos
à metade ou menos do tamanho normal
o Desvinculação completa entre a papila dérmica e
o pêlo em eliminação
o Dura cerca de 3-5 meses
o Representa cerca de 10% dos folículos
Dois outros estágios têm sido recentemente
descritos
Fase Exógena: associada com a liberação da fibra
telógena do folículo
Fase Kenogéna: diminuto tempo entre a fase
exógena e o desenvolvimento da nova fibra
anágena
Fractures of the Hair Shaft Irregularities, Coiling and Twisting of the Hair
Shaft
• Longitudinal – Trichoptilosis
• Circle hairs
• Oblique – Tapered fracture • Longitudinal ridging and grooving
• Transverse: • Monilethrix
• Trichorrhexis nodosa • Pili annulati
• Trichoschisis • Pili bifurcati and pili multigemini
• Trichoclasis • Pili torti, including Corkscrew hair and
• Trichorrhexis invaginata Menke’s disease
Extraneous Matter on Hair Shaft • Pseudopili annulati
• Bacteria – Trichomycosis • Pseudomonilethrix
axillaris • Tapered hairs
• Deposits – Lacquer, paint, • Trichonodosis
glue, etc. • Uncombable hair or pili trianguli et
canaliculi or spun glass hair
• Fungi – Tinea capitis, Piedra
• Woolly hair
• Pediculosis – Nits
• Peripilar Casts – Pseudonits
Atualmente tem sido descritas causas
genéticas para as seguintes doenças:
o Tricotiodistrofia (TTD)
o Síndrome de Netherton
o Cabelo Moniliforme (Moniletrix)
o Hipotricose Autossômica Recessiva Localizada
o Cabelo Lanoso (Woolly Hair)
Tricotiodistrofia (TTD)
o Desordem neuroectodérmica autossômica
recessiva
o Pêlos escassos, curtos e quebradiços e com baixo
teor de enxofre
o Alterações sistêmicas secundárias à déficit de
enxofre
o À microscopia ótica, os cabelos são achatados,
com fraturas em tricosquizia e de superfície
irregular
o Sob luz polarizada: padrão em "cauda" de tigre,
alternando bandas claras e escuras
Tricotiodistrofia
o É associada a mutações no gene TTDA e em 2 dos
7 genes do xeroderma pigmentoso (XP)
o Pacientes com TTD não apresentam risco
aumentado de desenvolver câncer de pele, ao
contrário daqueles com XP. Isso tem se atribuído
à:
o diferenças na função das células natural-Killer,
ativação de apoptose, expressão da molécula-1 de
adesão intracelular, e mudanças na estrutura de
proteínas
Síndrome de Netherton
o Caracteriza-se por hipotricose difusa, cabelos raros
e frágeis, associados à ictiose linear circunflexa e
atopia
o Múltiplas anormalidades na fibra capilar tem sido
relatadas nesta síndrome
o Tricorrexis invaginada: "cabelos em bambu"
o Golftee hair
o Nódulos de torção
o Tem sido associada ao cromossomo 5q 32 e a uma
mutação no gene SPINK5 → protéina LEKTI
o Mutações na LEKTI: maturação anormal de Linf. T
e defeitos na resposta Th2
Sparsity of eyebrow hairs
Late Onset
With androgen excess
Without androgen excess
Early Onset
With androgen excess
Without androgen excess
ALOPÉCIA ANDROGENÉTICA
Alopécia androgenética feminina
o quando o padrão de alopécia na mulher é
associado com hirsutismo e excesso de
androgênios, a causa mais comum é a Síndrome
dos Ovários Policísticos.
Policísticos Outras causas:
o tumores secretores de androgênios
o Síndrome de Cushing
o hiperprolactinemia
o deficiência de 21-hidroxilase
o deficiência de 11-B hidroxilase
ALOPÉCIA ANDROGENÉTICA
Tratamento
- finasterida
o Inibidor da 5α-redutase tipo II
o tem se mostrado efetiva no tratamento
tanto da queda frontal quanto do vértex na
alopécia androgenética masculina
o não tem se mostrado efetiva na alopécia de
padrão feminino que ocorre na menopausa,
tanto natural quanto cirúrgica
CATÁGENA ANORMAL
Mutações no gene da calvície levam a atriquia
generalizada
O cabelo está presente ao nascimento, mas com
o primeiro ciclo, a habilidade de formar um
folículo catágeno normal desaparece
Histologicamente, o desenvolvimento folicular é
normal, mas na catagéna a papila dérmica falha
em mover-se para cima e o ciclo cessa
ANÁGENA PROLONGADA
Com a anágena prolongada ocorre
hipertricose
Várias medicações e muitas síndromes são
associadas com hipertricose
Hipertricose Adquirida Lanuginosa:
Lanuginosa condição
adquirida generalizada, considerada como
um sinal de malignidade (neoplasia maligna)
ALOPÉCIA AREATA
Doença não-cicatricial, imuno-mediada, de
caráter genético, que ataca os folículos
pilosos anágenos em crescimento ativo
Existe atualmente drogas não aprovadas pelo
FDA para o tratamento da alopécia areata
É relativamente fácil de ser diagnosticada
quando se apresenta como áreas de alopécia
não-cicatricial ou como perda extensa dos
cabelos (alopécia total ou universal)
ALOPÉCIA AREATA
Para a doença localizada em algumas áreas,
os diagnósticos diferenciais seriam:
o tinea corporis
o hipotricose localizada
o condição autossômica recessiva, cujo defeito está na
desmogleina 4
Nos E.U.A., 50-80% dos casos são
considerados esporádicos e a doença afeta 1-
2% da população
ALOPÉCIA AREATA
Afeta todas as idades e ambos os sexos
Recentemente, relatou-se que:
o Pacientes com alopécia areata e dermatite
atópica, que apresentam mutações no gene da
filagrina, são mais propensos a apresentar formas
mais severas de alopécia areata, como a total ou
universal
É considerada uma doença auto-imune
mediada por células T, direcionada contra
células pigmentares do folículo piloso
ALOPÉCIA AREATA
Estágio agudo
o infiltrado inflamatório na região peribulbar
Estágio subagudo
o folículos anágenos diminuídos e folículos catágenos
e telógenos aumentados
Estágio crônico
o folículos terminais diminuídos e folículos
catágenos e telógenos aumentados
o Número diminuído de folículos terminais e
aumento dos folículos miniaturizados, numa
proporção de 1:1 (quando o normal é de 7:1)
ALOPÉCIA AREATA
Estágio crônico
o folículos terminais diminuídos e folículos
anágenos e telógenos aumentados
o Número aumentado de folículos terminais e
aumento dos folículos miniaturizados, numa
proporção de 1:1 (quando o normal é de 7:1)
Até recentemente, os estudos genéticos
focavam-se em associções como: alelos HLA
(gene MX1) X PTPN22 (gene que codifica a
Lymphoid Protein Tyrosin Phosphatase)
ALOPÉCIA AREATA
Estudos mais recentes têm se focado em vários
loci de provável susceptibilidade para alopécia
areata nos cromossomos 6, 10, 16 e 18
A influência genética parece ser de 55%,
havendo um grande papel dos fatores
ambientais:
o Viroses (vírus das hepatites, Varicella, Herpes
simplex virus, Cytomegalovirus)
o Drogas ; vacinações
o Estresse
ALOPÉCIA AREATA
Couro cabeludo normal: queratinócitos do
bulbo do folículo NÃO expressam antígenos
HLA I e II
Alopécia areata: queratinócitos do bulbo do
folículo expressam antígenos do HLA A, B, C e
DR
Isso leva à perda do privilégio imunulógico e à
hipótese de que há interação entre células T e
antígenos aberrantes de HLA-DR (expressos
pelos queratinócitos do folículo piloso)
ALOPÉCIA AREATA
Há mais de 1 século, sugere-se que a
alopécia areata seja mediada pelo sistema
nervoso
Apenas recentemente, com as técnicas de
imuno-histoquímica e microscopia eletrônica,
têm sido relatadas alterações na expressão
de neuropeptídeos e neurotrofinas
ALOPÉCIA AREATA – TRATAMENTO
Não há um melhor tratamento para a
alopécia areata e não há drogas aprovadas
pelo FDA para esta doença
Doença localizada
o Corticóides tópicos ou intra-lesionais
o Solução de minoxidil a 2 ou 5%
o Antralina
o Xampus contendo esteróides
o Excimer laser
ALOPÉCIA AREATA – TRATAMENTO
Doença generalizada
o Prednisona
o Minoxidil tópico
o PUVA
o Imunoterapia
o Pulso de Metilprednisolona
o UVB narrow band
o Combinação das terapias acima
ALOPÉCIA AREATA – TRATAMENTO
Tratamentos adicionais citados na literatura:
o Ciclosporina
o Tacrolimus
o Dapsona
o Sulfassalazina
o Plaquenil
o Retinóides
o Biológicos
ALOPÉCIA AREATA – TRATAMENTO
Estudos com biológicos:
o Avaliação da eficácia, segurança e tolerabilidade
de um curso de 12 semanas de Efalizumab
(Raptiva – anticorpo contra CD11a),
1mg/kg/semana x placebo, no tratamento de
pacientes com alopécia areata moderada a
severa