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GESTÃO DE TRANSPORTE

• Gestão de frota e controle de veículos

Gestão de frota e controle de veículos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
• Os veículos são elementos essenciais na gestão de transportes, por isso
conhecê-los e entender a forma correta de aplicá-los, buscando obter
resultados positivos na distribuição de bens, pessoas e produtos entre diversos
pontos é essencial para o profissional da logística.
A gestão de uma frota corresponde ao conjunto de veículos utilizados por uma
empresa, mas como compor essa frota?
Quais tipos de veículos posso utilizar?
Quanto de carga posso transportar?
veículos
• O objeto básico de trabalho utilizado para o transporte é o veículo, que pode
ser definido como qualquer mecanismo utilizado para o transporte de pessoas
e/ou mercadorias, seja de forma individual ou coletiva.
• Além disso, os veículos podem ser utilizados em várias modalidades de
transporte, de acordo o meio que utiliza, por terra, água ou ar, sendo possível
desenvolver diversas soluções para os diferentes modais.
veículos
• Cada veículo tem uma aplicação específica de acordo a necessidade que atende.

• Ele pode ser utilizado para o transporte de pessoas, para a realização de


pequenas entregas de forma rápida ou para o transporte de grandes volumes de
produtos, para isso são criados vários tipos de veículos a fim de atender às
diferentes demandas.

• Assim, podemos contar com uma grande variedade de veículos, que possibilitam
atender a diversos tipos de cargas, em volumes diferentes, dificuldades de
acesso, rapidez e facilidade de entrega.
Tipos de veículos
• O Código de Trânsito Brasileiro divide os veículos em três tipos de classificação:
tração, espécie e categoria:
Os veículos a tração são movimentados com o auxílio de uma força motriz, sejam
elas, automotora (por meio de motor próprio), elétrico (movimentados a força
elétrica), de propulsão humana, de tração animal, reboque ou semirreboque:
Ficha técnica

• A ficha técnica é um documento utilizado na gestão de transportes e na


administração da frota que reúne as informações técnicas sobre o veículo, como
potência do motor, capacidade do veículo, peso bruto e líquido, consumação
média de combustível, acessórios internos e equipamentos de segurança.
Ficha técnica

• Essa é uma ferramenta utilizada para o controle da frota e permite que o


profissional utilize a ficha como parâmetro para análise de desempenho
do veículo e para verificação dos componentes internos e externos.

Veja um modelo a seguir.


Ficha técnica

• Geralmente, o manual do veículo traz todas as informações técnicas, que


podem ser lançadas em planilhas específicas para o controle das
informações do veículo ou inseridas em sistemas de gestão (softwares)
utilizados na gestão da frota.
Capacidade do veículo

A capacidade de um veículo é um item muito importante a ser analisado na


escolha do equipamento adequado para realizar a distribuição dos bens e
produtos de uma empresa.

Os vários tipos de produtos demandam veículos distintos, que possam


transportar volumes de materiais e produtos de forma íntegra,
segura, a um custo razoável.
Capacidade do veículo

• Um aspecto estratégico que é atendido pela capacidade do veículo é a economia


de escala, alcançada pelo transporte de uma grande quantidade de produtos
por vez, otimizando a operação e os recursos aplicados nela, como
motorista/hora, combustível e custos de viagem, dentre outros.

• Assim os operadores de transporte buscam sempre soluções que possibilitem o


transporte de maior capacidade ao menor custo possível.
• Vejamos a seguir as capacidades de peso mínimas e máximas para cada
modal.
Capacidade do veículo

• Fazer a escolha adequada do modal de distribuição de produtos e


insumos pode gerar vários benefícios para a qualidade e para os
custos logísticos.

• Vejamos na figura a seguir uma comparação da utilização entre três


dos principais modais utilizados no Brasil.
Capacidade do veículo

• Note que a figura anterior apresenta uma larga diferença de capacidade para os
diferentes modais, onde 1 comboio com 15 barcaças utilizadas para o
transporte fluvial corresponde à mesma capacidade que 870 carretas utilizadas
no modal rodoviário.

• Além da quantidade de carga que possibilita movimentar, é possível perceber


também benefícios como a redução na emissão de gases tóxicos na atmosfera,
além do descongestionamento de vias rodoviárias.
Capacidade do veículo

• Embora existam várias opções de exploração de veículos com diferentes


capacidades, iremos nos aprofundar especificamente nos aspectos voltados ao
modal rodoviário, pois possuem maior representatividade na movimentação
interna de carga no Brasil, e possui uma legislação mais restritiva quanto aos
aspectos de capacidade que devem ser respeitados para a veiculação nas
rodovias.
Capacidade do veículo de acordo com a legislação
• O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), através das Resoluções nº
12/1998, 184/2005 e nº 62/1998, regulamentou os artigos 99 e 100 do Código
de Trânsito Brasileiro e atribuiu os limites para dimensões e peso para todos
os veículos de carga que circulam nas vias terrestres (DNIT, 2018).
Capacidade do veículo de acordo com a legislação

• A circulação de veículos no território deve cumprir requisitos específicos, a fim


de gerar maior segurança nas estradas, evitando acidentes como o
tombamento por excesso de peso, ou a quebra do veículo e interdição de vias.

• Devem ser observados os limites de dimensionamento do veículo, largura,


altura e comprimento padrão, o peso bruto total, líquido e o peso por eixo.
Capacidade do veículo de acordo com a legislação

• Assim, o DNIT (2018) estabelece os parâmetros quanto ao Peso Bruto Total


(PBT), Peso Bruto Total Combinado (PBTC), Lotação, Tara e Capacidade
Máxima de Tração (CMT). Vejamos cada um deles:

a)Peso Bruto Total (PBT): peso máximo que o veículo transmite ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação ou peso líquido;
b) Peso Bruto Total Combinado (PBTC): peso máximo transmitido ao pavimento
pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque ou do
caminhão mais o seu reboque ou reboques;
c) Lotação: carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros que o veículo
transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de
pessoas, para os veículos de passageiros;

d) Tara: peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e


equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda
sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em
quilogramas;

e) Capacidade Máxima de Tração (CMT): máximo peso que a unidade de tração é


capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre as
limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos
elementos que compõem a transmissão.
• Assim, vimos que a capacidade do veículo é indicada por legislação específica
e deve ser respeitada, de forma a evitar percalços e interrupção do serviço.
Dimensões Máximas

• As dimensões para veículos devem respeitar as dimensões disponibilizadas


pelas estruturas oferecidas nas rodovias.

• É necessário que os veículos possam trafegar, sem a possibilidade de colisões e


sem a obstrução do tráfego.
Dimensões Máximas
• Nesse sentido, o CONTRAN estabeleceu em sua Resolução nº 210/2006 as
dimensões para o tráfego de veículos com ou sem carga.

• É importante estar atento aos limites e dimensões estabelecidos pela


legislação, para circulação em rodovias.
Pesos Máximos

• Os limites máximos de Peso Bruto Total/Peso Bruto Total Combinado são


estabelecidos com base na Capacidade Máxima de Tração da unidade
tratora, determinada pelo fabricante.

• A capacidade de tração depende também da distribuição dos eixos,


estruturas de suporte que ligam as rodas do veículo.
Pesos Máximos

• Estes limites são regulamentados pela Portaria do DENATRAN nº


93/2008, de 01/10/2008.

• A partir da distribuição dos eixos do veículo ou da combinação de


veículos adotada, verifique a seguir como a distribuição é feita, de
acordo cada tipo de eixo e o seu peso máximo permitido:
Pesos Máximos
Dimensões Máximas
• Assim, de acordo o modelo e a distribuição de eixos do veículo, é possível
estabelecer a quantidade de carga que cada um pode transportar.

• Para isso, devemos calcular a combinação das capacidades de peso dos eixos
dos veículos, definido o seu peso bruto total e o peso de lotação.

• Tomemos como exemplo um caminhão do tipo trucado, apresentado a


seguir.
Dimensões Máximas

• Definir a lotação dos veículos é um requisito fundamental, para que se possa


estabelecer operações seguras, dentro das exigências legais de limites de cargas
e dimensões dos veículos.

• Conhecer a capacidade dos veículos ainda irá auxiliar no dimensionamento da


frota, identificando os veículos mais indicados para atendimento de suas
demandas, de acordo a características dos produtos e da carga.
Dimensões Máximas

• FIQUE ALERTA
• Os pesos devem ser respeitados, a fim de evitar multas e retenção da
carga e do veículo.
• A tolerância para o excesso de peso por eixo definida pelo CONTRAN
é de 7,5% sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de
veículo.
Dimensões Máximas

• A capacidade dos veículos é um requisito estratégico, que combinado


com ações de programação e roteirização, oportunizam o aumento de
produtividade da frota e a redução dos custos operacionais e despesas
com o transporte.
Programação de recebimentos
• A satisfação dos clientes é o foco principal para aquelas empresas que
utilizam a logística em seus processos.

• O sucesso de suas atividades está diretamente atrelado ao bom nível do


serviço prestado em seus processos de entrega.
Programação de recebimentos

• Para isso, é essencial que o profissional de logística esteja atento ao


planejamento das ações adotadas para distribuição dos produtos, por
meio da programação de suas entregas, ofertando redução no lead
time, respeitando as condições de custos envolvidas na operação.
Programação de recebimentos

• A programação de recebimentos, portanto, é uma estratégia logística que


busca organizar a rotina das empresas, visando dar mais produtividade e
fluidez ao trabalho, além de atender com qualidade o público foco de sua
atuação, o cliente, com entregas sem danos, na quantidade acordada, com
prazos curtos ou dentro do prazo estabelecido.
Programação de recebimentos

• Essas premissas objetivam nortear o nível de serviço desejado pela empresa,


que transformados em números e indicadores, possibilitam o acompanhamento
e a checagem dos níveis de atendimento prestado pela empresa.

• Para planejar o processo de entregas, deve-se pensar inicialmente no tipo de


carga que será transportada, pois em alguns casos, o tipo da carga exige o
respeito de normas e de prazos rígidos, como no caso de produtos perecíveis ou
cargas perigosas.
• Observe, a seguir, as características específicas para entrega destas cargas.

• -- Cargas perecíveis: o alto grau de sensibilidade de alguns alimentos ou a


necessidade de refrigeração em entregas frigorificadas, como carnes, exigem
condições específicas de entrega e o respeito á data de validade.
• Prazos de validade muito curtos podem ser ainda mais reduzidos com
processos de entrega muito longos, comprometendo a comercialização do
produto;
• Cargas perigosas: alguns produtos perigosos possuem legislações específicas
para o transporte, a exemplo daqueles têm a necessidade de autorização
ambiental para o transporte de produtos perigosos emitida pelo Ibama.

• Em alguns casos, o tráfego desse tipo de carga é restrito a horários


predeterminados, quantidade de dias de trânsito e na utilização de vias
específicas, sendo importante consultar a legislação de região que se pretende
atender e/ou realizar as entregas.
• Para cargas que se enquadrem nas características mencionadas, é preciso levar
em consideração todos esses aspectos na programação da entrega, evitando
contratempos.

• Além dos tipos de cargas, outro fator relevante à forma de entrega são os
modais utilizados, cada modalidade de transporte possui uma característica de
disponibilidade e periodicidade específica, a ser considerada no lead time de
atendimento ao cliente.
• Embora todos os modais possuam características particulares no cálculo do
tempo de operação e na programação da distribuição, é necessário estudar em
particular o rodoviário, em virtude de sua elevada aplicação no Brasil e da
necessidade de utilização integrada a outros modais para a distribuição de
insumos e produtos industrializados até o cliente.
• Com base nos pedidos das empresas é construída a programação das entregas.
Em alguns casos, devido a urgência ou a prazos reduzidos existe a necessidade
de priorização de algumas entregas, mas liberar veículos para entregas com a
lotação abaixo da sua capacidade pode tornar uma operação logística inviável
financeiramente.
• Assim, estabelecer sistemas de controles de liberação de veículos e cargas
é necessário para que os veículos sejam utilizados dentro de uma
programação prévia e em toda a sua potencialidade, pois veículos parados
ou ociosos geram custos e reduzem a receita.
• A liberação de veículos será de acordo com a ordem de chegada das requisições
e por ordem de prioridade.

• Para a liberação de um veículo, o setor solicitante registra a necessidade (tipo


de viagem, carga, volume); em seguida será verificada a disponibilidade de
veículos, melhor veículo para o atendimento da demanda, disponibilidade de
condutor e o preenchimento dos controles de alocação do veículo.

• Após esses procedimentos, a liberação do veículo pode ser realizada.


• É importante que antes da liberação do veículo, o condutor
certifique-se do estado do veículo, os acessórios, danos já existentes,
pois é corresponsável pelo veículo.

• A liberação das unidades de transporte de uma frota assegura a


correta disponibilidade de veículos e mantém o equilíbrio das
atividades e dos prazos acordados.

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