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RADIOATIVIDAD

E
Descoberta e o papel de mulheres na ciência
UM POUCO DE
HISTÓRIA
ANTES DA
PRIMEIRA GUERRA
MUNDIAL

Antes da primeira guerra mundial,


que ocorreu entre 1914 e 1918, a
disposição dos países europeus era a
seguinte:
● Grandes Impérios, que abrangiam
diversos povos e culturas;
● Tensões militares em meio a
grandes avanços tecnológicos.
APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
MAS O QUE ISSO TEM A
VER COM
RADIOATIVIDADE?
MARIE CURIE
(1867-1934)
Ganhadora de 2 prêmios Nobel (Física,
em 1903, e Química, em 1911), Curie nasceu
na Polônia (que fazia parte do Império Russo)
e se mudou para Paris, na França, para cursar
Física, Química e Matemática.

Marie e Pierre Curie, seu marido, estão


por trás da descoberta de diversos elementos
radioativos, entre eles o POLÔNIO.
CONTEXTO

Em 1895, Wilhelm Roentgen, um físico


alemão, descobriu a existência do Raio-X, mas
não havia ainda uma explicação para isso.

Em 1896, Henri Becquerel, físico


francês, descobriu que sais de Urânio emitem
naturalmente radiação semelhante ao Raio-X.

Marie Curie decidiu investigar este


fenômeno, inspirada pelas descobertas dos dois
cientistas.
INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA
Pierre Curie e seu irmão desenvolveram
um dispositivo capaz de medir a presença de
carga elétrica no ar.

Utilizando este dispositivo, foi possível


observar que na presença de Urânio, o ar
conseguia conduzir eletricidade.

Marie Curie, então, percebeu que a


atividade observada do Urânio dependia da
quantidade de Urânio presente na amostra e
teorizou que este fenômeno estava relacionado
com o núcleo atômico.
INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA
Analisando os minerais que continham
Urânio, Curie percebeu que uma das rochas
tinha atividade maior que o próprio Urânio, o
que fez ela desconfiar de que podiam estar
contidos outros elementos com maior atividade
que o Urânio.

Durante suas pesquisas ela acabou


descobrindo que o elemento Tório também é
radioativo.
Pierre, Marie e a sociedade da época

O marido de Marie, Pierre Curie, achou o trabalho da esposa tão interessante que decidiu, em
1898, abandonar seu trabalho com cristais para focar no trabalho dela.

“A ideia da pesquisa era dela; ninguém a ajudou a formulá-la e, embora ela aceitasse a opinião
do marido, ela claramente estabeleceu se tratar de um projeto seu. Mais tarde, ela registrou o fato
duas vezes na biografia que escreveu sobre o marido, para garantir que não houvesse qualquer
possibilidade de ambiguidade. É provável que já neste estágio inicial de sua carreira ela tenha
percebido que muitos cientistas achariam difícil acreditar que uma mulher possa ser capaz do
trabalho original em que estava envolvida.”
POLÔNIO

Em julho de 1898, os Curie publicaram a descoberta de um elemento químico radioativo,


batizado Polônio, em homenagem à terra natal de Marie, que estava dividida entre os impérios
europeus.

Em dezembro do mesmo ano, publicaram a descoberta de outro elemento radioativo: o Rádio,


que significa “raio” em latim. Eles também se inspiraram nesta palavra em latim para cunhar o termo
radioatividade.

Os Curie também descobriram que, quando expostas ao elemento Rádio, células formadoras de
tumores eram destruídas mais rapidamente do que células saudáveis. A implicação desta descoberta
para a medicina é gigantesca.
Os prêmios dos Curie: 1903

No mês de conclusão de seu doutorado, Marie e o marido foram convidados pela Royal
Institution de Londres para discursar sobre a radioatividade. Apenas Pierre discursou, Marie, sendo
mulher, foi impedida.

No mesmo ano, tanto os Curie quanto Henri Becquerel receberam o prêmio Nobel de Física,
concedido pela Academia Real Sueca de Ciências. O prêmio se justificou pelas enormes descobertas
que os três cientistas fizeram na área da radioatividade. Marie, inicialmente, não seria premiada, mas
Pierre solicitou a inclusão do nome da esposa, que se tornou a primeira mulher a receber um prêmio
Nobel.

Marie foi importante também por conseguir isolar o rádio e estabelecer um padrão de medida
para a emissão radioativa.
O segundo nobel de Marie Curie: 1911

1911 foi um ano extremamente conturbado para Marie Curie. Foi descoberto que ela tinha um
caso com Paul Langevin, ex-aluno de Pierre Curie. Os jornais da época fizeram uma campanha
difamatória e xenofóbica, colocando Marie como uma “estrangeira destruidora de lares, que estava
envolvida em coisas do mundo masculino (ciência)”.

Isso colocou em risco seu prêmio Nobel de química, que teve de contar com pressão de outros
cientistas para ser concretizado. Marie Curie foi a primeira e única mulher a receber dois prêmios
Nobel.

O prêmio de química foi recebido pela descoberta do Polônio e do Rádio e também por ter
isolado o Rádio.
Primeira Guerra Mundial

Durante a primeira guerra mundial, Marie


Curie atuou como parte da Cruz Vermelha. Ela
incentivou o uso de Raio-X em soldados feridos,
ajudando no tratamento e salvando vidas.

Também doou boa parte do seu dinheiro


para o governo francês, como forma de ajudar nos
esforços de guerra.
Morte

Marie Curie morreu em decorrência da exposição prolongada à radioatividade. Ela carregava


tubos de ensaio no bolso e os guardava na gaveta da mesa de seu laboratório. Também foi exposta
enquanto trabalhava como radiologista em hospitais de campanha durante a guerra.

Seu quadro de saúde envolvia anemia aplástica, que é a produção insuficiente de células
sanguíneas na medula óssea, e também catarata, que quase a levou à cegueira.

Foi enterrada ao lado do marido e seus restos mortais foram lacrados com chumbo por conta da
radioatividade. Seus trabalhos, escritos e seu diário também estão lacrados com chumbo por conta da
radioatividade, que até hoje emitem.

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