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A descoberta da

RADIOATIVIDADE

INTRODUÇÃO

Os fenômenos radioativos começaram a ser descobertos em 1896 pelo


cientista francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908). No entanto, as suas
descobertas só foram possíveis graças aos estudos anteriores sobre os raios X.

RAIO X

Tudo iniciou em 1879 quando o químico e físico inglês William Crookes


descobriu os raios catódicos ao realizar experimentos com descargas elétricas, a
pressões baixíssimas, em gases.

Foi então que em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen fez
modificações às ampolas de Crookes, introduzindo anteparos metálicos inclinados
(anticátodo) que eram atingidos pelos raios catódicos. Ao colocar a mão de sua
esposa entre a ampola e uma chapa fotográfica, o físico constatou que era possível
ver a sombra dos ossos de sua mão e do anel que ela usava.

Esse novo tipo de raio descoberto por Röntgen espantou o mundo ao


demonstrar que com a sua descoberta era possível ver através do corpo humano.
Com a produção da primeira radiografia, Röntgen recebeu o prêmio Nobel em 1901.
Ele mostrou que o impacto produzido pelos raios catódicos sobre o anticátodo eram
capazes de produzir raios-X, tornando fluorescentes ou fosforescentes certas
substâncias. Ele recebeu esse nome pois, como ele não sabia qual era exatamente
a natureza desses raios, ele chamou-os de raios X.

Radioatividade
A descoberta de Röntgen levou Becquerel, no início do ano de 1896, a testar
a hipótese de que as substâncias fosforescentes (substâncias que emitem luz
visível depois de absorver energia de outra fonte, mas que, ao contrário das
substâncias fluorescentes, continuam emitindo luz por algum tempo, mesmo depois
que a fonte de energia é desligada) e fluorescentes também emitiriam raios X.

Ele fez isso deixando ao sol amostras de um minério de urânio, o sulfato


duplo de potássio e a uranila di-hidratada. Em seguida, ele colocou essas amostras
em contato com um filme fotográfico envolvido por um invólucro preto para ver se
elas impressionaram o filme e, assim, emitem raios X.
No entanto, começou um tempo de chuva em Paris e Becquerel teve que
guardar as suas amostras em uma gaveta escura com alguns filmes virgens
protegidos com um papel preto. Novamente, um fato acidental aliado à perspicácia
resultou em uma descoberta excepcional.

Becquerel também descobriu que essa radiação que o urânio emitia também
ionizava gases, transformando-os em condutores.

CASAL CURIE
Entrou então em cena o casal Pierre Curie (1859-1906) e Marie Curie (1867-
1934). Juntamente a eles, Becquerel descobriu que a propriedade que ele viu era
pertencente ao urânio, pois todos os minérios de urânio emitiam os raios que
impressionavam o filme. Marie Curie batizou essa propriedade de o urânio emitir
raios de radioatividade.

Os trabalhos do casal Curie tiveram crucial importância na mudança de rumo


que tomaria a radioatividade. Em abril de 1898, Marie Curie constatou que havia
algum componente mais ativo que o urânio em seus minerais naturais. Esse casal
trabalhou durante três anos exaustivamente, usaram 1400 litros de um minério de
urânio chamado pechblenda ou uraninita (UO2) e, em 1902, isolaram átomos de dois
elementos químicos radioativos que não eram conhecidos na época. O primeiro,
eles chamaram de rádio, pois ele era 2 milhões de vezes mais radioativo que o
urânio; o segundo, eles chamaram de polônio, em homenagem à Polônia, terra natal
de Madame Curie.

Premiações
Em 1903, Marie Curie, Pierre Curie e Antoine-Henri Becquerel dividiram o
Prêmio Nobel de Física pelos seus trabalhos com radioatividade.

É de grande relevância citar que Marie Curie foi a primeira mulher a receber o
prêmio Nobel, e que oito anos depois, em 1911, ela recebeu o Nobel de Química
pelo descobrimento e estudo dos elementos rádio e polônio, tornando-se assim a
primeira pessoa a ter 2 Nobels.

alfa, beta e gama

Em 1898, Ernest Rutherford testou as radiações provenientes de um material


radioativo sob uma tela fluorescente, descobrindo então dois tipos de radiação: alfa (α) e
beta (β). Devido a partícula alfa ser atraída pela placa negativa e sofrer um desvio,
Rutherford constatou que esse tipo de radiação deveria ter carga positiva. Já partícula beta,
atraída pela placa positiva e desviada em sua direção, teria carga negativa.

Em 1900, o químico e físico francês Paul Ulrich Villard observou um terceiro


tipo de radiação, denominada radiação gama. Quando o feixe de uma amostra radioativa
passa por duas placas eletricamente carregadas ocorre a subdivisão em três tipos de
radiações. Os diferentes tipos de emissões foram comprovados pelo aparecimento de
manchas luminosas em uma tela fluorescente ou chapa fotográfica. As emissões α, β e γ
têm energia suficiente para arrancar elétrons e transformar átomos ou moléculas em íons
ou radicais livres, por isso, são chamadas de radiações ionizantes.

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