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Economia – I Ciclo de R.I.

Ano letivo 2022/2023

IV. Consumo, Poupança e Investimento

4.1. Famílias, Função Consumo e Função


Poupança
4.2. Empresas, Investimento e formação de
capital
4.3. O rendimento de equilíbrio e o efeito
multiplicador

1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

- Identificar as principais componentes do produto, nomeadamente o consumo e


o investimento;

- Conhecer os principais determinantes do comportamento dos agentes


económicos, no que respeita ao consumo, à poupança e ao investimento, e
compreender os seus efeitos;

- Compreender o impacto da procura agregada sobre o nível do produto , através


do modelo do multiplicador keynesiano.

BIBLIOGRAFIA
Costa, C., Pereira, E. e Saraiva, D. (2011), Capítulo 3 – A Determinação do Rendimento Global e o Papel dos Agentes Económicos
Samuelson, P. e D. Nordhaus (2005), Capítulo 22 – “Consumo e Investimento” e Capítulo 24 (Parte A) – “Modelo Básico do
Multiplicador“

Leituras adicionais:
Alves, N. e F. Cardoso (2010). A poupança das famílias em Portugal: evidência micro e macroeconómica, Boletim de Inverno do Banco
de Portugal, vol. 16, n. 4, pp. 49-70.
INE (2012), Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011, INE, Lisboa.
CONSUMO E INVESTIMENTO EM PORTUGAL

Consumo das famílias no território económico em % do PIB Investimento: Formação bruta de capital fixo em % do PIB
Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016) Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-26 Última actualização: 2022-09-23
Os valores apresentados pela entidade responsável foram actualizados de
Os valores apresentados pela entidade responsável foram actualizados de
acordo com a nova base das Contas Nacionais que tem 2016 como o ano
acordo com a nova base das Contas Nacionais que tem 2016 como o ano
de referência.
de referência.
RENDIMENTO DISPONÍVEL, CONSUMO E
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS
Fonte: Amaral et al, 2002

Rendimento disponível das famílias (Yd)


Rendimento que as famílias recebem (remuneração dos fatores de produção) mais
as prestações sociais e transferências recebidas do resto do mundo, menos os
impostos, contribuições para a segurança social e transferências realizadas para o
resto do mundo.

Poupança das Famílias (Sf)


É, por definição, a parte do rendimento disponível das famílias que não é gasta em
consumo.

Então:

Yd = C + Sf
RENDIMENTO DISPONÍVEL, CONSUMO E POUPANÇA DAS FAMÍLIAS

Fonte: Amaral et al, 2002

Rendimento das famílias (Yd)


Rendimento que as famílias recebem (remuneração dos Rendimento
Poupança das
fatores de produção) mais as prestações sociais e Anos disponível bruto das
famílias em % do PIB
transferências recebidas do resto do mundo, menos os famílias em % do PIB
impostos, contribuições para a segurança social e
transferências realizadas para o resto do mundo. 2009 71,1 8,4
2010 70,6 6,8
2011 70,3 6,2
2012 71,7 7,3
2013 70,0 6,8
Poupança das Famílias (Sf) 2014 68,7 4,8
2015 68,4 4,9
É, por definição, a parte do rendimento disponível das
famílias que não é gasta em consumo. 2016 68,4 4,9
2017 67,1 4,6
2018 66,9 4,7
2019 66,9 4,9
Então: 2020 70,6 8,3
2021 Pro 68,5 Pro 6,6

Yd = C + Sf
Rendimento disponível bruto e poupança das famílias em % do PIB
Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-23
DETERMINANTES DO CONSUMO PRIVADO
Fonte: Amaral et al, 2002

Rendimento disponível (curto prazo): Função Keynesiana

Tendência de longo prazo do rendimento disponível


 Teoria do rendimento permanente (Friedman, 1957)
 Teoria do ciclo de vida (Modigliani, 1954)

Riqueza (variável stock)

Outros fatores
RENDIMENTO DISPONÍVEL E CONSUMO PRIVADO EM PORTUGAL
Euro - Preços Constantes, PIB - Base = 2016 - Milhões

Sector institucional

Sociedades Particulares
Anos
Administrações
Total
Públicas Instituições sem fim
Sociedades não Sociedades
Total Total Famílias lucrativo ao serviço
financeiras financeiras
das famílias

2012 177 536,4 19 737,9 14 463,6 5 274,3 25 491,5 132 307,0 128 894,9 3 412,1
2013 178 052,9 21 173,5 16 972,4 4 201,1 28 620,4 128 259,0 124 790,1 3 468,9
2014 179 057,5 22 491,3 19 914,9 2 576,4 29 555,7 127 010,5 123 292,3 3 718,2
2015 181 427,6 21 736,3 18 991,2 2 745,1 30 932,2 128 759,2 124 976,1 3 783,0
2016 185 548,5 22 265,2 18 192,2 4 073,1 31 911,7 131 371,6 127 491,7 3 879,8
2017 193 013,2 24 376,5 20 285,8 4 090,7 35 157,1 133 479,5 129 603,0 3 876,6
2018 198 110,6 23 230,9 19 333,0 3 898,0 38 105,9 136 773,8 132 813,4 3 960,4
2019 203 202,7 22 631,7 18 497,9 4 133,8 39 904,6 140 666,3 136 459,2 4 207,1
2020 188 844,8 20 369,0 16 116,0 4 253,0 32 072,6 136 403,2 132 077,2 4 326,0
2021 Pro 202 315,0 Pro 25 013,5 Pro 21 379,8 Pro 3 633,7 Pro 36 882,3 Pro 140 419,1 Pro 136 075,0 Pro 4 344,1

Rendimento disponível bruto: total e por sector institucional (base=2016)


Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-26
RENDIMENTO DAS FAMILIAS – Origem dos Rendimentos das Familias

Euro - Milhões

Rendimento disponível bruto das famílias

Anos
Impostos Correntes
Remunerações dos Excedente Bruto de Rendimentos de Outras Transferências Contribuições e
Total Sobre o Rendimento,
empregados Exploração Propriedade Correntes Prestações Sociais
Património, etc.
2012 120 629,0 75 303,8 30 843,5 12 049,8 1 030,7 9 933,0 11 334,1
2013 119 413,6 76 193,5 31 050,1 12 268,3 1 609,9 13 407,0 11 698,8
2014 118 811,6 76 435,5 31 065,1 12 132,1 1 686,9 13 530,7 11 022,6
2015 122 866,9 78 551,4 31 180,2 12 825,4 2 082,6 13 406,2 11 633,5
2016 127 491,7 81 422,5 32 151,3 12 890,1 2 209,7 12 774,2 11 592,3
2017 131 562,5 86 340,6 33 024,3 11 294,1 2 733,3 12 899,5 11 069,7
2018 137 265,7 91 941,3 34 442,3 10 757,3 2 702,5 13 600,6 11 022,7
2019 143 501,1 97 504,9 35 727,3 10 412,4 2 853,1 13 825,5 10 829,0
2020 141 590,0 97 587,0 34 017,8 8 870,2 2 643,4 14 357,3 12 828,8
2021 Pro 146 865,2 Pro 103 425,2 Pro 34 523,3 Pro 8 744,6 Pro 2 635,0 Pro 15 421,2 Pro 12 958,3

Rendimento disponível bruto das famílias (base=2016) Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016) Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-26

Rendimento disponível bruto das famílias (em % PIB)

Anos
Impostos Correntes
Remunerações dos Excedente Bruto de Rendimentos de Outras Transferências Contribuições e
Total Sobre o Rendimento,
empregados Exploração Propriedade Correntes Prestações Sociais
Património, etc.
2012 70,9% 44,3% 18,1% 7,1% 0,6% 5,8% 6,7%
2013 69,5% 44,3% 18,1% 7,1% 0,9% 7,8% 6,8%
2014 67,9% 43,7% 17,8% 6,9% 1,0% 7,7% 6,3%
2015 68,0% 43,4% 17,2% 7,1% 1,2% 7,4% 6,4%
2016 68,4% 43,7% 17,2% 6,9% 1,2% 6,8% 6,2%
2017 68,1% 44,7% 17,1% 5,8% 1,4% 6,7% 5,7%
2018 68,5% 45,9% 17,2% 5,4% 1,3% 6,8% 5,5%
2019 68,8% 46,7% 17,1% 5,0% 1,4% 6,6% 5,2%
2020 72,7% 50,1% 17,5% 4,6% 1,4% 7,4% 6,6%
2021 72,3% 50,9% 17,0% 4,3% 1,3% 7,6% 6,4%
RENDIMENTO DAS FAMILIAS - FONTES
FUNÇÃO CONSUMO
- Função Consumo: descreve a relação entre a despesa total em consumo das famílias e
as variáveis de as determinam.
- Função Consumo Keynesiana: descreve a relação entre despesa total em consumo das
famílias e o Rendimento Disponível Corrente.
Fonte: Amaral et al, 2002

A relação entre consumo privado e rendimento disponível em Portugal (1979 a 2009)


(a preços correntes em milhões de

140,000
Consumo Privado de Residentes

120,000
100,000 f(x) = 0.937085918793416 x − 3141.45287945863
80,000
euros)

60,000
40,000
20,000
0
0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000
Rendimento Disponível
(a preços correntes em milhões de euros)
Fonte: Banco de Portugal, 2010
FUNÇÃO CONSUMO (Keynesiana)

C = C + c Yd

Consumo Autónomo Consumo Induzido

c é a Propensão Marginal a
Consumir (PmgC ou PMargC)

Yd é o Rendimento Disponível.

Hipótese fundamental:

0 < PmgC < 1


A FUNÇÃO CONSUMO – REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA (1)

8,000
Despesa em consumo ($)

7,000
6,000 Função Consumo:
5,000 C = C + c Yd
4,000 600
3,000 1,000

2,000
1,000

1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000


Rendimento Disponível ($)
Fonte: Hall & Lieberman, 2005
A FUNÇÃO CONSUMO – REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA (2)
C=Yd
Despesas em
consumo 9,000
($) 8,000 C = C + c Yd
O consumo é superior
7,000 ao rendimento
disponível:
6,000 Poupança Negativa
5,000 O consumo é inferior ao
rendimento disponível:
4,000 Poupança Positiva
3,000
O consumo é igual ao
2,000 rendimento disponível:
Poupança Nula
1,000
45°
2,000 4,000 6,000 8,000 9,000
Rendimento Disponível ($)
A FUNÇÃO POUPANÇA – REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA

C=Yd
Despesas em
9,000
consumo /
Poupança 8,000 Função
($) 7,000 Consumo
6,000
5,000
4,000
Função
3,000 Poupança
2,000
S = - C + (1 - c) Yd
1,000
45°
-1,000 2,000 4,000 6,000 8,000 9,000
Rendimento Disponível ($)
-2,000
-3,000
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (1)

Consumo final das famílias no território económico: total e por tipo de bens e serviços (base=2016) Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA Última actualização: 2022-09-26
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (2)
Euro - Preços Constantes, PIB - Base = 2016 - Milhões

Despesas de consumo final das famílias por tipo de bens e serviços

Mobiliário, artigos de
decoração,
Habitação, água, Lazer,
Alimentação, Vestuário e equipamento Transportes e Restaurantes e Bens e serviços
Anos Total eletricidade, gás e Saúde recreação e Educação
bebidas e tabaco calçado doméstico e comunicações hóteis diversos
outros combustíveis cultura
manutenção corrente
da habitação
2016 127 447,0 25 659,5 8 129,0 23 351,6 6 089,6 6 746,4 19 418,6 7 058,0 1 949,3 15 575,4 13 469,5
2017 132 032,3 26 178,7 8 178,7 23 335,4 6 332,0 6 896,4 20 613,6 7 439,4 2 017,4 17 088,5 13 952,2
2018 135 882,5 26 545,1 8 146,2 23 696,6 6 570,3 7 067,0 21 203,5 7 660,0 2 152,3 18 409,8 14 431,8
2019 139 411,8 26 655,3 8 094,3 24 185,8 6 690,7 7 510,8 22 163,8 7 966,0 2 172,2 19 446,2 14 526,7
2020 120 971,3 26 857,6 6 776,2 24 532,9 6 707,1 6 567,3 16 865,5 6 184,0 1 907,5 11 537,0 13 036,3
2021 Pro 128 745,0 x x x x x x x x x x

Euro - Preços Constantes, PIB - Base = 2016 - Milhões

Bens e serviços

Anos Não duradouros

Total Duradouros
Alimentação, bebidas
Total Vestuário e calçado Outros
e tabaco

2012 121 943,0 114 195,4 25 168,7 6 878,1 82 148,5 7 747,6


2013 119 458,0 111 818,6 25 154,1 6 987,9 79 676,6 7 639,4
2014 122 476,6 113 576,4 25 108,8 7 662,5 80 805,2 8 900,2
2015 124 429,6 114 361,0 25 181,4 8 057,0 81 122,7 10 068,5
2016 127 447,0 116 677,8 25 659,5 8 129,0 82 889,2 10 769,2
2017 132 032,3 120 421,0 26 178,7 8 178,7 86 063,6 11 611,3
2018 135 882,5 123 833,6 26 545,1 8 146,2 89 142,3 12 049,0
2019 139 411,8 127 321,6 26 655,3 8 094,3 92 572,0 12 090,2
2020 120 971,3 110 874,1 26 857,6 6 776,2 77 240,3 10 097,3
2021 Pro 128 745,0 Pro 118 215,5 x x x Pro 10 529,5

Consumo das famílias no território económico: total, duradouro e não duradouro (base=2016) Fonte: PORDATA
Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016) Última actualização: 2022-09-26
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (3)
Consumo privado (despesa de consumo final ) das famílias residentes por
durabilidade (taxa de variação em valor homóloga; anual)
RENDIMENTO E DESPESA DAS FAMILIAS
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (4)
Despesa total anual média por agregado (€) , por quintis de rendimento total equivalente,
2010/2011

35,000

Outros bens e serviços


30,000
Hotéis, restaurantes, cafés e similares

Ensino
25,000
Lazer, distração e cultura

Comunicações
20,000
Transportes

Saúde
15,000
Móveis, artigos de decoração, equipamento doméstico e
despesas correntes de manutenção da habitação

10,000 Habitação, despesas com água, eletricidade, gás e outros


combustíveis

Vestuário e calçado
5,000
Bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos/ estupefacientes

Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas


0
1º quintil 2º quintil 3º quintil 4º quintil 5º quintil
Fonte: INE, IDEF 2010/2011
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (1)
Rendimento
Poupança das
Anos disponível bruto das
famílias em % do PIB
famílias em % do PIB
2009 71,1 8,4
2010 70,6 6,8
2011 70,3 6,2
2012 71,7 7,3
2013 70,0 6,8
2014 68,7 4,8 Efeito Covid19
2015 68,4 4,9
2016 68,4 4,9
2017 67,1 4,6
2018 66,9 4,7
2019 66,9 4,9
2020 70,6 8,3
2021 Pro 68,5 Pro 6,6

Rendimento disponível bruto e poupança das famílias em % do PIB


Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-23

• Tendência decrescente na taxa de poupança das famílias em Portugal desde meados dos anos 80;
• Níveis de taxa de poupança muito baixos no contexto europeu (3% - 4%).
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS EM PORTUGAL (2)

• Mais de 90 por cento do


total da poupança é gerada
por apenas 20 por cento
das famílias;

• 30% das famílias


apresentam uma taxa de
poupança média negativa;

• Os 20% da população com


maiores rendimentos são
responsáveis por cerca de
70 por cento do total da
poupança;

• A taxa de poupança é
crescente no rendimento
das famílias.

Fonte: Alves e Cardoso, 2010


INVESTIMENTO

Determinantes do Investimento
• Receitas
• Custos
• Expectativas

A curva da procura de investimento


• O papel da taxa de juro real
CURVA DA PROCURA DE INVESTIMENTO

Taxa de
juro real

4.00

2.00
I

40,000 60,000 Investimento


INVESTIMENTO EM PORTUGAL (1)

Inve stime nto: Forma çã o bruta de ca pita l fixo e m % do PIB


Fontes de Dados: INE - Contas Nacionais Anuais (Base 2016)
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2022-09-23
Os valores apresentados pela entidade responsável foram actualizados de
acordo com a nova base das Contas Nacionais que tem 2016 como o ano
de referência.
INVESTIMENTO EM PORTUGAL (2)
IDENTIDADE ENTRE POUPANÇA E INVESTIMENTO
(NUMA ECONOMIA FECHADA SEM ESTADO)
Cálculo do PIB
Na ótica da despesa: C+ I

Aplicação do Rendimento
C+S

Então
C+I=C+SI=S

Esta identidade (contabilística) entre investimento e poupança pode ser


verificada para uma economia aberta com Estado, neste caso:
I = Sp + Sg + Sext
RELAÇÃO DESPESA-PRODUTO-RENDIMENTO

DESPESA

RENDIMENTO PRODUTO
O EQUILÍBRIO E O MECANISMO DE
AJUSTAMENTO
Equação de equilíbrio
Y = Dp
O nível de produto (efectivo) é igual à despesa planeada.

Desequilíbrio e Ajustamento Desequilíbrio e Ajustamento


Se a Dp < Y Se a Dp> Y
Existe acumulação de stocks, Existe redução de stocks, as
as empresas reduzem a empresas expandem a
produção no futuro. produção no futuro.
O produto efectivo diminuirá. O produto efetivo aumentará.
O MODELO BÁSICO DO
MULTIPLICADOR (1)

• Se o PIB de equilíbrio numa economia for $6.000, e as empresas


aumentarem as despesas de investimento em $1,000 , o que
acontecerá?
– As vendas das empresas que produzem bens de investimento
irá aumentar $1,000.

• O que é que as famílias irão fazer com o rendimento adicional


de $1,000 ?
– Aquilo que irão fazer depende da propensão marginal para
consumir (PMargC)
• Vamos assumir que a PMargC = 0.6
Fonte: Adaptado de Hall & Lieberman, 2005
O MODELO BÁSICO DO
MULTIPLICADOR (2)

• Neste caso, as famílias irão gastar $600 em despesas de consumo e


as empresas que produzem bens e serviços de consumo receberão
mais $600 de receita de vendas.
– Que corresponderá a rendimento para as famílias que fornecem os fatores de
produção para essas empresas.
– Com uma PMargC de 0.6, as despesas de consumo irão aumentar novamente,
agora em 0.6 x $600 = $360, criando ainda mais receita para as empresas que
produzem esses bens, e por aí adiante…
• Um aumento das despesas de investimento causa uma reacção em
cadeia
– Levando a rondas sucessivas de aumento de despesa e rendimento
• No fim do processo a economia atinge um novo equilíbrio em que
– A despesa total e o produto total são consideravelmente mais altos

Fonte: Adaptado de Hall & Lieberman, 2005


O PRINCÍPIO DO MULTIPLICADOR
Rondas Rendimento Adicional Consumo Adicional Propensão Marginal
(dólares) (dólares) a consumir
Ronda 1 1,000,000 600,000 0,6
Ronda 2 600,000 360,000 0,6
Ronda 3 360,000 216,000 0,6
Ronda 4 216,000 129,600 0,6
Ronda 5 129,600 077,760 0,6
Todas as outras 194,400 116,640 0,6
Total 2,500,000 1,500,000 0,6

• O multiplicador é o número pelo qual a variação no investimento tem de ser


multiplicada de modo a determinar a variação resultante no produto total (Samuelson,
1999).
• Neste caso, para qualquer aumento no investimento o rendimento de equilíbrio iria
aumentar por um fator de 2,5.
• O valor do multiplicador depende do valor da propensão marginal a consumir. A fórmula
1
do multiplicador neste modelo simples é:
1 - PMargC
Fonte: Gwartney, 2006
CONCEITOS E NOÇÕES

Famílias, Função Consumo e Função Poupança Empresas, Investimento e formação de capital


Rendimento Disponível Investimento e Formação de Capital
Consumo Privado Determinantes do Investimento
Poupança das famílias • Receitas
Determinantes do consumo privado e da poupança • Custos
das famílias o Taxa de juro
• rendimento disponível corrente o Outros custos
• tendência de longo prazo do rendimento • Expectativas
disponível A curva da procura de investimento
o rendimento permanente Identidade contabilística entre poupança e
o hipótese do ciclo de vida investimento
• riqueza
• outros fatores
Função Consumo (keynesiana) O Rendimento de Equilíbrio e o efeito multiplicador
Consumo autónomo Relação entre Despesa, Produto e Rendimento
Consumo induzido O equilíbrio (Dp=Y)
Propensão marginal ao consumo O mecanismo de ajustamento (numa situação de
Representação gráfica da função consumo desequilíbrio)
Função Poupança O modelo básico do multiplicador
Propensão Marginal à Poupança Valor do multiplicador (numa economia fechada
sem Estado)

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