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Segunda Lei de Newton

Segunda Lei de Newton

Vimos que um efeito da resultante das forças que atuam num corpo é a
variação da sua velocidade, a qual está associada à aceleração.


𝑭

1 Aplicação de uma força horizontal num carrinho.

Quando se puxa um carrinho com uma força horizontal, ela é praticamente


igual à resultante das forças: na direção vertical, o peso e a força normal
anulam-se; na direção horizontal, o atrito nas rodas é desprezável; assim, a
força exercida coincide com a resultante: .
Segunda Lei de Newton

Se num carrinho sobre uma calha horizontal colocarmos sobre ele, um


sensor de força e um sensor de aceleração (chamado acelerómetro), ligados
a um sistema de aquisição de dados, podemos relacionar a resultante das
forças com a sua aceleração.

2 Montagem experimental que permite relacionar a resultante das forças com a aceleração.
Segunda Lei de Newton

Na tabela registam-se os gráficos obtidos e as conclusões tiradas.

Gráfico força-tempo Gráfico aceleração-tempo Gráfico força aceleração

Gráfico linear, passando a reta


Gráficos com forma semelhante, diferindo apenas nos valores (e pela origem: indica que as
grandezas são diretamente
unidades) no eixo vertical: tal sugere que as grandezas força e proporcionais, sendo o
aceleração apenas diferem de uma constante. declive da reta igual à massa do
carrinho + sensores.
Segunda Lei de Newton

As componentes escalares da força e da aceleração ora são positivas ora são


negativas, porque a força foi exercida ora num sentido ora no outro.

As propriedades observadas na análise dos gráficos generalizam-se para


outros movimentos.

Foi Newton quem primeiro relacionou a força e a aceleração por ela


produzida, formulando a Segunda Lei de Newton ou Lei Fundamental da
Dinâmica.
Segunda Lei de Newton

Segunda Lei de Newton ou Lei Fundamental da Dinâmica:


― A resultante das forças,, exercidas num sistema de massa constante,
m, e a aceleração, , do sistema relacionam-se por:
kg

𝐹 R =𝑚 ⃗
𝑎
N m s–2
― tem a direção e o sentido de (pois m é um escalar positivo).
― Para o mesmo sistema, os módulos da resultante das forças, FR, e da
aceleração, a, são diretamente proporcionais, sendo m a constante
de proporcionalidade: o gráfico «resultante das forças – aceleração»
é uma reta que passa pela origem, com declive positivo e igual à
massa, m, do sistema (maior m significa maior declive).
Segunda Lei de Newton

Os módulos da resultante das forças e da aceleração são diretamente


proporcionais, sendo a massa do corpo a constante de
proporcionalidade (igual ao declive da reta).

3 Gráfico do módulo da resultante das forças em função do módulo da aceleração.


Segunda Lei de Newton

Esta Lei permite tirar conclusões importantes:

― quanto maior for o módulo da resultante das forças aplicadas a um


corpo, maior será o módulo da sua aceleração;
― um corpo terá movimento uniformemente variado se a resultante das
forças que atuarem sobre ele for constante e paralela à velocidade,
sendo a aceleração constante;
― a mesma resultante de forças aplicada a corpos de massas diferentes
provocará menor aceleração no corpo com maior massa.
Segunda Lei de Newton
Para a mesma resultante das forças aplicada nos corpos:

O corpo de massa maior resiste mais à variação de


velocidade, pois adquire menor aceleração. m1 > m2 > m3
4 A mesma resultante de
Esta propriedade – resistência à variação de forças aplicada a corpos de
massas diferentes provoca
velocidade – chama-se inércia e é medida pela menor aceleração no corpo
massa do corpo: quanto maior for a massa de um de maior massa.
corpo maior será a sua inércia.
Segunda Lei de Newton

A massa que aparece na expressão da Segunda Lei de Newton é também


designada por massa inercial.

𝐹 R =𝑚 ⃗
𝑎
Massa inercial

Na queda livre de um corpo perto da superfície da Terra a resultante das


forças é igual ao peso e a aceleração é a aceleração gravítica, logo:
Segunda Lei de Newton

A expressão P = m g indica que o módulo do peso é diretamente


proporcional à massa, sendo g a constante de proporcionalidade, que é
aproximadamente constante à superfície da Terra.

5 Gráfico do módulo do peso em função da massa do corpo.

Quanto maior for a massa de um corpo, maior será o seu peso.


Segunda Lei de Newton
Suponhamos um corpo de massa m em queda
livre, e à distância r do centro de massa da Terra:
a única força que atua sobre ele é a força
gravítica.

De acordo com a Segunda Lei de Newton, 6 O módulo da aceleração gravítica


num ponto depende da distância
com , ao centro de massa da Terra.

Usamos a Lei da Gravitação Universal, sendo mT a massa da Terra e dado que


a aceleração, a, é a aceleração gravítica, g, resulta:
𝑚T 𝑚 𝑚T 𝑚T
𝐺 2
=𝑚𝑎 ⇔ 𝐺 2
= 𝑎 ⇔ 𝑔=𝐺 2
𝑟 𝑟 𝑟
Segunda Lei de Newton

𝑚T
𝑔= 𝐺 2
𝑟

Conclui-se que o módulo da aceleração


gravítica, g, num dado ponto, só depende da
distância desse ponto ao centro de massa da
Terra pois G e mT são constantes: é 6 O módulo da aceleração gravítica
num ponto depende da distância
inversamente proporcional ao quadrado da ao centro de massa da Terra.
distância ao centro de massa da Terra.
Segunda Lei de Newton
Vamos aplicar a Segunda Lei de Newton ao movimento retilíneo de corpos nos
quais apenas atuam forças constantes.

Vejamos um método de resolução:


― define-se um referencial Oxy, fazendo coincidir um eixo com a direção do
movimento; como no movimento retilíneo a aceleração tem a direção do
movimento, só há aceleração nessa direção (na outra direção a aceleração é
nula);

7 Sistema de eixos em que um eixo tem a direção do movimento.


Segunda Lei de Newton
Vamos aplicar a Segunda Lei de Newton ao movimento retilíneo de corpos nos
quais apenas atuam forças constantes.

Vejamos um método de resolução:


― se as forças não tiverem a direção dos eixos, decompõem-se segundo essas
direções, como mostra a fig. 8 para a força (uma das várias forças que
atuam no corpo), e determinam-se as suas componentes escalares;

8 Decomposição de uma força em duas forças perpendiculares.


Segunda Lei de Newton
Vamos aplicar a Segunda Lei de Newton ao movimento retilíneo de corpos nos
quais apenas atuam forças constantes.

Vejamos um método de resolução:

― aplica-se a Segunda Lei de Newton usando equações escalares:


𝐹 R =𝑚 ⃗
𝑎⇒
𝐹 R =0{
𝐹 R =𝑚 𝑎 𝑥 𝑥

(movimento segundo o eixo dos xx)


Segunda Lei de Newton
Força horizontal a puxar um bloco num plano horizontal

Forças aplicadas no centro de massa: Resultante das forças:

Segunda Lei de Newton:

{
𝐹 −𝐹a

𝐹 R =𝑚 ⃗
𝑎⇒
𝐹 R =𝑚
{
𝐹 R =0
𝑎 𝑥

𝑥
𝐹 − 𝐹 𝑎 =𝑚
𝑁 − 𝑃= 0
𝑦
𝑎
{⇔ 𝑎=
𝑁 =𝑃
𝑚
Segunda Lei de Newton
Força oblíqua a puxar um bloco num plano horizontal

Decomposição da força nas


direções dos eixos dos xx e
dos yy:

Forças aplicadas no centro de massa: Resultante das forças:


Segunda Lei de Newton
Força oblíqua a puxar um bloco num plano horizontal

Decomposição da força nas direções dos eixos


dos xx e dos yy:

𝐹 𝑥 =𝐹 cos 𝜃
𝐹 𝑦 =𝐹 sin 𝜃
Segunda Lei de Newton:

{
𝐹 =𝑚 𝑎 𝑥
𝐹 R =𝑚 ⃗𝑎 ⇒ R 𝑥

𝐹 R =0
⇒ 𝑥
{
𝐹 − 𝐹 𝑎=𝑚 𝑎
𝑁 + 𝐹 𝑦 − 𝑃 =0

{
𝐹 cos 𝜃 − 𝐹 a=𝑚 𝑎
𝑁 + 𝐹 sin 𝜃 − 𝑃=0

{
𝐹 cos 𝜃 − 𝐹 𝑎
𝑦

⇒ 𝑎=
𝑚
𝑁 = 𝑃 − 𝐹 sin 𝜃
ATIVIDADE
Selecione a opção correta.
Um caixote de massa m é puxado por uma força ⃗𝐹
constante de intensidade F, como mostra na figura.
As superfícies em contacto têm atrito desprezável.
O módulo da aceleração do caixote e a intensidade da força exercida pelo
plano sobre ele são, respetivamente:

(A) e (C) e

(B) e (D) e
ATIVIDADE

O módulo da aceleração do caixote e a intensidade da força exercida


pelo plano sobre ele são, respetivamente:

Resolução:
B.

𝐹 R =𝑚 ⃗𝑎 ⇒ R
{
𝐹 =𝑚 𝑎 𝑥
𝑥

𝐹 R =0

{
𝐹 𝑥 =𝑚 𝑎
𝑁 + 𝐹 𝑦 − 𝑃 =0
⇒ {
𝐹 cos 𝜃=𝑚 𝑎
𝑁 + 𝐹 sin 𝜃 − 𝑃=0

{
𝑦

𝐹 cos 𝜃
𝑎=
⇒ 𝑚
𝑁 = 𝑃 − 𝐹 sin 𝜃

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