Tributação, Receitas, Fundos Públicos e Acumulação de Capital através da Dívida Pública. Programa de Pós-Graduação em Direito. Universidade Federal de Pernambuco.
Apresentação em 01 06 2020.
Título original
Tributação Política Fiscal e Acumulação de Capital Faculdade de Direitos do Recife
Tributação, Receitas, Fundos Públicos e Acumulação de Capital através da Dívida Pública. Programa de Pós-Graduação em Direito. Universidade Federal de Pernambuco.
Apresentação em 01 06 2020.
Tributação, Receitas, Fundos Públicos e Acumulação de Capital através da Dívida Pública. Programa de Pós-Graduação em Direito. Universidade Federal de Pernambuco.
Apresentação em 01 06 2020.
Evilásio Salvador: A distribuição da carga tributária : Quem paga a conta (2007:82) (*)
A correlação de forças sociais é importante para compreender a composição da
carga tributária. A partir do momento de definição do montante de recursos com que o Estado terá de contar para o desempenho de suas funções (...) a questão central passa a ser a distribuição desse ônus entre os membros da sociedade. O gravame é definido na área política.
(*) Arrecadação, de onde vem ? Gastos públicos, para onde vão?
João Sicsu (Organizador), Prefácio Chico de Oliveira São Paulo, Boitempo, 2007 Distribuição dos Impostos diretos e indiretos (*) A correlação de forças políticas e sociais atuantes no sistema encontra-se na base da determinação da distribuição dos impostos diretos e indiretos, ou seja, na composição da carga tributária(...) Fabrício Oliveira, Economia e Política das finanças públicas (BH, Fundação João Pinheiro, 2001) Pra começo de conversa
• Acerca do pensamento hegemônico e a produção do senso comum
em matéria tributária
• A matéria tributária sob a ótica empírico-analítica
• A Universidade crítica e o tema tributário sob a ótica das classes
sociais Pensamento hegemônico e produção do senso comum (1) A crucificação da Carga Tributária
Dissocia-se a tributação da disputa pela riqueza, tornando secundário o
papel do estado na garantia constitucional dos direitos sociais e dos investimentos. Busca-se tratar igualmente os desiguais. A “criminalização” da Carga Tributária pelo pensamento hegemônico permite que determinados sujeitos atuem com liberdade no sentido da não-incidência ou da incidência restrita da tributação sobre suas atividades econômicas Sua arena estratégica é a eleição de bancadas parlamentares alinhadas junto ao Estado na defesa dos seus interesses (DOWBOR,2008). A disputa acerca da tributação Pensamento hegemônico e produção do senso comum (2)
Na arena do parlamento e das relações Estado-Corporações
desenrolam-se os embates pelas pautas estratégicas das classes proprietárias do capital e dos meios de produção 1.Desoneração tributária agressiva e fartos incentivos fiscais 2.Refinanciamento da Dívida Ativa Tributária como regra (REFIS) 3.Planejamento tributário agressivo, mesclando-se, na fronteira, com o crime impune contra a ordem tributária ( Custos x Benefícios) 4. Não incidência Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2015/05/18/empresas-se-finan ciam-com-renuncias-fiscais-diz-pesquisa-da-usp.ghtml https://valor.globo.com/brasil/coluna/sucessivos-refis -tornam-elisao-fiscal-vantajosa.ghtml (1) https://valor.globo.com/brasil/coluna/sucessivos-refis -tornam-elisao-fiscal-vantajosa.ghtml (2) https://valor.globo.com/brasil/coluna/sucessivos-refis -tornam-elisao-fiscal-vantajosa.ghtml (3) https://valor.globo.com/brasil/coluna/sucessivos-refis -tornam-elisao-fiscal-vantajosa.ghtml (4) h ttp://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-pa rcelamentos/arquivos-e-imagens-parcelamento/estudo-sobre-os-impa ctos-dos-parcelamentos-especiais.pdf (1) http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-parcela mentos/arquivos-e-imagens-parcelamento/estudo-sobre-os-impactos-dos-p arcelamentos-especiais.pdf (2) http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-p arcelamentos/arquivos-e-imagens-parcelamento/estudo-sobre-os-im pactos-dos-parcelamentos-especiais.pdf Os elevados percentuais de exclusão de contribuintes dos parcelamentos especiais e o expressivo aumento do passivo tributário administrado pela Receita Federal (...) evidenciam que os parcelamentos não são instrumentos eficazes para a recuperação do crédito tributário, além de causar efeitos deletérios na arrecadação tributária corrente, posto que o contribuinte protela o recolhimento dos tributos na espera de um novo parcelamento especial. Frise-se que as regras oferecidas nesses programas tornam muito mais vantajoso para o contribuinte deixar de pagar os tributos para aplicar os recursos no mercado financeiro (...). http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-parcelament os/arquivos-e-imagens-parcelamento/estudo-sobre-os-impactos-dos-parcelamen tos-especiais.pdf A matéria tributária sob o enfoque empírico-analítico
• Analisa-se a Carga Tributária dissociada de seu contexto histórico, dos
conflitos que a atravessam e de sua inserção na totalidade das relações econômicas • A CT em questão é posta no centro do debate sem a devida distinção de seu caráter BRUTO ou LÍQUIDO, do que resta, por fim, à sociedade, omitindo-se a trajetória de uma condição à outra. • Ao se comparar a CT brasileira com a de outros países não se põe em evidencia a natureza dos impostos e contribuições existentes, sua diferença em relação aos demais países e sua construção histórica e social A Universidade crítica, sob o olhar histórico-dialético, os temas econômicos e tributários sob a ótica das contradições de classe
“O Juro da Notícia”, jornalismo econômico pautado pelo capital financeiro
( “ Paula Puliti, ECA-USP, Insular 2013)
A magnitude da tributação reflete a explosão da dívida pública
(Fábio Guedes Gomes, UFBA, 2007) A dívida pública tornou-se, portanto, o espaço privilegiado de afirmação da hegemonia do capital financeiro sobre os recursos e finanças públicas, à custa das políticas públicas e dos direitos sociais que deveriam ser assegurados pelo Estado brasileiro.
Os fundos públicos estão no centro do processo de acumulação do capital
desde os anos de 1970 do século XX (Lopreato,2006)- UNICAMP. Os cinco pilares da brutalidade tributária e fiscal no Brasil Os proprietários do capital elegem Governo e/ou um Congresso Nacional majoritariamente alinhados com seus interesses e projetos econômicos Os proprietários do capital, para fins de acumulação, transitam entre a elisão fiscal e o franco crime contra a ordem tributária, sabedores da fraca possibilidade de lhes atingirem sanções penais duras, sejam no âmbito patrimonial sejam restritivas de liberdade, dada a base política da qual dispõem Por acumulação de poder e força política forçam a produção de normas tributárias menos onerosas, de refinanciamento, desoneração, isenções e incentivos fiscais consideradas estratégicas à expansão de seus negócios Após a arrecadação se consolidar, entra em cena outra classe do capital, o rentista, dominando o nexo Estado-Finanças (HARVEY,2018) e a mídia do segmento para se apropriar do fruto da arrecadação através do sistema da dívida pública, por meio do recebimento de juros, amortizações e do refinanciamento da dívida impagável no exercício fiscal corrente. https://valor.globo.com/brasil/coluna/duvidas-sobre-a -solvencia-da-divida.ghtml ( 29.05.2020)
A saída para a economia, no período pós-pandemia, é retomar a agenda
de reformas com foco na solvência da dívida interna. A dívida bruta como proporção do PIB terá uma escalada, saindo de 75,5% para a casa dos 90% esse ano. Os sinais já são inquietantes. A dívida mobiliária teve resgate líquido de R$ 240 bilhões nos primeiros quatro meses do ano e os prazos dos títulos estão se encurtando. Essa preocupação ficou clara, durante o debate ontem, na Câmara, entre os economistas Armínio Fraga, Ilan Goldfajn, ambos ex-presidentes do Banco Central, Ana Paula Vescovi, ex- Secretária do Tesouro Nacional, e Edmar Bacha, um dos responsáveis pelo Plano Real. https://valor.globo.com/brasil/coluna/duvidas-sobre-a -solvencia-da-divida.ghtml ( 29.05.2020) Desoneração da Folha-Estimativa de Renúncia 2012-2018 - R$ Milhões FONTE: Receita Federal do Brasil-Receita data-Renúncias Fiscais • Tributo é lei • A lei se aprova nos parlamentos • Os Parlamentos expressam correlações de forças • Conquistar mandatos é aumentar a força política de grupos • Com mais força política se faz a lei segundo interesses dos grupos mais fortes econômica e politicamente • Os grupos econômicos assim levam vantagem na construção da matriz tributária e do modelo de acumulação de capital que lhes interessa Premissa fundamental
A arrecadação ( com origem na tributação) e
os gastos públicos diretos ou indiretos (exercício da política fiscal) são arenas de disputa entre as classes e partes indissociáveis na análise das funções do Estado QUE FAZER?
Não há como compatibilizar no mesmo projeto os interesses da
acumulação direta ( apropriação dos fundos públicos, exploração da mais-valia, privatização de ativos públicos) e indireta( desonerações, sonegação, refinanciamentos) do capital frente às demandas da democracia ampliada, centradas na educação e na seguridade social, no investimento estatal para o pleno emprego, na habitação com dignidade, na mobilidade urbana com eficiência, na cultura etc. EDMAR BACHA (Valor,29/05/2020) propõe distribuição de renda sem ruptura com o modelo do capital. Impossível. É um Ilusionista.
Natureza jurídica dos incentivos decorrentes dos programas estaduais de estímulo à emissão de nota fiscal e sua aderência à lei de responsabilidade fiscal