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As religiões

Religião
• A religião é a resposta do ser humano à interpelação do Absoluto.
• Pressupõe uma iluminação ou um encontro com o Sagrado, entendido por
algumas religiões como pessoal.
• Esse encontro está descrito em textos sagrados.
• A relação com o Sagrado, através da fé (atitude de reconhecimento e de entrega
confiante), conduz a pessoa à fidelidade, a determinados compromissos e
responsabilidades.
• Religião e magia são realidades completamente distintas e incompatíveis.
Enquanto a religião se refere a um Deus absoluto que quer a liberdade e a
felicidade das pessoas, a magia baseia-se na crença em forças ocultas que
exercem influência sobre a vida das pessoas e tem como objetivo manipular e
controlar essas mesmas forças.
Tradições religiosas orientais
• A religiosidade oriental caracteriza-se pela valorização do interior da
pessoa:
• é introvertida, meditativa e contemplativa;
• sempre em busca do autoconhecimento e da harmonia com a sociedade, a
natureza e o universo;
• os orientais respeitam, não só os seus semelhantes, mas também todos os
seres animados e inanimados, uma vez que tudo o que existe é habitado
pela divindade (panteísmo).
Hinduísmo
• O Hinduísmo define-se como um conjunto de tradições religiosas envolvidas
numa extensa e complexa variedade de crenças e cultos.
• As suas origens remontam ao segundo milénio a.C., na Índia. N
• o panteão hindu, sobressaem três divindades maiores, a que se dá o nome de
Trimurti:
• Brahma, o deus criador de todas as coisas e para o qual ludo volta;
• Vixnu, o deus conservador;
• Xiva, o deus destruidor.
Hinduísmo
• As escrituras hindus chamam-se Shastras (Instruções ou Tesouros
do Conhecimento) e dividem-se em dois grupos:
• Shruti (escutado, revelado);
• Smriti (memórias - que são explicações dos Shruti).
• Os quatro Vedas (sabedorias) constituem o corpo central dos textos revelados.
• Dos princípios hindus fazem parte quatro conceitos fundamentais:
• Karma - Herança das incarnações anteriores e destino (castigo ou recompensa);
• Darma - Lei, cumprimento dos deveres religiosos, morais e sociais;
• Samsara - Ciclo das reencarnações;
• Nirvana - Libertação do samsara; estado de perfeição.
Hinduísmo
• A sociedade hindu está organizada em castas:
• brâmanes (sacerdotes),
• cxátrias (guerreiros),
• vaixias (artífices) e
• sudras (servos).
• Os párias são considerados marginais
e não pertencem a nenhuma casta.
• O símbolo do Hinduísmo é o Om. É a sílaba sagrada, constituída por três
caracteres sânscritos (língua sagrada do Hinduísmo),
correspondentes às letras A-U-M, que se pronuncia
numa única emissão de som: «om».
É o som mais sagrado e a origem de todas as orações.
Budismo
• O Budismo surgiu na Índia, por volta do ano 500 a. C.,
como consequência dos ensinamentos de Sidartha Gautama.

• O objetivo do Budismo é ajudar as pessoas a encontrar o caminho para a


iluminação e para o estado de nirvana, que põe fim ao sofrimento.
• muitos consideram o Budismo mais como uma filosofia de vida do que como uma
religião.
• A crença na reencarnação e a noção de karma (herança das boas e más ações)
são a base da doutrina budista.
• O texto fundamental do Budismo é o Sermão de Benares, onde Sidartha
Gautama identifica o grande mal do mundo - o sofrimento - e indica o Óctuplo
Caminho como meio para o ultrapassar e atingir a paz e a serenidade.
Budismo
• O texto fundamental do Budismo é o Sermão de Benares,
• onde Sidartha Gautama identifica o grande mal do mundo
- o sofrimento –
• e indica o Óctuplo Caminho
como meio para o ultrapassar
e atingir a paz e a serenidade.
Budismo
• A doutrina budista parte de uma constatação que leva a colocar a pergunta:
• por que é que existe o sofrimento?
• Na resposta a esta questão, são apontadas as quatro verdades pregadas por Sidartha Gautama:

• 1. A vida é sofrimento, insatisfação, mal-estar, frustração e imperfeição, tanto do ponto de vista físico, como
emocional e mental.
• 2. A causa do sofrimento é a ignorância, traduzida no egocentrismo, no desejo possessivo e na ambição.
• 3. A solução só se encontra quando se põe fim ao sofrimento pela negação de tudo o que a ele conduz.
• 4. O caminho que põe fim ao sofrimento tem três linhas de ação:
• Ética (agir para o bem de todos e não prejudicar nenhum ser vivo);
• Meditação (libertar a mente do negativo e cultivar o positivo);
• Sabedoria (o material é ilusório e não satisfaz o ser humano).
• Esta via da libertação realiza-se, na prática, através do Óctuplo Caminho - os oito "mandamentos"
que o budista deverá viver.
Confucionismo
• O Confucionismo foi fundado pelo sábio K'ung-fu-tzu, conhecido por Confúcio,
que nasceu por volta do ano 552 a.C., em Tsou, na China.

• O Confucionismo é essencialmente uma doutrina política


e ética, apesar de ter igualmente uma dimensão religiosa.

• O valor que atribui ao estudo, à ordem, à consciência política e


ao trabalho marcou profundamente a civilização chinesa, desde
a antiguidade até aos dias atuais.

• O culto da natureza e dos antepassados, bem como a afirmação


do amor, da justiça, da sinceridade e da reverência são
caraterísticas fundamentais deste sistema filosófico-político-religioso.
Confucionismo
• A doutrina confucionista visa a harmonia da vida e do mundo.
• Para isso, considera a família como base de uma sociedade em que todas as pessoas vivem em
paz.
• Esta família começa nos governantes, que devem amar o povo como verdadeiros pais, e
termina nos súbditos, que têm o dever de ser obedientes e humildes como filhos.
• Todos os seres humanos são irmãos e devem cuidar uns dos outros, tratando-se
mutuamente com lealdade e respeito.

• O princípio fundamental do confucionismo é a humanidade (jen) - a justa


organização das relações humanas.
• O jen, como virtude universal, está associado à lealdade em relação à própria consciência e à
reciprocidade (respeito por todos) e traduz-se na bondade, compaixão e amor pelos outros.
Confucionismo
• O cânone da sabedoria e ensinamentos confucionistas centram-se nos cinco
livros clássicos:
• I Ching,
• Shu Ching,
• Li Ching,
• Shih Ching e
• Ch'un Ch'iu.
• O símbolo do Confucionismo é o Tai Chi, simbolizando as forças em movimento
e em equilíbrio do Yin e Yang. O Yang, simultaneamente oposto e
O princípio Yin é o feminino, o complementar, é necessário ao
não material, a lua, a noite, a equilíbrio; corresponde ao masculino,
sombra, o frio, o negativo, a ao material, ao sol, ao dia, à luz, ao
passividade contemplativa. calor, ao positivo, à atividade.

Para manter a harmonia e a ordem no universo e dentro do corpo,


é importante manter constantemente o Yin e o Yang em plena harmonia.
Religiões Abraâmicas
Judaísmo
• No século XIX a.C., Deus interpelou Abraão a partir para Canaã (Palestina, Israel
ou Terra Santa), prometendo abençoar os seus descendentes e torná-los numa
nação poderosa.
• Mais tarde, revelou-se a Moisés (no século XIII a.C.), manifestando-se-lhe no
monte Sinai.
• A Aliança do Sinai, que é o corolário dos acontecimentos do êxodo (libertação
do Egito), constitui o evento estrutural do Judaísmo e a confirmação de Israel
como povo de Deus.
• A experiência da libertação, a Aliança e a Lei (Dez Mandamentos) são as fontes
vivas da fé e da própria existência de Israel.
Judaísmo
• Língua
• O hebraico é o principal idioma do Judaísmo e é atualmente a língua oficial do Estado de
Israel.
• Entre os vários idiomas judaicos podemos destacar o aramaico (língua que Jesus falava e
que se mantém como língua materna de algumas comunidades do Próximo Oriente).
• Vestuário
• O Kippá (pequeno barrete) é o símbolo distintivo usado pelos judeus (só os homens) para
manifestar respeito a Deus.
• Tefilim é o nome dado a duas caixinhas de couro dentro das quais está um pergaminho
com trechos fundamentais da
• Torah, que se prendem à testa e ao braço esquerdo no momento da oração para indicar a
presença da palavra de Deus na mente e no coração.
• O tzitzit, que se prende ao tallit (espécie de xaile), é a sua parte mais importante e serve
para lembrar aos judeus o cumprimento dos Mandamentos.
Judaísmo
• Símbolos
• A Estrela de David, composta por dois triângulos equiláteros que
sugerem a essência dos ideais judaicos (a fé e a sua história), era o
emblema do escudo do grande rei David e é o símbolo da bandeira
de Israel.

• A Menorah, principal símbolo da fé judaica, é um candelabro com


sete braços que representa a nação de Israel e a sua missão de ser
a luz entre as nações.

• O mezuzza é uma pequena caixa que contém um rolo de


pergaminho com o shema (texto em que Deus ordena que se
conservem as suas palavras nas mentes e nos corações). É fixado
no umbral da casa e sempre que se entra nela beijam-se os dedos
e toca-se no mezuza, mostrando assim amor e respeito a Deus e
aos seus Mandamentos.
Judaísmo
• Textos Sagrados
• A Torah - Lei - é a escritura mais importante do Judaísmo. É o texto sagrado por excelência.
Mas o cânone judaico, na sua totalidade, chama-se Tanakh e divide-se em três partes: Lei,
Profetas e Escritos.

• Princípios fundamentais de Fé:


• Afirmação da existência de um só Deus (monoteísmo);
• Reconhecimento da presença e revelação de Deus nos acontecimentos da história;
• Fundamentação na Aliança entre Deus e Israel, o povo eleito;
• Esperança na vinda do Messias e na vida eterna.
Judaísmo
• A proclamação da existência de um só Deus manifesta-se na profissão de fé
judaica conhecida como Shema.
• Shema

Escuta Israel, o Senhor e só Ele é o nosso Deus…


Ama o Senhor, teu Deus, com todo o coração,
com toda a tua alma e com todas as tuas forças.
Que os mandamentos que hoje te dou estejam sempre na tua memória.
Ensina-os continuamente aos teus filhos e repete-os,
tanto ao deitar como ao levantar, quer estejas em casa, quer vás de viagem.
Deves trazê-los no teu braço como um distintivo, na tua testa como emblema.
Escreve-os nas ombreiras das portas da tua casa.
Judaísmo
O Judaísmo baseia-se na Aliança (pacto de fidelidade) entre Deus e Israel, o povo
eleito. Deus revela-se nos acontecimentos concretos da história judaica e desafia
continuamente o povo a permanecer fiel, daí que a existência humana no Judaísmo
esteja fundamentada no Decálogo (Dez Mandamentos).
Estes Mandamentos são uma dádiva de Deus, através de Moisés, para que o povo,
acabado de sair da opressão do Egito, viva feliz e não torne a cair em qualquer tipo
de escravidão.
Judaísmo
• O Templo de Jerusalém, mandado construir pelo rei Salomão no séc. X a.C.,
destruído e reconstruído várias vezes, era o mais importante local de oração e
peregrinação; ali se ofereciam sacrifícios a Deus e se celebravam as grandes
festas. Era também o centro político, mercantil e financeiro.

• O Muro das Lamentações, única parte do Templo de Jerusalém que resistiu à


destruição pelos romanos no ano 70, é atualmente o local mais sagrado do
Judaísmo. Junto a ele, os judeus do mundo inteiro rezam e colocam, entre as
pedras, as suas preces escritas.
Judaísmo

• A sinagoga é o espaço público de oração. A palavra sinagoga significava,


originariamente, povo reunido; depois veio a significar o edifício em que os
judeus se reúnem para celebrar a sua fé. As sinagogas são normalmente de
construção retangular e orientadas para Jerusalém. Na parede de fundo, bem
visível, há um lugar para guardar os rolos da Lei. Ao longo das paredes ficam
dispostos os bancos para a assembleia. Destaca-se o rabino (líder espiritual da
comunidade) e o chazann (cantor litúrgico).
Islamismo
• O Islão é a religião que surgiu na Península Arábica, no século VII, baseada nos
ensinamentos religiosos do profeta Maomé.

Islão é o aportuguesamento da palavra


árabe lslam, que significa "submissão
voluntária e incondicional à vontade de
Deus" .
Esta palavra tem também uma relação
etimológica com outros vocábulos árabes
como salaam ou shalam, que significam paz.
Islamismo
Em 570 ou 571, nasceu em Meca um homem que viria a alterar a
história da Arábia e do mundo: Maomé.
O pai faleceu pouco antes do seu nascimento e a mãe quando ele
tinha seis anos, pelo que foi educado por um tio.
Tornou-se mercador e viajou com as caravanas do deserto para
vender os seus produtos. Nestas viagens conheceu judeus e
cristãos, através dos quais entrou em contacto com o monoteísmo.
Maomé tinha o hábito de jejuar e meditar nas montanhas próximas
de Meca. Em 610, enquanto fazia um retiro espiritual,
experimentou aquilo que considerou ser uma revelação divina: um
ser misterioso (Jibril, o anjo Gabriel) ordenou-lhe que recitasse
uma frase que viria a ser a primeira revelação do Livro, mais tarde
compilado com o nome de Alcorão.
Islamismo

Maomé, convencido de que era o sucessor dos grandes profetas hebreus e cristãos, começou a
pregar aos habitantes de Meca que deviam acreditar num Deus único e anunciou-lhes o dia do
Juízo Final, no qual os atos de cada pessoa seriam avaliados e a riqueza pessoal seria inútil.
Alguns acreditaram nele, mas outros, particularmente os comerciantes que viviam da venda de
objetos religiosos, tornaram-se seus inimigos e fizeram com que tivesse de fugir de Meca para
Medina. Este acontecimento teve lugar no ano 622 e ficou conhecido como Hégira (fuga).
Maomé fundou a comunidade islâmica em Medina e, apoiado pelos seus habitantes, em 630
regressou a Meca, onde destruiu os ídolos da Kaaba e fixou uma nova peregrinação e novas
normas religiosas. Por altura da sua morte, em 632, quase toda a Península Arábica seguia os
ensinamentos da nova religião.
Judaísmo
• Símbolos
• O símbolo do Islão é o hilal ou crescente.

A lua representa o calendário islâmico e a estrela representa Alá. O


crescente era o símbolo da cidade de Bizâncio, que, com o imperador
romano Constantino (Séc. IV), passou a chamar-se Constantinopla
(atual Istambul). Os Otomanos (turcos) conquistaram a cidade em
1453 (queda do império romano do oriente) e adotaram o antigo
símbolo da cidade, difundindo-o por todos os países sob o seu
domínio. É por isso que ainda hoje quase todos os Estados islâmicos
têm o crescente na bandeira.

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