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INTERTEXTUALIDADE
vozes do texto

INTERTEXTUALIDADE
Apostila 2 Port - FA – Cap. 1 – p. 10
Profª. Edicléia Mazer
Visão de mundo

O DISCURSO/VISÃO
DE MUNDO,IDEOLOGIA
Visão de mundo

Conjunto de ideias, maneira de conceber a realidade;

Todo discurso é a visão de mundo presente no texto;

Hoje, venda de escravo seria uma atitude


anticonstitucional, mas na época da sociedade
escravocrata, esse discurso fazia todo sentido.
Capital Inicial-Saquear Brasília

 Excelentíssimo, deita e dorme com os anjos 


Sereníssimo, só abraços e só sorrisos como em família 
Você cuida de mim, eu protejo você 
É uma maravilha ser poderoso em Brasília! 

Eles mentem e não sentem nada 


Eles mentem na sua cara 
Eles mentem e não sentem nada 
Eles mentem na sua cara 

Nobre colega 
Acha que a nação inteira é surda e cega 
Hipocrisia todo dia faz parte da mobília 
 Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Interdiscursividade
TODA RELAÇÃO I NT E R D I S C U R S I V A É
T A M B É M U M A R E L A Ç Ã O I NT E R T E X T U A L.
C O N T UD O , A I N T E R D I S C U R S I V I DA D E É M A I S
A M P L A : Q UA N D O UM D I S C U R S O C I T A O
O UT R O , N Ã O H Á A PE N AS U M A R E F E R Ê N C I A
A O T E XT O O U PA R T E S D O T E X T O , M A S
T A M B É M À S I T U AÇ ÃO DE PR O D UÇ Ã O D E L E
( Q U E M FA Z , P A R A Q U E , E M Q U E M O M E N T O
H I S T Ó R I C O , C O M Q U A L F I N A L I DA D E , E T C . ) .
Intertextualidade – esse
palavrão...
Na prova do ENEM, na maneira como são explicitados seus
conteúdos e habilidades, fala-se muito sobre questões como
“DIVERSIDADE DE GÊNEROS TEXTUAIS”, “O TEXTO EM
INTERAÇÃO COM DIVERSOS CONTEXTOS” e “COMPREENSÃO
DE DIVERSAS LINGUAGENS TEXTUAIS E ARTÍSTICAS” (onde
devemos, portanto, compreender que um texto pode expressar-se
como imagem, propaganda, palavra escrita ou símbolo). Logo,
compreender a forma como um texto (artístico ou não) comporta-se
na sua composição é uma habilidade importante, pois perceber a
INTERTEXTUALIDADE denota CONHECIMENTO DA CULTURA e
de como o SENSO COMUM influencia nossa LEITURA DE MUNDO.
INTERTEXTUALIDADE
Há, basicamente, duas maneiras de se perceber a intertextualidade...

Uma explícita, facilmente notada e parte do corpo do texto (geralmente


apoiando-se justamente no conhecimento do senso comum por parte do
leitor/espectador).

O outro caso de ocorrência de INTERTEXTO é quando este está implícito,


mais subjetivo, portanto, dependendo muito do olhar do leitor/espectador
para ser encontrado e, muitas vezes, colocado de forma inconsciente pelo
autor, justamente pelo fato de certas INFLUÊNCIAS ou REFERÊNCIAS de
senso comum estarem tão dispersas no mundo que essas acabam
surgindo naturalmente.
INTERTEXTUALIDADE
O DIÁLOGO ENTRE OS TEXTOS
Intertextualidade – esse palavrão...
“(...) todo o texto é absorção e transformação de outro texto. (...) a
linguagem poética se lê, pelo menos como dupla.” (KRISTEVA in
CARVALHAL, 1992, p. 50.)

“(...) não é possível ler senão comparativamente (ou seja, racionalmente)


(...) não se trata tanto da opção entre comprar e não comparar... Não há
de fato como não comparar. Toda leitura é ativação, partilha e ‘cooperação
interpretativa’(...).” (BUESCU, 2001, p. 23.)

“A noção de intertextualidade abre um campo novo e sugere modos de


atuação diferentes ao comparativista (...). Principalmente, as novas
noções sobre a produtividade dos textos literários comprometem a
também ‘velha’ concepção de originalidade.” (CARVALHAL, 1992, p. 53.)
Intertextualidade – esse palavrão...

INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o conceito mais importante nos


dias de hoje quando falamos sobre criação artística – colocando, então,
nesse “caldo” de arte, a literatura. É muito difícil nos depararmos com algo
realmente original atualmente no meio da cultura e do entretenimento. E
isso se deve ao exercício constante da comparação, onde estabelecemos,
quase sempre, aproximações entre uma criação e outra. Quando
percebemos que um texto usa outro texto em sua construção, mesmo que
sem a intenção do autor, o que estamos fazendo é comprovar a ocorrência
de INTERTEXTUALIDADE.
Intertextualidade – esse palavrão...

Sendo assim, INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o


cruzamento de um texto com outro (ou outros), muitas vezes utilizado
conscientemente, sendo parte fundamental da criação do autor;
comporta-se não como plágio involuntário, mas, frequentemente, é
um dos objetivos de determinada obra a CITAÇÃO explícita para fins
de REFERÊNCIA, HOMENAGEM ou, ainda, PARÓDIA.
Intertextualidade – esse palavrão...

Na prova do ENEM, na maneira como são explicitados seus conteúdos e habilidades,


fala-se muito sobre questões como “DIVERSIDADE DE GÊNEROS TEXTUAIS”, “O
TEXTO EM INTERAÇÃO COM DIVERSOS CONTEXTOS” e “COMPREENSÃO DE
DIVERSAS LINGUAGENS TEXTUAIS E ARTÍSTICAS” (onde devemos, portanto,
compreender que um texto pode expressar-se como imagem, propaganda, palavra
escrita ou símbolo). Logo, compreender a forma como um texto (artístico ou não)
comporta-se na sua composição é uma habilidade importante, pois perceber a
INTERTEXTUALIDADE denota CONHECIMENTO DA CULTURA e de como o SENSO
COMUM influencia nossa LEITURA DE MUNDO.
TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE
Alusão
• Referência explícita ou implícita a uma
obra de arte, um fato histórico ou um
autor, para servir de termo de
comparação;
• apela à capacidade de associação de
ideias do leitor;
• depende fortemente do contexto em
que esta inserida.
ALUSÃ
O

G.R.E.S. Unidos do Viradouro 2008


Citação
• reprodução de uma enunciação
pertencente a outro processo
enunciativo;
• reprodução exata do discurso citado;
• a citação normalmente vem indicada por
pontuação específica e referência ao
autor do enunciado original.
Citação
Também segundo Maria do Rosário Magnami (1989, p. 104): “... é
preciso trazer a leitura para a sala de aula, para despertar o sabor
de ler que é necessário propiciar condições para o prazer como
satisfação de necessidades...”.
Para que haja uma aquisição do gosto pela leitura é necessário que
o professor primeiro promova, de forma prazerosa, o envolvimento
do aluno com o livro, conforme afirma Maria Antonieta Antunes: “...
a leitura é uma forma altamente ativa de lazer...” (p. 47)
CITAÇÃO

Quino
Epígrafe
• pequeno texto ou fragmento em forma de
inscrição posta no início de um livro,
capítulo, poema etc.
• serve de tema, mote ou motivação;
• pode resumir o pensamento ou conjunto
ideológico que será apresentado;
• ora vale como um lema, ora como
elemento causal/consequente do
enunciado em questão.
EPÍGRAFE

Gonçalves Dias
Conheceis o país onde florescem as laranjeiras?/ Ardem na
escura fronde os frutos de ouro.../ Conhecê-lo? –
Para lá, para lá quisera eu ir!
PARÁFRASE
• tradução interpretativa de um texto,
sem prestar muita atenção à forma
original do texto traduzido;
• reprodução explicativa de um texto, no
qual se mantêm basicamente as ideias
originais, podendo acrescentar-se a elas
algumas ideias e impressões de quem
parafraseia o texto.
PARÁFRASE

Enio Squeff, "Paráfrase", 1997 (II), díptico,


125 x 125 cm, têmpera sobre tela
Pastiche

• criação artística produzida pela reunião e


colagem de outros enunciados.
• diluição textual que se aproxima da sátira e
da paródia, podendo até ser considerada
como um tipo de homenagem;
• imitação reiterativa, com recorrência a
determinados recursos a ponto de esvaziá-
los de significação.
PASTICH
E

Rodrigo Teaser, “cover” de Michael Jackson


Paródia
• recriação de um texto com nítido objetivo
de satirizar, contestar ou ridicularizar um
discurso específico;
• ruptura com as ideologias impostas;
• leva o leitor a uma reflexão crítica das
verdades incontestadas anteriormente;
• Desconstrução de enunciados;
• Manutenção de laços formais que
identifiquem a paródia junto ao texto
original.
TRADUÇÃO

• Passagem de um idioma a outro;


• modelo intertextual que busca a
neutralidade;
• tradução implica recriação do
texto,especialmente as obras
literárias.
TRADUÇÃO
"Imagination is more important than knowledge. Knowledge is
limited. Imagination encircles the world."

"A imaginação é mais importante que o conhecimento.


O conhecimento é limitado. Imaginação circunda o mundo."
Versão

• variante de um enunciado
original, do qual se aproveita
algum recurso formal, mas no
qual, geralmente, não há
compromisso com o conteúdo
do discurso.
VERSÃ
O
All my Feche os
loving Close your eyes and I'll olhos Feche os olhos e sinta
kiss you Tomorrow I'll miss you um beijinho agora
Remember I'll always be true De alguém que não vive sem
And then while I'm away você Que não pensa e nem gosta
I'll write home everyday De outra menina
And I'll send all my loving to E tem medo de lhe perder
you
Todo a...mor desse
I'll pretend that I'm
mundo Parece querida
kissing The lips I am Que está dentro do meu
missing
coração
And hope that my
dreams will come true
Por favor
queridinha Divida
And then while I'm
comigo
away I'll write home Um pouco da
everyday
minha paixão
And I'll send all my
loving to you
Coisa linda coisa que eu
INTERTEXTUALIDADE
Há, basicamente, duas maneiras de se perceber a intertextualidade...

 Uma explícita, facilmente notada e parte do corpo do texto (geralmente apoiando-se justamente no
conhecimento do senso comum por parte do leitor/espectador).

Na série cinematográfica Shrek, por exemplo...

...Temos o Gato de Botas...

...É fundamental a presença de


diversas referências dos contos ...Sobra espaço até ... Há personagens importantes
de fadas (ou contos infantis)... para outras citações, na trama, como Rapunzel,
como o filme Matrix, Branca de Neve, Cinderela e
lendas medievais, etc. muitos outros...
INTERTEXTUALIDADE
 O outro caso de ocorrência de INTERTEXTO é quando este está implícito, mais subjetivo, portanto,
dependendo muito do olhar do leitor/espectador para ser encontrado e, muitas vezes, colocado de
forma inconsciente pelo autor, justamente pelo fato de certas INFLUÊNCIAS ou REFERÊNCIAS de
senso comum estarem tão dispersas no mundo que essas acabam surgindo naturalmente.

A história da saga Crepúsculo, por exemplo, tenta renovar os mitos vampíricos tão presentes na
cultura de massa...
...Ainda que não
se consigam
evitar outras
referências
clássicas do
gênero, como
Drácula.

...Abrindo espaço para a ...Com


velha história do “amor direito a
proibido”, que remete a referências
Romeu e Julieta, Tristão e como A Bela
Isolda... e a Fera...
Semana que vem Carpe Diem
Pitty Horácio

Amanhã eu vou revelar Não indagues muito: é cruel querer saber


Depois eu penso em aprender Que fim nos reservaram os deuses; nem
Daqui a uns dias eu vou dizer Fiques consultando os números babilônios.
O que me faz querer gritar
Pode ser que Júpiter te conceda muitos invernos,
Ou somente este último, como expressa agora
No mês que vem tudo vai melhorar
Só mais alguns anos e o mundo vai mudar o mar tirreno ao bater nas rochas.
Ainda temos tempo até tudo explodir Sê sensato, bebe teu vinho e abrevia as longas
Quem sabe quanto vai durar [esperanças,
Pois o tempo foge enquanto aqui parlamos.
Não deixe nada pra depois Curte o dia de hoje – não te fies no futuro!
Não deixe o tempo passar
Não deixe nada pra semana que vem
Porque semana que vem pode nem chegar

A partir de amanhã eu vou discutir


Da próxima vez eu vou questionar
Na segunda eu começo a agir
Só mais duas horas pra eu decidir...

(...)
INTERTEXTUALIDADE não demonstra falta de originalidade, necessariamente, mas, muitas
vezes, uma nova noção sobre o que é originalidade. Inferir que um texto utiliza outro texto na sua
construção é um exercício comparativo comum do ser humano; está muito evidente na
propaganda (no uso de símbolos de marcas, por exemplo) e, no texto artístico, apóia-se no
conhecimento dos clássicos.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Minha terra tem palmeiras, Em cismar –sozinho, à noite–
Onde canta o Sabiá; Mais prazer eu encontro lá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas, HINO
Não permita Deus que eu morra,
Nossas várzeas têm mais flores, NACION
AL Sem que eu volte para lá;
BRASILE
Nossos bosques têm mais vida,
IRO
Nossa vida mais amores. Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Em  cismar, sozinho, à noite, Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. 
Onde canta o Sabiá.
Canção do Exílio Facilitada Nova Canção do Exílio
José Paulo Paes Carlos Drummond de Andrade

lá? Um sabiá na
ah! palmeira, longe.
Estas aves cantam
sabiá... um outro canto.
papá...
maná... O céu cintila
sofá... sobre flores úmidas.
sinhá... Vozes na mata, e o maior amor.

Só, na noite,
cá?
seria feliz:
bah!
um sabiá,
na palmeira, longe.

Onde tudo é belo


e fantástico, Ainda um grito de vida
só, na noite, e voltar
seria feliz. para onde tudo é belo
(Um sabiá, e fantástico:
na palmeira, longe.) a palmeira, o sabiá,
o longe.
Quando falamos sobre ENEM, há um termo
importantíssimo que é sempre lembrado:
INTERDISCIPLINARIDADE. A possibilidade de, por
exemplo, poder ler um texto a partir de perspectivas
diversas pode vir a ser um indício de
INTERTEXTUALIDADE.
QUESTÕES – ENEM

1) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já
lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a
denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
 
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
 
II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.

(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
 
III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
 
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos


Drummond de Andrade, por
(A) reiteração de imagens.
(B) oposição de idéias.
(C) falta de criatividade.
(D) negação dos versos.
(E) ausência de recursos
2) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou
de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.
3.
1.   
                                                                            

2.
  4.

 
Sobre a temática dos retirantes, Portinari também escreveu o seguinte poema:

(….)
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
(….)
(PORTINARI, Cândido. Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.)

Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do
poema.

(A) 1 e 2                      (B) 1 e 3               (C) 2 e 3              (D) 3 e 4            (E) 2 e 4

    
3)
Texto 1: "Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto da perfídia."
Joaquim Manoel de Macedo

Texto 2: "Teresa, se algum sujeito bancar o


sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA"
Manuel Bandeira
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que:
 
(A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
(B) há um tratamento realista da relação homem/mulher.
(C) a relação familiar é idealizada.
(D) a mulher é superior ao homem.
(E) a mulher é igual ao homem.
4) Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um
organismo, ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma espécie, passa a
apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios humanos,
algodão colorido e cabras que produzem fatores de coagulação sangüínea humana. O belga René Magritte
(1896 – 1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas.
Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de Magritte,
abaixo, estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico?

(A) (D)

(B)
(E)

(C)
5) Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve
os pés dos trabalhadores.
 
Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os
espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés
sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a
terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes
suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(PORTINARI, Cândido. Retrospectiva. Catálogo MASP)

As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a


crítica social foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre
estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é
(A) 
(D)

(B) (E)

(C)

 
OUTRAS QUESTÕES
1) (FUVEST)

Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a .Canção do Exílio..
Como era mesmo a .Canção do Exílio.?
Eu tão esquecido de minha terra ...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Europa, França e Bahia”. In:
Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)

Neste excerto, a citação e a presença de trechos ........ constituem um caso de ........ .


Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que
está em:

a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto.


b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia.
c) do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade.
d) da célebre composição de Villa-Lobos / ironia.
e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem.
2) (UNICAMP-SP)
Leia com atenção esse poema de Carlos de Oliveira e responda às questões que seguem.

Lavoisier
Na poesia,
natureza variável
das palavras,
nada se perde
ou cria,
tudo se transforma:
cada poema,
no seu perfil
incerto
e calígrafo,
já sonha
outra forma.

O princípio enunciado por Lavoisier, na Química, diz que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”.
a) O que teria levado Carlos de Oliveira a dar a esse poema o título de “Lavoisier”?
b) Como podem ser interpretados seus versos finais (“cada poema / no seu perfil / incerto / e calígrafo, / já
sonha / outra forma.”)?
Monalisa – Leonardo da Vinci
óleo sobre tela - 1503
Mona Lisa – Fernando Botero
1978
São comuns, notadamente na literatura
e na pintura, obras que dialogam com
outras já consagradas, seja para reafirmar
suas ideias, seja para questioná-las ou
mesmo para parodiá-las, como se percebe
nestes trabalhos que retomam a famosa
Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
Todo texto é um hipertexto?

A produção de texto está intimamente


ligada à leitura, pois encontra nela sua
fonte e seu objetivo, considerando que um
texto só cumpre sua função se alguém o ler.
Assim, o círculo que envolve a interação
pela linguagem se constrói apoiado no já
dito, no já lido e no já conhecido, podendo
reiterá-los, reafirmá-los, reformulá-los,
refutá-los.
É muito difícil pensar na produção de um
texto totalmente inédito, criado a partir do nada.
É como se todo o texto fosse um hipertexto que
possui links explícitos ou implícitos com outros.
E isso não acontece apenas na modalidade
escrita da língua, mas também na oralidade.
Pense por um instante: quantas vezes você já
não empregou ou ouviu as expressões: “Pode
tirar o cavalinho da chuva!” ou “O que os olhos
não veem, o coração não sente.”? – Quando
empregamos ditos populares ou frases feitas,
temos casos de intertextualidade.
O fenômeno da intertextualidade
pode se dar entre diferentes tipos de
textos de uma mesma linguagem (um
artigo e uma poesia, por exemplo) e
entre textos de diferentes linguagens
(um romance e um filme, por
exemplo).

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