pois, em vida, sempre o ajudou, como se ele fosse membro da sua família. Agora, o Onzeneiro terá de lhe retribuir, servindo-o no Inferno. 2.2. O recurso expressivo presente é a ironia 2.3. O Onzeneiro queixa-se de não ter tido tempo para arrecadar mais dinheiro e de não ter podido nem trazer uma moeda para pagar ao barqueiro (alusão ao paga-mento que era devido a Caronte, para que ele passasse as almas para o outro lado do rio dos mortos). 3.1. O Anjo argumenta dizendo que o “bolsão”que o Onzeneiro transporta “tomará todo o navio”(v. 219), isto é, a cobiça e a ambição não têm lugar naquela barca. Embora o “bolsão” esteja vazio, o amor ao dinheiro continua a ocupar o coração do Onzeneiro (cf. vv. 220- 221). É a avareza, que o levou a exercer uma atividade ilícita – a usura –, que o condena. 3.2.O Onzeneiro pensa que o Anjo lhe recusa a entrada na barca por não ter dinheiro para a pagar (cf. vv. 230-233). 4.1.O Onzeneiro pretende voltar à vida para ir buscar o dinheiro que lá deixou. Acentua, assim, a sua ligação obsessiva ao dinheiro, que faz dele um avarento, e mostra que acredita que o dinheiro compra tudo, até a entrada no Céu. 5. O Onzeneiro mostra-se surpreendido por ver alguém com o estatuto social de Dom Anrique na barca do Inferno (atente-se no tratamento cerimonioso “Vossa Senhoria”).