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Saneamento Básico e

Ambiental

Walter José Minto


e-mail: walterjm@usp.br
1
Por que discutir saneamento básico?

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Importância
 Porque o abastecimento de água potável, o
esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de
resíduos sólidos, o controle dos meios
transmissores de doenças e a drenagem de
águas pluviais são necessários para a saúde e a
dignidade de vida.

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Importância
 O acesso à água potável e ao esgoto sanitário:
- erradicação da pobreza e da fome,
- erradicação da mortalidade infantil;
-sustentabilidade ambiental.

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Saúde Pública e Melhoria da
Qualidade de Vida

Promoção da Saúde e Prevenção e Controle de


Doenças
 Bem estar físico;
Prevenção e redução de doenças relacionadas à carência de
saneamento.

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Direito Humano
 Reconhecimento - Assembleia Geral da ONU (2013);
 O acesso à água e ao saneamento é necessário para a
realização de alguns direitos humanos, incluindo: o direito à
moradia adequada.

Benefícios Econômicos na Saúde


Redução de Custos com Internações e gastos com
medicamentos;
Redução de dias ausentes no trabalho.
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Proteção e Preservação Ambiental
Disponibilidade Hídrica (Brasil)
12% da disponibilidade hídrica global;
Má distribuição territorial dos recursos hídricos;
80,8% da disponibilidade hídrica na Região
Hidrográfica Amazônica;
Escassez hídrica – quantidade.

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Degradação dos Corpos Hídricos
(Brasil)
61% do esgoto doméstico gerado não é tratado;
15,6 bilhões de litros de esgoto doméstico (6000
piscinas olímpicas) são lançados, diariamente, sem
tratamento, no solo e nos corpos hídricos;
 Escassez hídrica relacionada com a qualidade.

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Importância Econômica
 Adequada infraestrutura de saneamento básico
(atividade industrial, setor de serviços);
 A prestação dos serviços e a execução de obras e
serviços tem alto potencial de geração de emprego e
renda.

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Geração de Emprego e Renda
Envolve 10 setores da atividade industrial;
R$ 1,0 bilhão no investimento de saneamento sobre o
valor bruto da produção da economia gera um efeito
total de R$ 3,1 bilhões
Fonte: Documento “Saneamento: Oportunidade e ações para a universalização “ Confederação Nacional da Indústria
(CNI)

Setor de Turismo
Universalização do Saneamento - crescimento anual
de R$ 1,9 bilhão no PIB do setor de turismo (Instituto
Trata Brasil/FGV)
Fonte: Benefícios econômicos da expansão do saneamento brasileiro – FGV/Instituto Trata Brasil
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Valorização de Imóveis
Rede coletora de esgoto - valorização média de
18% dos imóveis (Instituto Trata Brasil/FGV)

Fonte: Benefícios econômicos da expansão do saneamento brasileiro – FGV/Instituto Trata Brasil

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Saneamento Básico

 Lei nº 11.445/2007, considera-se saneamento


básico o conjunto de serviços, infraestruturas e
instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável;

b) esgotamento sanitário;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.


Dados Internacionais

 Uma em cada três pessoas, ou


2,4 bilhões de cidadãos do
planeta, não possuem saneamento
básico, incluindo 946 milhões de
pessoas que defecam ao ar livre;

 A falta de progresso no
saneamento ameaça enfraquecer
a sobrevivência infantil e os
benefícios para a saúde, ambos
conquistados pelo melhor acesso
à água potável.
Fonte: UNICEF e OMS
Dados Nacionais
 Acesso à água potável: média nacional de 82,5% da
população;

 Atendimento da população com coleta de esgotos:


48,6%

 Há cerca de 3 milhões de pessoas sem serviço de


coleta regular de resíduos;

 Brasil - 5º maior gerador de resíduos sólidos do


mundo. São mais de 76 milhões de toneladas por ano.
Fonte: SNIS 2013 e 2011
O Setor de Saneamento: Aspectos
Constitucionais e Legais
O Setor de Saneamento: Aspectos Constitucionais e
Legais

Constitucionais
 O Governo Federal tem atuação limitada no setor de saneamento: não é o
titular da prestação dos serviços
 A União não é o Ente Federado responsável direto pelo planejamento e
prestação dos serviços

Titularidade dos Municípios Conflito Federativo pela


Entendimento histórico de que a
titularidade dos serviços de saneamento é
Titularidade
Disputa entre Estados e Municípios pela
dos Municípios
 Considerados serviços de interesse titularidade dos serviços nas Regiões
local Metropolitanas

Complexas Relações Federativas


Relações de cooperação e de conflito entre os Entes Federativos
Aspectos de competência comum entre os Entes Federativos

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
............................................................................................................................
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico;
...........................................................................................................................”
O Setor de Saneamento: Aspectos Constitucionais e
Legais
Legais
 A Lei nº 11.445, de 05 de Janeiro de 2007, instituiu das Diretrizes
Nacionais para o Saneamento Básico e da Política Federal de Saneamento
Básico

Conceito de Saneamento Básico Regulação da Prestação dos Serviços


 Abastecimento de Água  Obrigatória
 Esgotamento Sanitário  Responsabilidade do titular dos serviços
 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos  Possibilidade de delegação para
Sólidos Urbanos outro órgão e entidade de outro
 Drenagem Urbana e Manejo de Águas Ente Público, localizado no limite
Pluviais territorial do Estado

Planejamento Relação Contratual


 Obrigatoriedade do titular dos serviços  Obrigatoriedade de contrato de prestação
de definir uma política de saneamento de serviços entre titular e prestadores
básico e elaborar seu respectivo plano de (contrato de concessão, contrato de
saneamento básico programa)
 Plano Nacional de Saneamento Básico  Contrato de prestação de serviços entre
(PLANSAB) prestadores

Cooperação Federativa Controle Social


 Possibilidade da Gestão Associada:  Instrumentos de participação da
Convênios de Cooperação Federativa e sociedade civil nos processos decisórios
Consórcios Públicos  Transparência e publicidade das ações
O Plano Nacional de Saneamento
Básico (PLANSAB)
O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB)

Aspectos Gerais
Aprovado em 2013
Previsto em Lei
 Decreto nº 8.141, 20 de novembro de
 Lei nº 11.445/2007 - Diretrizes
2013
Nacionais para o Saneamento
 Portaria Interministerial nº 571, de 05
Básico
de dezembro de 2013

Plano Estratégico Horizonte de 20 anos


 Visão técnico-política  Período 2014-2033
 Não somente um plano de  Revisão a cada 4 anos
investimento  Avaliação anual

Metas Plano Nacional


 Curto Prazo (2018)  Desafios e responsabilidades para
 Médio Prazo (2023) todos os Entes de Governo, A
 Longo Prazo (2033) Sociedade Civil e a Iniciativa Privada
O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB)

Metas - Abastecimento de Água

 A Meta é Universalizar o abastecimento de água


junto aos domicílios urbanos até 2023

Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) - Metas para


Abastecimento de Água. Brasil 2014-2033

Indicador Ano Meta (%)


2018 93
% de domicílios urbanos e rurais abastecidos
por rede de distribuição e por poço ou 2023 95
nascente com canalização interna 2033 99
2018 99
% de domicílios urbanos abastecidos por rede
de distribuição e por poço ou nascente com 2023 100
canalização interna 2033 100
Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).
Metas – Esgotamento Sanitário

 A Meta é elevar o tratamento em relação ao


volume total de esgoto gerado de 39% para
86% até o ano de 2033

Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) - Metas para


Esgotamento Sanitário. Brasil 2014-2033
Indicador Ano Meta (%)
2018 76
% de domicílios urbanos e rurais servidos por rede
coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos 2023 81
sanitários 2033 92
2018 82
% de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou 2023 85
fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários
2033 93
2018 69
% de tratamento do esgoto coletado 2023 77
2033 93
Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).
Necessidade de Investimentos

 O Setor terá que investir uma média anual, a valores presentes, de R$ 25,4
bilhões em abastecimento de água e esgotamento sanitário nos próximos 20
anos

R$ Bilhões

Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

Gestão: parte dos investimentos em medidas estruturantes comum aos 4 componentes (planos e projetos; capacitação e assistência técnica; desenvolvimento científico e
tecnológico; adaptações às mudanças climáticas; contingências e emergências; etc.)
Panorama da Prestação dos Serviços de Água e Esgoto

 13,8 milhões de pessoas residentes em áreas urbanas ainda não contam com rede de
distribuição de água
 ¼ dos sistemas de abastecimento de água apresentam problemas de intermitência

Evolução da Cobertura por rede de distribuição de água, domicílios urbanos e


domicílios totais. Brasil, 1970 a 2010
% de Atendimento

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010


 No ritmo atual a meta de universalização dos serviços de
rede de distribuição junto aos domicílios urbanos não será
alcançada 2023

Percentual de Domicílios Urbanos atendidos por rede geral de distribuição de água por ano

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios - PNAD


 60,9 milhões de pessoas residentes em áreas urbanas ainda não contam com
rede coletora de esgoto

Evolução da Cobertura por coletora de esgoto, domicílios urbanos e


domicílios totais. Brasil, 1970 a 2010

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010


 Meta 2033 – Atendimento de 93% dos domicílios urbanos

 No ritmo atual a meta não será alcançada

Percentual de Domicílios Urbanos atendidos por rede coletora de esgoto por ano

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios - PNAD


 Ampliação dos Índices de Tratamento de Esgoto – maior desafio do setor
saneamento no Brasil

Percentuais de Esgoto Tratado sobre o Gerado e de Esgoto Tratado sobre o Coletado no País,
ano a ano

Metas 2033 (PLANSAB)


Tratamento
93% sobre o coletado
86% sobre o gerado

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios - PNAD


DESPOLUIÇÃO DOS ESGOTAMENTO
VALES DOS RIOS SANITÁRIO NA
SINOS, GUAÍBA E BAIXADA
GRAVATAÍ/RS SANTISTA/SP
Montagem do Emissário ETE Mongaguá – Tanque
Subaquático de aeração

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ESGOTAMENTO SANEAMENTO
SANITÁRIO EM BELO INTEGRADO EM
HORIZONTE/MG ANANINDEUA/PA
Reatores da ETE em Pedro Conjunto Habitacional
Leopoldo Jaderlândia

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ABASTECIMENTO DE DRENAGEM URBANA
ÁGUA EM EM BELO
SALVADOR/BA HORIZONTE/MG
Assentamento da Córrego Ressaca
adutora de água bruta

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Saneamento Ambiental
Saúde, Saneamento e o Meio ambiente
 Organização Mundial de Saúde (OMS) - Conferência de
Ottawa, em 1986 - um dos mais importantes fatores
determinantes da saúde são as condições ambientais;

Saúde: estado de completo bem-estar físico, mental e social;

 Saneamento:
- instrumento de promoção da saúde;
- superação dos entraves tecnológicos, políticos e
gerenciais para promover benefícios aos residentes em áreas
rurais, municípios e localidades de pequeno porte;

 Lei nº 6.938/81 – PNMA - ,“Meio ambiente é o conjunto de


condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas”. 31
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Saneamento Ambiental
Conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo
alcançar Salubridade Ambiental.
- abastecimento de água potável;
- coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos,
líquidos e gasosos;
- promoção sanitária de uso do solo;
- drenagem urbana;
- controle de doenças transmissíveis;

FINALIDADE
- proteger e melhorar as condições de vida nas
áreas urbana e rural.

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Poluição do Meio Ambiente

Interesse público em todas as partes do mundo;

 Crescimento econômico associado à exploração de recursos


naturais;

Implicações:
- aquecimento da temperatura da Terra;
- perda da biodiversidade;
- destruição da camada de ozônio;
- contaminação ou exploração dos oceanos;
- escassez e poluição das águas;
- superpopulação mundial;
- baixa qualidade da moradia;
- ausência de saneamento básico;
- degradação dos solos agricultáveis;
- destinação dos resíduos (lixo).
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Sistemas Ambientais
 Água:
- Considerações gerais;
- Ciclo hidrológico;
- Distribuição geográfica da água;
- Utilização da água e as exigências de qualidade;
- Processos de poluição da água;
- Controle da poluição da água.

 Ar:
- Considerações gerais;
- Processos de poluição do ar;
- Controle da poluição do ar.

 Solo:
- Considerações gerais;
- Processos de poluição do solo;
- Controle da poluição do solo.
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Educação Ambiental

“Educação Ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um


processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a
todas as formas de vida”

O que é educação ambiental?

O que buscamos?

Por que é importante?

Como conseguir?

O que fazer?

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