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Técnico em Controle Ambiental

Gestão e Tecnologias para


Tratamento de Efluentes
Industriais

Profª: Bióloga Lauren Machado Gayeski


Saneamento Básico
Já!
Saneamento é o conjunto de
medidas que visa preservar ou modificar as condições do
meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e
promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da
população e a produtividade do indivíduo e facilitar a atividade
econômica.

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado


pela Constituição e definido pela lei 11.445/2007.

Diretrizes Nacionais para


o Saneamento Básico
Constituição Federal
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em


qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
IX - promover programas de construção de
moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de
marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos...
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao


Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente...
Lei 11.445/07 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Princípios fundamentais dos serviço públicos de saneamento:

universalização do acesso
integralidade (todos os serviços)...
Favela da Rocinha – RJ/2016
Saneamento básico:

abastecimento de água potável: atividades, infraestruturas e


instalações necessárias ao abastecimento público de água
potável, desde a captação até as ligações prediais e
respectivos instrumentos de medição;

esgotamento sanitário: atividades, infraestruturas e


instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e
disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde
as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente;
Saneamento básico:

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: atividades,


infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo
doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de
logradouros e vias públicas;

drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e


fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas:
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de
drenagem urbana de águas pluviais, de transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de
cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais
drenadas nas áreas urbanas.
Os recursos hídricos não integram os
serviços públicos de saneamento básico.
A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços
públicos de saneamento básico, inclusive para disposição
ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita
a outorga de direito de uso, nos termos da Lei 9433/07,
de seus regulamentos e das legislações estaduais.

Assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos


usos da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso aos recursos hídricos.
Embora atualmente se use no Brasil o conceito de
Saneamento Ambiental como sendo 4 serviços
(abastecimento de água potável, coleta e tratamento de
esgoto, drenagem urbana e manejo de resíduos sólidos), o
mais comum é que o saneamento seja
visto como sendo os serviços de acesso à
água potável, à coleta e ao tratamento dos
esgotos.

Esses serviços levam à melhoria da qualidade de vida das


pessoas, sobretudo na saúde infantil com redução da
mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão
do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do
trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos
recursos hídricos, etc.
Doenças de veiculação hídrica - falta de saneamento

Amebíase
Febre tifoide
Hepatite A

Gatrointerite
Leptospirose

Giardíase Ancilostomíase (amarelão)

Desinteria Acaridíase (lombriga)


O Brasil convive com centenas de milhares de casos de
internação por diarreias todos os ano (400 mil casos
em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5 anos), muito disso

devido à falta de saneamento.

Estima-se que 65% das internações em hospitais de


crianças com menos de 10 anos sejam provocadas

deficiência ou
por males oriundos da

inexistência de esgoto e água


limpa, que também surte efeito no desempenho escolar,
pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico
apresentam 18% a menos no rendimento escolar.
Instituto Trata Brasil

Rio Grande do Sul – 98% de cobertura com água tratada


(2011)
Diagnóstico dos
Serviços de Água e
Esgoto - 2014
Diagnóstico dos
Serviços de Água e
Esgoto - 2014
Instituto Trata Brasil

Rio Grande do Sul – 28,5% de esgoto coletado (2014)


Diagnóstico dos
Serviços de Água e
Esgoto - 2014
Diagnóstico dos
Serviços de Água e
Esgoto - 2014
Instituto Trata Brasil

Rio Grande do Sul – 15,5% de esgoto tratado (2014)


Litoral gaúcho/2013

“Em resposta à Rádio Gaúcha,(02/10/13), Édison Carlos, presidente do Instituto Trata


Brasil, salientou que o atraso na evolução do saneamento básico nos municípios do
Rio Grande do Sul, e em especial nas cidades litorâneas, deve-se a falta de
priorização do assunto tanto para a prefeitura quanto para os cidadãos.
A cidade precisa priorizar saneamento. Nas regiões de praia realmente existem
desafios grandes pelo fluxo de turistas na época de verão, mas isso é contornado em
várias regiões do Brasil. Temos ótimos exemplos de cidades em beira de praia que
estão chegando próximos dos 90%, 100% de coleta e tratamento de esgoto, finaliza o
presidente, Édison Carlos.”
A lei 11.445 trouxe como importante instrumento de
gestão e de planejamento o Plano de Saneamento
Básico, que necessita da participação da sociedade civil
na sua elaboração, tornando-o condição de validade dos
contratos de concessão de serviços de saneamento, assim
como condição para o acesso dos Municípios a recursos e
investimentos na área.

Também instrumento para formulação e


implantação da Política Estadual de
Saneamento (Lei 12.037/03-RS):
Plano Estadual de Saneamento
Planos Municipais e Regionais
A legislação demanda a elaboração, pelos titulares dos
serviços de saneamento, do Plano Municipal de Saneamento
Básico (PMSB), que deverá abranger os conteúdos mínimos
definidos na Lei Federal nº 11.445/07, Lei Federal nº
12.305/10 no que couber, Resolução Recomendada nº 75 do
Conselho das Cidades e Lei Estadual 12.037/03, devendo
ainda estar em consonância com os planos e disciplinamentos
do município relacionados ao gerenciamento do espaço
urbano.
Plano
Diretor

Plano de
Gestão de Plano de
Resíduos Plano de saneamento
Sólidos Bacia
Senhor, queremos Nem temos plano para
enquadrar o “Arroio sequer tratar 1% do
Feliz” na Classe II... esgoto da cidade!!!
O planejamento dos serviços de saneamento
básico no âmbito do município, de forma articulada
constitui condição essencial para potencializar o
impacto dos investimentos a serem realizados de
forma a proporcionar a universalização do acesso
da população (especialmente a de baixa renda) aos serviços
públicos essenciais, os quais têm
forte correlação
com a salubridade ambiental e, por
consequência, a qualidade de vida.
OBJETIVO DO PMSB

Apresentar o diagnóstico setorial, porém integrado, de cada


um dos componentes dos serviços de saneamento básico
(abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos
sólidos, e águas pluviais) na área territorial do município, com
ênfase na área urbana, bem como de definir, de forma
articulada, as diretrizes, estratégias, metas e programas de
investimentos para o setor no horizonte temporal de 20 anos.

Após 31 de dezembro de 2017, a existência de


plano de saneamento básico, elaborado pelo
titular dos serviços, será condição para o
acesso a recursos orçamentários da União ou
a recursos de financiamentos geridos ou
administrados por órgão ou entidade da
Administração Pública federal, quando
destinados a serviços de saneamento básico
Lei Federal nº 11.445/07
toda edificação permanente urbana deve ser conectada às
redes públicas de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita
ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos
decorrentes da conexão e do uso desses serviços e que, na
ausência de redes coletoras públicas, serão admitidas
soluções individuais de afastamento e destinação final dos
esgotos sanitários.

Lei Estadual nº 11.520/00 (Código Estadual do


Meio Ambiente)
é obrigatório o tratamento prévio a todos os esgotos, impondo a
todos os prédios situados em logradouros que disponham de
redes coletoras de esgotos sanitários o dever de ligação a elas,
às expensas dos proprietários, excetuando-se dessa
obrigatoriedade apenas as situações de impossibilidade técnica,
que deverão ser justificadas perante os órgãos competentes.
Prefeitura de Porto Alegre
Portal de saneamento básico

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