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PROCURADORIA-GERAL

DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Regulamento dos Infantários e Centros de


Acolhimento
Dip. Min. 278/2010, de 31 de Dez.

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


CONTEXTO
• Atendimento à criança em situação difícil (Preâmbulo e art.
1); Quem é?
• Órfã necessitada; exposta à vulnerabilidade e marginalização;
abandonada (art. 2);

• As crianças têm direito à protecção e aos cuidados necessários


ao seu bem-estar (art. 47(1) da CRM);
• N descriminação art. 4(2) e SIC (art. 9(3)) Lei 7/08;
• O atendimento: é provisório (art. 37); em instituições
vocacionadas (art. 66) ambos da Lei 7/08
• Ao MP compete ... assegurar a defesa jurídica dos menores...
(art. 236 da CRM e art. 4(1)d) da LOMP;
• Aos tribunais, MP e os SAS compete fiscalizar as instituicoes
de atendimento (art. 76).

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


O Reg. dos Infantários e dos Centros de Acolhimento
Consiste de 38 artigos, divididos em 9 Capítulos;

Cap. I- Disposições gerais ;


Cap. II- Dos Infantários e centros de acolhimento;
Cap. III- Do pessoal;
Cap. IV- Dos órgãos de gestão;
Cap. V- Dos regimes dos Centros de Acolhimento;
Cap. VI- Da inspecção e supervisão;
Cap. VII- Das infrações e sanções;
Cap. VIII- Compet. para aplicação de sanções;
Cap. IX- Disposições finais.

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


Âmbito da aplicação
Instituições públicas e privadas (Infantários e Centros de
acolhimento) de atendimento à criança em situação difícil (art. 1);

Infantário: Instituição de atendimento à crianças órfãs


necessitando dos primeiros cuidados maternos e a crianças
expostas à vulnerabilidade e marginalização, dos 0 a 12 anos.
(art. 2 (1));

Centros de acolhimento: Locais de atendimento e prestação de


auxílio à crianças órfãs, abandonadas ou vulneráveis à
marginalização, dos 7 a 18 anos. (art. 2 (2)).

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OBJECTIVOS DOS INFANTÁRIOS (Art. 3)
 Assistência e protecção à criança desprovida de ambiente familiar e
que, pelo facto, seja propensa à marginalização;

 Proporcionar à criança a pré-escolarização e assegurar que tenha acesso à


formação socio-profissional;

 Dar conhecimentos e ensinamentos à criança que lhe proporcionem o


crescimento integral e harmonioso;

 Defender e fazer respeitar os direitos fundamentais da criança, bem como


promover a reposição dos que tiverem sido violados.

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


OBJECTIVOS DOS CENTROS DE ACOLHIMENTO (Art.
4)
 Garantir a protecção e assistência à criança desprovida de ambiente familiar e que,
pelo facto, seja propensa à marginalização;

 Acolher e dar atendimento à criança propensa à marginalização;

 Proporcionar a educação, escolarização e formação socio-profissional à criança


atendida;
 Proporcionar à criança conhecimentos adequados para o seu crescimento integral e
harmonioso, bem como o desenvolvimento da capacidade de se integrar na vida em
sociedade;
 Defender, respeitar e fazer respeitar os direitos fundamentais da criança, com
incidência para aqueles cuja violação atenta contra a sua vida, integridade física e
psíquica, ou contra a sua dignidade humana;

 Providenciar a reparação e a reposição dos direitos da criança que tenham sido


violados.;

 Assegurar à criança protecção nomeadamente saúde, alimentação adequada, afecto


e carinho.

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AUTORIZAÇÃO DE ABERTURA
 Compete ao Ministro (MGCAS)(art. 5(1));

 Pode delegar aos directores provinciais (ibid);

 Os Despachos são publicados em BR (art. 5(2));

 N/B: Só as pessoas colectivas podem requerer a abertura de


infantários e de centros de acolhimento (art. 5(3));

 Os pedidos devem ser instruídos com documentos tais como;


comprovativo da idoneidade cívica, psíquica e pedagógica dos
educadores; boletim de sanidade do centro; prova da existência de
fundos necessários ao funcionamento do centro (art. 6).

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DO INGRESSO DAS CRIANÇA
 Admissão mediante prévia comunicação aos Serviços de Acção Social (art.
9(1));

 Ou, na falta, no prazo de 5 dias (art. 9 (2));

 Devem ser presentes o boletim de nascimento ou documento equiparado


(art. 9(3));

 Deve ser aberto um processo individual com história social e fotografia da


criança (art. 9 (4));
 A identidade da criança pode ser confirmada por auto de notícia da
autoridade competente donde tiver sido encontrada a criança (art. 9 (5));
 Criança abandonada? (art. 9 (6)). A falta de boletim médico não deve
constituir impedimento para a recepção. A unidade social deve
providenciar;

 Exames médicos dentro de 10 dias (art. 97)).

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ADMISSÃO DO PESSOAL
 Educadores, técnicos da Acção Social e outro pessoal especializado,
pessoal administrativo, de apoio geral (art. 10(1));

 A admissã obedece a requisitos tais como, não padecer de doença


infecto-contagiosa; não ter sido condenado por crime doloso que
atente contra a vida e dignidade humana (art. 11);

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DO REGIME DOS CENTROS (art. 19)
 Fechado – a criança tem como domicílio o Centro (art. 19(1));

 Misto – a criança não é domiciliada no Centro, mas passa parte do


dia no mesmo (art. 19(2));

 Aberto - a criança frequenta o Centro e la realiza diversas


actividades e beneficia de pelo menos uma refeição (art. 19(3)).

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INSPECÇÃO E SUPERVISÃO
 Supervisão e inspecção periódica por equipas devidamente
credenciadas para o efeito (art. 20);

 Inspecçã-Geral do MGCAS e Inspectores Provinciais (art. 22(1));

 Podem também os órgãos competentes da saúde sobre matérias da


sua competência (art.22(2));

 Terminada a inspecção há que notificar por escrito a instituição


inspeccionada sobre os resultados, incluindo as medidas a tomar
num dado prazo (art. 22(3)).

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INFRACÇÕES E SANÇÕES (art. 23)
 Admoestação escrita (art. 24;

 Multa (de 1 a 30 salários mínimos) (art. 25);

 Suspensão do exercício da actividade (1 a 6 meses) (art. 26));

 Encerramento temporário das actividades (6 meses a 1 ano) (art. 27));

 Encerramento definitivo das actividades (proibição do exercício e cassação


do alvará) (art. 28);
 Processo escrito (prazo máximo de 15 dias) (art. 29 (1));

 Previsão de recurso nos termos das NFSAP (art. 29 (2));

 Previsão de responsabilidade em caso de recusa para a inspecção (multa de


5 salários mínimos) (art. 30).

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


)
COMP. PARA APLICAÇÃO DE SANÇÕES
 Geral – admoestação escrita (art. 31);

 Dos Inspectores-chefes provinciais – multa ate 10 salários mínimos (art.


32);

 Ainda, multa até 30 salários mínimos e encerramento temporário (art. 34);

 Dos directores provinciais - multa até 20 salários mínimos e suspensão (art.


33). N/B: podem agir por delegação (art. 5 (1));

 Do Ministro do MGCAS – Encerramento definitivo (art. 35);

 Destino das Multas (art. 36):


 40% para o OE;
 60% para o sector de tutela

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Continuar a articular com o Governo para a


operacionalização do Dip. Min.;
Intensificar a Supervisão e inspecção;
Apoiar os Centros da regularização dos centros;
Capacitar os centros de acolhimento;
Reforçar a colaboração com outras instituições do Estado;
Fortalecer a colaboração com as ONGs;
A legislação oferece boas perspectivas;
As acções de divulgação do Dip. Min sao um ótimo exemplo;
Há que continuar ...

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL ADJUNTO)


POR UM MINISTÉRIO PÚBLICO MAIS INTERVENTIVO NA
DEFESA DOS MENORES

MUITO OBRIGADO!
ÂNGELO V. MATUSSE
/Procurador-Geral Adjunto/
angelo.matusse@gmail.com

ÂNGELO V. MATUSSE (PROCURADOR-GERAL


ADJUNTO)

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