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Disciplina de Fenômenos
de Transporte
Introdução, definição e
propriedades dos fluidos
𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝐿𝑢𝑏𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 çã 𝑜
𝐴𝑒𝑟𝑜𝑑𝑖𝑛 â𝑚𝑖𝑐𝑎
Propriedades dos Fluidos
2 −𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖 çã 𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 :
A definição de fluido é introduzida, normalmente, pela comparação dessa substância
com um sólido. A definição mais elementar diz: Fluido é uma substância que não
tem forma própria, assume o formato do recipiente. A figura 1 ilustra o significado
desse conceito. 𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓 í 𝑐𝑖𝑒𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒
𝐿í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐺á 𝑠
𝑆 ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎1 :
𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠
Os fluidos são, portanto, os líquidos e os gases, sendo que estes ainda se distinguem
dos primeiros por ocuparem todo recipiente, enquanto os líquidos apresentam uma
superfície livre.
Propriedades dos Fluidos
2 −𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖 çã 𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 :
Classificação:
{
− 𝐴𝑑𝑚𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓 í 𝑐𝑖𝑒 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒
𝐿í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠 − 𝑆 ã 𝑜𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠 í 𝑣𝑒𝑖𝑠
− 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡 á 𝑣𝑒𝑖𝑠
{
− 𝑁 ã 𝑜𝑎𝑑𝑚𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓 í 𝑐𝑖𝑒𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒
𝐺𝑎𝑠𝑒𝑠 − 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠í 𝑣𝑒𝑖𝑠
− 𝐷𝑖𝑙𝑎𝑡 á 𝑣𝑒𝑖𝑠
Propriedades dos Fluidos
Vamos introduzir uma estrutura lógica que será grande utilidade para o
desenvolvimento dos conceitos de fenômenos de transporte.
Seja um sólido preso entre duas placas planas, uma inferior fixa e outra superior
solicitada por uma força tangencial Ft (na direção do plano da placa) – Figura 2A.
𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑖𝑥𝑎 𝐹𝑖𝑥𝑎
Figura 2
(A) (B)
Pode-se dizer, então, que um sólido, solicitado por uma força tangencial constante,
deforma-se angularmente, mas atinge uma nova configuração de equilíbrio
estático (Figura 2B).
Propriedades dos Fluidos
A mesma experiência será agora realizada colocando-se um fluido entre as placas
(Figura 3).
𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐹𝑡=𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Pode-se então dizer que: Fluido é uma substância que se deforma continuamente,
quando submetida a uma força tangencial constante qualquer ou, em outras
palavras, fluido é uma substância que, submetida a uma força tangencial, não
atinge uma nova configuração de equilíbrio estático.
Propriedades dos Fluidos
3 −𝑇𝑒𝑛𝑠 ã 𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑖𝑠𝑎𝑙h𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜− 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Seja uma força F aplicada sobre uma superfície da área A (Figura 4). Essa força pode
ser decomposta segundo a direção da normal à superfície e a da tangente, dando a
origem a uma componente normal e outra tangencial.
𝐹𝑡
𝜏=
𝐴
Figura 4
𝐹𝑡
𝜏=
𝐴
Propriedades dos Fluidos
A seguir será descrito outro fato notável que pode ser observado na experimento
de duas placas (Figura 5). A placa superior é inicialmente acelerada pela força F t,
fato facilmente observável, já que passa da velocidade nula para uma velocidade
finita. Nota-se, porém, que a partir de um certo instante a placa superior admite
uma velocidade V0 constante.
Figura 5
Propriedades dos Fluidos
Figura 5
𝜏
𝑑𝑉 =𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐸𝑞𝑢𝑎 çã 𝑜 01: 𝜏∝ 𝑑𝑉
𝑑𝑦 𝑑𝑦
Os fluidos que obedecem a essa lei são ditos Fluidos Newtonianos, tais como água, ar,
óleos, etc., e os restantes, chamados Fluidos não-newtonianos (ketchup e o amido de
milho com água).
Propriedades dos Fluidos
Os fluidos que obedecem a essa lei são ditos Fluidos Newtonianos, tais como água, ar,
óleos, etc., e os restantes, chamados Fluidos não-newtonianos (ketchup e o amido de
milho com água).
Essa grandeza µ é uma propriedade de cada fluido e de suas condições, como, por
exemplo, a pressão e, principalmente, a temperatura.
Propriedades dos Fluidos
Pode-se dizer, então, que viscosidade dinâmica é a propriedade dos fluidos que
permite equilibrar, dinamicamente, forças tangenciais externas quando os fluidos
estão em movimento. Matematicamente, µ é a constante de proporcionalidade da
lei de Newton da viscosidade.
𝐿
𝐹𝑜𝑟 ç 𝑎 𝐹
[ ]=
á 𝑟𝑒𝑎
=
𝐿2
=𝐹 𝐿−2
[ ]
𝑑𝑉
𝑑𝑦
=
𝑇
𝐿
=
𝐿 1 1
. = = 𝑇 −1
𝑇 𝐿 𝑇
𝑑𝑉 𝜏
𝑚𝑎𝑠 𝜏= µ . 𝑒 µ=
𝑑𝑦 𝑑𝑉
𝑑𝑦
𝐹
𝐿𝑜𝑔𝑜 : −2 2
[ 𝜇 ] = 𝐹 𝐿−1 =
𝐿 𝐹 𝑇 −2
= 2 . =𝐹 𝐿 𝑇
𝑇 1 𝐿 1
𝑇
Propriedades dos Fluidos
𝐹 𝐿−2
[ 𝜇 ] = −1 =𝐹 𝐿− 2 𝑇
𝑇
𝑘𝑔𝑓 . 𝑠
𝑀 𝐾 ∗ 𝑆(𝑡 é 𝑐𝑛𝑖𝑐𝑜) 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 : 𝜇=
𝑚2
𝑁 .𝑠
𝑀𝐾𝑆 𝐺𝑖𝑜𝑟𝑔𝑖 𝑜𝑢 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 : 𝜇=
𝑚2
Note-se que a viscosidade dinâmica possui um valor diferente para cada fluido e
varia, para num mesmo fluido, principalmente em relação à temperatura. Os
gases e os líquidos comportam-se de maneiras diferentes quanto a esse aspecto.
𝑑𝑉
𝜏=µ .
𝑑𝑦
Figura 6
Propriedades dos Fluidos
Pela figura, observa-se que, a um deslocamento dy, na direção do eixo y,
corresponde uma variação dV da velocidade.
Quando a distância é pequena, pode-se considerar, sem muito erro, que a variação
de V com y seja linear (Figura 7).
Propriedades dos Fluidos
A simplificação que resulta desse fato é o seguinte: o ABC MNP. Logo:
𝑑𝑉 𝑉0
=
𝑑𝑦
𝑑𝑉 𝑉
=
𝑑𝑦 𝑦
𝑉 𝑉0
ficando a lei de Newton: 𝜏=µ . =µ .
𝑦 𝜖
Solução:
∑ 𝐹=𝑚.𝑎=0
Exercício de Fixação
Na direção do movimento, a força causada pelas tensões de cisalhamento F µ deve
equilibrar o peso G, na velocidade dada.
Logo, Fµ - G = 0 Fµ = G
𝐹
𝜏= . 𝐴=𝐺
Ou 𝐴
𝑑𝑉
µ. . π 𝐷𝑖 𝐿=𝐺
𝑑𝑦
𝑑𝑉
𝜏=µ .
Como: 𝑑𝑦
𝐷𝑒 − 𝐷𝑖 10,1 −10,0
𝜖= = =0,05 𝑐𝑚
2 2
Sendo a distância muito pequena, adota-se um
diagrama linear de velocidades.
Exercício de Fixação
Neste caso, 𝑑𝑉
µ. . π 𝐷𝑖 𝐿=𝐺
𝑑𝑦
𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 çã 𝑜 𝑃𝑟 á 𝑡𝑖𝑐𝑎 : 𝐷𝑖𝑎𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎 𝐿𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟
Logo, 𝑉0
µ. . π 𝐷 𝑖 𝐿 =𝐺
𝜖
𝐺.𝜖
µ=
𝑉 0 . π 𝐷𝑖 𝐿
4 𝑁 . 0,05 .10 −2 𝑚 −2
µ= =6,37 . 10 𝑁 . 𝑠 /𝑚 2
2 𝑚/𝑠 . π . ( 0,1 𝑚 ) .0,05 𝑚
𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙: 𝑆𝐼
Exercício de Fixação
A seguir, o problema será resolvido também para o caso em que o diagrama não é
linear.
𝑑𝑉
. 𝐴 =𝐺 𝑜𝑢− µ . . π 𝐷𝑖 𝐿=𝐺
𝑑𝑟
𝑑𝑉
−µ. . π 2 𝑟𝐿=𝐺
𝑑𝑟
𝐺. 𝑑𝑟
2 π µ 𝐿 𝑑𝑉 =−
𝑟
Exercício de Fixação
𝐺. 𝑑𝑟
2 π µ 𝐿 𝑑𝑉 =−
𝑟
0 𝑅𝑒
𝑑𝑟
∫ 2 π µ 𝐿 𝑑𝑉 =−𝐺 ∫ 𝑟
𝑉 𝑅𝑖
0 𝑅𝑒
𝑑𝑟
2 π µ 𝐿 .∫ 𝑑𝑉 =− 𝐺 ∫
𝑉 𝑅𝑖 𝑟
Exercício de Fixação
0 𝑅𝑒
𝑑𝑟
2 π µ 𝐿 .∫ 𝑑𝑉 =− 𝐺 ∫
𝑉 𝑅𝑖 𝑟
0 𝑅𝑒
2 π µ 𝐿 . ( 𝑉 ) 𝑉 =− 𝐺 . ( ln (𝑟 ) ) 𝑅𝑖
2 π µ 𝐿 .( 0− 𝑉 )=−𝐺 . ( ln ( 𝑅𝑒 ) − ln ( 𝑅𝑖 ) )
2 π µ 𝐿 .(− 𝑉 )=− 𝐺 . ln
( ( )) 𝑅𝑒
𝑅𝑖
Exercício de Fixação
( ( ))
2 π µ 𝐿 .(− 𝑉 )=− 𝐺 . ln
𝑅𝑒
𝑅𝑖
( ( ))
2 π µ 𝐿 𝑉 = 𝐺 . ln
𝑅𝑒
𝑅𝑖
µ=
( (
𝐺 . ln
𝑅𝑒
𝑅𝑖 )) 𝑜𝑢 µ= ( (
𝐺 . ln
𝐷𝑒
𝐷𝑖 ))
2 π 𝐿𝑉 2 π 𝐿𝑉
𝑶𝑩𝑺 : 𝑫=𝟐 𝒓
Exercício de Fixação
µ=
( (
𝐺 . ln
𝐷𝑒
𝐷𝑖 ))
2 π 𝐿𝑉
µ=
( (
4 𝑁 . ln
10,1 𝑐𝑚
10,0 𝑐𝑚 ))
2 π . ( 0,05 𝑚 ) . ( 2
𝑠 )
𝑚
−2 𝑠
µ=6,33 .10 𝑁.
𝑚2
Exercício de Fixação
−2 𝑠
µ=6,33 .10 𝑁.
𝑚2
Note-se que esse seria o resultado correto. Então, o erro ao considerar o diagrama
linear seria:
𝜇 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 − 𝜇 𝑟𝑒𝑎𝑙
𝐸𝑟𝑟𝑜=
𝜇𝑟𝑒𝑎𝑙