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REDAÇÃO

REVISÃO
UFSM
Professora Dra. Gisela Lacourt
ARTIGO DE
OPINIÃO
OU CARTA
ABERTA
ARTIGO DE OPINIÃO
É um gênero discursivo claramente
argumentativo que tem por objetivo
expressar um ponto de vista do autor
que assina sobre alguma questão
relevante em termos sociais, políticos e
culturais. O caráter argumentativo do
texto de opinião é evidenciado pelas
justificativas de posições arroladas pelo
autor para convencer os leitores da
validade da análise que faz.
Estrutura do artigo de opinião
Como todo o texto de natureza
argumentativa, os artigos de opinião
são estruturados para convencer o
leitor de que a perspectiva analítica
adotada pelo autor do texto é a
melhor. Nesse sentido, não
apresentam um estrutura fixa, mas
precisam contar com partes que
desempenham determinadas funções:
introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Estrutura do artigo de opinião
Título: antecipa para o leitor a
questão que será analisada no texto.
Olho: explicita a perspectiva analítica
que será defendida pelo autor
(normalmente não é o autor o
responsável pelo olho, mas o editor
do jornal ou da revista).

PORTANTO, NÃO SERÁ USADO


PARA A PROVA
Espelho, espelho guia, por que há tanto ódio contra a
monarquia?
“Jurei a Constituição, mas ainda que não a jurasse, seria ela
para mim uma segunda religião”. Essa frase remonta o
caráter nobre de D. Pedro II, um dos maiores líderes da
história brasileira, o qual, frequentemente, é esquecido pelos
seus feitos. Tal ocorrência se dá pela demonização de
elementos monárquicos, vistos como despóticos, arcaicos e
incompatíveis com ideias deste século. Ideias assim não
passam de equívocos, pois existem inúmeros argumentos
que sustentam uma monarquia no século XXI.
As pessoas tendem a ver regimes monárquicos como injustos pela
distinção feita entre a aristocracia e os demais cidadãos, acreditando que
essa se dá pelo mesmo modo que era na França antes da Revolução
Francesa. Entretanto, essa diferenciação acontece apenas em propósitos
cerimoniais na contemporaneidade, ou seja, o monarca e a sua família
possuem os mesmos direitos e deveres que o restante da população. Por
mais que haja discrepâncias financeiras evidentes entre a nobreza e o povo,
isso não significa que esse sistema seja elitista e anti-igualitário. Basta
olhar, por exemplo, para os EUA a Dinamarca: um é uma república com
elevada desigualdade social, o outro é um reino com um dos maiores IDHs
do mundo. Não é necessário dizer qual é qual, certo? É claro que a
qualidade de vida em um país não se dá somente pelo sistema de governo,
porém isso mostra como monarquias não são sinônimos de miséria e
desigualdade total e como elas têm um incrível poder de adaptação política
“Sim, elas até podem ser adaptáveis, mas isso não muda o fato de
serem arcaicas, logo não merecem espaço neste mundo”.
Certamente, a pessoa que pensa assim ignora o fato de que o
imaginário popular do ocidente está fundamentado na literatura
proveniente da Idade Média. Por exemplo, hoje, recebem o título de
“rei” ou de “rainha” figuras que se destacam em certo âmbito
sociocultural, como o Pelé, considerado o Rei do Futebol, e não o
Presidente do Futebol. Assim, a ideia de que regimes monárquicos
são ultrapassados é desmantelada, pois conceitos originados neles,
seguem culturalmente vivos. Além disso, passa-se a compreender o
poder figurativo exercido pelos monarcas, devido ao fato de esses se
tornarem o símbolo de suas nações, garantindo estabilidade,
continuidade e unidade a elas.
Em suma, a impossibilidade de manutenir um governo
monárquico no século XXI é uma falácia, a qual pode ser
desmentida por razões políticas e estético-culturais. Não
é correto considerar que um sistema se mantém o mesmo
desde seus primórdios, caso contrário as democracias
também seriam como quando começaram, há 2500 anos.
Dessa maneira, percebe-se que aqueles que são contra
regimes monárquicos contemporâneos, na verdade são
assim por desconsideram o presente, atendo-se apenas ao
passado, sem perceber a flexibilidade milenar desse
sistema.
Carta aberta

A carta aberta é um texto em que o


autor faz uma reivindicação sobre
determinado assunto cobrando um
posicionamento de seu
destinatário.
Carta aberta é uma modalidade de texto
que tem como principal função o
direcionamento, questionamento ou
solicitação socialmente relevante advinda
de um indivíduo ou grupo a outra pessoa
ou instituição. De forma distinta da carta
pessoal, a carta aberta é publicada na
mídia e visa promover um debate público
sobre determinado assunto.
Estrutura da carta aberta
• De maneira diferente da carta pessoal, a carta
aberta é de âmbito público e, por isso, costuma ser
publicada em veículos de comunicação e mídias
sociais.

• Do ponto de vista estrutural, a carta aberta se


organiza da seguinte forma: título, introdução,
desenvolvimento, conclusão, despedida,
assinatura, local e data.

• Na carta aberta prevalece a argumentação, pois ela


deve persuadir o leitor.
Estrutura da carta aberta
• Título: É o nome que a carta receberá.
Geralmente, os títulos têm a expressão “Carta
aberta” e, em seguida, o assunto e/ou grupos
envolvidos.

Por exemplo:

• Carta aberta em defesa da vida dos povos


indígenas
• Carta aberta ao Ministro da educação.
• Carta aberta à população brasileira.
Estrutura da carta aberta
Introdução:
• Na primeira parte, é necessário situar o
leitor quanto ao contexto que motivou a
escrita da carta.
• Apresentação do redator da carta, uso
do vocativo para dirigir-se ao
interlocutor e propósito da carta.
Estrutura da carta aberta
Desenvolvimento: Essa é a principal parte
da carta. É aqui que serão expostos os
argumentos a fim de convencer a grande
audiência que terá acesso ao texto a
apoiar o autor nas suas reivindicações.

Conclusão: Na parte final, a carta aberta


pode trazer recomendações ou exigências
a serem realizadas no intuito de resolver o
problema apresentado.
Estrutura da carta aberta
Despedida: Trata-se de um elemento de
formalidade que geralmente é representado por
expressões como “cordialmente”, “sem mais” ou
“atenciosamente”.
Assinatura: A carta é identificada pela pessoa ou
grupo que a redigiu.
Por exemplo:
Estudante brasileiro
Cidadão consciente
Data e local: O remetente identifica o local onde a carta foi redigida
e a data em que ela foi produzida.

Por exemplo
Santa Maria, 09 de julho de 2023.
Carta aberta sobre os perigos da automedicação
Prezada população, tenho presenciado na minha rotina de
trabalho, como diretor de um grande hospital, inúmeros
casos de pacientes que necessitam de atendimento de
emergência devido às severas consequências do uso de
medicações sem orientação médica. Esse contexto
preocupante me impele a alertá-los sobre os riscos que os
senhores, sobretudo os idosos, correm ao se automedicarem
em suas casas. Como profissional da saúde, quero
evidenciar a importância de procurar ajuda médico-hospitalar
sempre que surgirem sintomas de doenças físicas ou
emocionais/psíquicas.
Muitas são as razões para que automedicação seja compreendida como uma
ameaça à nossa saúde. Saliento como uma delas, o agravamento de quadros
clínicos ainda não diagnosticados. Infelizmente, estamos habituados a recorrer aos
“inofensivos” analgésicos em quadros de dor. No entanto, muitos de nós, não
refletimos sobre o fato de que a dor é um sinal que nosso organismo emite como
alerta de que algo não vai bem. Logo, ignorar essa “luz vermelha” do corpo pode
incorrer em implicação graves. Há duas semanas, acompanhei, em meu hospital, a
tragédia de um casal ao perder de forma inesperada a filha de 10 anos. Confesso
que, mesmo com 26 de profissão, ainda não aprendi a lidar com a dor dilacerante
de um pai que perde um filho ainda na infância. Não podemos culpar essa família
pelo destino fatídico da linda Alana, mas, sem dúvidas, a demora para procurar
ajuda médica e a administração indevida de paracetamol minaram a chances de o
frágil organismo da criança lutar contra a dengue, o que evoluiu para um quadro de
hemorragia, resultando na morte da menina. Caros leitores, será que realmente
vale a pena arriscar a nossa saúde e a vida de quem amamos administrando
medicamentos aparentemente inofensivos?
Outro grave risco ignorado pela população, principalmente pela
parcela idosa, é a interação medicamentosa. Todos nós sabemos que na
terceira idade o uso contínuo de medicamentos é mais frequente. O que
muitos não sabem é que remédios são drogas que possuem substâncias
químicas que podem reagir com outras, ou seja, um determinado princípio
ativo pode reagir com outro e anular o efeito de uma medicação
fundamental prescrita pelo médio do paciente ou provocar efeito colateral
adverso. A exemplo da varfarina que é um medicamento anticoagulante,
muito utilizado por idosos para prevenção de tromboembolismo venoso.
Todavia, quando administrada conjuntamente com antidepressivos, como
sertralina, venlafaxina e paroxetina, pode diminuir sua atividade,
aumentando a possibilidade de causar hemorragias. As hemorragias,
quando não estancadas, podem levar à perda progressiva de sangue,
hipotensão e morte. Portanto, caros idosos, medicamentos, seja para
males físicos, seja para dificuldades psicológicas, só podem ser
administrados sob orientação médica.
Por fim, prezados senhores, reitero minha preocupação
com os riscos iminentes da automedicação para a nossa
saúde. Por isso, peço, encarecidamente, sempre que
observarem sintomas físicos ou psicológicos procurem
ajuda médico-hospitalar, pois somente um profissional
qualificado pode avaliar os riscos e benefícios do uso de
medicações. Lembrem-se, meus caros, de que a saúde é
nosso bem mais precioso, e uma solução aparentemente
rápida e eficaz pode resultar em danos graves ou, até
mesmo, em um tragédia.
Atenciosamente, diretor de um hospital.

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