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ÉTICA

Variáveis político_econômicas

1. Política

A política é um fato natural da convivência humana.

Os mais antigos indícios da presença do homem na Terra já o


mostram vivendo em grupos, em função de sua segurança.
Mas, se desde os primórdios os homens vivem agrupados, se
a vida solitária é uma exceção, e a social, uma exigência da
própria natureza humana, os problemas concernentes à
direção e à liderança, no grupo social, impõem uma relativa
especialização de funções, embrião de uma futura ordem
social.
Bobbio conceitua a política como ―a atividade ou
conjunto de atividades que têm, de algum modo,
como termo de referência, a polis ou, o Estado"
(BOBBIO, 2000, p. 160).

Já Crick define a política como "a atividade através


da qual são conciliados os diferentes interesses, [...]
para o bem-estar e a sobrevivência de toda a
comunidade" (CRICK, 1981, p. 6).
Há relação entre as ações políticas e as exigências
éticas, pois aquelas ações devem pautar-se pelos
valores que inspiram a vida social, decorrentes da
matriz cultural em que a nação se situa.

É um equívoco, porém, imaginar ser possível


transplantar para o universo da Política, em todas as
suas dimensões, os mesmos princípios éticos que
devem reger os comportamentos pessoais.
Devem coexistir a ética individual e a ética política. A
primeira é uma ética de convicções, a segunda, uma
ética de responsabilidade (WEBER, 1970).

No entanto, é necessário reconhecer que o exercício


pragmático da política exige esforço constante no
sentido de conciliar os valores que devem orientar as
decisões pessoais do homem, como indivíduo, com
aqueles que melhor atendam à efetividade de sua
participação política voltada para o Bem Comum.
Cabe à sociedade nacional, por meio da política, estabelecer
os seus objetivos e, nestes apoiada, compor uma ordem social
justa, distinguir o setor público do privado, estruturar o Estado,
garantir os direitos individuais e inserir-se no contexto
internacional.

Essas são ações de natureza política, que devem ter sólidos


fundamentos axiológicos, nítida visão do futuro e estar
identificadas com os interesses da Nação, buscando a
formulação de um projeto nacional.

As decisões tomadas nesse plano são duradouras e


conformam o destino de toda a sociedade.
Cabe também à política congregar vontades em torno
de objetivos, buscar consensos, suportes da ação
administrativa, destinar meios para os diferentes
setores do Estado e definir-lhes orientações, em
função de um projeto nacional.

Habilidade, probidade, argúcia e sagacidade são


algumas das qualidades exigidas dos políticos para
conduzir tal projeto, em que a arte da política, para
ser bem praticada, necessita desenvolver a
sensibilidade exigida para a interpretação das
aspirações da comunidade.
Portanto, a política pode ser entendida como a arte de
fixar objetivos e orientar o emprego dos meios
necessários à sua conquista. Identificados, definidos
e caracterizados os Objetivos Nacionais, e conhecido
e avaliado o Poder Nacional, o processo da ação
política visa maximizar a compatibilização entre meios
e fins, e evitar as improvisações e o empirismo.

O que se deseja é racionalizar a destinação e a


aplicação do poder, empregando normas e métodos
que subordinem a busca da eficácia aos preceitos
éticos.
2. Economia
Schiller (1999, p. 6) conceitua a economia como ―[...] o estudo de como
melhor distribuir recursos escassos entre demandas concorrentes.

Mankiw (2001, p. 4), por seu turno, propõe um entendimento semelhante


para o termo economia: ―[...] o estudo da forma pela qual a sociedade
administra seus recursos escassos.

Já autores brasileiros como Vasconcellos e Garcia (2000) apresentam a


economia como: [...] a ciência social que estuda como o indivíduo e a
sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na
produção de bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer às necessidades
humanas (VASCONCELLOS e GARCIA, 2000, p.2).

Na mesma linha de compreensão, a ESG conceitua economia como ―a


ciência social que estuda a adequação entre a satisfação das
necessidades humanas ilimitadas e os recursos escassos. (ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA, 1993, p. 98).
Desses simples conceitos apresentados, pode-se considerar a
economia como uma ciência substancialmente social.

Vista sob a lente da economia, a história da humanidade tem


como pano de fundo a luta para, em síntese, superar o
problema da escassez de recursos em face de necessidades
mutantes e crescentes.

Em consequência, sem descurar dos aspectos éticos


envolvidos no processo, a economia se preocupa de tarefas
básicas, a partir do questionamento sobre o quê, o quanto e o
como produzir e distribuir os bens, fruto do desenvolvimento
humano.
As instituições econômicas constituem os canais próprios para
as atividades diversificadas que dizem respeito às relações
humanas e à maneira como a sociedade administra seus
recursos, com vistas à realização das atividades econômicas
(produção, circulação, consumo de bens e serviços,
distribuição da renda, entre outras).
Elas refletem a maneira pela qual os homens ordenam sua
vida social e política, dentro daquilo que eles julgam ser bom,
justo, legítimo e possível e têm papel fundamental na
promoção ou limitação do desenvolvimento.
Destaca-se também o conceito de Sistema Econômico como
sendo a entidade mais abrangente, envolvendo o mercado, as
empresas, as relações entre produção e consumo, o governo,
a legislação, a moeda e seus desdobramentos.
Sistema Econômico É o conjunto de elementos e de
relações que abrange todas as atividades
econômicas de uma sociedade.
Incluem-se os órgãos e as organizações, bem como
as funções que desempenham, as instituições que
regulam tal funcionamento e os fatores que atuam
sobre todos esses componentes.
O sistema econômico pode ser visto como
abrangendo toda a produção, circulação e consumo
de bens e serviços, a distribuição da renda, o
desenvolvimento econômico e a segurança na área
econômica.
Os elementos constitutivos do sistema econômico,
como um todo, são: - fatores de produção - recursos
naturais, recursos humanos, capital, capacidade
tecnológica e capacidade empresarial; - agentes
econômicos - unidades familiares, empresas e
governo; e - instituições - jurídicas, políticas e sociais.
Para não comprometer o funcionamento do sistema
econômico, a moeda precisa manter um certo nível de
estabilidade.

O descontrole sobre a emissão e o uso da moeda afeta


todas as expressões do Poder Nacional, podendo até
mesmo influenciar negativamente convicções e
comportamentos do homem, sua cultura e seu sistema de
valores.
Por intermédio das suas organizações, o sistema
econômico desempenha um elenco de funções com
vistas à satisfação das seguintes necessidades
coletivas:

• normativa – regulamenta e orienta as atividades


econômicas;
• administrativa – implementa as normas que
presidem o funcionamento da economia e das
políticas e estratégias formuladas;
• produtiva – responde pelos processos de produção
de bens e serviços;
• circulativa – distribui, no mercado, os bens e os
serviços produzidos;

• repartitiva – aloca os fatores de produção e provê


a sua remuneração, sob a forma de salários, juros,
aluguéis, lucros e outras rendas; por apropriação de
parcela da renda gerada pelas atividades produtivas
e sua distribuição, possibilita melhor repartição
social da riqueza.

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