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PROCESSOS GRUPAIS

GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO


GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

Pichón Rivière desenvolveu os chamados grupos operativos.

O grupo operativo “é um conjunto de pessoas com um objetivo comum”.

Entretanto vale ressaltar que para se intitular como grupo operativo, não basta
que haja um objetivo comum ou que tenha como finalidade uma tarefa, é preciso
que as pessoas estabeleçam vínculo entre si. Para Pichon Rivière, vínculo é “[...]
a maneira particular pela qual cada indivíduo se relaciona com outro ou outros,
criando uma estrutura particular a cada caso e a cada momento”.
GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

Segundo Pichon-Rivière, a teoria do vínculo compreende que sempre há


figuras internalizadas presentes na relação entre duas pessoas.

O vínculo é bi-corporal e tripessoal, isto é, em todo vínculo há uma


presença sensorial corpórea dos dois, mas há um personagem que está
interferindo sempre em toda relação humana, que é o terceiro.
GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

Os componentes do grupo operativo são cinco: Líder de mudança, Bode


expiatório, Porta-voz, Líder de resistência e Representantes do silencio.

O Lider de mudança é aquele que se encarrega de levar adiante as tarefas,


enfrentando conflitos, buscando soluções, arriscando-se sempre diante do
novo;

Líder de resistência, sempre puxa o grupo para trás, freia avanços;

Líder de mudança e o líder de resistência não podem existir um sem o


outro. Os dois são necessários para o equilíbrio do grupo.
GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

O bode expiatório é quem assume as culpas do grupo. Serve-se de


depositário a esses conteúdos, livrando o grupo do que lhe provoca mal-
estar, medo, ansiedade, etc;

Os silenciosos são aqueles que assumem as dificuldades dos demais


para estabelecer comunicação, fazendo com que o resto do grupo se
sinta obrigado a falar;

O porta-voz é quem se responsabiliza em ser a “chaminé” por onde


emergem as ansiedades do grupo. Através da sensibilidade apurada do
porta-voz, ele consegue expressar, verbalizar, dar forma aos sentimentos,
conflitos que muitas vezes estão latentes no discurso do grupo. O porta-
voz é como uma antena que capta de longe o que está por vir.
GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

E como se realizaria a aprendizagem em um grupo operativo?

Talvez valha a pena esboçar esta resposta colocando em análise se o


grupo é de aprendizagem ou de ensino.

Na medida em que ensino e aprendizagem constituem passos integrantes


de um processo único e em permanente movimento. Não só pelo fato de
que, quando existe alguém que aprende, tem de haver outro que ensina,
como também em virtude do princípio segundo o qual não se pode ensinar
corretamente enquanto não se aprende durante a própria tarefa de
ensinar.
GRUPOS OPERATIVOS NO ENSINO

No ensino e na aprendizagem em grupos operativos, não se trata só de


transmitir informação, mas também de conseguir que seus integrantes
incorporem e manipulem os instrumentos de indagação.

O mais importante não é o acúmulo de conhecimentos adquiridos, mas sua


utilização como instrumento para indagar e atuar sobre a realidade. Assim,
aprendizagem e ensino estão tão relacionados que com frequência, nos
grupos operativos que se ocupam deste tema, cunhou-se um neologismo:
“ensinagem”.

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