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Teoria da inflação

A inflação pode ser definida como uma alta


INFLAÇÃO

constante e generalizada do nível de


preços. Essencialmente é uma queda no
valor da moeda devido a alta dos preços e
se constitui em um dos fenômenos mais
sentidos pela população, principalmente a
população de renda fixa.

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Causas da inflação
Definindo-se a inflação como um aumento
INFLAÇÃO

persistente do nível de preços, temos que


sua origem pode ser imputada tanto aos
consumidores que se disponham a pagar
mais pelos bens e serviços recebidos como
aos vendedores que exigem melhores preços
para seus produtos.

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Monetaristas e Estruturalistas

Monetaristas
INFLAÇÃO

Para esta corrente, a inflação é resultado de


uma expansão anormal dos meios de
pagamento. Portanto, quando a oferta
monetária excede o valor dos bens e serviços
disponíveis, a economia se vê sujeita a uma
pressão expansionista dos preços

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Monetaristas e estruturalistas
Estruturalistas
INFLAÇÃO

Para os estruturalistas, a inflação é resultado


de estrangulamentos existentes na estrutura
produtiva do sistema econômico. Para esta
corrente, a inflação é um fenômeno comum
do processo de desenvolvimento.

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Tipos de inflação
Os tipos de inflação decorrem da forma
como é originado o processo de elevação
dos preços. Assim temos:
INFLAÇÃO

• Inflação de demanda
• Inflação de custos
• Inflação reprimida
• Inflação corretiva
• Inflação importada
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Inflação de demanda
Refere-se ao nível de demanda agregada
existente na economia. Assim, existindo um
excesso de demanda agregada sobre a oferta
agregada temos a inflação de demanda.
INFLAÇÃO

Como componente principal deste tipo de


inflação, temos os gastos do governo.
Quando esses gastos são financiados
principalmente pela emissão de moeda, os
meios de pagamentos se expandem e
provocam um desequilíbrio entre a demanda
e a oferta.
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Inflação de custos
Praticamente, a inflação de custos não ocorre
sem que a inflação de demanda já esteja em
andamento. Após decorrido um período de
INFLAÇÃO

tempo, a perda do poder aquisitivo leva os


possuidores de recursos produtivos a
exigirem melhores remuneração para os
mesmos. Assim, além dos salários, a pressão
sobre os custos é exercida pela correção
monetária e cambial, pelo aumento dos
aluguéis, das tarifas públicas e pela elevação
da taxa de juros. Prof. Rubens S. Mello 7
Inflação reprimida
Decorre da ação das autoridades econômicas
sobre o comportamento dos preços no
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mercado. Quando o mercado, por algum


motivo, apresenta problemas de elevação de
preços, as autoridades econômicas promovem
o tabelamento dos preços para determinados
produtos, ocasionando um artificialismo no
mercado, impedindo-o de ajustar seus preços .

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Inflação corretiva
Sua ocorrência está vinculada às pressões
provocadas pelos agentes de mercado,
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principalmente pelos produtores, que forçam


as autoridades econômicas a eliminarem o
tabelamento de preços para que a atividade
econômica volte à normalidade. O resultado
da eliminação do tabelamento é a volta da
inflação pela elevação dos preços dos bens e
serviços.

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Inflação importada
A inflação importada nada mais é do que
uma inflação de custos já que os preços dos
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insumos importados, uma vez aumentados e


incorporados ao produto nacional,
provocarão aumento dos custos de produção
e elevarão os preços dos produtos no
mercado. O aumento dos preços dos
produtos importados ocorre, normalmente,
com a desvalorização da moeda nacional.
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Efeitos da inflação
Os efeitos da inflação são altamente para a
economia pois, afetando os preços relativos,
desorienta completamente o mercado. Como
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seus principais efeitos sobre a economia


temos:
• Sobre a poupança
• Sobre a eficiência produtiva
• Sobre os investimentos
• Sobre o comércio exterior
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Sobre a poupança
A inflação desencoraja a poupança e estimula
o consumo, em virtude do dinheiro se
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desvalorizar rapidamente. Esta perda de valor


do dinheiro provoca um efeito conhecido
como “dinheiro quente” que queima as mãos
do seu possuidor levando-o a gastar
imediatamente sua renda.

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Sobre a eficiência produtiva
A inflação desencoraja a eficiência, pois
desestimula a ação eficiente e inovadora por
meio da mudança que provoca no valor da
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recompensa. Divorciando a recompensa do


esforço e com a ajuda de uma política
salarial injusta que normalmente é adotada
nesses períodos, premiando a todos
indistintamente, leva os indivíduos a se
acomodarem e o sistema produtivo à
ineficiência.
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Sobre os investimentos
A falta de previsibilidade do retorno do capital
investido somada à falta de crédito de longo
prazo, desestimula o investimento produtivo
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levando o setor industrial a um alto grau de


sucateamento devido ao desgaste dos
equipamentos sem a corresponde reposição.
Esta incerteza quanto aos rumos da economia,
tornam as aplicações financeiras mais
atraentes por apresentarem lucros rápidos e
seguros para aplicações de curto prazo. O
lucro operacional dá lugar ao lucro financeiro.
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Sobre o comércio internacional
A inflação, desestabilizando a moeda, torna
incerta a taxa de câmbio e cria instabilidade no
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comércio internacional. Não havendo ajustes


cambiais para anular os efeitos da inflação, a
tendência normal é o aumento das importações
ao mesmo tempo que ocorre uma queda nas
exportações. Assim, o excesso de importações
sobre as exportações desequilibra a balança de
pagamentos de tal forma que seu ajuste
implica em buscar empréstimos no exterior.
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Controle da inflação

Existem basicamente dois processos de


INFLAÇÃO

controle da inflação:
• Desinflação
• Deflação

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Desinflação
É um processo lento e gradual de controle da
inflação. Este processo exige medidas para
aumentar a oferta de forma que a mesma
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exceda a demanda e faça com que os


aumentos de preços ocorram a taxas
decrescentes, até atingir o equilíbrio
desejado. Este mecanismo implica na
existência de crédito abundante e barato que
deve ser canalizado, na sua totalidade, para
investimentos produtivos. Este processo
evita custos sociais indesejados.
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Deflação
É um processo de controle brusco da inflação
e é caracterizado pela queda do nível geral de
preços. É um processo baseado na redução dos
INFLAÇÃO

meios de pagamento e do crédito de forma que


a oferta de bens e serviços exceda o meio
circulante e arraste os preços para baixo. Por
ser um processo de controle a curto prazo, a
deflação é acompanhada de uma recessão
econômica gerando, em conseqüência disso,
falência de empresas e desemprego em massa.
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Instrumentos de controle
A política brasileira de combate à inflação é
desenvolvida com base nos seguintes
INFLAÇÃO

instrumentos:

1. Política monetária
2. Política Fiscal
3. Política de rendas

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1. Política monetária
A política monetária é exercida com a
INSTRUMENTOS

finalidade de suprir o mercado com o volume


de dinheiro necessário às suas transações. É
executada pelo Banco Central por meio dos
seguintes instrumentos:
a. Operações de mercado aberto
b. Operações de redesconto
c. Encaixe compulsório
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Operações de mercado aberto
Por meio das operações de compra e venda de títulos
públicos, o Banco Central controla o fluxo de
INSTRUMENTOS

dinheiro na economia.
Operações de redesconto
Controlando a taxa cobrada para redesconto, o
Banco Central estimula ou inibe os bancos
comerciais a conceder crédito ao público.
Encaixe compulsório
Por meio da magnitude do encaixe exigido, o Banco
Central controla o volume de recursos que os bancos
comerciais terão à sua disposição para aplicação em
operações de crédito.
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MERCADO ABERTO
Operações de mercado aberto
Compra de títulos Expansão dos meios
pelo Banco Central de pagamento

Redução da taxa de
juros

Venda de títulos pelo Redução dos meios


Banco Central de pagamento

Aumento da taxa de
juros

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Operações de redesconto
Aumento da taxa de juros
de redesconto
REDESCONTO

Redução dos prazos


de resgate Aumento das reservas
bancárias
Redução dos limites
operacionais
Redução dos meios
Maiores restrições de pagamento
para o redesconto
Aumento da taxa de
juros
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Operações de redesconto
Redução da taxa de juros
REDESCONTO

de redesconto

Ampliação dos prazos


de resgate Diminuição das reservas
bancárias
Ampliação dos limites
operacionais
Expansão dos meios
Menores restrições de pagamento
para o redesconto
Redução da taxa de
juros
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Reservas compulsórias
Expansão da taxa de Redução dos meios
reserva de pagamento
RESERVAS

Aumento da taxa de
juros

Redução da taxa de Expansão dos meios


reserva de pagamento

Diminuição da taxa
de juros

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2. Política fiscal
A política fiscal atua sobre a economia por
meio da tributação e dos gastos do
INSTRUMENTOS

governo. Aumentando os impostos, o


governo reduz a renda real dos
consumidores, diminuindo sua capacidade
de consumo. Como o volume de
investimentos é atrelado ao volume das
receitas, na medida em que a receita cai
em decorrência da queda do consumo, o
volume de investimentos também cai.
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2. Política fiscal (continuação)
Assim, a demanda agregada é arrastada
INSTRUMENTOS

para baixo diminuindo a taxa de inflação.


O mesmo efeito pode ser obtido por uma
redução nos gastos do governo. Ao
reduzir os seus gastos o governo provoca
uma queda na demanda agregada
diminuindo, desta maneira, a pressão
inflacionária.
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3. Política de rendas
É baseada no controle de preços e salários
por ação direta do governo sobre a
INSTRUMENTOS

economia. Pode também ser praticada


persuadindo os empresários e os sindicatos
a aumentarem seus preços e salários de
uma forma mais lenta do que a inflação.
Importante salientar que a política de
rendas só será bem sucedida quando
praticada em conjunto com as políticas
monetária e fiscal.
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