Você está na página 1de 40

UNIFTC

BACHARELADO EM PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO (PSI109)
PROF. GÊNESIS GUIMARÃES SOARES
EQUIPE:

 Ana Adélia Assunçã o de A. Gil  Lorena Oliveira Andrade


 Carlos Ricardo Cunha Araú jo  Maísa Pereira da Silva
 Eliene Chaves Silva  Sara Nascimento dos Santos
 Gabriel Nolasco  Soraya Mendes R. Adorno
A capacidade para produzir e
estruturar frases é inata ao ser
humano (é parte do
patrimônio genético dos seres
humanos).
 Avram Noam Chomsky
Fonte: Google Imagens
 NOAM CHOMSKY:
GERATIVISMO E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
TÓPICOS

1. O QUE É O GERATIVISMO  (COMO O CÉREBRO É VISTO NO GERATIVISMO)


2. AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
3. PERÍODO CRÍTICO 
4. SEGUNDO PERÍODO CRÍTICO 
5. PRIMEIRA CRÍTICA DE CHOMSKY À SKINNER 
6. SEGUNDA CRÍTICA DE CHOMSKY À SKINNER 
7. REFUTAÇÕ ES DE CHOMSKY ÀS CRÍTICAS DE SKINNER
• Avram Noam Chomsky nasceu na Filadélfia/EUA, 1928. Filho de pais
judeus que fugiram da Rússia depois do assassinato do Czar
Alexandre II, em 1881;
• É um linguista, filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, comentarista e
ativista político e uma das mais renomadas figuras no campo da
Filosofia Analítica;
• Criador da Teoria Gerativista, que parte do pressuposto de que é
possível descrever algebricamente a língua humana, a partir de
esquemas abstratos;
• Desde 2014 é casado com a brasileira Valeria Wasserman.
ESSA É A TÉCNICA PADRÃO DA PRIVATIZAÇÃO:
CORTE O DINHEIRO, CERTIFIQUE-SE DE QUE AS COISAS NÃO
FUNCIONAM, DE QUE AS PESSOAS FIQUEM ZANGADAS, ENTÃO
ENTREGUE AO CAPITAL PRIVADO.

NOAM CHOMSKY
ENQUANTO A POPULAÇÃO GERAL ESTIVER PASSIVA, APÁTICA E
DISTRAÍDA PELO CONSUMISMO OU PELO ÓDIO ÀS MINORIAS,
ENTÃO OS QUE ESTÃO NO PODER PODEM FAZER O QUE
QUISEREM, E AQUELES QUE SOBREVIVEREM ESTARÃO LÁ PARA
CONTEMPLAR O RESULTADO.
NOAM CHOMSKY
O QUE É O GERATIVISMO
• É uma corrente da Linguística, que teve início nos Estados Unidos, em
1957, e tem como nome principal o linguista Noam Chomsky; 

• A Teoria Gerativista recebe esse nome, pois, segundo ela, a partir de


um conjunto de regras, é possível produzir um número ilimitado de
sequências linguísticas;

• Assim, seria impossível apresentar uma lista com­pleta das frases


previstas pelas regras da língua. Poderíamos pensar, por exemplo, no
seguinte: quantas frases seriam produzidas a partir da estrutura
“SUJEITO + PREDICADO”?
• O homem nasce com a capacidade de desenvolver línguas e
criatividade para produzir, a partir de poucas palavras, diversas
sentenças;

• Para isso é necessário um estímulo de entrada chamado Input (no


período crítico ou sensível) que permitirá o desenvolvimento da
engrenagem da linguagem;

• A teoria de Chomsky é portanto Racionalista, pois crê, em termos


genéricos, na universalidade da razão humana e à partir disso na
Gramática Universal.
COMO O CÉREBRO É VISTO NO GERATIVISMO
• Para entender a proposta gerativista, é preciso conhecer o modo
como Chomsky e seus seguidores compreendem a mente/cérebro do
homem; 

• Segundo Martins (2006), os gerativistas adotam uma visão


modularista, mente/cérebro são entendidos como um sistema
complexo, com uma estrutura altamente diferenciada e com
“faculdades” separadas, como, por exemplo, a faculdade da
linguagem e a faculdade dos conceitos; 
• O sistema de modularidade descrito por Chomsky foi
criticado por neurobiologistas e neuropsicólogos como
Luria (1981) , apenas no que tange à falha na explicação de
como esses módulos estariam localizados no cérebro,
entretanto não houve nenhum neuropsicólogo que negou
a existência das “faculdades mentais” chamadas de
funções superiores ou funções cognitivas.
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
• Chomsky partiu do princípio inatista e descreveu processos de
aquisição da linguagem: no processo de aquisição da linguagem,
a criança é exposta a um Input (conjunto de sentenças ouvidas no
contexto), sendo o Output um sistema de regras para a linguagem
do adulto, a gramática de uma determinada língua.
• Assumindo-se que a faculdade de linguagem tem as
propriedades gerais de outros sistemas biológicos, caberia,
portanto, buscar três fatores que entram no
desenvolvimento da linguagem no indivíduo (CHOMSKY, 2017):

1. Fatores genéticos,
2. Experiência, e;
3. Princípios não específicos à faculdade de linguagem.
1. Fatores genéticos, aparentemente quase uniformes para
as espécies, o tópico da Gramática Universal. O aparato
genético interpreta parte do ambiente como
experiência linguística, uma tarefa não trivial que a
criança desempenha de maneira reflexa, e determina o
curso geral do desenvolvimento da faculdade de
linguagem em direção às línguas particulares.
2. Experiência, que conduz à variação, em uma gama
limitada de possibilidades, como no caso de outros
sistemas da capacidade humana e do organismo em geral.

3. Princípios não específicos à faculdade de linguagem.


 Chomsky também critica Piaget e Vygotsky que apesar de estudarem a
aquisição da linguagem partem de um processo de “aprendizagem”
em que, no caso de Piaget é bastante processual e no de Vygotsky
necessita de interação, não apenas de um imput.

 Para Chomsky ambos deixaram de lado a “fluidez com que a aquisição


ou desenvolvimento linguístico se dá na criança” e toda essa fluidez é
inata. (SCARPA, 2001).
PRIMEIRO PERÍODO CRÍTICO
• Noam Chomsky (apud SCARPA, 2001) definiu o período crítico como
um critério para a aquisição da linguagem, depois deste período é
difícil ou quase impossível de se estabelecer uma língua. Para ele o
período vai dos 0-3 anos de idade e dos 3 anos até a puberdade;

• Houveram comprovações relativas à biolinguística de que há


realmente um período crítico para o estabelecimento da linguagem e
de que depois deste, a janela neuronal se fecha e é difícil estabelecer
comunicação, principalmente relativo ao primeiro período:
 Lorenz (1949 apud FRANÇA e LAGE, 2013): alguns animais possuem
imprinting, cunhagem ou estampagem, o mesmo processo foi
verificado em humanos denominado de JANELA NEURONAL OU
JANELA DE NEUROPLASTICIDADE, em que define um período exato
de aquisição da linguagem, dentre outras funções;

 Depois do fechamento da Janela Neuronal é difícil ou impossível o


aprendizado;
 Depois do fechamento da Janela Neuronal é difícil ou impossível o
aprendizado;

 Papália e Feldman (2013) citam o seguinte: Bebês que não foram


expostos a padrões da língua – seja falada ou sinalizada – durante
um período crítico ou sensível provavelmente não irão adquiri-la
normalmente (KUHL, 2004; KUHL et al., 2005). Essa exposição pode
ser pré-natal ou pós-natal.
Caso que prova o primeiro período:
Isabelle era a filha ilegítima de uma mulher surda e cérebro-lesada com a qual
passava a maior parte do tempo, ambas enclausuradas num quarto escuro, na casa
de seu avô, no interior do Estado de Ohio. Quando mãe e filha escaparam da prisão
domiciliar nos anos 1930, Isabelle tinha 6 anos e meio e não falava; apenas emitia
sons guturais. [Não quer dizer que não possui a capacidade da linguagem mas sim o
não houve input no primeiro período crítico 0-3 anos] Mas, uma vez resgatada para
o convívio social, seu progresso na aquisição da linguagem foi fantástico: em dois
anos e meio, sua linguagem mal se distinguia da de crianças da mesma idade que
tiveram condições normais de desenvolvimento. Ela dizia, por exemplo: "What did
Miss Mason say when you told her I cleaned my classroom?" (O que a senhorita
Mason disse quando você lhe contou que eu limpei minha sala de aula? (SCARPA
2001)
SEGUNDO PERÍODO CRÍTICO
•  O segundo período crítico vai dos três anos até a puberdade, além de Chomsky,
Eric Lenneberg (1967, 1969) propôs um período crítico para a aquisição da
linguagem, começando no início da primeira infância e terminando por volta da
puberdade.

• Lenneberg também argumentou que seria difícil, se não impossível, para uma
criança que ainda não havia adquirido a linguagem até o começo da puberdade,
conseguir fazê-lo depois dessa idade.

• No segundo período crítico a janela neuronal está menos ativa.


O caso de Genie proporcionou oportunidade para testar esta Hipótese: 
Em 1970, uma garota de 13 anos chamada Genie, vítima de um pai abusivo, ela tinha sido
confinada por mais de 12 anos a um pequeno quarto da casa, amarrada a uma cadeira-
penico e afastada do convívio humano. Quando encontrada, ela só reconhecia seu nome e a
palavra desculpa. Poderia ela aprender a falar, ou era tarde demais? Os Institutos Nacionais
de Saúde Mental (NIMH) financiaram um estudo para fazer testes e treinamentos de
linguagem intensivos com Genie. Ela aprendeu algumas palavras simples e pôde juntá-las em
sentenças primitivas. Mas “sua fala, na maior parte do tempo, continuou sendo como um
telegrama truncado” (Pines, 1981, p. 29). Sua mãe obteve de volta a custódia da filha, tirou-a
dos pesquisadores do NIMH e depois, finalmente, enviou-a para o sistema de adoção. Uma
sequência de lares adotivos abusivos tornou Genie silenciosa mais uma vez. (PAPÁLIA 2013).
Apesar de, depois de resgatada, ter aprendido a falar de modo rudimentar, progredia mais
lentamente do que uma criança normal (SCARPA, 2001).
• O que explica o progresso inicial de Genie e sua incapacidade de sustentá-lo? Estar próxima
ou dentro do segundo período crítico e não no primeiro.
 
PRIMEIRA CRÍTICA DE CHOMSKY À SKINNER
• Chomsky adota uma postura inatista na consideração do processo por meio
do qual o ser humano adquire a linguagem.
• A linguagem, específica da espécie, dotação genética e não um conjunto de
comportamentos verbais, seria adquirida como resultado do desencadear de
um dispositivo inato, inscrito na mente. Tornou-se famosa esta polêmica
criada pela publicação, em 1959, da devastadora resenha, de autoria do então
jovem Chomsky, do livro Comportamento verbal, de Skinner. Nela, o linguista
posiciona-se contra a visão ambientalista de aprendizagem da linguagem.
(SCARPA, 2001); 
• Referem-se ao ambiente controlado e não naturalista e ao uso de animal
irracional, cuja única paridade seria relativo à ser mamífero e possuir
hormônios, então Skinner teria que enunciar um salto analógico, por meio da
comparação, do animal para o humano.
 
 

• Em seu artigo “Uma Revisão do Comportamento Verbal de B. F. Skinner”,


Chomsky faz a seguinte crítica:
 

“Ele confiante e repetidamente expressa sua alegação de ter demonstrado que


a contribuição do falante é bastante trivial e elementar, e que a previsão
precisa do comportamento verbal envolve apenas a especificação dos poucos
fatores externos que ele isolou experimentalmente com organismos inferiores.
Ou seja, para ele a enunciação da linguagem humana é complexa, mas o tipo
de pesquisa foi muito simples.” (CHOMSKY 1959).
SEGUNDA CRÍTICA DE CHOMSKY À SKINNER
• A segunda Crítica de Chomsky à Skinner reside no fato de Skinner negar a
capacidade intrínseca humana ao afirmar que tudo é comportamento, ou seja,
para Skinner não existem funções cognitivas superiores, tudo é comportamento,
nem que a linguagem passa por processos mentais ou que existe capacidade
mental para proposição da linguagem, tudo é comportamento.
• Entretanto a análise do comportamento verbal perpassa apenas a mesma ordem
do comportamento operante: SC: R: SC e não há análise do discurso, muito
menos da função sintática das palavras, quando uma do presente se refere à
outra do passado isso quer dizer que houve o processo da memória e com ela a
inteligência, porque as pessoas não usam as formas gramaticais do presente o
tempo inteiro (CHOMSKY 1959).
• Se a contribuição do organismo é complexa, a única esperança de prever o
comportamento, mesmo de forma grosseira, será através de um programa
muito indireto de pesquisa que começa estudando o caráter detalhado do
próprio comportamento e as capacidades particulares do organismo envolvido
(CHOMSKY 1959);

• Chomsky (1959), na obra de revisão do comportamento verbal de Skinner,


analisa minunciosamente a Análise Funcional, baseado nos eventos relatados
por Skinner para o comportamento verbal.
UMA POSSÍVEL REFUTAÇÃ O A SKINNER E A
PRINCIPAL DAS CRÍTICAS
• Seria o fato de o comportamento verbal não abranger a gramática universal
(CHOMSKY 1959).

• Dentro do seguinte quadro de palavras quantas frases você consegue formar?

Mamãe, Água, Lista, Mesa, Casa, Dia,


Bonita/o, Quente, Comida, Está
 A casa está bonita.
 A comida está quente.
 A água está quente.
 A Mamãe está à mesa/bonita.
 O dia está bonito/quente.
 
Há palavras que não poderão entrar nas frases para formar um sentido, “a lista está mesa”,
“a água está comida” é isso que Chomsky afirma quando fala de gramática universal:
existe uma gramática que alcança todas as línguas, definida da seguinte forma:
  Princípio: “Todas as sentenças, independentemente da língua, têm a função sintática
sujeito.” (CHOMSKY 1959).
 Parâmetro do sujeito nulo: “Uma língua admite ou não sujeito nulo nas sentenças
finitas.” (CHOMSKY 1959).
• No processo de aquisição de uma língua, o indivíduo vai, gradativamente, fixando
os valores dos parâmetros a partir do contato com os dados linguísticos da sua
língua nativa. À medida que os valores desses parâmetros são fixados pelo
indivíduo durante a aquisição, uma gramática é construída, ou seja, a gramática
particular de sua língua;

• Outro processo de refutação seria o fato de que crianças de 1 ano conseguirem


produzir mais sentenças do que palavras treinadas;

• Baby talk : Grupos Quiche da Guatemala, Grupos Kaluli de Papua Nova Guiné,
samoanos de Samoa na Polinésia, não comunicam com os filhos até eles falarem
sozinhos pelos poucos estímulos (SCARPA, 2001).
Referências
• BANDINI, Carmen Silvia Motta. A geratividade do comportamento verbal: divergências entre as
propostas de B. F. Skinner e N. Chomsky / Carmen Silvia Motta Bandini. São Carlos: UFSCar, 2009.
237f.
• CHOMSKY, N. (2017). A biolinguística e a capacidade humana. Ecolinguística: Revista Brasileira De
Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 3(2), 05–21. Recuperado de
https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9675
• CHOMSKY, N. A Review of B. F. Skinner's Verbal Behavior". In: Language, 35, No. 1 (1959), 26-58.
• Papalia, D. E.; Feldman, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
• RASTIER, François. Tem a linguagem uma origem?. Rev. bras. psicanál, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 105-
117, mar. 2009. Disponível em . Acesso em 21 mar. 2023.
• SCARPA, Ester Mirian: Aquisição da Linguagem. In.: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina
(Orgs.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. pp. 203-232.

Você também pode gostar