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A GRAÇA NA PERSPECTIVA

PAULINA

Uma introdução à graça na vida cristã

Professora Milene Costa


A GRAÇA NA PERSPECTIVA
PAULINA
1. CONCEITO DE GRAÇA
O Novo Testamento emprega o termo Charis 155 vezes, só nas Epístolas de
Paulo 100 vezes. Para Paulo o termo é central e significativo para o
entendimento do Evangelho, ele afirma que Charis é a essência do ato
salvífico de Deus mediante Jesus Cristo, que ocorreu em Sua morte
sacrificial, bem como de todas as suas conseqüências desse ato salvífico
no presente no futuro (Rm 3.24).
O desdobramento do termo Charis se dá em um

contexto de conflito entre Paulo e os rabinos, ou seja,


entre a idéia central do evangelho, a graça, e as idéias
rabínicas de justificação pelas obras.

Paulo estabelece um contraste entre ambas idéias.


O Contraste Paulino

versus
Em Cristo, portanto, a graça de Deus é dada como dom precioso
(I Co 1.4). Sem Ele não se pode falar em graça (I Co 1.27-31).
Segundo São Paulo, é de uma existência nova em Jesus Cristo
que nós devemos nos gloriar, e tão somente nela.
Pode-se então concluir que a graça nunca se constituirá numa
qualidade que um indivíduo adquiri por seu próprio direito,
nem poderá ser deixada à sua livre disposição.
Algumas passagens bíblicas onde charis ocorre numa

posição central nos argumentos paulinos:

 Romanos 3.21-31

 Romanos 4.2-25

 Romanos 6.12-23

 I Coríntios 1.12

 Gálatas 2.15-21
Paulo entende que construção da vida cristã, desde o
início até ao fim, provém da graça (II Co 6.1-10; Rm5.2).
Esta vida é garantida por estar ancorada no propósito

(prothesis) de Deus (Rm 8.28).


2. CONCEITO TEOLÓGICO DE GRAÇA
 “É o voltar-se imerecido, inesperado e incompreensível

do amor de Deus ao homem, conduzindo-o à salvação


na comunhão de vida com Deus, desvelando e
vencendo libertadoramente a oposição a Deus enquanto
prisão do homem em si próprio”.
3. VIDA CHEIA DE GRAÇA
 Na contramão de uma vida cheia de graça está o

antinomismo – “oposição à lei” (I João 3.7).

 A lei moral revelada no Decálogo e exposta em outras

partes das Escrituras é uma expressão da integridade de


Deus, outorgada para ser o código de prática para o povo de
Deus, em todas as eras.
 A lei não se opõe ao amor e à bondade de Deus, porém

demonstra o que esse amor e bondade são na prática. O


Espírito concede aos cristãos o poder para cumprir a lei,
tornando-nos cada vez mais semelhantes a Cristo – cumpridor
da lei (Mt 5.17).
 Os cristãos são enviados por seu Senhor (Jo 17.18) à

humanidade para dar testemunho perante ela a respeito do


Cristo de Deus e de eu Reino (Mt 24.14; Rm 10.18; Cl 1.6,
23)
 Benefício:
Bênçãos espirituais em Cristo nas regiões celestiais (v. 3); remissão dos pecados (v. 7)
 Origem:
Escolha divina na eternidade (v. 4); o beneplácito da sua conduta (v. 5)
 Propósito:
Sermos santos e irrepreensíveis (v.4); convergência em Cristo (v. 10)
 Privilégio:
Adoção na família de Deus por meio de Cristo (v.5)
 Preço:
O sangue de Cristo (v. 7)
 Meios:
Pregação da Palavra, que conduz à fé em Cristo (vs. 12-13)
 Garantia:
O Espírito Santo como penhor da nossa herança (vs. 13-14)
4. O PODER CURADOR DA GRAÇA
 “Eu amo porque te amo. Não há razões para o amor”, dizia

Drummond. O amor é uma atitude que visa o bem do outro.


 A graça é algo imerecido e deve fazer pelo outro o que o

outro não pode fazer, nem pagar ou retribuir pelo ato feito.

 Para que a cura, por meio da graça, seja possível é necessário

colocá-la em todas as nossas atitudes, principalmente em


nossos relacionamentos.
 Um relacionamento com graça traz reflexão sobre o processo

de cura e transformação humana.


 Graça e mérito não podem estar juntos no mesmo ato. São situações e

realidades diferentes, como aponta o apóstolo Paulo em Romanos 11.6.


 Não existe graça se o que se valoriza são as obras.

 Quando se diz que alguém recebeu a graça de Deus, ao mesmo tempo está se

afirmando que essa pessoa é indigna e não pode, de forma alguma, se esforçar
no intuito de conquistá-la.
 Romanos 5.21 retrata o reinado da graça para a salvação colocando em prática

o propósito de Deus.
 Romanos 3.13 afirma que não há ninguém que faça o bem. Não há méritos,

não há poder e não há força. A graça, então, se faz necessária.


 A encarnação da graça e a cura:

 João 1.14 – A palavra tornou-se carne;

 Em Jesus tem-se a demonstração da graça encarnada;

 A vida comunitária e relacional é primordial no processo de manifestação da

graça e cura das emoções;


 A presença da graça de Deus num processo de cura resulta em quebra das

diferenças e inimizades, promovendo aproximação e comunhão


 Qualquer relacionamento qualitativo só poderá existir como resultado de

transformações profundas pela capacidade da graça;


 A fraternidade cristã não é um ideal, mas uma realidade divina
 Tiago 5.16;

 É dentro da realidade da fraternidade cristã que a salvação, por

meio da graça, se manifesta;


 É desfrutando desse relacionamento que a cura pode ser

experimentada;
 Para que alguém seja um veículo da graça de Deus, é preciso que

tenha sido alcançado por essa mesmas graça!


5. CONCLUSÃO

 Os relacionamentos são possíveis e a cura é possível por

meio da graça . A encarnação do Verbo é a maior


demonstração dessa possibilidade!
 REVISÃO:

1.O conceito de graça


 a questão do charis

2. O conceito teológico de graça


 “o voltar-se de Deus ao homem”

3. Vida cheia de graça


 antinomismo,

 os cristãos na sociedade,

 graça salvadora

4. O poder curador da graça


 a encarnação da graça e o poder da cura

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