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O QUE É?

BULLYING?
O bullying, também chamado de intimidação
sistemática, é “todo ato de violência física ou
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo,
contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de
intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à
vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder
entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei
nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate
à Intimidação Sistemática (Bullying).
A gravidade da questão se confirma por meio
de estudos recentes como o Diagnóstico
Participativo da Violência nas Escolas,
realizado pela Faculdade Latino-Americana de
Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com
apoio do Ministério da Educação, que revelou
que 69,7% dos estudantes declaram ter
presenciado alguma situação de violência
dentro da escola.
A preocupação com o fenômeno fez com que o
termo bullying fosse incluído também na Pesquisa
Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015.
Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram
que já se sentiram ofendidos ou humilhados e
19,8% declararam que já praticaram alguma
situação de intimidação, deboche ou ofensa
contra algum de seus colegas.

REFERÊNCIAS: Mec apoia enfrentamento ao bulling e violência nas escolas. Ministério da


educação, disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34487#:~:text=O%20bullying%2C%20tamb%C3%A9m%
20chamado%20de,v%C3%ADtima%2C%20em%20uma%20rela%C3%A7%C3%A3o%20de
>. Acesso em: 03 de set de 2023.
1. Bullying moral
O bullying moral e o verbal configuram crime de injúria, que é o mais
básico, como xingar a pessoa. Existem várias formas de injúria,
inclusive a preconceituosa, que envolve questões de raça, etnia,
religião etc. Porém, é o xingamento em si que pode caracterizar
difamação, que é o ato de fazer fofoca, falar mal da vítima para outros
colegas.
Essa prática pode inclusive caracterizar a injúria real, prevista pelo
artigo 140, parágrafo 2º do Código Penal, que é a ofensa direta, feita
por meios físicos como puxar o cabelo, jogar um copo d’água na cara
da vítima ou empurrá-la para que ela caia no chão.
2. Bullying físico
São as condutas físicas, como empurrar, bater e outras
agressões físicas. “Se a situação fica um pouco mais
agressiva, essa prática pode vir a se tornar crime de lesão
corporal”, a maioria dos casos de bullying físico acabam se
caracterizando lesão corporal leve, prevista no artigo 129 do
Código Penal.
3. Bullying patrimonial
São os atos que atingem o patrimônio da vítima, seja por meio de
subtração ou até mesmo “brincadeiras” que geram danos materiais. À
exemplo do agressor que joga o celular da vítima no chão e quebra o
aparelho.
Um outro caso é o de roubo ou ameaça, que levam a pessoa a
entregar dinheiro ou algum bem para o praticante de bullying. Ele pode
ainda fazer ameaças de agressões posteriores ou até mesmo praticar a
extorsão, que é diferente do roubo. Às vezes, a pessoa acaba tendo
que entregar voluntariamente um bem mediante a ameaça de um mal
futuro..
Todos esses crimes são patrimoniais e podem ser praticados na esfera
do bullying, como o furto previsto no artigo 155, o roubo no artigo 157 e
extorsão no artigo 158 do Código Penal.
4. Bullying de constrangimento legal
Alguns tipos de bullying são interpretados como condutas de
constrangimento legal, crime previsto no artigo 146 do Código
Penal. O constrangimento legal ocorre quando a vítima é obrigada
a fazer algo que não queira, mediante ameaça grave.

Bulling é crime? Conheça as leis e penalidades, LFG, 2022. Disponivel em: https://blog.lfg.com.br/legislacao/bullying-e-crime/.
Acesso em: 03 de set de 2023.
Incidência de bullying nas escolas do
Paraná fica acima da média nacional
Dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, mostram que a percepção de violência por professores(as) e diretores(as)
registra níveis alarmantes. No Paraná, o percentual de escolas com registros de bullying, ameaças
ou ofensas verbais em 2021 foi de 47,3%. O índice ficou 10% acima da média nacional.
O estudo do Fórum ressalta a complexidade do problema e faz um alerta sobre os impactos da
violência nas trajetórias pessoais e profissionais de milhares de estudantes, professores(as) e
funcionários(as).
De acordo com os responsáveis pela divulgação, pesquisas apontam a maior probabilidade das
vítimas de bullying desenvolverem problemas de saúde duradouros, como transtornos
internalizantes (medo, retraimento, tristeza, queixas somáticas), autoagressão, avaliação negativa
da própria saúde e uso de tabaco. Já os(as) agressores(as), estão mais propensos(as) a
desenvolverem alcoolismo.

Incidência de bullying nas escolas do Paraná fica acima da média nacional. APP sindicato, disponível em: https
://appsindicato.org.br/incidencia-de-bullying-nas-escolas-do-parana-fica-acima-da-media-nacional/. Acesso em 03 de set de 20023.
Escolas do Paraná vivem cenário de violência, revela pesquisa

Ao todo, 74% dos professores paranaenses já presenciaram casos de violência

Mais de 20,8 mil professores da rede pública de ensino foram ameaçados por estudantes e 4,2 mil sofreram
atentados à vida nas escolas em que lecionam. Os dados são do questionário da Prova Brasil 2018, aplicado a
diretores, alunos e professores do 5º e do 9º ano do ensino fundamental de todo o país. Só no Paraná, foram 1.311
professores ameaçados (8% do total) e 242 que sofreram atentado à vida (2%).
O cenário de violência dentro das instituições de ensino, mostram que a violência não ocorre apenas com
professores e funcionários, mas também entre estudantes. E a prova disso é que a grande maioria dos professores
(176.940 ou 70% do total para todo o país e 11.789 ou 74% no caso paranaense) disse ter presenciado algum caso
de agressão física ou verbal de alunos a outros estudantes da escola.
Além disso, chama a atenção ainda a presença de armas de fogo e armas brancas dentro do ambiente de ensino:
no Brasil, 12.908 professores (5%) afirmaram já terem visto estudantes frequentando aulas com arma branca, como
facas e canivetes. No Paraná, foram 845 relatos nesse sentido. Já no caso das armas de fogo, em todo o país
foram 2.260 professores (1% do total) tendo de lidar com alunos armados na sala de aula, dos quais 106 casos
foram no Paraná.

Kowalski, Rodolfo Luis, Escolas do Paraná vivem cenário de violência, revela pesquisa. Bem Paraná, 2019. Disponívem em: <https
://www.bemparana.com.br/noticias/parana/escolas-do-parana-vivem-cenario-de-violencia-revela-pesquisa />. Acesso em: 03 de set de 2023.
Ataque a escola de Cambé- Pr deixa dois
alunos mortos
Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), cerca de 23% dos brasileiros declararam ter sofrido bullying em algum momento
da sua vida. Assim, nesse cenário, esse tipo de violência se apresenta como um
problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Essas taxas são muito perigosas, se considerarmos que essa depreciação do próximo
pode levar a uma auto depreciação, na qual o sujeito que sofre bullying pode aderir a
comportamentos prejudiciais a seu bem-estar e crescer com essa dor, caso nunca
busque ajuda.

BULLING E VIOLÊNCIA ESCOLAR, Unicef Brasil,20023. Disponível em:< https://


www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar>. Acesso em: 03 de set de 2023.
Violência escolar: Como combater?
O bullying se apresenta como um grande desafio para a comunidade escolar, já que algumas
ações podem não abranger significativamente as causas dessas práticas e algumas atitudes
podem ocultar micro agressões que posteriormente tendem a se tornar em agressões. No
entanto, uma alternativa para o combate o bullying é a discussão e o intento de desenvolver a
cultura de paz nas escolas.
Essa alternativa já é objeto de dispositivos legislativos e de discussões por parte de organizações
pelo mundo inteiro. No Brasil, por exemplo, foi publicada a Lei nº 13.663, em 2018, que incentiva
a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de
violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas, além de a
busca por estabelecer ações destinadas a promover a pacificação nesses espaços.

BULLING E VIOLÊNCIA ESCOLAR, Unicef Brasil,20023. Disponível em:< https://www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar>. Acesso


em: 03 de set de 2023.
Chega de bullying
 Bullying não é brincadeira, é crime.
 Policie seu comportamento, para não ofender ou depreciar seus amigos e colegas.
 Policie as “brincadeiras”, se ofende, entristece, humilha ou causam dor, não é
brincadeira, é violência psicológica.
 Puxar cabelo, estapear, fazer tropeçar propositalmente e atirar objetos, não é
brincadeira, é crime de lesão corporal.
 Constranger, humilhar e caluniar, não é engraçado, não é brincadeira, é crime de
constrangimento ilegal e crime de calúnia e difamação.
PROCURE AJUDA
 Se você sofre ou pratica bullying, procure
ajuda.
 Procure alguém de sua confiança.
 Converse com seus pais, amigos,
familiares e professores.
 Não normalize o bullying e a violência.
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO!!!

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