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PREVEST SOCIAL Prof Rodrigo Araujo Disciplina Redação

PROPOSTA DE REDAÇÃO 03
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Caminhos para
combater a violência escolar, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTOS MOTIVADORES

Texto I: Como evitar mais ataques a escolas?


A resposta passa por acompanhamento psicológico, monitoramento do uso de internet, jogar os agressores no anonimato – e nada de
pânico generalizado.
Desde o final de março, o termo “ataque em escola” se tornou uma das maiores buscas do Google no país. A razão para isso estampou
jornais, espalhou-se em correntes no WhatsApp e amedrontou estudantes, pais e professores: desde o dia 27 de março, quando um estudante
atacou uma escola no bairro da Vila Sônia, em São Paulo, as ameaças de violência nas escolas multiplicaram-se por todo o Brasil. A
preocupação, inclusive de autoridades, acentuou-se ainda mais quando um homem invadiu uma creche em Blumenau (SC) no início de abril e
matou quatro crianças e feriu outras quatro.
Apesar de parecerem repentinos, os casos refletem um cenário que especialistas monitoram há anos. Nas duas últimas décadas, foram
mais de 20 massacres em escolas brasileiras. Desde agosto do ano passado, a quantidade deu uma guinada: mais de um por mês em todo o país,
segundo levantamento feito por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O cenário preocupa, mas parte dos especialistas alerta para um segundo perigo: o do pânico generalizado que pode, inclusive,
fortalecer grupos radicais e potenciais agressores. É o que afirma em entrevista à coluna do jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, o
coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo), Pablo Ortellado. Segundo ele, há uma parcela
de jovens “curiosos” que entram em fóruns radicais sem a real pretensão de executar ataques. E embora mereçam atenção, os ataques ainda
representam uma parcela pequena diante da imensidão da rede de ensino no Brasil.
Por isso, explica, a comunidade escolar deve conter o clima de pânico a fim de não potencializar ainda mais o movimento. A coluna
também afirma que a Polícia Federal está realizando um trabalho de inteligência ao monitorar estes grupos, localizar os potenciais agressores e
avisá-los de que estão sendo vigiados.
Alguns levantamentos recentes dão dimensão sobre a escalada da violência nas escolas brasileiras:
Entre janeiro e agosto de 2022, foram registrados mais de 100 boletins de ocorrência por lesão corporal e ameaça em escolas no
escolas no Tocantins, e 80% das vítimas foram professores.
Segundo um estudo publicado no Jornal da USP, oito em cada dez jovens da região metropolitana de São Paulo afirmam ter
presenciado ao menos uma situação de violência contra adolescentes nas escolas. Em uma pesquisa da organização Nova Escola com 5.300
professores de todo o Brasil, 80% dos docentes afirmou já ter sido vítima de algum tipo de agressão. A violência verbal foi a de maior
incidência, seguida de violência psicológica e ao menos 7% dos profissionais já foram sido agredidos fisicamente.
Outro levantamento aponta que o Brasil está entre os índices mais altos no ranking mundial de agressões contra professores. Divulgado
em 2019, o estudo foi feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e contou com 250 mil docentes de 48
países ou regiões.
A violência no ambiente escolar é, segundo os professores, multifatorial, ou seja, há uma série de fatores sociais e psicológicos que
podem desencadear essas situações. Por muito tempo, inclusive, esses casos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos foram associados
unicamente ao bullying, mas, hoje, os especialistas no tema já estudam outras possibilidades.
Uma delas é que o aumento recente de ataques esteja relacionado à pandemia de covid-19. A justificativa é que, durante o período de
isolamento, os jovens teriam perdido certas habilidades sociais, como a abertura ao diálogo, respeito a regras e o controle das emoções. Para
piorar, com o retorno das aulas presenciais, as ações adotadas pelo poder público e pelas escolas estariam mais focadas na recuperação da
aprendizagem do que em problemas socioemocionais enfrentados pelos estudantes.
Um exemplo prático é que cerca de um mês antes do ataque na escola da Vila Sônia, o programa “Psicólogos na Educação”, instituído
durante a pandemia pelo governo do Estado de São Paulo, havia sido suspenso. Com isso, professores e estudantes das escolas estaduais estavam
sem qualquer apoio neste sentido.
A Secretaria da Educação de São Paulo aponta que, após a volta das aulas presenciais, em janeiro e fevereiro de 2022, foram
registrados 4.021 casos de agressões físicas nas unidades do estado. Para se ter uma ideia da piora do quadro, o número é 48,5% maior do que o
mesmo período de 2019, último ano de aulas presenciais antes da pandemia. E não foram apenas os casos de agressão física que aumentaram:
houve crescimento de 52% de ocorrências de ameaça e 77% de casos de bullying nas escolas do estado em comparação ao período pré-
pandêmico.
Uma outra possibilidade é que a incidência de casos de violência esteja relacionada ao aumento da intolerância, principalmente contra
minorias. No caso do ataque em São Paulo, o agressor havia proferido ofensas racistas contra um colega na semana anterior ao atentado,
resultando em uma briga. A discussão foi apartada pela professora – que se tornaria a vítima esfaqueada dias depois.
A exposição à violência dentro de casa, como agressões físicas, psicológicas, e maus-tratos também podem ter desencadeado mais
casos. Além disso, o acesso à internet sem mediação de um responsável teria tornado mais fácil o contato com grupos online que disseminam
conteúdos violentos e ideias supremacistas, com discursos racistas, xenofóbicos, misóginos e neonazistas.”
Disponível em < https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/como-evitar-mais-ataques-a-escolas/> Acesso em 10 setembro. 2023.
Texto II

(Disponível em <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=141&evento=3> Acesso em 10 setembro 2023.

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