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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE GESTÃO

AMBIENTAL.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO AMBIENTAL

Maputo, 03 de Maio
2021
Contextualização
Em um passado distante, antes do controle do fogo pelo Homem, a interação deste com a
natureza era semelhante àquela dos animais mais próximos na cadeia evolutiva. O controle do
fogo abriu caminho para que esta interação assumisse características próprias cada vez mais
distintas, possivelmente marcando o início do projecto humano de domínio e controle do
ambiente natural.

Com a invenção da agricultura há cerca de


dez mil anos atrás, a humanidade deu um
passo decisivo na diferenciação de seu
modo de inserção na natureza em relação
àquele das demais espécies animais.
Entretanto, segundo, apesar de modificar
radicalmente o ecossistema original, a
agricultura não é necessariamente
incompatível com a preservação do
equilíbrio ambiental fundamental.
Com a Revolução Industrial ,
crescimento populacional e
uma crescente urbanização,
a capacidade de intervenção
humana na natureza deu um
novo salto e que continua a
aumentar sem cessar
criando desequilíbrios
ambientais e pressionando
fortemente os recursos
naturais do planeta, trazendo
efeitos sobre os seres
humanos.

Como dar resposta à


problemática ambiental?
GESTÃO AMBIENTAL
É a área de saber que incide no uso de práticas que garantam a conservação e
preservação da biodiversidade, a gestão da produção de resíduos e a redução do impacto
ambiental das actividades humanas sobre os recursos naturais.

É um conjunto de procedimentos
que visa a ajudar a organização a
entender, controlar e diminuir os Diz respeito à administração,
impactos ambientais de suas pelo governo, do uso dos
actividades, produtos ou serviços; recursos ambientais, por
baseada no cumprimento da meio de acções ou medidas
legislação ambiental vigente e na Gestão
Ambiental económicas, investimentos e
melhoria contínua do providências institucionais e
desempenho ambiental da jurídicas, com a finalidade de
organização, possibilitando às manter ou recuperar a
organizações uma melhor qualidade do meio
condição de gerenciamento para ambiente, assegurar a
seus aspectos e impactos produtividade dos recursos e
ambientais, além de interagir na o desenvolvimento social.
mudança de atitudes e de cultura
da organização.
Deste modo:

A Gestão Ambiental deve ser entendida como um processo


participativo, integrado e contínuo, que visa promover a
compatibilização das actividades humanas com a qualidade e a
preservação do património ambiental

Para que isto ocorra

A política ambiental deve se aprimorar, criando instrumentos e ferramentas para a


adequada prática da Gestão Ambiental. Sua aplicação pode ocorrer no dia-a-dia das
pessoas, nas corporações, nas organizações governamentais e não governamentais.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO AMBIENTAL
A preocupação com os efeitos dos impactos ambientais, decorrentes da acção humana na
natureza, passou a receber maior atenção a partir da década de 1950 motivada pela queda
da qualidade de vida em algumas regiões do planeta. Nessa época, surgiram movimentos
ambientalistas, entidades governamentais sem fins lucrativos e agências governamentais
voltadas para a protecção ambiental.

Os preservacionistas, preocupavam-se exclusivamente em preservar as espécies em


perigo de extinção. Os conservacionistas, lutavam pela conservação dos habitats das
espécies ameaçadas de extinção e reforçavam a visão de utilidade dos ecossistemas para
a populaçao humana.

Os preservacionistas e os conservacionistas, após algumas


décadas, optaram por congregar forças unindo-se contra outros
ideais, prevalecendo o conservacionismo como principal corrente
do ambientalismo, mais coerente com as necessidades do
desenvolvimento sustentável.
Principais marcos históricos da evolução do
pensamento ambiental
DÉCADA DE 1960
Em 1962: Rachel Carson publicou o livro Primavera Silenciosa que foi um dos responsáveis
pela explosão de um movimento ambientalista que alertava para o perigo que o mundo
corria de ser envenenado por pesticidas sintéticos.
Pela primeira vez, um livro provou de forma científica os efeitos negativos da acção
desordenada do homem sobre o meio ambiente
DÉCADA DE 1970
Em 1972: A ONU convocou a Primeira Conferência sobre Meio Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo, Suécia. Este encontro contou com a participação de 113 países,
19 órgãos intergovernamentais e mais de 400 organizações não governamentais.
Pela primeira vez o meio ambiente estava sendo discutido pelos governos do mundo
como um tema em si, problematizando a dependência entre desenvolvimento e meio
ambiente.
DÉCADA DE 1980
Em 1983: Foi criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD), também conhecida como a Comissão Brundtland, com iniciativa da primeira-
ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para realizar audiências ao redor do mundo e
produzir um relatório formal com suas conclusões.
O relatório final da Comissão, intitulado “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future),
trouxe a definição de desenvolvimento sustentável.
DÉCADA DE 1990.
Em 1990: o britânico John Elkington fundador da ONG SustainAbility, propôs o tripé da
sustentabilidade: economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correcto.

Em 1992: realizou-se na Cidade Rio de Janeiro, em Brasil, a primeira Cúpula da Terra, a


Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Desta conferência
saiu o documento denominado Agenda 21 que traz um conjunto de directrizes a seguir
para o alcance do desenvolvimento sustentável.

SÉCULO XXI
Em 2002: A ONU realizou a segunda Cúpula da Terra, em Johannesburgo, na África de Sul,
para conferir os avanços feitos em dez anos e discutir questões que não foram previstas
na Eco-92.

Em 2012 (Rio+20): realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento


Sustentável, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. Participaram líderes dos 193
países. O principal objectivo da Rio+20 foi renovar e reafirmar a participação dos líderes
dos países com relação ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra.
Assim ficou evidente que a questão ambiental ultrapassou os limites das ações isoladas e
localizadas.
Optimização do uso de matérias-primas escassas e não renováveis, racionalização do uso
da energia, combate ao desperdício e redução da pobreza convergem para uma
abordagem mais ampla do tema ambiental, que pode ser resumido em qualidade
ambiental.
Uma das mais recentes resoluções oficiais da ONU, intitulada O Futuro que Queremos, de

d
2012, invocando e ratificando um longo elenco de convenções similares anteriores, foi
explícita ao dizer que o caminho a ser tomado é o do desenvolvimento sustentável.
Nesse documento os Chefes de Estado e de Governo e representantes de alto nível,
renovam o compromisso com o desenvolvimento sustentável para assegurar a promoção
de um futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para o planeta Terra e para
as gerações presentes e futuras.

Portanto, reconhecem a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável como


parâmetro principal em todos os níveis, integrando os aspectos econômicos, sociais e
ambientais e reconhecendo suas interligações, de modo a atingir um desenvolvimento
sustentável em todas as suas dimensões

Desenvolvimento
Sustentável
Conclusão

Pelos factos anteriormente expostos, pode-se caracterizar a primeira fase da


preocupação ambiental que vai de início do século XX até 1972, em que prevalece um
tratamento pontual das questões ambientais desvinculado de qualquer preocupação
com os processos de desenvolvimento. Esse é o estágio reactivo.

A segunda fase começa com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Humano em Estocolmo em 1972 e vai até 1992, caracterizando-se pela busca de uma nova
relação entre meio ambiente e desenvolvimento. Esse é o estágio preventivo.

A terceira fase é a fase actual que tem início com a realização da Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro,
em que foram aprovados documentos relativos aos problemas sócio-ambientais
globais. Caracteriza-se pelo aprofundamento e implementação das disposições e
recomendações dos estados nacionais, governos locais, empresas e outros agentes.
Esse é o estágio proactivo.
A discussão sobre os problemas sócio-ambientais faz parte da discussão em busca
de modelos alternativos de desenvolvimento humano, que só serão efectivos se
incluirmos a população dos benefícios trazidos pela exploração actual e futura
dos recursos naturais do planeta Terra.

O grande desafio de hoje é salvar o ambiente e as condições


para que se mantenha a vida na Terra.

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