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CAMPUS JOÃO PESSOA

SISTEMA DE ESGOTO E DRENAGEM

Professora: Camila Campos Gómez Famá

Professora IFPB – Campus João Pessoa


Mestre em Engenharia Civil – UFRGS
Doutoranda em Engenharia de Produção – UFPE
Engenheira Civil- UFCG
ESGOTO
SANITÁRIO
 Esgoto doméstico;

 Esgoto industrial;

 Águas de infiltração.

VAZÕES DE PROJETO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO 2
ESGOTO
SANITÁRI
O

ESGOTO ÁGUAS DE ESGOTO


DOMÉSTICO INFILTRAÇÃO INDUSTRIAL

Águas que se
Domicílios Apartamentos infiltram nas Fábricas Indústrias
tubulações

Comércios

VAZÕES DE PROJETO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO
coeficientes
de variação
de vazão
(K1, K2 e K3)

resíduos coeficiente
líquidos
de retorno
industriais

Coeficientes
de Projeto

contribuição
população
per capita

VAZÕES DE PROJETO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO
ESGOTO
SANITÁRIO
 Contribuição do esgoto doméstico:
 População: estudo de crescimento populacional;
 Consumo de água efetivo “per capita” (qe);
 Coeficiente de retorno esgoto/água: C
 Coeficientes de variação de vazão:
 Coeficiente do dia de maior consumo (K1);
 Coeficiente da hora de maior consumo (K2);

VAZÕES DE PROJETO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO 5
•Estudo da projeção populacional  importante em projetos de sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário  qualidade das informações
cedidas por órgãos competentes.
• As estimativas baseiam-se, primeiramente, na extensão de
tendências
existentes.
•Fatores que interferem quantitativamente  socioeconômicos: a ausência de
sistema de abastecimento de água e/ou condições precárias de coleta pública
de esgotos pode acelerar um processo de migração de uma localidade para
outra que possua tais sistemas.
• Áreas em expansão demográfica  sistema não se torne obsoleto.
• Quanto mais longo o horizonte, mais propenso a erros fica a projeção.

PROJEÇÃO POPULACIONAL
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  PROJEÇÃO POPULACIONAL
• Estudo de uso e ocupação do solo, de modo a não extrapolar a população
de projeto com áreas que não poderão ser ocupadas no futuro.
• No caso de distritos, faz-se necessário a análise da participação de cada um
deles em relação ao município.
• Pontos primordiais:
• Últimos censos realizados
•Levantamento e mapeamento da área de projeto, com sua
população residente e número de domicílios
• Levantamentos atuais dos números de ligações e níveis de atendimento de
energia elétrica e de água
• Planos e projetos futuros para o município (industriais,
habitacionais,
transportes como novas rodovias, aeroportos, ciclovias etc.)
•Plano Diretor do Município

PROJEÇÃO POPULACIONAL
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  PROJEÇÃO POPULACIONAL
•Uma análise socioeconômica da localidade na região em que está
localizada, isto se deve ao fato de, em não haver dados suficientes utilizar-se
de municípios que tenham características semelhantes.
•A projeção populacional deve ser calculada utilizando-se da expressão
matemática que mais se aproxima dos dados históricos coletados.
• Planilhas eletrônicas
• Adota-se o modelo que em que o coeficiente de correlação de Pearson tem
valor mais próximo da unidade.
•Cautela em relação aos modelos, pois alguns podem extrapolar os
resultados.

• População flutuante.
•Os métodos mais utilizados: componentes demográficos, métodos
matemáticos e método da extrapolação gráfica.

PROJEÇÃO POPULACIONAL
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  PROJEÇÃO POPULACIONAL
COEFICIENTE DE RETORNO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  COEFICIENTE DE RETORNO
Coeficientes de retorno obtidos por medição ou recomendados para
projeto

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•Consumo de água efetivo multiplicado pelo coeficiente de retorno.
•Consumo per capita de um sistema de distribuição de água for de 200 L/hab.dia e
o coeficiente de retorno for de 80%, então o consumo efetivo para o sistema de
esgotos é de 160 L/hab.dia, valor este que deve ser utilizado nos cálculos das
vazões.
•Diretamente proporcional: temperatura local, condições socioeconômicas e
culturais da área atendida, condições das instalações do sistema de abastecimento
de água (regularidade da distribuição, micro-medidores, por exemplo), aos hábitos
higiênicos da comunidade, existência de indústrias etc.
• Inversamente proporcional ao custo tarifário de água.
• Valores admitidos eram entre 150 e 200 L/hab.dia.
• Em áreas onde a população é de baixa renda e os recursos hídricos são limitados
 pequenas localidades do interior nordestino  valores inferiores a 80 L/hab.dia.
•Campanhas publicitárias educativas por parte das concessionárias de água e
esgoto, que estimulam a racionalização do uso da água e reforçam os custos
envolvidos para o consumidor no pagamento das contas de água e esgoto, a
tendência é uma diminuição dos consumos per capita.

COEFICIENTE PER CAPITA


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  COEFICIENTE PER CAPITA
Consumo “per capita” medido em outros países

ESGOTO SANITÁRIO
Vazões

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•A vazão de esgotos varia com as horas do dia, com os dias, meses e
estações do ano  hábitos dos consumidores como a jornada de trabalho, o
que ocasiona picos de utilização de água (e geração de esgotos) no começo
da manhã e nas primeiras horas da noite.
•Utilizam-se os mesmos coeficientes de variação dos sistemas de
abastecimento de água. As variações mais relevantes são as horárias e
diárias, sendo que:

coeficiente de máxima vazão diária (K1): é a relação entre a maior demanda


diária verificada em um ano e a vazão média deste mesmo ano;
coeficiente de máxima vazão horária (K2): é a relação entre a maior
demanda horária observada em um dia e a vazão média horária do mesmo
dia;
coeficiente de mínima variação horária (K3): é a relação entre a vazão
mínima demanda horária ocorrida em um ano e a vazão média anual.

COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE VAZÃO


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DE
Variação de consumo

14
•Contribuições indevidas nas redes de esgoto 
infiltrações  originárias do subsolo ou do encaminhamento
acidental ou clandestino de águas pluviais.
•Penetram nos sistemas de coleta de esgotos oriundas das
juntas e paredes das tubulações, dos poços de visita, das
estações elevatórias, dos TILs, TLs e demais acessórios da
rede.
• Para coletores novos situados acima do lençol freático, a
infiltração deve ser mínima ou mesmo nula.

ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
• Fatores que podem reduzir as vazões de infiltração:

Qualidade dos materiais e acessórios utilizados.

NA do lençol freático;

Tipo de solo;

Tipo de junta;

Nível de estanqueidade das juntas.

Qualidade nos assentamentos dos tubos.

ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
• ABNT (1986) recomenda a adoção de taxas de contribuição
de infiltração de 0,05 a 1,0 L/s.Km, sob justificativas.

• No Brasil, normalmente, adota-se 0,1 L/s.Km.

•Para comunidades situadas no sertão nordestino, é


comum adotar-se 0,05 L/s.Km devido à escassez de chuvas
na maior parte do ano, à existência de lençóis freáticos com
níveis baixos e à prática comum de utilização de tubos de PVC
que, conforme citado anteriormente, apresentam juntas
estanques.

ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  ÁGUAS DE INFILTRAÇÃO
ESGOTO
SANITÁRIO
Água de infiltração
 Depende das condições locais
 NA do lençol freático;
 Tipo de solo;
 Material da tubulação;
 Tipo de junta;
 Qualidade nos assentamentos dos tubos

NBR 9649 – Taxa de infiltração (TI) = 0,05 a


1,00 L/(s.km) 18
19
ESGOTO SANITÁRIO
Água de infiltração
• São geralmente despejados pontualmente na rede coletora pública.
•Também chamados de vazões concentradas ou singulares, são provenientes
de outras bacias, grandes centros comerciais, hospitais, clubes ou
estabelecimentos industriais. Assim, dependendo da natureza desses esgotos
há necessidade de se realizar um pré-tratamento.
•Para serem lançados diretamente no coletor público é recomendado que os
esgotos obedeçam às seguintes condições:

Não apresentem temperatura superior a 45°C.

Que não sejam abrasivos a ponto de atingir as tubulações, afetando a resistência ou durabilidade.

Que não interfiram em qualquer tratamento.

Não obstruírem nem danificarem tubulações, equipamentos ou acessórios.

Não serem nocivos à saúde nem prejudiciais à segurança dos trabalhos na rede coletora;

Não lancem vazões superiores a permitidas por norma específica.

RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS
 Decreto nº 8468/1976 – SP
 Art. 18 – VIII: Regime de lançamento com vazão máxima de
até 1,5 vezes a vazão média diária.
 Art. 19: Onde houver sistema público de esgoto, em condições
de atendimento, os efluentes de qualquer fonte poluidora
deverão ser neles lançados.
 Art. 19 A: Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente
poderão ser lançados em sistema público de esgoto provido de
estação de tratamento, se obedecerem às seguintes
condições:
 I — pH entre 5,0 e 9,0;
 II — temperatura inferior a 40°C;
 III – Materiais sedimentáveis até 10 mL/L; ....

RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS
 Resolução CONAMA nº 430/2011 – Nacional
 Art. 16: Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5
vezes a vazão média diária.
 Art. 21: Para o lançamento direto de efluentes oriundos de
sistemas de tratamento de esgotos sanitários deverão ser
obedecidas as seguintes condições e padrões específicos:
 I — pH entre 5,0 e 9,0;
 II — temperatura inferior a 40°C;
 III – Materiais sedimentáveis até 1 mL/L;
 IV – DBO (5 dias a 20ºC): máx. 120 mg/L; ....

RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  RESÍDUOS LIQUIDOS INDUSTRIAIS 23
•A vazão máxima de final de plano, ou seja, a vazão para o
alcance final do projeto é utilizada no dimensionamento das
redes coletoras de esgotos para definir a capacidade que o
coletor deve atender.

•A vazão máxima horária de início de plano (em um dia


qualquer) é utilizada para a verificação das condições de
autolimpeza do coletor, que deve ocorrer pelo menos uma vez
ao dia.

•A NBR 9649/1986, recomenda que em qualquer trecho da rede


coletora, o menor valor da vazão a ser utilizado nos cálculos é
de 1,5 L/s.

CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
 Métodos para cálculo das vazões
 Quando não existirem medições de
vazão utilizáveis no projeto;
 Quando existirem hidrogramas utilizáveis no

projeto; de vazão pelo processo das áreas


 Cálculo
edificadas.

CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
 Onde:
 Q = vazão do esgoto sanitário (L/s);
 Qd = vazão doméstica (L/s);
 Qinf = vazão de infiltração (L/s);
 Qc = vazão concentrada ou singular (L/s).

CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
26
Quando não existirem medições de vazão
utilizáveis no projeto
•Método dos Coeficientes de Variação de Vazão: deve ser
aplicado quando não existirem medições de vazão utilizáveis no
projeto. Logo, para o dimensionamento da rede coletora de
esgotos devem ser consideradas as seguintes vazões:
Para início de plano: inclui somente K2 porque se refere
especificamente à hora de maior contribuição e não ao dia de
maior contribuição.
Para fim de plano: inclui K1 e K2 porque se refere ao dia e à hora
de maior contribuição.

CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
27
Quando não existirem medições de vazão
utilizáveis no projeto
CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
CÁLCULO DAS VAZÕES
Quando existirem hidrogramas utilizáveis
no projeto

30
CÁLCULO DAS VAZÕES
Processo das áreas edificadas

31
DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE
CONTRIBUIÇÃO PARA CÁLCULO DE
REDES COLETORAS

 Rede simples;

 Rede dupla;

 Rede mista (simples e dupla).

32
DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA CÁLCULO DE
REDES COLETORAS - Simples

33
Taxa de contribuição por unidade de área (Ta) – refere-se à unidade de área
do projeto:
K2
= Qd,i
•Para início de plano: Ta,i ai + Tinf,a

•Para final de plano:


Ta,f = K1 K2 Qd,f + Tinf,a
af

Onde, ai e af são as áreas totais (inicial e final, em hectares) abrangidas pelo


projeto, e Tinf,a é a taxa de contribuição de infiltração por unidade de área,
L/s.m ou L/s.km.

Logo, as contribuições de vazão inicial e final de cada coletor são calculadas


multiplicando-se o seu comprimento (ou a sua área de abrangência no
esgotamento) pelas taxas de contribuição de início e final de plano,
respectivamente.
CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS ESGOTOS
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS VAZÕES DE PROJETO  CÁLCULOS DAS VAZÕES DOS
ESGOTOS
DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA CÁLCULO DE
REDES COLETORAS - Dupla

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DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA CÁLCULO DE
REDES COLETORAS – Mista

36
CÁLCULO DAS VAZÕES DOS TRECHOS

37
•Os coletores de esgotos sanitários são projetados para funcionar como
condutos livres (canais abertos) com lâminas líquidas sempre inferiores aos seus
diâmetros (pela norma 75%), diferentemente das linhas de recalque e sifões
invertidos que são projetados para funcionar como condutos forçados.
•A vazão em um coletor de esgotos aumenta de montante para jusante devido
às contribuições recebidas ao longo do mesmo  considera-se que o escoamento
na rede coletora é permanente e uniforme, isto é, que a vazão e a profundidade
do líquido não variam ao longo do tempo nem ao longo da tubulação.
•Em um escoamento permanente, também chamado de estacionário, a
velocidade é função das coordenadas espaciais, mas independente do instante
considerado, isto é, a velocidade varia de ponto para ponto, mas mantém-se
constante ao longo do tempo.
•O escoamento em canais abertos pode ser classificado segundo o critério do
tempo ou da distância.
• Critério do tempo  permanente e não-permanente

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
•Escoamento permanente, a vazão e a profundidade do líquido em qualquer
seção não variam com o tempo, durante certo período de tempo,
diferentemente do não permanente que, para os mesmos elementos, varia com o
tempo.
•Critério da distância: o escoamento é considerado uniforme caso a vazão e a
profundidade do canal permanecerem as mesmas em quaisquer seções que se
considerem ao longo do canal. Já o escoamento variado caracteriza-se pela
variação da descarga e da profundidade do líquido ao longo da extensão do canal.
•Além dos esgotos domésticos que são lançados nos coletores, materiais como
areia, alguns resíduos orgânicos e lixo de vários tipos muitas vezes são lançados
indevidamente nos condutos.
•Os materiais leves flutuam na superfície do líquido, já os pesados vão sendo
levados pelo fluxo do fluido, ficando próximos à geratriz inferior das tubulações.

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
•Nos escoamentos gradualmente variados, as mudanças na velocidade e na
profundidade ocorrem em intervalos relativamente longos. Nesses casos, os
comprimentos típicos dos volumes de controle são da ordem de 100 vezes a
profundidade. Devem ser levadas em conta não só as perdas de carga localizadas,
mas também a declividade do canal.
•O terceiro tipo de escoamento permanente e o uniforme, no qual a superfície
sob pressão atmosférica é paralela a linha de fundo do canal e não ha mudança
na profundidade ao longo do trecho considerado ou na distribuição de
velocidade ao longo de uma seção transversal.

• Escoamento rapidamente variado


Para este tipo de escoamento, devem ser usadas três equações: a equação da
continuidade, a equação de energia ou equação de Bernoulli e a equação do Momento.
Partindo do teorema de Bernoulli para um escoamento permanente:
Onde If e a declividade da linha de energia ou linha de carga (Figura 36), para escoamento
com superfície livre:

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


Professor: Gustavo Weyne
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HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
•Fixada a seção transversal, define-se a área da seção liquida em função da
profundidade A =A(y), assim,

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
•Quando y tende a zero, a velocidade e, portanto, E tendem para o infinito.
Quando y tende ao infinito, a velocidade tende a zero e a curva tende a reta y = E.
Observando a forma da curva y vs. E, podemos concluir que existe um valor
mínimo de energia especifica (Ec) que corresponde a um valor yc (profundidade
critica) dada uma determinada profundidade y, se:
y > yc regime subcrítico, também conhecido como fluvial ou lento;
y = yc regime critico;
y < yc regime supercrítico, também conhecido como torrencial ou
rápido.
•O mínimo da curva corresponde a menor energia especifica (Emin) com que a
vazão Q pode escoar na seção considerada.
•O regime de escoamento nessas condições é chamado de critico, recebendo esta
designação as grandezas características deste regime (altura critica, yc ,
velocidade critica vc e energia especifica critica Ec ).

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


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SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
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HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
Dessa forma, o número de Froude define o regime de escoamento:

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


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•Com a diminuição das velocidades os sólidos pesados ficam para trás,
transformando-se em depósitos e tendendo com o passar do tempo a obstruir o
tubo, enquanto os mais leves vão se acumulando na linha d’água.
•Velocidades aumentam  os detritos minerais pesados e as substâncias
flutuantes que estão no coletor são carregados novamente, em elevadas
concentrações.  “abrasão”  o atrito das substâncias com as paredes internas
do coletor pode desgastá-lo e com o decorrer do tempo, danificá-lo.

•Tensão trativa: esforço tangencial unitário transmitido às paredes do coletor pelo


líquido em escoamento. A componente tangencial do peso do líquido sobre a
unidade de área da parede do coletor e que atua sobre o material sedimentado,
promovendo seu arraste.
•A expressão desta tensão é deduzida de forma análoga à da força que age em
um sólido que desliza sobre um plano inclinado.

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σ = γ RH
I

Forças atuantes em um coletor de esgotos

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TENSÃO TRATATIVA OU TENSÃO
DE ARRASTE
“É uma tensão tangencial exercida sobre a parede do conduto pelo líquido escoado.”

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HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
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HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
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EXEMPLO DE APLICAÇÃO
•Um canal retangular com base de 5 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma
extensão de 1 km e desnível de 13 m. Sabendo que a profundidade a montante é de 1 metro e a
velocidade a jusante é igual a 3 m/s, pede-se calcular a perda de carga total entre o início e o término
do canal.
RESOLUÇÃO

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EXEMPLO DE APLICAÇÃO
•Um canal retangular com base de 5 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma
extensão de 1 km e desnível de 13 m. Sabendo que a profundidade a montante é de 1 e a velocidade a
jusante é igual a 3 m/s, pede-se calcular a perda de carga total entre o início e o término do canal.
RESOLUÇÃO
•Aplicando a equação de Bernoulli entre o início e o final do canal, adotando o datum passando pelo
ponto 2 e supondo α1 e α2 = 1,00, pode-se escrever:

• Aplicando a equação da continuidade:

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PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS

Seção ou área molhada (A): parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido.
Perímetro molhado: (P): comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto.
Largura superficial (B): largura da superfície em contato com a atmosfera.
Profundidade (y): altura do líquido acima do fundo do canal.
Profundidade hidráulica (yh): razão entra a área molhada e a largura superficial: yh =
A/B
Raio hidráulico (Rh): razão entre a área molhada e o perímetro molhado: Rh = A / P.

Raio hidráulico  número de Reynolds.

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PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS

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EXEMPLO DE APLICAÇÃO

RESOLUÇÃO

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


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EXEMPLO DE APLICAÇÃO

RESOLUÇÃO

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SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
•Diversas fórmulas podem ser utilizadas para o cálculo das perdas de carga em
condutos livres, tais como: Chézy, Manning, Universal, Hazen-Williams, Bazin etc.
•NBR 9649/1986 da ABNT  Manning, sendo esta a utilizada no
dimensionamento de coletores de esgoto devido à sua simplicidade e precisão
nos resultados.
2 1
1 3 I
2
Q= A RH
n Material dos condutos n de Manning
Cerâmico 0,013
Concreto 0,013
PVC 0,010
Ferro fundido com revestimento 0,012
Ferro fundido sem revestimento 0,013
Cimento amianto 0,011
Aço soldado 0,011
RPVC/Poliester 0,011

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES
CIRCULARES:
•O dimensionamento hidráulico em coletores de esgoto é baseado
nos elementos geométricos da seção de um tubo e na equação de Manning.

A fórmula de Manning é dada pela equação do slide anterior. Substituindo-se o


raio hidráulico (RH) e a área molhada (A) na equação, obtém-se:


x = 2 cos  
D
2

1 D2 2 I
Q = ( - D 2 ( -
8
sen n) sen )
8 D
( -sen ) 5/3
D8/3 I1/2
Qn=
 2/3 213/3
( -sen )5/3 D8/3 I1/2
f( ) = -Qn
 2/3 213/3

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES
•CIRCULARES:
Um processo iterativo para se calcular o ângulo central é necessária, já que a
equação não tem solução analítica.
σ = γ RH I

Vc =6 gRH*

RH*  raio hidráulico (fim de plano), em [L].

•Quando a velocidade final é superior a velocidade crítica, a maior lâmina


admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, de modo a assegurar-se a
ventilação do trecho.

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE
CONTROLE DE REMANSO:
•Sempre que a cota do nível de água na saída de qualquer órgão acessório ficar
acima de qualquer das cotas dos níveis de água de entrada, deve ser verificada a
influência do remanso no trecho de montante.
•São dois os casos para a verificação da execução do degrau: quando os
diâmetros dos coletores que chegam à singularidade forem menores que o de
saída e quando os diâmetros de todos os coletores forem iguais em uma mesma
singularidade. Então, quando a cota da lâmina de um coletor de saída estiver
acima de alguma de entrada o degrau é executado pela equação:

Dg Y'
=(

y' D'
)

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


d'
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
Professor: Gustavo Weyne
EXEMPLO DE APLICAÇÃO 1
•Uma tubulação de esgoto (PVC) tem raio hidráulico de 1,23 m e declividade igual a 0,00500 m/m e
área molhada de 2,47 m². Qual valor de vazão está passando no tubo?

2 1
1 3 I
2
Q= A RH
n

HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS


Professor: Gustavo Weyne
SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS HIDRÁULICA DOS COLETORES DE ESGOTOS
EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2
Sabendo que, para um determinado tubo: Q = 9,092 m3/s e D = 2,40 m .
Calcule yc.

Quadro 5 – Clicar aqui!

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EXEMPLO DE APLICAÇÃO 3
Considerando Q = 1m3/s, D = 2m , I = 0,0005 e n = 0,013, determine y e V.

Pelo Quadro 5:

Também pelo quadro


5: V =

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