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Comparativo com as demais

colônias e fim do período


colonial
Encerramento da etapa colonial
• Evolução do Brasil, a partir da segunda metade do sec.XVII marcada pelo
rumo de Portugal como potência colonial, em especial pela União Ibérica;

• “Na época em que esteve ligado à Espanha, perdeu o melhor de seus


entrepostos orientais*, ao mesmo tempo que a melhor parte da colônia
americana era ocupada pelos holandeses”;

*1641: holandeses capturaram Malaca (na atual Malásia)

(Furtado, p. 63)
UNIÃO IBÉRICA (1580-1640)
• Vacância do trono português aproveitada pelo rei espanhol Felipe II;

• Independência da Holanda frente à Espanha;

• Após a União com a Espanha, Portugal deixou a cooperação de lado


com a Inglaterra e a Holanda, parceiros comerciais até então;
AS MUDANÇAS COM A UNIÃO IBÉRICA
(1580-1640)
• “O quadro político-econômico dentro do qual nasceu e progrediu de
forma surpreendente a empresa agrícola em que assentou a
colonização do Brasil foi profundamente modificado pela absorção de
Portugal na Espanha. A guerra que contra este último país (Espanha)
promoveu a Holanda, durante esse período, repercutiu profundamente
na colônia portuguesa da América”.

(Furtado, p. 42)
EXPANSÃO TERRITORIAL
• Colônia de Sacramento (Uruguai);

• Rio Grande de São Pedro (Rio Grande do Sul);

• Expansão até a foz do rio Amazonas, em proteção contra incursões de


franceses, holandeses e ingleses;
Fragilidade da coroa portuguesa
• “Ao recuperar a independência (1640), Portugal encontrou-se em posição
extremamente débil, pois a ameaça da Espanha pesava permanentemente”;

• A Espanha não reconheceu a independência portuguesa por mais de 25


anos;

• “O pequeno reino, perdido o comércio oriental e desorganizado o mercado


do açúcar, não dispunha de meios para defender o que lhe sobrara das
colônias numa época de crescente atividade imperialista”.

(Furtado, p. 63)
Pressões holandesas
• “Ao recuperar a independência, o governo lusitano empenhou-se em chegar
a um acordo com a Holanda, então principal inimiga da Espanha nos
mares”;

• “As múltiplas ofertas – inclusive a divisão do Brasil – foram entretanto


rejeitadas pelos holandeses, demasiadamente confiantes em seu
excepcional poder marítimo e ao mesmo tempo falhos de uma orientação
política geral em razão de suas profundas dissensões internas.”

(Furtado, p. 64)
Fragilidade da coroa portuguesa
• “A neutralidade em face das grandes potências era impraticável;”

• “Portugal compreendeu que para sobreviver como Metrópole colonial


deveria ligar o seu destino a uma grande potência, o que significaria alienar
parte de sua soberania”;

• Acordos com a Inglaterra: apoio político-militar em troca de privilégios


econômicos.

(Furtado, p. 63)
INGLATERRA
• Aliada tradicional de Portugal, desde seu auxílio na formação e
independência do Estado português junto à Espanha;
• Tratado de Windsor (1386): considerada a mais antiga aliança
diplomática do mundo ainda em vigor;
• Portugal precisava do apoio político e militar (principalmente naval)
inglês para manter o controle sobre suas colônias;
• A Inglaterra conseguiu privilégios comerciais, que perduraram mesmo
após a independência do Brasil.
Aliança inglesa
• “Assim como seria difícil explicar o grande êxito da empresa açucareira
sem ter em conta a cooperação comercial-financeira holandesa (…),
• (…) só pode explicar-se a persistência do pequeno e empobrecido reino
como grande potência colonial na segunda metade do século XVII, bem
como sua recuperação no século XVIII, tendo em conta a situação especial
de semidependência que aceitou como forma de soberania o governo
português”.

(Furtado, p. 64)
Pressões inglesas
• “Os privilégios conseguidos pelos comerciantes ingleses em Portugal
foram de tal ordem – incluíam extensa jurisdição extraterritorial, liberdade
de comércio com as colônias, controle sobre as tarifas que as mercadorias
importadas da Inglaterra deveriam pagar”;

• “passaram a constituir um poderoso e influente grupo com ascendência


crescente sobre o governo português”;

• “Portugal became virtually England’s commercial vassal”.

(Furtado, p. 64)
Tratados econômicos
• Tratado de Methuen (ING-POR/1703-1836): “Tratado de panos e vinhos”; privilégios
alfandegários para os vinhos portugueses, em troca do mesmo para os tecidos
manufaturados ingleses, em Portugal e em suas colônias;
• De 1786 (ING-FRA): redução nos impostos sobre os vinhos franceses (importações
decuplicaram em 1787); diferença irrelevante eliminou na prática a proteção ao vinho
português;
• De 1810 (ING-POR): Tratado de comércio e navegação; tarifas para as importações de
produtos ingleses de 15%, contra 16% para Portugal e 24% para os demais países;
• De 1827 (ING-BRA/expirado em 1842, mas postergado até 1844): continuidade dos
privilégios ingleses sobre o Brasil (cláusula de “nação mais favorecida”, concedida
também a outros países); sem tarifa preferencial (15% ad valorem)
Tratados no século XVII
• Tratado de 1642: após a independência de Portugal frente à Espanha, em 1640, reafirmou
a amizade entre os dois reinos, e concedeu liberdade de comércio aos ingleses nas
colônias portuguesas;
• Tratado de 1654: reduzia para 23% as taxas sobre as mercadorias inglesas que passavam
pelas alfândegas portuguesas, além de permitir aos navios ingleses o comércio com as
colônias lusas, salvo algumas exceções*. Também garantia a liberdade religiosa para os
súditos ingleses (em sua maioria não católicos) e instituía o juiz conservador da nação
britânica, que tratava dos privilégios jurisdicionais dos súditos britânicos em Portugal e
no Brasil colonial.
• Tratado de Paz e Aliança (1661): início da predominância econômica inglesa; casamento
de Carlos II de Inglaterra com Catarina de Bragança, passando aos ingleses as cidades de
Tânger (Marrocos), Bombaim e Colombo (Índia);
*No Brasil, alguns produtos continuavam a ser comercializados apenas pela Coroa portuguesa.

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Acordo de 1661
• “(…) incluía uma cláusula secreta pela qual os ingleses prometiam
defender as colônias portuguesas contra quaisquer inimigos”.

• “(…) por essa época a Espanha ainda não reconhecera a separação de


Portugal e se estava negociando a paz com a Holanda;”

• “aliança que lhe garantia a sobrevivência como potência colonial”.

(Furtado, p. 65)
Aliança Portugal-Inglaterra
• “O espírito dos vários tratados firmados entre os dois países era sempre o
mesmo: Portugal fazia concessões econômicas e a Inglaterra pagava com
promessas ou garantias políticas.

• “Com respeito às Índias Orientais, por exemplo, Portugal cedeu Bombaim


permanentemente, e a Inglaterra prometeu utilizar sua esquadra para manter
a ordem nas possessões lusitanas”.

• “Os ingleses conseguiam manter comerciantes residentes em praticamente


todas as colônias portuguesas”.

(Furtado, p. 65)
Aliança Portugal-Inglaterra
• “Ao prolongar-se o estado de guerra, os portugueses fizeram mais e mais
apelos a barcos ingleses, no intuito de livrar-se do bloqueio dos
flamengos”;

• “O acordo de 1654 foi imposto em seguida a uma agressão da esquadra


inglesa a Portugal, num momento em que este país se encontrava em guerra
com a Holanda e a Espanha.

(Furtado, p. 64)
Decadência colonial
• Desorganização do mercado do açúcar;

• Dificuldades econômicas em Portugal e no Brasil;

• Desvalorizações monetárias (em Portugal);

• Necessidade de reconsiderar a política econômica;

• “A ideia de encontrar solução para as dificuldades da balança comercial nos


produtos coloniais de exportação já não parece suficiente”.

(Furtado, p. 65)
Política econômica colonial
• “Pensa-se em reduzir as importações fomentando a produção interna no
setor manufatureiro”;
• “Essa política alcançou dar alguns frutos, e durante dois decênios se chegou
mesmo a interditar a importação de tecidos de lã, principal manufatura
então importada’.
• “Tal política, entretanto, não chegaria a amadurecer plenamente”.

• “O rápido desenvolvimento da produção de ouro no Brasil, a partir do


primeiro decênio do século XVIII, modificaria fundamentalmente os
termos do problema”.

(Furtado, p. 65-66)
Limitação manufatureira
• Decreto de 1785 proibiu qualquer atividade manufatureira na colônia;
• Não gerou grande reação, pois o desenvolvimento manufatureiro havia
sido praticamente nulo;

• “A causa principal possivelmente foi a própria incapacidade técnica dos


imigrantes para iniciar atividades manufatureiras numa escala ponderável”.

(Furtado, p. 126)
Limitação manufatureira
• A atividade mineradora absorveu todos os recursos disponíveis na etapa
inicial;
• Entretanto, não se desenvolveram atividades manufatureiras, que poderiam
expandir-se com as dificuldades de importação.
• Explicação na política portuguesa;

• “Houvessem chegado ao Brasil imigrantes com alguma experiência


manufatureira, e o mais provável é que as iniciativas surgissem no
momento adequado, desenvolvendo-se uma capacidade de organização e
técnica que a colônia não chegou a conhecer”.

(Furtado, p. 126)
Importância da tecnologia e da inovação
• “Exemplo claro disso é o ocorrido com a metalurgia do ferro”;
• “Sendo grande a procura desse metal numa região onde os animais ferrados
existiam às dezenas de milhares e sendo tão abundantes o minério de ferro
e o carvão vegetal, o desenvolvimento que teve a siderurgia foi o
possibilitado pelos conhecimentos técnicos dos escravos”;
• “Se se compara essa experiência com a dos EUA, que na mesma época se
transformaram em exportadores de ferro para a Inglaterra, torna-se
evidente que o que faltou ao Brasil foi a transferência inicial de uma
técnica que não conheciam os imigrantes”.

(Furtado, p. 126-127)
Tratado de Methuen (1703)
• “Significou para Portugal renunciar a todo desenvolvimento
manufatureiro e implicou transferir para a Inglaterra o impulso
dinâmico criado pela produção aurífera no Brasil”.

• “Graças a esse acordo, entretanto, Portugal conservou uma sólida


posição política numa etapa que resultou ser fundamental para a
consolidação definitiva do território de sua colônia americana”.

(Furtado, p. 66)
Tratado de Methuen (1703)
• “O mesmo agente inglês que negociou o acordo comercial (John
Methuen) também tratou das condições de entrada de Portugal na
guerra que lhe valeria uma sólida posição na conferência de Utrecht.
• Aí conseguiu o governo lusitano que a França renunciasse a quaisquer
reclamações sobre a foz do Amazonas e a quaisquer direitos de
navegação nesse rio.
• Igualmente nessa conferência Portugal conseguiu da Espanha o
reconhecimento de seus direitos sobre a Colônia do Sacramento.
• Ambos os acordos receberam a garantia direta da Inglaterra e vieram a
constituir fundamentos da estabilidade territorial da América
portuguesa”.

(Furtado, p. 66)
Tratado de Methuen (1703)
• “constitui um ponto de referência importante na análise do
desenvolvimento econômico de Portugal e do Brasil”;
• “foi celebrado ao término de um período de grandes dificuldades
econômicas para Portugal”;
• “decadência das exportações açucareiras do Brasil”;
• “Ao prolongar-se essa decadência e ao reduzir-se a capacidade para
importar, começou a prevalecer em Portugal o ponto de vista de que
era necessário produzir internamente aquilo que o açúcar permitira
antes (em seu auge) importar em abundância”.

(Furtado, p. 127)
Economia portuguesa
• “Tem início um período de fomento direto e indireto da instalação de
manufaturas”;

• “Durante dois decênios, a partir de 1684, o país conseguiu


praticamente abolir as importações de tecidos”;

• “Essa política estava perfeitamente dentro do espírito da época, pois


seis anos antes a Inglaterra proibira todo o comércio com a França,
para evitar a entrada de manufaturas francesas”.

(Furtado, p. 127-128)
Economia portuguesa

• “Contudo, é provável que fosse grande a reação dentro de Portugal,


particularmente dos poderosos produtores e exportadores de vinhos,
grupo dominante no país”;

• “Os ingleses trataram de aliar-se a esse grupo para derrogar a política


protecionista portuguesa”.

(Furtado, p. 128)
Economia portuguesa
• “O pequeno desenvolvimento manufatureiro que tivera Portugal
resulta de uma política ativa que compreendera a importação de mão
de obra especializada”.
• “O Tratado de Methuen (1703) destruiu esse começo de indústria e foi
de consequências profundas tanto para Portugal como para o Brasil”.
• “A primeira condição para que o Brasil tivesse algum
desenvolvimento manufatureiro, na segunda metade do século XVIII,
teria de ser o próprio desenvolvimento manufatureiro de Portugal”.

(Furtado, p. 126-127)
Economia luso-brasileira
• “Se o ouro criou condições favoráveis ao desenvolvimento endógeno
da colônia, não é menos verdade que dificultou o aproveitamento
dessas condições ao entorpecer o desenvolvimento manufatureiro da
Metrópole”.

• “Houvesse Portugal acumulado alguma técnica manufatureira, e a


mesma teria se transferido ao Brasil, como ocorreu nos EUA”.

(Furtado, p. 127)
Economia luso-brasileira
• “A economia brasileira do século XVIII se configurava com uma
articulação do sistema econômico em mais rápida expansão da época,
a economia inglesa”.
• “O ciclo do ouro constitui um sistema mais ou menos integrado,
dentro do qual coube a Portugal a posição secundária de simples
entreposto”.

• “Ao Brasil o ouro permitiu financiar uma grande expansão


demográfica”.

(Furtado, p. 66)
Economia mineira
• “Em algumas regiões a curva de produção subiu e baixou rapidamente,
provocando grandes fluxos e refluxos de população;”
• “Noutras, essa curva foi menos abrupta, tornando-se possível um
desenvolvimento demográfico mais regular e a fixação de núcleos
importantes de população”;
• “Os depósitos de aluvião se esgotam tanto mais rapidamente quanto
mais fácil é sua exploração (…) as regiões mais ‘ricas’ se incluem
entre as de vida produtiva mais curta”.

(Furtado, p. 124)
Economia mineira
• “A população livre da região mineira não seria inferior a 300 mil
pessoas”;
• “(…) a renda média era substancialmente inferior à que se conhecera a
economia açucareira em sua etapa de grande prosperidade”;
• “seu mercado apresentava potencialidades muito maiores”;
• “as importações representavam menor proporção do dispêndio total”;
• “a renda estava muito menos concentrada”;
• “a proporção da população livre era muito maior”.

(Furtado, p. 125)
Economia mineira
• “(…) espaço muito mais significativo dos bens de consumo corrente,
ocorrendo o contrário aos artigos de luxo”;
• “população em grande parte reunida em grupos urbanos e
semiurbanos”;
• “grande distância aos portos encarecia relativamente os artigos
importados”;
• “muito mais propícia ao desenvolvimento de atividades ligadas ao
mercado interno do que a região açucareira”.

(Furtado, p. 125)
Economia luso-brasileira

• “A Portugal, entretanto, a economia do ouro proporcionou


apenas uma aparência de riqueza, repetindo o pequeno reino
a experiência da Espanha no século anterior”.

• “O ouro era uma riqueza puramente fictícia para Portugal”.

(Furtado, p. 67)
Papel do ouro brasileiro na Revolução Industrial inglesa

• “Para a Inglaterra o ciclo do ouro brasileiro trouxe um forte estímulo


ao desenvolvimento manufatureiro, uma grande flexibilidade à sua
capacidade para importar, e permitiu uma concentração de reservas
que fizeram do sistema bancário inglês o principal centro financeiro da
Europa”.

• “O último quartel do século XVIII veria a decadência da mineração do


ouro no Brasil. A Inglaterra já havia, sem embargo, entrado em plena
Revolução Industrial”.

(Furtado, p. 67)
Papel do ouro brasileiro na Revolução Industrial inglesa
• “O ouro do Brasil teve um efeito tanto mais positivo quanto o estímulo
por ele criado se concentrou no país mais bem aparelhado para dele
tirar o máximo proveito”.
• “A Inglaterra, graças às transformações estruturais de sua agricultura e
ao aperfeiçoamento de suas instituições políticas, foi o único país da
Europa que seguiu sistematicamente, em todo o século que antecedeu
à Revolução Industrial, uma política clarividente de fomento
manufatureiro”.

(Furtado, p. 129-130)
Papel do ouro brasileiro na Revolução Industrial inglesa
• “Numa época dominada pelo mais estrito mercantilismo e em que era
particularmente difícil desenvolver um comércio de manufaturas, a
Inglaterra encontrou na economia luso-brasileira um mercado em
rápida expansão e praticamente unilateral”.
• “Suas exportações eram saldadas em ouro, o que adjudicava à
economia inglesa uma excepcional flexibilidade para operar no
mercado europeu”.
• “A economia inglesa tendeu a concentrar suas inversões no setor
manufatureiro, que era o mais indicado para uma rápida evolução
tecnológica”.

(Furtado, p. 130-131)
Papel do ouro brasileiro na Revolução Industrial inglesa
• “Recebendo a maior parte do ouro que então se produzia no mundo, os
bancos ingleses reforçaram mais e mais sua posição, operando-se a
transferência do centro financeiro da Europa de Amsterdam para
Londres”.
• “As entradas de ouro brasileiro em Londres chegaram a alcançar 50
mil libras por semana, permitindo uma substancial acumulação de
reservas metálicas, sem as quais a Grã-Bretanha dificilmente poderia
ter atravessado as guerras napoleônicas”.

(Furtado, p. 131)
Consequências da Revolução Francesa (1798)
• Bloqueio comercial aos ingleses na Europa;

• Processos separatistas na América espanhola;

• Fim do Sacro Império Romano-Germânico (1806) e enfraquecimento


da dinastia Habsburgo (Áustria, da princesa Leopoldina);

• Vinda da família real (corte de Dom João VI) para o Brasil, com a
escolta da Marinha inglesa, entre 25 e 27 de novembro de 1807;
Mudança de status com a vinda da
família real (1807)
• Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves;

• Capital no Rio de Janeiro;

• Investimentos nunca antes vistos no Brasil;

• Abertura dos portos às nações amigas (1810)


Economia brasileira

Teria o Brasil vivenciado uma inflexão em sua trajetória


de desenvolvimento, caso a corte real não tivesse vindo
para o Brasil?
Herança colonial
• “A forma peculiar como se processou a independência da
América portuguesa teve consequências fundamentais no seu
subsequente desenvolvimento”.

• Transferência do governo português para o Brasil sob a


proteção inglesa;
• Independência da colônia sem descontinuidade na chefia do
governo;
• Privilégios econômicos de que se beneficiava a Inglaterra
passaram automaticamente para o Brasil.
(Furtado, p. 69)
Herança colonial
• “Dificuldades criadas pelas limitações impostas ao governo
brasileiro nos acordos comerciais com a Inglaterra firmados
em 1810 e 1827;

• A economia brasileira atravessou uma fase de fortes


desequilíbrios, com baixa relativa dos preços das exportações
e aumento dos gastos do novo governo, após a independência
em 1822.

(Furtado, p. 150)
Passivo colonial
• “A exclusão do entreposto português, as maiores facilidades
de transporte e comercialização – devidas ao estabelecimento
de inúmeras firmas inglesas no país – provocaram uma baixa
relativa dos preços das importações e um rápido crescimento
da procura de artigos importados”.
• Forte pressão sobre a balança de pagamentos (sem entrada de
capitais estrangeiros ou aumento das exportações);
• Déficit governamental;
• Repercussões na taxa de câmbio (depreciação da moeda).

(Furtado, p. 150-151)
Comparação com os EUA
• “A suposição de que estaria ao alcance do Brasil – na
hipótese de total liberdade de ação – adotar uma política
idêntica à dos EUA, nessa primeira fase do século XIX, não
resiste a uma análise detida dos fatos”.
• “Por que se industrializaram os EUA no século XIX,
emparelhando-se com as nações europeias, enquanto o Brasil
evoluía no sentido de transformar-se no século XX numa
vasta região subdesenvolvida?”

(Furtado, p. 151)
Comparação com os EUA
• “O desenvolvimento dos EUA, em fins do século XVIII e na
primeira metade do século XIX, constitui um capítulo
integrante do desenvolvimento da própria economia
europeia”.
• “O protecionismo surgiu nos EUA em etapa já bem avançada
do século XIX, quando as bases de sua economia já se
haviam consolidado”.

(Furtado, p. 152)
Comparação com os EUA
• “À época de sua independência, a população norte-americana
era mais ou menos da magnitude da do Brasil”.
• “Enquanto no Brasil a classe dominante era o grupo dos
grandes agricultores escravistas, nos EUA uma classe de
pequenos agricultores e um grupo de grandes comerciantes
urbanos dominava o país”.

(Furtado, p. 152)
Comparação com os EUA
• “Nada é mais ilustrativo dessa diferença do que a disparidade
entre os dois principais intérpretes dos ideais das classes
dominantes nos dois países (ambos discípulos de Adam
Smith):
• Alexander Hamilton: promove uma decidida ação estatal de
caráter positivo – estímulos às indústrias, e não apenas
medidas protecionistas;
• Visconde de Cairu: crê supersticiosamente na mão invisível
(‘deixai fazer, deixai passar, deixai vender’).

(Furtado, p. 152-153)
COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• Concorrência crescente dos Estados Unidos, inclusive com a
Inglaterra, na produção de algodão, que abastecia a crescente indústria
têxtil inglesa, no contexto da Revolução Industrial (século XVIII);

• “Na Nova Inglaterra, nos primeiros anos da colonização, viam-se até


com maus olhos quaisquer tentativas de agricultura que desviavam das
feitorias de peles e pesca as atividades dos pouco colonos presentes”*.

*(Prado Jr., p.22)


COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• “À semelhança do que ocorreu no Brasil ao se abrirem os portos, a
balança comercial dos EUA com a Inglaterra era via de regra
deficitária nos primeiros decênios do século XIX.
• Contudo, esse déficit, em vez de pesar sobre o câmbio, como foi o
caso do Brasil, e provocar um reajustamento em níveis mais baixos,
tendia a transformar-se em dívidas de médio e longo prazos.
• Isso foi possível graças à política financeira do Estado e à ação
pioneira dos governos central e estaduais, na construção de uma
infraestrutura econômica e no fomento direto de atividades básicas.

*(Furtado, p.157-158)
COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• “As medidas restritivas com respeito à produção manufatureira que a
Inglaterra impunha às suas colônias, na época mercantilista, tiveram
que ser aplicadas de forma muito especial nos EUA, pelo simples fato
de que o sistema de agricultura de exportação não dera resultado nas
colônias do norte”.
• “As linhas gerais da política inglesa passaram a ser fomentar nas
colônias do Norte aquelas indústrias que não competissem com as da
Metrópole, permitindo a esta reduzir suas importações de outros
países”.

*(Furtado, p.153)
COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• “As medidas coercitivas começam a surgir quando as colônias do
norte chegam a concorrer com a Metrópole nas exportações de
manufaturas”.
• “No caso especial do aço, houve preocupação em dificultar sua
produção na colônia, mas em compensação se fomentou a produção do
ferro, para permitir à Inglaterra reduzir sua dependência dos países do
Báltico”.

*(Furtado, p.153-154)
COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• “As próprias colônias que se defrontam com dificuldades para
importar manufaturas criaram consciência da conveniência de
fomentar a produção interna.
• Em 1655 Massachusetts passou uma lei obrigando todas as famílias a
produzir os tecidos de que necessitassem.
• Muitas colônias proibiam a exportação de certas matérias-primas,
como couros, para que fossem manufaturadas localmente.
• Extraordinário avanço da indústria naval.

*(Furtado, p. 154)
COLÔNIAS DO HEMISFÉRIO NORTE
• Indústria de construção naval desempenharia um papel fundamental
no desenvolvimento na época das guerras napoleônicas;
• Já antes da independência, ¾ do comércio norte-americano se
realizavam em seus próprios barcos;
• A Guerra de Independência, cortando por vários anos todo suprimento
de manufaturas inglesas, criou um forte estímulo à produção interna,
que já dispunha de base para expandir-se.
• Distúrbios políticos na Europa criaram estímulos extraordinários para
o desenvolvimento da economia norte-americana.

*(Furtado, p. 154)
Estados Unidos
• Durante muitos anos os EUA foram a única potência neutra que
dispunha de uma grande frota mercante.
• Com as dificuldades de abastecimento europeu, as Antilhas inglesas e
francesas voltam-se para o mercado norte-americano de alimentos.
• De 1789 a 1810 a frota mercante norte-americana cresceu de 202 mil
para 1,425 milhão de toneladas e todos esses barcos eram construídos
no país.

*(Furtado, p. 155)
Estados Unidos
• “A experiência técnica acumulada desde a época colonial, a lucidez de
alguns de seus dirigentes, que perceberam o verdadeiro sentido do
desenvolvimento econômico que se operava com a Revolução
Industrial, e a grande acumulação de capitais da fase das guerras
napoleônicas não seriam, entretanto, suficientes para explicar as
transformações desse país na primeira metade do século XIX.
• Por muito tempo ainda a economia norte-americana dependerá, para
desenvolver-se, da exportação de produtos primários”.

*(Furtado, p. 155)
Papel dos Estados Unidos na Revolução
Industrial
• “Foi como exportadores do algodão que os EUA tomaram posição na
vanguarda da Revolução Industrial.
• A Revolução Industrial, no último quartel do século XVIII e na
primeira metade do século XIX, consistiu basicamente em profunda
transformação da indústria têxtil (mecanização dos processos e
substitução da lã pelo algodão, cuja produção se podia expandir mais
facilmente).
• Os tecidos constituem a principal mercadoria “elaborada” nas
sociedades pré-capitalistas.

*(Furtado, p. 155-156)
Papel dos Estados Unidos na Revolução
Industrial
• “Se à Inglaterra coube a tarefa de introduzir os processos de
mecanização, foram os EUA que se incumbiram de fornecer as
quantidades imensas de algodão que permitiriam, em alguns decênios,
transformar a fisionomia de tecidos em todo o mundo”.
• “O algodão, que chegou a representar mais da metade do valor das
exportações dos EUA, constitui o principal fator dinâmico do
desenvolvimento da economia norte-americana na primeira metade do
século XIX”.

*(Furtado, p. 156-157)
Algodão
• “O seu cultivo permitiu a incorporação de abundantes terras férteis, as
quais eram utilizadas de forma mais ou menos idêntica ao que
ocorreria no Brasil com o café.
• As formas extensivas de cultura obrigavam a buscar sempre novas
terras e a penetrar no interior do continente.

*(Furtado, p. 157)
Economia Brasileira

Poderia o Brasil ter seguido caminho semelhante ao dos


Estados Unidos, nos séculos XIX e XX, evoluindo de
uma economia baseada na exportação de produto(s)
primário(s), para uma economia plenamente
industrializada?
Colônias de Povoamento versus Colônias de
Exploração
tese de que o tipo de colonização inicial determina, ou condiciona, o
futuro das sociedades:
• Smith (1776) - tipologia das colônias;
• Heeren (1817) e Roscher (1856);
• Leroy-Beaulieu (1902);
• Caio Prado Júnior;
• North (1955, 1959) e Baldwin (1956);
• Acemoglu, Johnson e Robinson (2001, 2002)
Monasterio, L., & Ehrl, P. (2019). COLÔNIAS DE POVOAMENTO VERSUS COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: DE HEEREN A
ACEMOGLU. Análise Econômica, 37(72). https://doi.org/10.22456/2176-5456.71287
Colônias de Povoamento versus Colônias de
Exploração
• Acemoglu, Johnson e Robinson (2001, 2002): sucesso acadêmico da
tese (de que o tipo de colonização inicial determina, ou condiciona, o
futuro das sociedades) decorre de sua flexibilidade.
• Os analistas favoráveis à economia de mercado podem atribuir o
desenvolvimento econômico à qualidade institucional associada às
colônias de povoamento.
• Já os mais críticos enfatizam o caráter espoliador das colônias de
exploração.

Monasterio, L., & Ehrl, P. (2019). COLÔNIAS DE POVOAMENTO VERSUS COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: DE HEEREN A
ACEMOGLU. Análise Econômica, 37(72). https://doi.org/10.22456/2176-5456.71287
COLÔNIAS DE POVOAMENTO NA AMÉRICA

• Cuba (Espanha), com fins de abastecimento e de defesa*

• Canadá (França/Québec e posteriormente Inglaterra);

• Lousiana (França), posteriormente incorporada aos Estados Unidos;

• Treze colônias inglesas (Estados Unidos);

• Antilhas (França, Inglaterra, Holanda).


*(Furtado, p. 28)
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO QUE VIRARAM
PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
• Guiana (ING); Suriname (HOL), Guiana Francesa (FRA);

• Colônias europeias na África;

• Colônias europeias na Ásia.


DIAGNÓSTICO DO SETOR
MINERAL DE MINAS GERAIS
• Substâncias Metálicas: Ferro, Ouro, Alumínio, Manganês, Zinco, Nióbio e
Lítio , Titânio e Terras Raras
• Substâncias Não Metálicas: Águas Minerais, Rochas Ornamentais e de
Revestimento (Granitos, Mármores, Ardósias, Quartzitos e Esteatitos),
Gemas , Diamantes;
• Minerais Industriais (Argilas, Areia Industrial, Calcário, Feldspato e
Grafita);
• Agrominerais (Fosfatos Remineralizadores de Solo , Rochas Potássicas e
Sais de Potássio);
• Agregados para Construção Civil (Areia, Argila, Saibro, Rochas para Brita e
Cascalho).
Indústria Extrativa Mineral
• Chegou a contribuir, em 2013, com 7,5% do Produto Interno Bruto
(PIB) e 24,4% de toda a produção da Indústria do Estado (IBRAM,
2016).
• Responsável por 16,7% da indústria mineira em 2019.
DIAGNÓSTICO DO SETOR
MINERAL DE MINAS GERAIS
• A atividade extrativa mineral sempre desempenhou um papel de
destaque na história e na economia de Minas Gerais. A busca por
gemas e ouro, no período colonial, possibilitou posteriormente a
descoberta de uma diversidade de ocorrências minerais, em
quantidades substanciais, que fazem do Estado um dos principais
produtores minerais do país.
DIAGNÓSTICO DO SETOR
MINERAL DE MINAS GERAIS
• A história de Minas Gerais se confunde com o início da história da
atividade mineral brasileira no final do século XVII. Desde então, esta
atividade tem papel fundamental para a economia do Estado;
• As notícias da descoberta de ouro em aluviões no Quadrilátero
Ferrífero propiciaram o surgimento de novas explorações,
principalmente nas regiões de Ouro Preto e Mariana, as famosas
“Minas Gerais dos Cataguases”, que se intensificaram com as entradas
paulistanas na região, trazendo experiência na extração de ouro em
lavras do litoral (AZEVEDO, et. al., N.D.).
DIAGNÓSTICO DO SETOR
MINERAL DE MINAS GERAIS
• Os registros históricos de quem ou de quais expedições foram
pioneiras no descobrimento de ouro nos vales dos rios de Minas ainda
geram controvérsias; entretanto, a notícia desses descobrimentos
causou o primeiro grande rush da mineração na história do Brasil e do
mundo, influenciando no povoamento do Quadrilátero Ferrífero
(AZEVEDO, et. al., N.D.) e atuando como vetor de interiorização em
Minas Gerais e no Brasil.
Brasil Colônia
(séculos XVII, XVIII e XIX)
• Final do séc. XVII: descoberta das primeiras jazidas de ouro de
aluvião nos rios de MG;
• Em 1695: primeira exportação expressiva de ouro do Estado;
• Auge da atividade aurífera colonial:até a metade do séc. XVIII –
durante o Ciclo do Ouro –e que declinou no séc. XIX;
• Capitania de MG (especialmente Mariana e Ouro Preto) era
responsável pela metade da produção mundial de ouro;
• Grande incremento populacional do Estado;
• 1808: vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil (RJ);
Século XIX
• Com o aumento das exportações e da produção de café, o ouro passou
a ser considerado um produto secundário na economia colonial;
• Barão Wilhelm Ludwig von Eschwege: contratado pela Coroa para
traçar o diagnóstico da mineração no país;
• Barão von Eschwege: funda a Sociedade Mineralógica de Passagem e
a Imperial Fábrica de Ferro, ambas em MG;
• Presença estrangeira na capitania de MG: até 1820 havia seis
companhias inglesas para explorar ferro e ouro;
Século XIX
• Em 1825 o francês Jean Monlevade implantou fábrica de extração e
transformação de metais preciosos em São Miguel do Piracicaba, atual
João Monlevade;
• Em 1891 foi promulgada a Constituição Republicana, que vinculou
propriedade do subsolo à do solo;
Décadas de 1910 e 1920
• Primeira Guerra Mundial (1914 1918): aumento da demanda mundial
por ferro e demais metais, fomentando a indústria siderúrgica em
outros países e, principalmente no Brasil;
• Até 1918 existiam 15 empresas de extração e transformação mineral
em MG, dentre brasileiras e estrangeiras.
Década de 1930
• Grande expansão no setor mineral e siderúrgico;
• Enfoque econômico: desenvolvimento industrial e implantação das indústrias de base;
• Criação da Comissão Nacional de Siderurgia: vinculada ao Ministério da Agricultura,
torna MG região prioritária para receber investimentos no setor mineral e siderúrgico;
• Em 1933, houve a criação da Diretoria-Geral de Pesquisas Científicas, tendo como
subordinado o Instituto Geológico e Mineralógico do Brasil;
• Em 1934, a nova Constituição e o Código de Minas separam as propriedades do solo e
do subsolo. Através do Decreto 23.979, de 8 de março de 1934, foi criado o
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM;
• Em 1937: criação da Usina de João Monlevade (com grande capacidade para produção
de lingotes de aço) pela mineradora Belgo Mineira;
Década de 1930
• Implantação da Companhia Siderúrgica de Barra Mansa e a
Companhia Metalúrgica de Barbará nos anos seguintes
• Com a outorga da Constituição do Estado Novo, em 1937, o
aproveitamento das jazidas minerais foi restringido apenas a
brasileiros ou empresas constituídas por brasileiros.
• Em 1938 foi criado o Conselho Nacional do Petróleo, o qual
nacionalizou o refino do petróleo e regulou sua importação e
transporte.
Década de 1940
• Redução da dependência brasileira da importação de aço, em função dos planos
quinquenais;
• Em 1940 foi criada a Lei Constitucional nº 4, que impunha a cobrança de um imposto
único sobre o carvão mineral nacional, comb ustíveis e lubrificantes, de competência
da União.
• Em 1940 foi sancionado o Decreto lei nº 1.985, que ficou conhecido como o ‘Código
de Minas’.
• O Código de Minas definiu os direitos sobre as jazidas e minas, estabeleceu o regime
de seu aproveitamento e reg ulou a intervenção do Estado na indústria de mineração;
• 1942: fundação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que encampou os projetos
da Companhia Itabira de Mineração (1942) e da Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN) em 1946;
Década de 1940
• Segunda Guerra Mundial (1939-1945): aumenta a demanda por aço e
ferro brasileiro, viabilizando a implantação da Usina de Volta Redonda
(RJ) da CSN, através de capital americano pela entrada do Brasil na
Guerra ao lado dos A liados;
• Em 1946, a Nova Ordem Constitucional reabriu a mineraçã o no país à
participação do capital estrangeiro, e estendeu a Tributação Única,
criada em 1940, para todos os minerais do Brasil.
• Intenso crescimento populacional e desenvolvimento das cidades
mineiras devido às siderúrgicas;
Década de 1950
• Ipatinga (MG): recebe a Usina Intendente da Câmara (Desenvolvimento de
cidades como Betim e Contagem devido ao distrito industrial da região
metropolitana de Belo Horizonte;
• Maior enfoque no projeto desenvolvimentista industrial de MG;
• Abertura parcial ao capital externo, transferência de tecnologias que impactavam
positivamente o setor mineral/siderúrgico, aumento dos investimentos diretos
externo com o objetivo de reduzir a inflação e retomar o crescimento econômico;
• Comissão Mista Brasil Estado s Unidos: pos sibilitou a instalação da estrada de
ferro Vitória-Minas, facilitando o transporte de minerais;
• Criação da Assessoria Econômica: alguns de seus projetos permitiram a criação da
Petrobrás, da Eletrobrás e do Plano Nacional do Carvão;
Década de 1950
• 1951: Inicio do mapeame nto geológico do Quadrilátero Ferrífero pelo United
States Geological Survey USGS em cooperação com o DNPM, com foco na
definição das jazidas de ferro da região. Criação da empresa Aços Especiais
Itabira (Acesita) MG;
• 1952: fundação da Companhia Siderú rgica Mannesmann, de origem alemã,
próximo a BeloHorizonte;
• “Cinquenta anos em cinco”: priorizava as áreas de energia, transportes,
alimentação, indústrias de base, educação e a construção de Brasília;
• Grande demanda interna por aço e a criação de novas e mpresas: COSIPA;
• MG: ator chave na industrialização do país por suas reservas de ferro e manganês.
Década de 1960
• Anos 60: cenário de polarização política, intensificação de movimentos sociais e
profunda crise econômica por endividamento externo;
• Em 1960 foi criado o Ministério das Minas e Energia (MME). O DNPM foi
incorporado à estrutura do novo Ministério.
• Redução brusca pela demanda de aço, setor mineral muito afetado;
• A partir de 1964: “milagre econômico”, melhorou as condições econômicas pelas
exportações de ferro e aço durante a Guerra Fria;
• Em 1967 foi criado o Decreto Lei 227, chamado de ‘Código de Mineração’.
Década de 1970
• Início da exportação de ferro em Carajás (PA);
• DOCEGEO : projeto Rio Doce Geologia e Mineração maior pesquisa geológica já
realizada até então que ampliou a atuação da CVRD, que se tornou a maior
exportadora de ferro à época;
• 1975: criação da planta Minas Serra Geral pela CVRD, que explorava ferro em
MG.
Década de 1980
• “Década perdida” pela alta inflacionária, desemprego e aumento da dívida externa;
• Globalização: aumenta a concorrência internacional no setor mineral;
• A partir de 1985: restabelecimento do governo civil com liberalização econômica
para retomar o crescimento;
• Minas Gerais recebe a Açominas que explorou jazidas de hematita, calcário,
dolomita e dunito.
• A empresa propiciou crescimento econômico no Estado e desenvolvimento de
cidades como Congonhas , Ouro Branco e Ouro Preto, contrariando o cenário de
crise no país;
• Constituição de 1988 elimina o Imposto Único Mineral (IUM) e introduz novos
encargos para a mineração (ICMS e CFEM).
Década de 1990
• 1994: início da estabilização econômica com a adoção do Plano Real, que
extinguiu algumas medidas como congelamento de salários e indexação de
valores.
• Final dos anos 90: otimismo econômico, dinamização da economia e crescimento
de setores estratégicos, como o setor mineral;
• Privatização da CVRD (Vale);
• Em 1996: Reforma do Código da Mineração (Lei 9.314/96).
Década de 2000
• Início do Séc. XXI: recorde de faturamento para área mineral, passando de R$8
bilhões de faturamento em 2000 para R$40 bilhões em 2010;
• Brasil: maior exportador de ferro e nióbio do mundo e diversificação dos minerais
explorados, como o aumento da extração de brita e cobre;
• Em 2008 tiveram início os debates para a mudança no Marco Regulatório
Mineral.
Década de 2010
• Criação de diversas joint ventures em decorrência do crescimento econômico dos
países emergentes: Brasil realizou aquisições lucrativas, alcançando a cifra de
US$13,5 bilhões em 2010, se tornando o país que mais realizou aquisições e a
Vale a empresa que mais implementou transações;
• MG: em 2010 a Usiminas firmou um contrato valioso com a Sumitomo
Corporation (de origem japonesa) na região de Serra Azul;
• Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, estabe lece a Política Nacional de
Segurança de Barragens (PNSB);
• A Vale implantou em MG o Centro de Desenvolvimento Mineral e o Instituto
Tecnológico Vale Mineração ITV;
Década de 2010
• Estabelecimento da joint venture entre a Vale e a BHP Billiton para explorar ferro
em Mariana na Samarco;
• Superciclo das commodities: picos de preço do ferro, (US$187,18 em 2011 e
US$154,64 em 2013), devido ao intenso crescimento econômico;
• Crise econômica a partir de 2013: valores muito baixos do ferro, cerca de US$70
no primeiro semestre de 2018, o que impactou profundamente o setor mineral de
Minas Gerais e do Brasil;
• Rompimento da barragem de rejeitos da Samarco em Mariana, em novembro de
2015;
Década de 2010
• Em 25 de julho de 2017, o Código de Mineração sofreu modificações, através das
Medidas Provisórias 789, 790 e 791, que alteraram a alíquota da CFEM, criaram a
Agência Nacional de Mineração (ANM), além de novas regras e tributos, visando
modernizar a base normativa da mineração brasileira;
• Rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho, em janeiro de
2019;
• Proibida a utilização de barragens a montante; prazo de descomissionamento ou
descaracterização das estruturas existentes;
Década de 2020
• Janeiro de 2020: ANM lança o Sistema Integrado de Gestão de Barragens de
Mineração
• Abril de 2021: Resolução ANM nº 68 Regulamenta o Plano de Fechamento de
Mina;
• Fevereiro de 2022: novo ciclo do Plano Nacional de Mineração 2022-2050;
• Fevereiro de 2022: ANM cria o Sistema Brasileiro de Recursos e Reservas
Minerais
• Fevereiro de 2022: Guerra Rússia/Ucrânia agrava fornecimento de fertilizantes ao
Brasil;
• Março de 2022: Lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

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