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COLÉGIO MUNICIPAL SANTA TEREZINHA

I SEMANA LITERÁRIA: “O MEU LUGAR” NA LITERATURA

TROPAS E BOIADAS: A madre de Ouro.


HUGO DE CARVALHO RAMOS

José Luiz Cunha Martins, 9ª Ano do Ensino


Fundamental.
Nasceu em 21 de maio de 1895, em Vila Boa,
então Capital do Estado de Goiás. Iniciou seus
estudos na cidade natal e depois foi para o Rio de
Janeiro, onde, em 1916, matriculou-se na Faculdade
de Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1917, publicou
Tropas e Boiadas, coletânea de contos que até hoje
permanece como uma das obras goianas mais
festejadas. Em 1920, estando prestes a concluir seu
curso jurídico e, em crise de depressão, viaja ao
interior de Minas Gerais e São Paulo.
Em 31 de março de 1921, quando retorna ao
Rio de Janeiro, suicidou-se, enforcando-se com uma
corda de rede. Sempre presente na história da
literatura pelo seu livro de contos, deixou poesias
que mereceram inclusão no livro de Andrade Muricy
sobre o Simbolismo.
Tropas e boiada foi publicado pela primeira
vez em 1917. A obra apresenta o universo sertanejo
a partir da narrativa regionalista descrevendo de
maneira poética a realidade do homem goiano,
suas tradições, seus costumes, seu imaginário
popular, ao mesmo tempo questionando as
condições de vida dos personagens.
Foco narrativo O texto é narrado em terceira
pessoa. O narrador constrói a
narrativa através de uma ampla
observação do espaço goiano e
daqueles que ali vivem.

“Como Goiás, a Triste, embala-a o


mesmo sono de duzentos da Bela
Adormecida, como as reminiscências
da época da descoberta [...]” (p. 161).
Personagens Não há personagens no conto.
A narrativa é composta por situações
hipotéticas, em que pessoas contam e
vivem a lenda da Madre de Ouro,
mas não há nome nem caracterização
dessas pessoas.
“E se um, mais afoito e sôfrego,
volve de novo à tentação da miragem
e mergulha mais uma vez no lençol
silencioso e frio [...] logo pune de
morte a Madre gloriosa” (p. 162)
Tempo O tempo é psicológico, embora o
texto esteja narrado em terceira pessoa,
carrega traços dos gêneros causo e
lenda, os quais tem forte ligação com a
memória coletiva.
“Ficou- lhe, pois, ainda intacto, o
antiquado perfume de antanho, cousas
mortas que a mente aviva e a tradição
redoura, vago encanto do passado,
sabor que não tem ou já perderam os
centros mercantilistas” (p. 161)
Espaço A lenda da Madre de Ouro se
passa no município de Bonfim, hoje
Silvânia, no entanto, as narrativas
que mantém a lenda viva ocorrem em
Vila Boa, hoje Cidade de Goiás.
Os espaços, tanto da Vila Boa
esquecida pela minério, quanto de
Bonfim ainda barroca são elementos
essenciais para aa composição do
conto, que faz um retrato da vida
urbana em Goiás no início do século
XX.
Enredo
Vila Boa já foi um grande centro
de exploração de ouro, uma vez que o
minério se acabou, as atenções do
mercado se voltaram para a
agropecuária. A cidade ficou velha e
triste, todavia, nas rodas de causos
ainda sobrevivem aqueles que contam
histórias herdadas da época da febre
áurea.
Segundo a lenda, no arredores de
Bonfim, há uma lagoa, chamada Poço da
Roda, e lá no fundo brilha uma pedra
preciosa (A madre de ouro), provocando
ambiciosos a busca-la. Quem se atreve a
tentar pegá-la é punido com a morte.
Acredita-se também que é possível
ver a Madre de Ouro voando pelo céu
como uma estrela cadente. Se uma pessoa,
nesse momento, conseguir por meio de m
graveto em chamas desenhar uma cruz no
ar, a pedra se quebra em milhões, dando
fortuna a quem alcança-la.
Referências
MENDES, Iba. Vereda Literária. Disponível em:
<http://www.veredaliteraria.com/2013/09/hugo-de-carvalho-ramos-
madre-de-ouro.html>. Acesso em 31 mai 2016 às 20 h 48 min.
PASSEI WEB. Disponível em:
<http://www.passeiweb.com/estudos/livros/tropas_e_boiadas>. Acesso
em 21 mai 2016 às 23 h 02 min.
RAMOS, Hugo Carvalho. Tropas e Boiadas. 7ª Ed. Belo Horizonte:
Editora Itatiaia, 1986.

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