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Frantz Fanon

20 de julho de 1925 nascia Frantz


Fanon, um dos pensadores mais
importantes do século XX. Nasceu
em Forte de France, Martinica
(território francês de Ultramar na
América Central – Antilhas.
Em 1944 se alistou no exercito francês para
lutar contra a invasão alemã ocorrida
durante a II Guerra Mundial e
posteriormente seguiu para Lyon para
estudar medicina e psiquiatria. Em 1950
Fanon escreveu uma tese doutorado em
psiquiatria discutindo os efeitos psíquicos
do racismo colonial.
O ano de 1956 casou-se e mudou-se para a
Argélia por motivos profissionais. Neste
ano o autor presencia o nascimento da
revolução nacionalista na Argélia e a
violenta repressão francesa que daí
resulta. Neste contexto, em meio às
contradições de toda ordem que se
agudizavam, Fanon renuncia ao seu cargo
no Hospital psiquiátrico para se filiar à
Front de Liberation Nationale – FLN onde
contribuirá ativamente como escritor do
jornal El Moudjahid, na Tunísia.
Em 1959 publica L’an V de la Révolution
Algérienne , que também ficou conhecido
como Sociologia de uma revolução pois, como
um etnógrafo, retrata de maneira sistemática o
desenrolar da revolução anticolonialista da
Argélia.
Em 1961, aos 36 anos e num contexto de
intensas atividades políticas, Fanon foi
diagnosticado com leucemia descobrindo,
portanto, que lhe restava pouco tempo de vida.
Inicia então uma corrida contra o tempo para
escrever o seu último livro: Les dammés de la
terre
Filme: A batalha de
Argel
• A Guerra da Argélia ocorreu entre 1954 e
1962 - luta civil pela independência do país
(colonizado pela França em 1830), tendo dois
principais partidos: o FLN (Frente de
Libertação Nacional) e o MNA (Movimento
Nacional Argelino)
De pé! Ó vítimas da fome
Debout! les damnés de la terre
Debout! les forçats de la faim De pé! famélicos da terra
La raison tonne en son cratère, A indolente razão ruge e consome
C'est l'éruption de la fin.
Du passé faisons table rase A crosta bruta que a soterra!
Foule esclave, debout! debout! De pé! De pé não mais senhores!
Le monde va changer de base Se nada somos em tal mundo,
Nous ne sommes rien, soyons
tout! Sejamos todos, ó produtores!

Refrain
C'est la lutte finale Refrão:
Groupons-nous et demain Bem unidos, façamos,
L'Internationale
Nesta luta final.
Sera le genre humain Uma terra sem amo,
A Internacional!
Escutar Fanon! Penso que é bom que
determinadas coisas sejam ditas.
Falo de milhões de homens em quem deliberadamente
inculcaram o medo, o complexo de inferioridade, o
tremor, a prostração, o desespero, o servilismo.
Aimé Césaire, Discurso sobre o colonialismo.

Por que escrever essa obra?


A quem ela se destina?
De quem ela fala?
Há muitos imbecis demais neste mundo
Só uma linha seria suficiente, uma única resposta a dar ao “problema
do negro” e ele seria destituído de sua importância: precisamos libertar
o homem de cor de si próprio.
Há duas metafísicas e elas são muito destrutivas: a metafísica do
branco e a metafísica do negro. Recuso as duas.
Aquele que adora o preto é tão “doente” quanto quem o execra.
O que quer embranquecer a raça é tão infeliz quanto aquele que prega
o ódio ao branco.
O branco está fechado na sua brancura, o negro na sua negrura
(narcisismo).
Trabalhamos pela dissolução
desse universo lógico
• Essa obra é um sóciodiagnótico – análise psicológica. Mas, a resolução do
problema não.
• É necessário um processo de desalienação do negro, isso implica numa tomada de
consciência das relações econômicas e sociais [origem do complexo de
inferioridade que é interiorizado].
• É preciso compreender as diversas posições que o preto adota diante da
civilização branca.
• Muitos pretos não se reconhecerão nessas páginas, muitos brancos também não.

Aparato teórico hegeliano para compreender sentenças fortes!


Para o negro, há apenas um destino. E ele é branco.
Diagnosticar para destruir
• O que descrevo, eu vi inúmeras vezes na minha época e nas Antilhas.
• Falarei dos pretos modernos que tentam ser brancos, que tentam ser
negros.
• O que se chama de alma negra é uma construção do branco.
Narcisismo
• A função trófica do narcisismo contribui para o estabelecimento da
identidade e da autoestima e mantém a coesão e a estabilidade do
sentimento de si. Mas, quando é patológico, é uma defesa rígida que
evidencia falhas na constituição do sujeito. Nestes casos, o narcisismo não
significa amor por si mesmo e sim dor de si mesmo.
• Enquanto o narcisismo nutre o psiquismo, os ideais, os projetos e as ilusões
necessárias para o viver, o narcisismo patológico evidencia uma falta
crônica de investimentos amorosos que se traduz em falta de amor próprio.
O sujeito passa a clamar pelo direito de existir, pois sua sobrevivência não é
sentida, garantida para ele.
• Estão interconectados o narcisismo, a identidade, a autoestima e alteridade
Sobre Hegel: a dialética do senhor e do
escravo e a luta pelo reconhecimento

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