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Colheita de material em feridas superficiais

SISTEMA TEGUMENTAR (PELE E


MUCOSAS)
PELE E MUCOSAS

• Constituem barreiras físicas que são


relativamente impermeáveis às bactérias. O
pH ácido (3 a 5) da pele, devido a produtos do
metabolismo bacteriano, inevitavelmente
dificulta o crescimento de muitos
microrganismos que chegam a esta superfície.
• Os ácidos graxos da pele matam muitas
bactérias patogênicas como o S. pyogenes,
mas, por outro lado, estimulam o
crescimento de outros difteróides.

A lágrima e a saliva têm

lisozimas que arrebentam

a camada mucopeptídica

de várias bactérias.
• A pele é considerada, porém, um
ecossistema pouco favorável,
restringindo-se, assim, a um número muito
pequeno de espécies.
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• Tem como componentes aeróbios: S. epidermides,
S. pyogenes, outros Streptococcus, Difteróides
lipolíticos (axilas), Difteróides não lipolíticos,
Acinetobacter e Alkaligenes (Gram negativos,
presentes em regiões húmidas como axilas e
pés); anaeróbios: Lactobacilos anaeróbios
(glândulas sebáceas), Propioniobacterum acne.
• A maioria das bactérias vive nas camadas
superiores da camada córnea da pele e
parte superior dos folículos pilosos, sendo
que 20% dessas bactérias não são
alcançadas por desinfecção de pele
• Esta barreira constitui um reservatório que
permite rápido reestabelecimento da flora
superficial após a sua remoção por meios
artificiais. Há um aumento no número de
bactérias de superfície imediatamente após o
banho, seguido de uma diminuição até os níveis
normais nas próximas duas horas.
• Isto ocorre porque durante o banho há
uma maior exposição da camada córnea
da pele. Os locais da pele mais habitados
por bactérias são as axilas e os espaços
interdigitais.
• Os fatores climáticos também influenciam na
constituição da flora da pele; no inverno há um
predomínio de Micrococcus e no verão de
Difteróides.
• Se a pele for abafada (vedada) há um provável
aumento no pH e conseqüente aumento dos
Difteróides.
• A quantidade de lisozimas na pele é
suficiente para afetar a ecologia dos
microorganismos nela presentes, mas a
fonte dessas enzimas é, ainda,
desconhecida.
• Os cocos residentes da pele são insensíveis à
atividade lítica desta enzima, mas a invasão por
bactérias patogênicas talvez seja dificultada.
• Os ácidos graxos da pele que inibem, in vitro,
os Micrococcus, spp; S. pyogenes e S.
aureus, não inibem Pseudomonas
aeruginosas nem a E. coli.
• O ácido oléico estimula o crescimento, in vitro,
de cepas lipolíticas de Difteróides cutâneos
Propioniobacterium acne. Sommer Ville
sugeriu que as variações da microflora das
crianças, quando comparada com os adultos,
podem acontecer por causa das baixas
concentrações de ácidos graxos livres na pele
dessas crianças.
• Os Staphylococcus coagulase negativa
e outros Micrococcus podem dominar a
pele em virtude das bacteriocinas
(antibióticos bacterianos) e outros
inibidores que eles produzem.
INSTRUÇÕES PARA AMOSTRAS DE TECIDO
SUBCUTÂNEO E AMOSTRAS DE PELE

• A superfície da ferida de queimadura


estará colonizada pela microbiota do
próprio paciente e/ ou pelos
microrganismos do meio ambiente em que
se encontra.
• Quando a colonização de bactérias for
grande, pode ocorrer infecção subcutânea,
resultando numa bacteremia.
• Cultura somente da superfície pode levar a
erros e é desaconselhável. Portanto, biópsia
de tecido profundo é o mais indicado.
• Os microrganismos não ficam distribuídos
somente na ferida queimada. Por isso,
recomenda-se coletar amostras de áreas
adjacentes da queimadura.
• Desinfetar a superfície com solução de iodo
(tintura de iodo 1% a 2 %), que deverá ser
removida com álcool 70% para evitar
queimadura e reação alérgica.
• No caso de pacientes queimados usar
solução aquosa de PVPI a 10% e ou solução
fisiológica.

• Deixar secar antes de coletar a amostra.

• Coletar amostra de punção de biópsia (3


mm a 4 mm) para cultura.
CONSIDERAÇÕES PARA COLHEITA DE TECIDO
SUBCUTÂNEO E AMOSTRAS DE TECIDO

Cultura Procedimento
Bactéria Aspirado ou amostra de biópsia são preferíveis ao invés
de swab
Anaeróbio Não é comum para queimaduras, úlceras, nódulos ou
infecções
superficiais da pele; usado para mordeduras e traumas

Fungo Usada para diagnosticar dermatófitos, leveduras,


filamentos e fungos
dimórficos

Micobactéria Útil no diagnóstico de M. marimum, M. fortuitum e M.


chelonei .
INSTRUÇÕES PARA BIÓPSIA DA PELE

• Descontaminar a superfície com solução de iodo


(tintura de iodo 1% a 2 %), que deverá ser
removida com solução fisiológica para evitar
queimadura e reação alérgica.
• Procedimento médico, coletar 3 mm a 4 mm de
amostra.
• Colocar num recipiente estéril, sem
formalina, com meio de cultura líquido
fornecido pelo laboratório.
coleta para fungos - micológico direto

• Limpar a superfície com água destilada ou soro

fisiológico estéreis; não utilizar iodo.

• Usando um bisturi, raspar as bordas da lesão.

• Amostra do couro cabeludo inclui cabelo, que é

seletivamente coletado para exame.

• Amostra de unha - obter raspado e/ou material abaixo

da unha.
• Os materiais obtidos podem ser colocados em
placa de Petri estéril e identificados
separadamente para cada sítio a ser
investigado (por exemplo, unha da mão direita,
raspado do pé esquerdo, raspado da região
plantar, etc.).
Ref. Bibliografica
Jawetz, Ernerst. Microbiologia Médica. Guanabara
Koogan.
Bier, Otto. Microbiologia e Imunologia. Melhoramentos.
Pelczar, Reid e Chain. Microbiologia Vol I e II.
McGraw-Hill do Brasil.
Moura. Microbiologia Clínica. Mc Will Editores.
Korting e Gunnter. Dermatologia. Editora Manole.

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