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MICOSES SUBCUTÂNEAS

MICOSES SUBCUTÂNEAS

• 1). ESPOROTRICOSE -
Sporothrix Schenckii

• 2).
CROMOBLASTOMICOSE -
Fonsecaea Pedrosai

• 3) FEOHIFOMICOSE -
Curvularia, Alternaria e
Cladosporium

Esporotricose
É uma infecção micótica subaguda ou crônica dos tecidos cutâneos e subcutâneos
caracterizada por lesões nodulares que podem supurar ou ulcerar, causada por um fungo
dimórfico. Este complexo é composto por: S. brasiliensis, S. schenckii S. globosa, S.
luriei, S. mexicana. Há evidências de virulência maior do S. brasiliensis.
Dimorfismo fúngico

É capacidade que alguns fungos


patogênicos possuem em alternar-se entre
duas formas morfológicas 25º C
filamentoso e 37º C leveduriforme em
resposta a ambientes hostis.

Filamentoso O dimorfismo é considerado um Leveduriforme


Sabouraud mecanismo de defesa importante para a SaBHI 37º C
25º C adaptação de fungos às condições
adversas do hospedeiro humano.
Transmissão

zoonótica
O Sporothrix schenckii, fungo dimórfico e sapróbio na natureza, cresce em solos e
vegetações em decomposição (SIDRIM e ROCHA, 2014).

Trata-se de uma doença relacionada com certas profissões como florista, jardineiro,
fazendeiros, caçadores e veterinários.

A infecção se dá pela inoculação do fungo na pele por algum tipo de trauma, como
arranhaduras, mordeduras, perfurações com vegetais, animais ou objetos
contaminados (ZAITZ et. al., 2012).
• As principais formas clínicas da doença:

• Esporotricose cutânea: caracteriza-se por lesão única, localizadas principalmente nas mãos e
braços e não acomete vasos linfáticos.
Formam pústulas, abcessos e lesões eritematosas.

• Esporotricose linfocutânea: É forma clínica mais frequente; são formados pequenos nódulos
indolores, localizados na camada da pele mais profunda seguindo o trajeto do sistema linfático
da região corporal afetada. Denominada linfagite ascendente nodular.
• Esporotricose linfocutânea
Esporotricose linfocutânea
Esporotricose
localizada
•Esporotricose extracutânea: quando a doença se espalha para outros locais do corpo,
como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele.

•Esporotricose disseminada: acontece quando a doença se espalha para outros locais do


organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos,
fígado).
DIAGNÓSTICO

Qualquer espécie de
material biológico -
biópsia (fragmentos de
tecido).
Direto com KOH(10-
40%):
Baixa positividade.
Material:
Biópsia
Gram
Giemsa
Microscópio óptico
• Corados pelo Giemsa
• Células leveduriformes, ovais, globosas em forma de
charuto ou corpos asteróides
Procedimento - Laboratorial

Azul de
algodão

Arranjo conidial em
forma margarida
Procedimento - Laboratorial

Azul
de
algodã
Meio SABHI 37 º C o
• Tratamento:

IODETO DE POTASSIO 1g/ml 3 vezes ao dia por 7 dias.

O iodeto de potássio (KI) é um sal composto por 76% de iodo e 23% de potássio,

Mecanismo de ação : Ocorre lise celular através da liberação de enzimas lisossomiais e


efeito imunomodulador.

Itraconazol

Anfotericina B
MICOSES SUBCUTÂNEAS
• Infecção crônica granulomatosa lenta, acomete pele e
tecidos subcutâneos.
CROMOMICOSE
• Pertence aos fungos dematiaceos

• Sinonímia: cromoblastomicose, Pé musgoso, Micose


de Pedroso.

• São agentes etiológicos: Fonsecaea pedrosai,


Fonsecaea compacta, Phialophora verrucosa,
Cladosporium carioni e Rhinocladiella aquaspersa.
• Características Gerais

• Ocorre por inoculação traumática de fungos residentes em solo e vegetações.

• Agricultores, jardineiros, madereiros

• Acomete membros inferiores e superiores

• Acometem homens

• Não transmite de pessoa-pessoa


Manifestações

• As lesões aparecem após vários meses são polimórficas, caracterizando-se por


nódulos, lesões papulosas, verrucosas eritemato-descamativas, com ou sem
ulceração.

• Sintomas abrange: dor, prurido, edema e fibrose do tecido subcutâneo.


Diagnóstico

• Amostras: biópsia das lesões.

• Direto com KOH(10-40%):

• Células globosas, ovaladas, de parede


espessa, de coloração castanha, com ou
sem septação interna ou corpos
fumagóides)
Diagnóstico

Cultura em meio de
Sabouraud por 2 a 4
semanas.
Colônias escuras,
oliváceas ou negro-
acinzentadas, aspecto
aveludado, superfície
plana e centro elevado
FEOHIFOMICOSE
Presença de hifas septadas demáceas
Fungos demácios são encontrados na
natureza e possuem como característica a
presença de melanina, responsável pela FEOHIFOMICOSE
pigmentação escurecida de seus esporos e
conídios e que parece se comportar como um
fator de virulência.
Doença: Feohifomicose subcutânea (P.O.: punção ou biópsia

Alternaria sp.

Curvularia sp.
Lesão: Nódulos subcutâneos
Cladosporium sp.

Outros...
Hifas septadas demáceas
Doença: Feohifomicose subcutânea (P.O.: punção ou biópsia)
Exame Direto
Coleta: raspagem, punção nodular ou
Biópsia

Material:

KOH 30% ou
• Fragmento da
biópsia
• á fresco da punção

Hifas demáceas septadas e ramificadas


• MACROMORFOLOGIA - Cultura –
vida saprofítica: observa-se crescimento de
colônias cotonosa / aveludada branca no
início tornando-se preta com o passar dos
dias - Sab. – 5 dias – 25ºC
• MICROMORFOLOGIA - Microcultivo – vida
saprofítica: observa-se conídios demáceos em formato de
Alternaria sp.
clava com septos transversais e longitudinais dispostos em
cadeia – azul de algodão – 400X
• MICROMORFOLOGIA - Microcultivo – vida
saprofítica: observa-se conídios demáceos com 3 a 5
Curvularia sp.
septos, encurvados com o septo central maior que os
outros – azul de algodão – 400
MICROMORFOLOGIA - Microcultivo – vida

Cladosporium sp. saprofítica: observa-se conidióforo demáceo,


ramificado no ápice, conídios ovóides ou cilíndricos –
azul de algodão – 400X
Excisão cirúrgica acompanhado
de quimioterapia

(Antifúngicos orais e tópicos:


Tratamento nistatina, miconazol, itraconazol,
cetoconazol, e Anfotericina B).

Iodeto de potássio (0,5- 1g/dia)


Referências:

1. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clínica para o


Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 8: Detecção e
identificação de fungos de importância médica /Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.– Brasília: Anvisa, 2013.
2. ZAITZ, Clarisse. Compendio de micologia médica. Rio de Janeiro Guanabara
Koogan 2010.
3. ZAITZ, Clarisse; RUIZ, Ligia Rangel B; SOUZA, Valéria Maria de. Atlas de micologia
medica: diagnostico laboratorial. 2.ed. Rio de Janeiro, RJ: Médica e Científica,
2004

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