Você está na página 1de 10

A Carta de Pero Vaz de

Caminha - Eni Orlandi

Verônica Xavier
Inauguração do discurso da
colonização no Brasil
A Carta do ‘achamento’ do Brasil, Terra
de Santa Cruz, de Pero Vaz de Caminha
faz parte dos escritos que inauguram o
discurso da colonização no Brasil, este
discurso nos séculos XVI e XVII é feito
por cartas, relatos de missionários,
viajantes, em que se veem aliados o
conhecimento, a religião e a política,
formando sentidos diversos que
convergem ao sentido da dominação e
que servem ao propósito do exercício do
poder europeu sobre as terras ‘achadas’.
Terra à vista!
Esse e o enunciado inaugural do Brasil. Pelo
discurso do colonizador somos vistos como seres
sem história, sujeitos culturais. Esse discurso
produz sentido sobre o brasileiro, bem como no
silenciamento que o colonizador produz o brasileiro
também vai se significando. Orlandi nos traz a
importância de conhecer ler refletir sobre os
discursos da colonização, porque é através deles
que compreendemos o seu processo de significação
e para que nos apropriemos destes discursos como
parte da nossa história.
A carta de Pero Vaz de Caminha é um relato feito
à Corte portuguesa sobre o achamento à partir do
que ele viu e que lhe ‘pareceu’ e, em que é
possível analisar como se foram constituindo os
sentidos sobre nós brasileiros e sobre o Brasil. A
A Carta autora explora no texto a política do silêncio – o
que o texto não diz e que está significando. A
conjuntura na qual foi produzido o discurso é o da
colonização, naquele momento ainda não temos o
brasileiro falando, ou seja, nos discursos do
descobrimento o Brasil e o brasileiro são
significados antes mesmo que ele fale e signifique
sua própria história.
Aprender a falar

Ao se referir aos habitantes do país Caminha


diz que ‘muito melhor informação da terra
dariam dois homens destes degredados que
aqui deixassem, do que eles dariam se os
levassem, por serem gente que ninguém
entende. Nem eles tão cedo aprenderiam a
falar para o saberem tão bem dizer que muito
melhor que esteoutros o não dizem, quando
Vossa Alteza cá mandar.’
Amansar e pacificar
Ver, relatar, avaliar faz parte do processo de
pacificar, amansar, submeter. Assim se vai
tomando posse... Ver e relatar é, sobretudo,
projetar as imagens de uma cultura sobre a
outra, de uma história sobre a outra. Diante
das novas terras, novas gentes, os
portugueses tiveram de passar do que ainda
não fazia sentido para eles, para os sentidos
que eles foram produzindo, para dominar este
novo mundo.
‘Em se plantando tudo
dá’.

• Este é um dos dizeres que Orlandi


considera como fundadores de nossa
brasilidade, que nos dão a sensação de
estarmos dentro da nossa história. No
dizer em questão temos a
demonstração de como estabelecemos
com os portugueses uma relação
através do discurso da colonização.
veronicareginaxavier@gmail.com

(65) 99953-1046
Muito Obrigada!
A Carta de Pero Vaz
de Caminha - Eni
Orlandi

Verônica Xavier

Você também pode gostar