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Filosofia Tomista

A Origem do
Escolasticismo
•É importante compreender compreender o conceito de vocação:
• Ideia de vocação = quando alguém “leva jeito” para algo
• Dizemos que: “aquela pessoa nasceu para fazer isso”
• Vocação do Latim = Vocare
• Um chamado que leva a pessoa a praticar uma atividade
• Se relaciona com a noção de éthos > uma identidade ou caráter que
vincula cada ser humano ao seu lugar natural
• Ethos pode ser também: hábito
A Origem do
Escolasticismo
• o período medieval – ideia de O alto Clero
vocação ganha força
• Igreja católica ficou mais poderosa
• Convocação divina para exercer e rica
o sacerdócio • Alto clero – Famílias ricas da
• Vocação para realizar as obras do nobreza europeia
evangelho • Passa a desfrutar de luxos
• Chamado de Deus • Envolvimento em disputas políticas
– distanciamento da “missão
cristã”
• Sacerdócio por interesse
Heranças da riqueza da
Igreja
• Convento de São Francisco (a
direita) e catedral basílica (a
esquerda).
• Ambas localizados na Bahia
Heranças da riqueza da Igreja

• Catedral de Milão –
• Construção iniciada em 1386 por
iniciativa do arcebispo Antonio
Saluzzi
• Estilo Gótico
Heranças da riqueza da
Igreja
• Igreja de San Miguel –
datada do séc. XIII.
• Igreja com estilo românico
A Origem do
Escolasticismo
• Institucionalização da igreja – Gera um regime acadêmico.
• Antigos padres pregadores da fé = teólogos intelectualizados
• Acontecem diversos debates filosóficos, científicos e religiosos entre
os pares.

• No Afresco, são Tomás de Aquino


está sobre um homem (que
representa das heresias) e
cercado por 4 mulheres que
representam a razão
Queda do Império romano:
a “invasão” Germânica
• Império romano do ocidente cai – 476 d.C

• O território romano se
fragmenta em pequenos reinos.
• Os Germânicos passam a
dominar estes reinos
(independentes entre si)
• Formam grandes reinos que
futuramente darão origem aos
atuais países europeus.
Mapa dos reinos
Germânicos
Conversão dos
“bárbaros”
• Apesar da queda do Império
romano (do oriente), a igreja
católica se manteve de pé.
• Passou a evangelizar os pagãos.
• Estabelecendo missões nos
territórios do norte
• Hoje equivalentes a: França, Grã
Bretanha e Alemanha.
As heranças romanas se
perdiam aos poucos:
• Cristianizada e feudalizada, a
Europa tornava-se cada vez menos
letrada.
• O latim declina e se mistura aos
dialetos locais.
• Alguns povos ainda mantinham
vivo um vislumbre do passado
imperial romano.
• Esperança de que os povos
cristãos fossem novamente
unificados
Formação do Império Carolíngio:
o retorno triunfante do cristianismo

• Houveram tentativas de
unificação do povo cristão.
• A primeira unificação
relevante foi feita pelo rei dos
francos, Carlos Magno (742 -
814)
• Formou o império carolíngio
(800 –888).
• Esse império é conhecido
como a base do Sacro Império
romano-germânico (962 –
1806)
A coroação de Carlos
Magno:
• Carlos Magno foi coroado pelas mãos do papa Leão III
• Simboliza um retorno de um império cristão que havia caído com as invasões
bárbaras.
• Retorno ao legado de Constantino e Teodósio
A coroação de Carlos
Magno: • Teocracia: de maneira simplificada
seria um estado que possui suas leis

• A coroação marcou também


inspiradas por uma religião ou
divindade(s).
• Um governo pautado na religião
uma unificação entre igreja e
estado.
• O papa católico passa a validar
o monarca cristão.
• O monarca garantia e ampliava
o poder da instituição religiosa
• Assim se deu o processo de
fundamentação do sistema de
teocracia
• Sistema típico da idade média
A centralização do poder e início da
escolástica
• Após a centralização do poder, inicia-se uma reforma religiosa.
• Quem promove a reforma? Estado + Igreja
• Reforma liderada pelas escolas monásticas.
• Nestas escolas haviam padres seculares e religiosos
• Seculares – subordinados ao poder real
• Religiosos – subordinados ao poder da igreja.
• Eram comandadas por bispos.
A centralização do poder e início da
escolástica
• O que era ensinado nestas escolas monásticas?
• Disciplinas que compunham o conjunto do:
• Trivium: Lógica, Gramática e Retórica.
• Quadrivium: Aritmética, Música, Geometria e Astronomia
• Formou-se aos poucos uma nova onda intelectual na Europa.
• Culminou na construção das grandes universidades medievais.
• Período ficou conhecido como escolástica.
• Característica principal: Centralização da instrução e do
desenvolvimento acadêmico nas escolas monásticas regidas
pelo clero
A centralização do poder e início da
escolástica

• Hortus Deliciarum: Ou Jardim das delícias.


• Iluminura medieval elaborada pela feira
poetisa do império Romano-Germânico
Herrard de de Landsberg entre 1167 – 1185.
• A obra ilustra as disciplinas estudadas no
Trivium e no Quadrivium.
• A filosofia está representada por Sócrates e
Platão no interior do círculo central
Os principais pensadores escolásticos
• João Escoto Erígena (800 – 877)
• Origem irlandesa
• Neoplatonista
• Viveu na corte de Carlos II – Imperador Romano-Garmânico
• Principal obra: A divisão da natureza
• Ensinou gramática e dialética
• Funda a noção de que a percepção racional do mundo a nossa
volta é anterior a fé em Deus e a institucionalização de uma igreja.
• Para ele, fé e razão são fontes válidas de conhecimento verdadeiro,
por tanto não deveriam estar em contradição.
Os principais pensadores escolásticos
• Anselmo de Cantuária (1022 – 1109)
• Foi canonizado no mesmo ano de sua morte
• Rejeitava a análise puramente racional do mundo
• No entanto, acreditava que uma investigação racional da
existência física do bem, nos levaria imediatamente ao supremo
• O ser humano poderia ter uma percepção da bondade de Deus
por meio dos seus sentidos.
Os principais pensadores escolásticos
• Pedro Abelardo (1079 – 1142)
• Sua doutrina era bastante polêmica
• Foi considerado Herege pela igreja católica durante o período
medieval
• Tentou resolver o antigo problema dos universais
• Os universais: termos abstratos abrangentes e conceituais
• O homem, O gênero, a espécie
• Segundo Abelardo, os universais seriam conceitos mentais, que
residem apenas no intelecto e não possuem materialidade.
Os principais pensadores escolásticos
• O fim de Abelardo o tornou bastante
conhecido na literatura
• Apaixonou-se por Heloisa, filha de um
cônego poderoso.

• Tiveram juntos um filho, mas sua


relação era considerada ilícita.
• Abelardo foi caçado e mutilado e
Heloisa se tornou freira
O Problema dos universais
• Essa questão divide os filósofos em
• O debate acerca dos dois
universais se resume da • Realistas: acreditavam que os
seguinte forma: universais eram coisas. Ex: Platão
acreditava que a espécie humana
• Alguns filósofos desejam era uma coisa.
saber se os universais são • Nominalistas: para esta parcela dos
coisas, ou apenas palavras. filósofos, os universais eram apenas
palavras
• Espécie seria apenas uma palavra,
não existindo materialmente de
fato
O Problema dos universais

• Esse questionamento se iniciou quando o filósofo porfírio fez as


seguintes abordagens:
Os principais pensadores escolásticos
• No séc. XII algumas escolas se
estabelecem como • Dentro destas universidades,
Universidades serão formados intelectuais
como:
• O pensamento escolástico se
desenvolve. • Alberto Magno
• Universidade de Paris • Tomás de Aquino
• Universidade de Oxford • Duns Scotus
• São reconhecidas como • Guilherme de Ockham
universidades nacionais
As principais Universidades
A navalha de
Ockham
• Em Oxford: predominância do pensamento
Nominalista
• O clero era bastante ligado as ciências naturais
• Guilherme de Ockham desenvolveu um conceito
que seria de suma importância para a
posteridade:
• A navalha de Ockham: se há duas ou mais
hipóteses racionais possíveis para uma mesma
conclusão, deve-se optar pela mais simples,
evitando adicionar elementos desnecessários a ela
A navalha de
Ockham
• A navalha de Ockham sugere que as • Abordagem mecânica e
explicações mais mirabolantes e naturalistas acerca da
distantes da realidade sejam realidade.
cortadas.
• A realidade foi criada por Deus, por • O clero escolástico já estava se
tanto, explicações que fogem a tornando racionalizado e
realidade são logo descartadas avesso ao misticismo religioso.
• Ciência nominalista pede que: ao
explicar algo, optemos pela
hipótese mais simples e obvia.
• Deixa pouco espaço para o milagre
e intervenção sobrenatural.
A navalha de
Ockham
São Tomás de Aquino – Vida e contexto
• Universidade de Paris – Reviveu o pensamento
Aristotélico.
• Esforço para combater o pensamento Árabe no
campo da teologia.
• Avanço do islamismo na península ibérica
• O contado com a doutrina de Averróis trouxe
reavivou elementos do aristotelismo que haviam
sido esquecidos pela filosofia Europeia.
• Metafísica causal e valores científicos
São Tomás de Aquino – Vida e contexto
• Nesse contexto nasce Tomás.
• No início de 1225.
• Pertencia a nobreza feudal.
• Prodígio intelectual – estudou na universidade de
Nápoles.
• Aos 20 anos ingressou na ordem dominicana a
contragosto de seus pais.
• Seus irmãos chegaram a prendê-lo para que não
fosse para a universidade de París estudar
teologia
São Tomás de Aquino – Vida e contexto
• Em 1248 acompanhou seu mestre em viagens pela Alemanha.
• Retorna a paris em 1252 para realizar seu mestrado.
• Foi para a Itália lecionar em várias universidades.
• Alcançou grande fama intelectual.
• Em 1273 foi convocado pelo papa Gregório X para participar do concílio de
Lyon
• Morreu no percurso –
• No concílio várias de suas obras foram consideras heréticas
• Apesar disso, sua obra foi o maior pilar intelectual da igreja no período
escolástico
Seu pensamento:
• Tomás de Aquino produziu um aristotelismo cristão.
• Separação entre filosofia natural e teologia.
• Em suas obras é constante a ideia de uma filosofia natural apartada da
intervenção divina
• Uma natureza regida por leis próprias. Suas leis podem ser percebidas
observando a própria natureza.
• Diferencia pouco a pouco a razão da fé.
• O mundo natural continua subordinado ao espiritual.
• Cria-se um espaço intelectual autônomo – racionalidade independente
da fé
A doutrina intelectualista
• A doutrina de são Tomás é conhecida como intelectualismo.
• Ao separar razão e fé, pressupõe que as condições para o pensamento
racional são inatas ao ser humano
• Não depende da iluminação – (refuta Agostinho)
• A iluminação pode auxiliar o intelecto na busca pelo divino.
• A razão natural humana também é capaz de alcançar o divino.
A doutrina intelectualista
• Tomás de Aquino não nega que a razão humana é limitada.
• A razão seria incapaz de alcançar algumas compreensões dos dogmas
cristãos – Ex: santíssima trindade
• Deus permanece um, mesmo dividido em três.
• Segundo ele:
• O cosmos foi criado pela lei divina e é regido pelas leis naturais.
• A mente humana seria fruto dessa natureza criada
• Pode compreender a lei natural
• Pode então vislumbrar o criador de maneira indireta

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