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24/05/2021

MÓDULO: HISTÓRIA E TEOLOGIA DOS CRISTIANISMOS


MEDIEVAIS
TEO 03

Prof. José Carlos de Souza

• Analisar os debates teológicos no período


medieval, em especial a escolástica, mas
também o misticismo e as correntes que
buscavam a Reforma da Igreja, indicando os
principais autores e suas respectivas obras.
• Situar os desdobramentos da reflexão
teológica no contexto mais amplo da
sociedade e da Igreja medievais.

• Jamais houve um período da história dos


cristianismos sem que as comunidades de fé
refletissem sobre os propósitos divinos e sua
missão no mundo.
• Em meio às grandes mudanças
que ocorreram no período
medieval, o papel da reflexão
teológica jamais perdeu sua
importância.
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• Em todas as fases do medievo, desde a


constituição dos reinos germânicos,
passando pelo renascimento carolíngio
e o surgimento do sistema feudal até
ao auge e declínio da síntese medieval,
a teologia esteve no centro da vida
eclesiástica e social.
• A instrução esteve aos cuidados das
escolas ligadas às igrejas, grande parte
dirigida por monges que procuravam
preservar o saber da Antiguidade. Imagem 2

Alguns teólogos em destaque

Boécio (480-524)
Cassiodoro (490-583)
Gregório Magno (c. 540-604)
Isidoro de Sevilha (599-636)
Pseudo Dionísio, o Areopagita (c. 500)
Alcuíno de York ( 735-804)
Rábano Mauro (c. 780-856)
João Escoto Erígena (810-877) Imagem 3

• O mais significativo desenvolvimento da


teologia no período medieval foi o
escolasticismo.
• Suas origens remontam a meados do
século 11, mas seu o ápice situa-se no
século 13, seguido de um declínio.
• Foi uma época de esplendor cultural,
com a crescente importância das
cidades, de comércio, de fortalecimento
do poder real e do papa e o surgimento
de novas ordens religiosas.
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• Apesar da avaliação negativa da


escolástica pelos humanistas dos
séculos 15 e 16, há hoje uma nova
apreciação acerca de seu valor para
a teologia.
• Basicamente o escolasticismo foi um
movimento intelectual (e religioso)
caracterizado pela aplicação da
lógica dialética às questões da fé.
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• Pertence à 1ª fase da escolástica.


da qual muitos autores o
consideram o fundador.
• Nascido na Aosta, norte da Itália,
fez-se monge beneditino à revelia
do desejo do pai, em Le Bec,
quando Lanfranc era prior do
mosteiro.
• Em 1078, torna-se prior e, em
1093, à força é feito arcebispo de
Cantuária e enfrenta constantes
conflitos com o poder real.
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O Monológio – argumento
cosmológico da existência de Deus

Proslógio – argumento ontológico

Cur Deus homo?


Por que Deus se fez homem?
Ele buscou aplicar de forma
sistemática a razão às questões da fé.

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Santo Anselmo, Proslógio

“Não quero compreender para crer,


mas crer para compreender, pois bem
sei que sem a fé eu não compreenderia
nada de nada.”

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• ARGUMENTO COSMOLÓGICO • ARGUMENTO ONTOLÓGICO


• Duas ideias-chave de • Busca-se uma prova
índole platônica: que não dependa de
outra argumentação.
1) A bondade relativa das
• Então, Anselmo coloca
coisas aponta para o
a questão do ser acerca
bem absoluto.
do qual não é possível
2) Todas as coisas têm pensar nada maior, o
uma causa, logo deve qual deve existir tanto
haver um ser que é no pensamento como
causa de si mesmo. na realidade.

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• Por que Deus se fez humano?


• Anselmo rejeita a antiga ideia de que
um resgate foi pago ao diabo.
• Sua exposição se baseia no principio
de que a gravidade de uma ofensa
depende da importância de quem é
ofendido e a honra se mede por
aquele que a presta.
• Logo a conclusão de que somente
um Deus-humano pode satisfazer ao
pecado contra Deus se impõe.

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• Nasce em Le Pallet, na Bretanha, e


narra sua trajetória em História das
minhas calamidades.
• Marcante é seu romance com
Heloísa, quando já era mestre
afamado nos arredores de Paris.
• Importância para a teologia: (1) a
obra Sic et Non; (2) teoria da
influência moral da expiação; (3)
ênfase na intenção, mais do que
ação (ética) em si.

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Pedro Abelardo, Sic et Non

“Nós não prometemos ensinar a verdade, que,


como é sabido, nem nós nem qualquer outro
mortal pode alcançar desse modo, mas apenas
propor algo de verossímil que seja acessível à
razão humana e não contrário à Sagrada
Escritura” (apud MONDONI, 2014, p. 104).

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• As ideias de Abelardo tanto foram


criticadas quanto absorvidas, revelando
eventuais tensões entre a dialética e a
mística.
• Um de seus mais duros adversários foi o
monge cisterciense Bernardo de Claraval
(1090-1153), que chegou a obter a sua
condenação em 1141.
• Seu método, entretanto, seria
consagrado por pensadores como Pedro
Lombardo (c. 1100-1160), autor dos
famosos Quatro livros de Sentenças.

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• Artes  Trivium & Quadrivium


• Direito  Bolonha, Ravena e Pádua
• Medicina  Montpelier
• Teologia  Paris e Oxford
• O ensino da teologia, ministrado em latim, seguia
várias etapas, podendo chegar a 16 anos.
• O método era baseado em preleções e disputas,
exigindo boa memória e o uso da lógica.
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• Em Assis, o filho de • Em viagem pelo sul


um rico comerciante da França, Domingos
de tecidos, Francesco (1170-1221), então
(1182-1226), faz uma cônego em Osma,
opção de seguir o fica impressionado
Evangelho à risca e com o avanço da
funda a Ordem dos “seita” dos cátaros e
Frades Menores, busca nova forma de
dedicada ao serviço evangelizá-los.
dos pobres e à • Ambas as ordens se
pregação. dedicam à teologia.
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• Crescem os contatos com as civilizações


muçulmana e judaica.
• A influência da filosofia aristotélica,
interpretada por pensadores como
Averróis (1126-1198), conquista cada
vez mais espaço no Ocidente.
• Porém, algumas ideias dificilmente são
assimiladas, tais como a teoria da dupla
verdade; a eternidade do mundo; e a
“alma universal”.
• Agostinho X Aristóteles: duas formas de
encarar o conhecimento.

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• A mãe de Giovanni di Fidanza, curado de


grave enfermidade, após a promessa de
que o dedicaria à vida religiosa, declarou:
“Oh! Boaventura!”.
• Ingressou na Ordem Franciscana e estudou
em Paris com ALEXANDRE DE HALES, OFM (+
1245), onde obteve o doutorado.
• Foi eleito ministro geral dos franciscanos,
em 1257, sendo considerado um segundo
fundador da ordem.
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Comentários aos Livros das Sentenças


Brevilóquio (Breve sumário teológico)
Itinerário da mente para Deus
Comentários a livros da Bíblia
Escritos místicos
Escritos referentes à ordem franciscana
Conhecido como “doutor seráfico”

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• Boaventura conjuga a erudição escolástica e a


contemplação mística.
• É agostiniano: para ele, o conhecimento não
vem da experiência sensorial, como ensinava
Aristóteles, e sim da iluminação direta do Verbo
divino “em quem estão as ideias exemplares de
todas as coisas”.
• Indagado por Aquino de onde extraia a sua
sabedoria apontou para a cruz de Cristo: “Aqui
está a soma de toda a minha sabedoria”.

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São Boaventura: ciência e caridade

“Não basta a leitura sem a unção, não basta a


especulação sem a devoção, não basta a
pesquisa sem maravilhar-se; não basta a
circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a
piedade, a ciência sem a caridade, a
inteligência sem a humildade, o estudo sem
a graça” (Apud SGARBOSSA, M.; GIOVANNINI,
L. Um santo para cada dia).

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• Conhecido como doutor universal,


nasceu na Alemanha; tornou-se frade
dominicano; estudou em Paris; ensinou
em diversas partes, em especial em
Colônia; foi prior provincial e Bispo em
Ratisbona.
• Seus estudos abrangem, além da filosofia
e da teologia, as ciências da natureza.
• Aceitou as categorias aristotélicas de
pensamento, fazendo a distinção entre
Imagem 15 os campos filosófico e teológico.

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• De origem nobre, esperava-se que


Tomás se dedicasse à vida religiosa em
um mosteiro beneditino, porém ele se
tornou dominicano para escândalo da
família.
• Estudou em Paris e Colônia com
Alberto Magno, de quem se faz
assistente.
• Desenvolveu brilhante carreira como
professor, escritor e polemista,
deixando obras de valor inestimável.

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• Comentário sobre obras de Aristóteles,


Boécio e outros filósofos
• Comentário sobre as Sentenças

• Suma contra os Gentios & Suma Teológica

• Escritos Polêmicos (contra os averroístas, por ex.)

• Escritos Apologéticos (em defesa da ordem)

• Comentários a livros bíblicos e sermões

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É o mais notável pensador medieval.

Teologia católica normativa (1879!), a sua reflexão


interessa a toda igreja e muito além dela.
Abordou todas as grandes questões de seu tempo,
como também da história da teologia.
Simples, humilde e profundamente religioso,
a clareza, coerência lógica e amplitude de seu
pensamento fazem dele um dos maiores
mestres da Igreja.

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• Excepcional ousadia intelectual.


• Articula a síntese entre as ideias de
Aristóteles e a revelação cristã.
• Distingue cuidadosamente o
conhecimento filosófico e teológico.
• Sua Suma Teológica, com mais de 600
questões e 3.000 artigos, em três
partes ou seções, é um impressionante
resumo da fé cristã, já comparado com
uma catedral medieval em função da
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coerência e harmonia entre as partes.

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Tomás de Aquino, Suma Teológica

“A tarefa do teólogo: Estudar Deus e sua


revelação e, em seguida, todas as demais
coisas ‘à luz de Deus’ (sub ratione Dei), pois
Ele é o princípio e fim de tudo”.
“A graça não destrói a natureza, antes a
aperfeiçoa” (I, q. 65, a. 5).
“... Tudo o que escrevi não passa de uma
palha para mim”.

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• A síntese construída entre fé e razão,


entre teologia e filosofia, aos poucos
vai se desfazendo.
• Nessa fase, crer e conhecer são vistas
como ações totalmente independentes!
• O conhecimento, diz-se, não é resultado de
operações lógicas, mas se alcança somente
pela experiência.
• O que é individual precede o que é universal:
(nominalismo X realismo). Imagem 18

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• Frade franciscano escocês, estudou na


Universidade de Oxford, onde se tornou
professor até sua transferência para Paris
(1304).
• Tornou-se o principal crítico das ideias
tomistas.
• Para ele, muita coisa, filosoficamente
improvável na teologia, deveria ser
aceita com base na autoridade da Igreja.
• Firmou as bases para o “voluntarismo”
aprofundado por seu discípulo, Ockham.

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FILOSOFIA TEOLOGIA
• Ocupa-se do ser como tal. • Trata dos artigos de fé.

• Demonstração. • Persuasão.

• Lógica natural. • Lógica sobrenatural.

• Universal / Abstração. • Pessoal / Revelação.

• Especulativa. • Prática.

* MONDONI, 2014, p. 108

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• Franciscano inglês, estudou e lecionou


em Oxford e também em Paris.
• Defendeu a absoluta pobreza de Cristo
contra o papa João XXII.
• Condenado por heresia, encontrou
refúgio junto a Luís da Baviera.
• Escreveu contra o autoritarismo papal e
defendeu a independência do Estado
frente à Igreja.
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• O povo é está na base da lei e do poder.

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• Defende a “via moderna”, para a qual os conceitos


universais são apenas nomes que abstraímos a
partir de traços comuns aos indivíduos; portanto,
não existem fora do pensamento.
• A razão nada pode provar com relação a Deus, pois
Ele é poder absoluto (voluntarismo).
• As verdades teológicas devem ser aceitas
unicamente com base na fé.
• A autoridade das Escrituras deve ser preferida a
papas e concílios.
• Lutero referiu-se a ele como “caro mestre”!

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“Os leigos e as mulheres


são eclesiásticos (personae ecclesiasticae)
tanto quanto o clero, porque pertencem à
Igreja (de ecclesia) tanto quanto eles”.
“Deus é capaz de dar [a verdade] aos
pobres, simples, iletrados e rústicos para
edificação da igreja ortodoxa”.
(Ockham apud SEEBERG, 1967, p. 175)

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• Havia críticas contundentes à Igreja e à


teologia.
• Pedro Valdo (c. 1140-c. 1205) – leigo
comerciante, renuncia os seus bens e
organiza os “pobres de Lião”, buscando a
simplicidade da igreja primitiva.
• John Wycliff (c. 1328-1384) – professor de
Oxford, critica o papado e prega à volta às
Escrituras (que traduz para o inglês).
• Jan Hus (c. 1369-1415) – Reformador da
Boêmia, morto no Concílio de Constança.

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• Os místicos buscam o conhecimento de Deus sem


mediações, tão intenso e profundo a ponto de ser
chamado “união com Deus”.
• Elemento essencial da experiência religiosa.
• Misticismo e escolástica
• PRINCIPAIS MÍSTICOS: Mestre Eckhart
(1260-1327); Johannes Tauler (1300?-
1361); Henrique Suso (1295?-1366);
Jan Van Ruysbroeck (1293-1381);
Gerhard Groot (1340-1384); Tomás
de Kempis (1380-1471).

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Imitação de Cristo, capitulo 34


Oh! como é feliz a alma que, na tranquilidade de
seu coração, conserva amorosamente o sagrado
sentimento da presença de Deus! Porque sua
união com a Divina Bondade crescerá
perpetuamente, ainda que insensivelmente...
Mas quando falo aqui do sagrado sentimento de
Deus, não quero falar do sentimento sensível,
mas daquele que reside no topo e supremo pico
do espírito, onde o Divino Amor reina e faz seus
principais exercícios.

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• A Idade Média não foi um


período de obscuridade, nem
tampouco a escolástica não foi
especulação vazia.
• Teve falhas, mas legou uma
preciosa herança, cujos frutos
ainda hoje são colhidos.
• Muito do que são hoje as igrejas
e as teologias encontram Imagem 23

profundas raízes nesse tempo.

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Imagem 1: https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-royalty-free-pensador-
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Imagem 3: http://vidaescolastica.blogspot.com/2011/07/as-primeiras-escolas.html (acesso
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Imagem 5: http://citacoes.in/media/authors/tomas-de-aquino.jpg (acesso em 10.03.2020)
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CanterburyVit.jpg (acesso em 10.03.2020)
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Imagem 12: https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis (acesso em 12.03.2020)


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• CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos:


uma história da Igreja cristã. SP: Vida Nova, 2005.
• DREHER, Martin N. A igreja no mundo medieval.
São Leopoldo: Sinodal, 2000 (2ª ed.), col. História
da Igreja, v. 2.
• GILBERT, Paul P. Introdução à Teologia Medieval.
São Paulo: Loyola, 1999.
• MONDONI, Danilo. O Cristianismo na Idade Média.
São Paulo: Loyola, 2014.
• SEEBERG, Reinhold. Manual de historia de las
doctrinas. El Paso, TX: Casa Bautista de
Publicaciones, 1967, tomo II.

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Prof. José Carlos de Souza

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