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I N S T I T U T O F E D E R A L D E S A N TA C ATA R I N A

CÂMPUS LAGES

ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS E
P R ÁT I C A S E D U C A C I O N A I S
DISCIPLINA:
DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE
EMPREENDEDORA

PROF. ALEXANDRE ZAMMAR, MS.


Objetivos da Unidade:

• Conhecer a origem do empreendedorismo e sua evolução;


• Entender o processo empreendedor;
• Contextualizar o empreendedorismo no Brasil;
• Conhecer as características empreendedoras;
• Compreender a importância de empreender para o país;
• Quais competências formar (ensinar);
• Habilidades digitais necessárias ao professor.
HISTÓRICO E CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO
A Revolução do Empreendedorismo

O século XX foi marcado por diversas invenções que


revolucionaram nosso estilo de vida. Algumas delas, frutos de
anos de pesquisas e novas tecnologias.
Outras invenções surgiram apenas de um novo olhar, um novo uso
para o mesmo produto.
A Revolução do Empreendedorismo
Algumas invenções do século XX:

1903: Avião motorizado


1923: Aparelho televisor
1928: Penicilina
1943: Computador
1947: Descoberta da estrutura do DNA
1967: Transplante de coração
1969: Homem chega à Lua
1969: Início da Internet
1989: World Wide Web
1997: Primeira clonagem de animais: ovelha Dolly
FONTE: Dornelas (2008, p.6)
A Revolução do Empreendedorismo

O Empreendedorismo não é somente sinônimo de abrir uma empresa ou


um negócio próprio.
Está relacionado a uma nova visão para um processo já existente. Um
exemplo de empreendedorismo na área social é o projeto Doutores da
Alegria, que identificou uma oportunidade de melhorar a recuperação dos
enfermos internados, levando alegria e entusiasmo através de suas visitas.
Análise Histórica do Surgimento do Empreendedorismo

Uma das primeiras alusões ao termo “empreendedor” foi feita pelo economista
francês Richard Cantillon (1755), para explicar a receptividade ao risco de
comprar algo por um determinado preço e vendê-lo sob uma perspectiva de
incerteza e, assim, associar o termo empreendedor ao fato de assumir riscos
nas atividades econômicas.
Análise Histórica do Surgimento do Empreendedorismo

Primeiro uso do termo: Marco Polo, que tentou estabelecer uma rota comercial
para o Oriente, por volta dos anos 1270 a 1290.
Marco Polo assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro para vender
as mercadorias dele.
Conceituando o Empreendedorismo
A raiz da palavra empreendedor vem do verbo francês “entreprendre” e
significa – fazer algo.
Desde o seu uso inicial, até os dias atuais, vários autores deram sua
contribuição com um enfoque diferente.

Existem três causas principais que movem o empreendedorismo:


• A natureza humana;
• O papel do empreendedor na economia;
• A estrutura econômica.
Conceituando o Empreendedorismo

Percebe-se que o empreendedorismo envolve a identificação de novas


oportunidades, a paixão, a vontade de transformar o meio social, e todas as funções,
atividades e ações associadas à criação de novas organizações.

Características:
• Correr risco calculado;
• Inovação x Lucro Elevado;
• Aproveitar as oportunidades;
• Autorealização;
• Criação de valor.
Conceituando o Empreendedorismo

a) Perspectiva: O modo de ver empreendedor


“Deve haver uma maneira melhor”

b) Pioneirismo: campeão da inovação


“Nós podemos fazer a diferença”.

c) Prática: partir para a ação


“As atividades do empreendedor são direcionadas para a ação, criação e
realização”.
O Empreendedorismo no Brasil

O empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a partir da década de 1990,


com a abertura da economia, que propiciou a criação de entidades como o
SEBRAE e SOFTEX.
Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos
maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante
o mundo nesse milênio.
Alguns exemplos:

1. Os programas Softex e GENESIS;


2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas Empretec
e Jovem Empreendedor do Sebrae.
E ainda o programa Brasil Empreendedor do Governo Federal;
O Empreendedorismo no Brasil

3. Diversos cursos e programas estão sendo criados nas universidades brasileiras


para o ensino do empreendedorismo – por exemplo o programa Engenheiro
Empreendedor;

4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de internet no país,


motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-Cobra, de apoio aos
empreendedores das ponto.com (empresas baseadas em internet), com cursos,
palestras e até prêmios aos melhores planos de negócios de empresas Start-ups
de internet, desenvolvidos por jovens empreendedores;

5. O enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil.

6. Junior Achievement (mini empresa).


O Empreendedorismo no Brasil
O GEM (Global Entrepreneurship Monitor) mede o nível de atividade
empreendedora no mundo desde 1999 e, nesta edição, envolveu 54 países. No
Brasil, a pesquisa é realizada desde 2000.
O Processo Empreendedor

Num primeiro momento o empreendedorismo envolve o processo de criar algo


novo, de valor (não necessariamente uma empresa). No momento seguinte, envolve
paixão, comprometimento, doação do tempo e do esforço para fazer o negócio dar
certo. Por último, saber assumir riscos calculados, seja nas decisões ou nas atitudes.
Ter ousadia é fundamental.
Para que a nova ideia ou o novo negócio seja bem-sucedido é necessário que haja
tanto talento empreendedor, ou seja, percepção, direção, dedicação e muito trabalho
das pessoas envolvidas. Se existe talento, existe oportunidade de crescer e obter
sucesso.
Existe ainda outro processo empreendedor, elaborado por Hisrich (2004), cujo foco
é garantir que a empresa ou produto idealizado consiga ser colocado em prática,
correndo menos riscos de não ser bem sucedido.
8 habilidades essenciais que os estudantes devem ter para o
futuro:

Houve um tempo em que a escola tinha que ensinar pouco para os alunos: ler,
escrever, resolver problemas matemáticos – e isso já exigia muito dos
professores.
Hoje em dia, essas já não são mais as únicas habilidades que devem ser
desenvolvidas. Muita coisa mudou, o mundo está mais tecnológico e
globalizado, e a escola deve acompanhá-lo nessa mudança.
Os alunos de hoje devem estar preparados para esse novo mundo.
Aqui estão oito habilidades que vão ajudar os estudantes no futuro!
1. Liderança
O professor deve estimular o aluno a ser um líder responsável e respeitado.
Essa característica muitas vezes é confundida com arrogância, mas ser um
bom líder significa saber como guiar sua equipe ou grupo até seu objetivo
em comum. Por isso, essa habilidade é muito importante para o mercado de
trabalho atual.
2. Habilidade digital

Nem precisa explicar: em um mundo tecnológico como o nosso, saber escrever,


extrair, transferir e compreender informações digitais é essencial, e será mais
ainda no futuro.
O aluno deve sair da escola ciente das ferramentas digitais.
Para poder ensiná-lo, o próprio professor precisa ter essa habilidade e utilizá-la
em sala de aula.
3. Poder resolver problemas
Não apenas problemas matemáticos, mas os vários problemas que podem ser
enfrentados no dia-a-dia.
O professor deve mostrar ao aluno que raciocínio lógico e tranquilidade são
elementos essenciais na resolução de problemas, e essas características podem ser
conquistadas através de atividades simples em sala de aula.
4. Capacidade de trabalhar em equipe

Uma habilidade que já vem sendo pedida há tempos. Desde a maior empresa até
o menor comércio de bairro, todas as profissões exigem que se saiba trabalhar
com os outros.
Alguns alunos podem ter mais dificuldades do que outros, então tenha mais
cuidado com eles na hora de passar trabalhos em grupo para a turma.
5. Inteligência emocional

Cada vez mais importante, a inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e


lidar com seus próprios sentimentos e os dos outros.
Professores, por vezes, são o suporte emocional mais próximo dos alunos,
especialmente dos adolescentes, então essa habilidade deve ser desenvolvida em
sala de aula através de exercícios dinâmicos e muito diálogo aberto.
6. Empreendedorismo
Mesmo que normalmente seja associada ao mercado de trabalho, essa habilidade e
suas características não se resumem apenas a esse domínio.
Um empreendedor é ousado, criativo e apaixonado pelo que faz.
Sendo assim, desenvolver a capacidade dos alunos de criar, inventar e sempre dar
o melhor de si é incentivá-los a empreender.
7. Cidadania global
O cidadão do futuro deve estar preparado para conhecer novas culturas,
experimentar novidades e lidar com diferenças.
O aluno deve saber pensar no mundo como um todo, e não apenas no bem de
sua própria cidade ou país.
O professor deve compartilhar experiências e fazer com que os alunos as
compartilhem também, para que todos se esforcem para pensar no ponto de
vista do outro.
8. Comunicação
Junto com a inteligência emocional, essa habilidade é essencial para estabelecer
bons relacionamentos.
Os alunos devem conseguir se comunicar através dos diversos meios oferecidos
pelo mundo contemporâneo. Seja por e-mail, mensagens de texto ou
pessoalmente, ele deve saber expressar o que quer e compreender o outro.
Trabalhe essa habilidade estimulando-o a usar todos esses meios em sala de aula.
10 Habilidades digitais que todo professor deve ter

Para que o professor saiba utilizar a tecnologia com seus alunos, tornar
suas aulas mais atraentes e aproveitar todas as possibilidades que a
revolução digital tem disponibilizado, além dos cursos de capacitação
usuais, há algumas habilidades especiais que não são difíceis de aprender,
e que farão a diferença no dia-a-dia em classe. Confira :
1. Saber editar imagens

Quando se fala em edição de imagens, muitas pessoas já pensam no quase


miraculoso Photoshop, software mais utilizado atualmente para editar imagens
profissionalmente. Porém, para uso em sala de aula, não há necessidade do uso de
programas sofisticados. O professor pode querer, por exemplo, colocar legendas em
uma imagem; redimensionar, ampliar, diminuir, inserir texto, cortar alguma parte da
imagem, e isso se consegue com qualquer programa básico de edição de imagens. O
Windows possui um programa de edição de imagens gratuito, o Paint, que atende a
essas necessidades.
2. Conhecer e utilizar bem as redes sociais
Já diz a canção que “o artista tem de ir aonde o povo está”. O professor também.
Foi-se o tempo que os alunos sentavam-se silenciosamente nas carteiras e ouviam
cada palavra dita em sala com o máximo de atenção. Os papéis estão trocados: o
professor precisa ir no “mundo” do aluno, ver seus interesses, sua forma de se
expressar e respeitar suas experiências de vida. E o lugar mais frequentado pelos
jovens na rede são as redes sociais.
Professor conectado e com perfil em redes sociais é professor mais próximo da
realidade do aluno.
3. Saber identificar plágio
Um dos maiores pesadelos dos docentes hoje são os alunos “copia e cola”,
expressão essa tirada das ferramentas digitais do mesmo nome, que consistem em
copiar um conteúdo e “colar” em outro arquivo, ou onde preferir. Se o aluno tiver
habilidade em copiar textos, o professor pode se equivocar quanto à autoria. Um
método muito utilizado é jogar uma frase do texto em algum site de busca (Google,
Bing) e observar se há conteúdo semelhante.
Há sites na internet que também oferecem o serviço de detecção de plágio, alguns
gratuitamente, como o http://www.duplichecker.com/ ou www.plagium.com/.
4. Saber como se proteger
Nós pensamos que, por estarmos acessando a internet de casa, ou de um ambiente
seguro, como a escola, estamos protegidos. Os jovens, principalmente, não
parecem ter noção de como o mundo pode ser hostil. Porém, sabemos que a
internet em geral é um ambiente fértil a todo tipo de crimes, como bullying, roubo
(uso de senhas para desviar dinheiro de contas bancárias, por exemplo),
estelionato, pedofilia, racismo, incitação ao suicídio, entre outros.
O professor deve instruir seus alunos a respeito desses perigos, bem como se
proteger disso, além de conhecer os canais competentes para denúncias, caso
necessário.
5. Saber como otimizar o tempo
O professor, com várias turmas para administrar, trabalhos, correções, estudos,
planejamento, vida pessoal… ufa! São muitas coisas a serem vistas e todas
elas exigem atenção. Os aplicativos de produtividade e agendas online como o
Evernote podem ajudar o professor nessa difícil tarefa de administrar o tempo.
6. Saber fazer backup
Todos nós já passamos pela angustiante experiência de perder aquele planejamento
cuidadosamente trabalhado, aquele texto fantástico encontrado a duras penas ou
aquela apresentação de slides que levou dias para montar. Isso acontece porque não
salvamos nossos arquivos adequadamente. Porém, apenas salvar o arquivo no
computador não é o suficiente, é preciso fazer uma cópia de segurança (em um
dispositivo de armazenamento ou na “nuvem”, que é como se denomina o espaço de
armazenamento online, disponibilizado por aplicativos como o Dropbox). Assim, se
por algum motivo o computador não funcionar, nada está perdido. Além de salvar é
importante manter os arquivos atualizados.
7. Saber acrescentar novos conteúdos
A internet é um celeiro de ideias – e o professor deve aproveitar isso. Planos de
aula, projetos de todo tipo, atividades, ideias interessantes para levar para a sala de
aula, são coisas facilmente encontráveis na rede e o melhor de tudo – inteiramente
gratuitas.
Mantendo-se informado e sempre pesquisando coisas novas, o professor sempre
surpreende seus alunos, mostrando a eles algum vídeo interessante, indicando
alguma notícia com relação ao conteúdo estudado no momento, as opções são
praticamente infinitas.
8. Saber renovar-se
Com a oferta de cursos à distância (EAD), não há mais desculpa para engatar
aquela pós-graduação que está há tanto tempo na lista de metas.
O ensino à distância, além de ter preços acessíveis, é flexível e adapta-se aos seus
horários. Você estuda quando quiser, aonde quiser.
9. Saber utilizar os recursos da escola
Certamente a escola oferece treinamento, mas o professor que supera as
expectativas é muito mais valorizado. A escola oferece software de gestão escolar,
notas, faltas? Não se prenda ao treinamento: pesquise, teste, aprenda a utilizá-lo
eficientemente para otimizar o gerenciamento dos alunos.
Se a escola oferece materiais como tablets, retroprojetores, computadores,
pesquise maneiras de trabalhar com eles em sala, de uma forma que seja
interessante e produtiva para os alunos, não apenas se limitando ao proposto pela
escola.
10. Saber criar blogs e páginas em redes sociais
Assim como na sala de aula, na internet o aluno não quer ser consumidor passivo
de conteúdos: ele quer criar coisas, quer fazer ouvir sua voz, dar suas opiniões a
respeito dos assuntos que lhe interessem.
O professor pode ajudar o aluno nisso, criando blogs colaborativos, e grupos em
redes sociais, onde o aluno pode interagir com os demais, postar coisas que sejam
interessantes e ser agente ativo do processo de aprendizado.
Podem ser criados blogs e fóruns (listas de discussão) sobre praticamente qualquer
assunto. Aproveite!

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