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CULTURA EMPREENDEDORA

O PROCESSO DO EMPREENDEDORISMO
NO BRASIL E NO MUNDO. OS FATORES
INIBIDORES DA CRIATIVIDADE

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Relacionar o empreendedorismo mundial com o Brasil;

2- Experimentar os conceitos de criatividade no seu cotidiano;

3- Entender percepção e sua conexão com empreendedor.

1 Introdução
Nesta aula, trataremos da visão de empreendedorismo no Brasil e no mundo. Os conceitos mundiais para

empreendedorismo. O estímulo mundial aos novos modelos de negócio, a era dos recursos escassos e crises, da

sustentabilidade obrigando o homem a usar a criatividade. Definições de criatividade. A percepção para os novos

negócios e o estudo das cognições.

2 O empreendedorismo no mundo
A Sociedade em rede, em virtude da internet, nos fez conhecer diversos eventos empreendedores pelo mundo (

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2011/04/906254-com-novas-regras-empreendedores-abrem-negocio-

proprio-em-cuba.shtml). Existe particularmente uma entidade internacional cujo objetivo principal é,

exatamente, aferir permanentemente os índices de empreendedorismo dos países de todos os continentes. Trata-

se da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que anualmente realiza pesquisas cujos resultados mostram o

posicionamento dos países num ranking mundial.

O Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) é a instituição executora do Projeto GEM Brasil e não

tem economizado esforços para que a pesquisa ganhe maior reconhecimento de organizações públicas e

privadas e tem recebido apoios crescentes de entidades como o SEBRAE, o SESI/PR, o SENAI/PR, a Universidade

Positivo, e os milhares de cidadãos brasileiros, que ano a ano recebem os pesquisadores e fornecem as

informações que norteiam os rumos do empreendedorismo no país.

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Criado em 1999, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (https://www.gemconsortium.org) é o maior

estudo independente do mundo sobre a atividade empreendedora, cobrindo 54 países consorciados, o que

representa 95% do Produto Interno Bruto (PIB) e dois terços da população mundial.

O GEM é atualmente coordenado pela Global Entrepreneurship Research Association (GERA) – organização

composta e dirigida pela London Business School (Inglaterra), pelo Babson College (Estados Unidos) e por

representantes dos países participantes do estudo.

Ao analisar 13 países membros do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) que participaram

do estudo, a GEM 2009 constatou que a população da China é a mais empreendedora, com taxa de 18,8% (169

milhões de pessoas), seguida do Brasil, com 15,3% (18,8 milhões).

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Argentina, 14,7% (3,5 milhões); Estados Unidos, 8% (15,4 milhões); Coreia do Sul, 7% (2,3 milhões); África do

Sul, 5,9% (1,7 milhão).

Fonte: ibpq

3 As crises e as oportunidades
As crises são as melhores oportunidades para se ver um bom negócio. Claro que não só elas. Por exemplo, dia 29

de abril de 2011, um casamento real movimentou toda a Grã-Bretanha.

Milhares de pequenos empreendedores faturaram mais de 3 bilhões de reais com turismo, venda de produtos

relacionados aos noivos e serviços indiretos.

Atenção

Para se perceber estas oportunidades ao pensar em montar seu negócio, é preciso levar em conta:

a) Escolha algo compatível com suas informações e conhecimento (lembra da 1ª aula?) e, claro, algo que também

dê prazer. Se você não suporta acordar cedo, montar uma academia ou uma padaria será um suplício.

b) Defina metas e objetivos claros.

c) O planejamento estratégico e de negócios é fundamental (a gente vai chegar lá nas aulas 8, 9 e 10).

d) Gerenciar de olho no mundo; ele é mutável, o desejo, as necessidades das pessoas também.

Estas dicas são simples, mas são objetivas e elas devem vir acompanhadas de uma dose de ousadia e

criatividade, que vamos tentar definir no próximo tópico.

4 A criatividade e o empreendedor
Começaremos este tópico falando dos bloqueios à criatividade: primeiro vamos analisar os estereótipos ou uma

ideia pré-concebida e empobrecida de algo. Aplicamos rótulos a quase tudo na vida, ignoramos grupos pela cor

da pele, religião e opção sexual. Ao ignorar estes grupos, ignoramos o indivíduo e vamos carregar isso na

montagem de um negócio. Os preconceitos e estereótipos se aplicam a empresas, produtos e serviços.

Veja, por exemplo, os produtores de cachaça, por mais que se esforcem para equiparar a bebida a um uísque

(que é sinônimo de cultura e de um país), não conseguem pelo estereótipo de que “aquela pessoa é uma

cachaceira”. Para quem tem a visão estereotipada, telefone é só para falar e os livros só podem ser lidos em

papel.

O segundo bloqueio é a dificuldade que temos em isolar um problema. Com o excesso de informações que temos

hoje, os problemas podem ser ocultos e os gestores podem tomar medidas atribuindo a solução a uma rápida

análise e culpando, por exemplo, seus funcionários.

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Seja criativo no olhar os problemas. Existem inúmeras ferramentas hoje e, se você não tem o conhecimento de

todas, delegue funções para resolver melhor o problema.

O terceiro aspecto ainda ligado ao problema é restringir demais a área do problema, o que restringe as soluções.

Um exemplo recente de sucesso na ampliação do olhar sobre o problema é o excessivo número de mortes por

acidente de carros, devido à direção com consumo de bebidas alcoólicas. Um olhar restrito como fazem alguns

países, o mais fácil é proibir a bebida. Aqui no Brasil foi adotada a liberdade total à bebida desde que você não

dirija.

O último aspecto é a habilidade em explorar pontos de vistas distintos, o que pode conduzir a soluções mais

criativas e melhores e que agradem a um número maior de pessoas.

Muitos problemas envolvem interesses diferentes e a aceitação de uma solução depende do grau em que pontos

de vista distintos são considerados. Nem sempre a melhor solução sob o ponto de vista técnico ou econômico é

também a melhor sob o ponto de vista ambiental ou social, para citar uma situação muito comum hoje em dia.

A criatividade para Piaget, além da necessidade de se trabalhar sozinho, o mais importante é a necessidade de

um adversário.

Para Foucault a criatividade é se libertar do controle, fugir das amarras do poder.

Ostrower (1987) (https://faygaostrower.org.br) conceitua a criatividade mediante a fórmula: “[...] criar é

relacionar com adequação”.

Este conceito aponta para o fato de que, se para que a criatividade ecloda há a necessidade de que exista a

oportunidade organizacional, para que os indivíduos se sirvam de seus próprios talentos e atinjam a realização

pessoal, esta criatividade, entretanto, não significa que os indivíduos possam fazer tudo a qualquer momento, de

qualquer maneira e em qualquer ocasião.

Os repetidos padrões de atuação que resvalam para o mesmo que não abre caminhos é fruto dos

comportamentos imitativos e que, se por um lado oferecem o falso certificado de garantia e segurança, por outro,

impedem a solução inovadora de problemas.

5 Os aspectos cognitivos na percepção de novos negócios


Vamos começar definindo cognição. Lá na primeira aula falamos de capitalismo cognitivo e aqui abordamos a

importância da cognição para os negócios. Cognição é o ato ou processo de conhecer. Inclui a atenção, a

percepção (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552007000300005&lang=pt) , a

memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e o discurso.

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As tentativas de explicação da forma como a cognição trabalha são tão remotas como a própria filosofia. De fato,

o termo tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles. Com a separação entre psicologia e filosofia, a cognição

tem sido investigada a partir de diversos pontos de vista. Observe que as palavras têm links para você construir

o seu próprio instrumento cognitivo.

Dos processos de conhecimento da cognição vai nos deter a percepção. Na psicologia, o estudo da percepção é de

extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e

não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa

percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

A percepção é um estágio do processamento de informações, ou seja, como funciona a mente. A percepção é um

estágio extremamente seletivo. Da enorme quantidade de informações que recebemos, poucas nos chamam a

atenção.

No quadro acima podemos ver como funciona este processo. Os três primeiros estágios constituem a percepção.

Como exemplo: você recebeu a informação de que o Rio de Janeiro será sede da próxima olimpíada, isto é um

estímulo externo. Você está feliz pela cidade, mas ao mesmo tempo chama sua atenção que milhares ou milhões

de pessoas virão à cidade.

Como você fala muito bem seis idiomas, você interpreta que isso pode ser uma ótima oportunidade e armazena

na memória para começar o processo de transformar a informação em conhecimento e empreender. A

interpretação pode ser cognitiva, nas quais os estímulos são alocados em categorias de significado existentes e

afetiva, que é uma resposta emocional aos estímulos externos (Hawkins, p 125).

Utilizar o conhecimento acerca da percepção é importante para começar um novo empreendimento. A

interpretação envolve os “sinais” apresentados pelo público que você pretende atingir, como ele percebe, por

exemplo, um preço maior que o concorrente como sinônimo de qualidade do seu produto ou serviço.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• A legislação para pequenas empresas;

• Os órgãos de apoio e fomento;

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• Os órgãos de apoio e fomento;
• O perfil do empreendedor moderno.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu como funciona o processamento de informações;
• Aprendeu como reconhecer os bloqueios à criatividade;
• Analisou a presença do Brasil como país empreendedor e sua participação no mundo.

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