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Sistemas de avaliação de

qualidade do ensino técnico


UMA ANÁLISE DE CASOS INTERNACIONAIS

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Introdução
Objetivo: mapear experiências internacionais de avaliação da qualidade dos cursos de educação
técnica profissional (TVET, na sigla em inglês). O intuito é subsidiar o debate sobre sistemas
nacionais de avaliação de cursos técnicos.
Metodologia: o estudo contou com amplo levantamento documental
◦ Iniciamos por um levantamento de documentos de organizamos internacionais dedicados à educação
(como OCDE e Unesco).
◦ O primeiro levantamento trouxe um total de 20 países com potencial para entrar no estudo.
◦ Como critérios para seleção final procuramos escolher países com variações na forma de organizar seu
sistema de avaliação de TVET e países de diferentes continentes e contextos. Neste sentido, nossa
escolha acabou preterindo países que tradicionalmente são citados como exemplos de ensino técnico
(como a Suíça).
◦ Uma vez escolhidos os países (limitados a 8 casos) o levantamento focou na documentação específica
da cada governo.

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Introdução
8 países selecionados: 4 temas abordados para cada país:
1. Austrália 1. Contexto do TVET
2. Portugal 2. Organização do TVET
3. México 3. Currículo
4. Alemanha 4. Avaliação
5. África do Sul
6. Inglaterra Limitação da pesquisa: embora o estudo tenha
7. Finlândia levantado para cada país um material rico sobre a
8. Coreia do Sul avaliação da TVET há que sempre detalhes de
implementação das políticas que acabam não sendo
explicitamente cobertos pelos documentos oficiais.

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Principais aprendizados – resumo
1. A ideia de avaliação no TVET se dá, em geral, na forma de certificação dos estudantes
◦ A forma como as cerificações são organizadas varia, mas em geral é descentralizada: ora de responsabilidades das
escolas ora nas mãos de outras organizações
2. Os países sempre contam com alguma autoridade governamental que normatiza as certificações
◦ O detalhamento destas normas varia muito, mas em geral exige-se que parte da certificação seja externa às escolas
3. Poucos países analisados tem avaliações conduzidas diretamente pelo governo
◦ Na África do Sul a certificação conta com um componente de avaliação conduzida pelo governo
◦ Na Finlândia o governo avalia a qualidade dos cursos por um sistema de autoavaliação e pelos outcomes das escolas
4. Há sempre algum modelo de currículo de TVET, na maioria organizado por competências
◦ Essa característica é essencial para organização do sistemas de avaliação/certificação
5. Setores produtivos estão sempre presentes na definição dos currículos e, eventualmente, da certificação
◦ A forma de participação é variada, mas fica em torno da formação de comitês consultivos com participação de
governo e setores produtivos

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Principais aprendizados
1. A ideia de avaliação no TVET se dá, em geral, na forma de certificação dos estudantes
A forma como as cerificações são organizadas varia, mas em geral é descentralizada: ora de responsabilidades das escolas ora
nas mãos de outras organizações.
◦ No México, as duas formas parecem conviver, pois a certificação do TVET em si é de responsabilidade das escolas,
mas há uma certificação de competência laborais (opcional para os estudantes) acontece por meio de instituições
credenciadas pelo governo. Há uma uniformização dos critérios de avaliação, feito em colaboração com os setores
produtivos, por meio do sistema nacional de competências, que estabelece quais as habilidades e conhecimentos
necessários para a certificação das competências.
◦ Na Austrália, o sistema de certificações fica integralmente na mão das provedoras de TVET. Para serem
credenciadas a certificar os estudantes as escolas devem seguir uma série de padrões de atuação estabelecidos por
uma autoridade nacional. No entanto, a autoridade não padroniza o formato de avaliação e certificação dos
estudantes.

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Principais aprendizados
2. Os países sempre contam com alguma autoridade governamental que normatiza as certificações
O detalhamento destas normas varia muito, mas em geral exige-se que parte da certificação seja externa.
◦ Na Inglaterra, o papel da certificação não é das escolas que oferecem os cursos, mas de instituições responsáveis
pela construção de currículo e pela emissão dos certificados. Portanto, a avaliação dos estudantes passa por alguma
instituição externa às escolas. Estas instituições seguem a regulação do Ofqual, que normatiza e credencia as
empresas privadas de qualificações.
◦ Em Portugal, embora as escolas sejam as responsáveis pela avaliação e certificação dos estudantes, as autoridades
centrais exigem que cada cursos TVET tenha um Teste de Aptidão Profissional que deve seguir normas específicas,
entre as quais incluir um componente prático ao teste e ter a participação de representantes do setor produtivo,
externos à escola.

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Principais aprendizados
3. Poucos países analisados tem avaliações conduzidas diretamente pelo governo
◦ Na África do Sul, a certificação depende uma avaliação interna e externa, sendo a avaliação externa realizada por
um organismo de avaliação que pode ser público ou privado (acreditado por um autoridade nacional). Os critérios
de avaliação são uniformizados – uma autoridade nacional é responsável por um processo de Padronização dos
resultados dos exames nacionais.
◦ Na Finlândia, a avaliação dos cursos por parte do governo tem dois componentes: autoavaliação (com base nas
percepções de um comitê formado por professores, setor produtivo, alunos e gestão das escolas) e outcomes (os
provedores de treinamento levantam e fornecem dados sobre sua atuação para a autoridade nacional, incluindo
dados de inserção no mercado de trabalho dos estudantes).

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Principais aprendizados
4. Há sempre algum modelo de currículo de TVET, na maioria organizado por competências
Essa característica é essencial para organização do sistemas de avaliação/certificação
◦ Na Austrália, os currículos dos cursos de TVET são organizados a partir de um detalhado sistema de “pacotes de
competências” que sistematizam para cada profissão e nível de certificação os níveis de conhecimentos e
competências esperados. Estes pacotes são elaborados com a participação dos setores produtivos e podem ser
usados de forma flexível pelas escolas na elaboração de seus cursos.
◦ No México, o sistema de competências (chamado de CONOCER) também estabelece para cada formação técnica o
conjunto de competências esperadas. Trata-se de um modelo muito inspirado no caso australiano, diferenciando-se
apenas na forma de organização (o sistema mexicano é organizado por cursos mais “empacotados” do que o caso
australiano)

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Principais aprendizados
5. Setores produtivos estão sempre presentes na definição dos currículos e, eventualmente, da
certificação
A forma de participação é variada, mas fica em torno da formação de comitês consultivos com participação de governo e
setores produtivos
◦ Na Austrália e Na Inglaterra, o envolvimento do setor produtivo está mais ligado à definição das competências, por
meio de comitês setoriais.
◦ No México, o setor produtivo também pode atuar como certificador.
◦ Na Alemanha, o papel desses atores é muito importante no exame final do TVET, uma vez que são as câmaras de
cada setor que avaliam e dão o certificado para os alunos.

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Quadro-resumo das principais
características de cada país
Quadro Avaliação
Organização do Quem credencia Quem certifica Diretrizes para Quem é o agente Avaliações
nacional de externa de
currículo TVET cursos/escolas alunos avaliação externo práticas
qualificações alunos
Competências Autoridade Autoridade
Austrália Sim Escolas Não N/A Depende
(nível nacional) nacional nacional
Competências Autoridade Autoridade Sim, para
Portugal Sim Escolas Setor produtivo Sim
(nível nacional) nacional nacional certificação
Competências Autoridade Instituições Autoridade Sim, para
México Sim Setor produtivo Sim
(nível nacional) nacional certificadoras nacional certificação
Competências Autoridades Instituições Instituições Sim, para
Alemanha Sim Setor produtivo Depende
(nível nacional) locais certificadoras certificadoras certificação
Governo /
Disciplinas Autoridade Autoridade Autoridade Sim, para
AFS Sim Instituições Sim
(nível nacional) nacional nacional nacional certificação
credenciadas
Depende da Instituições Instituições Instituições Sim, para
Inglaterra Sim Certificadoras Depende
certificadora certificadoras* certificadoras certificadoras certificação
Coreia do Competências Autoridade
Sim Escolas Não encontrado Não N/A Não
Sul (nível nacional) nacional
Sim, para
Competências Autoridade Autoridade
Finlândia Sim Escolas garantia de Governo Sim
(nível nacional) nacional nacional
qualidade

* Autoridade nacional (Ofqual) regula as instituições certificadoras que, por sua vez, elaboram os programas e certificam os estudantes. 10
Austrália

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Contexto
Primário Características da educação na Austrália:
Duração: 7 anos ◦ Escolaridade obrigatória: 6-16 anos
◦ Dois últimos anos do secundário não são
Secundário
(lower)
Certificados I e II obrigatórios
Escolaridade
4 anos 1-2 anos
obrigatória
TVET organizado em sistema de certificações
Secundário
Certificado III
◦ Sistema muito flexível: alunos pode acumular
(upper)
2 anos 1-4 anos
certificados de diferentes áreas e níveis
◦ Australian Qualifications Framework - AQF
estabelece os níveis esperados de conhecimento
Pós-secundário Certificado IV
e habilidades para cada certificação
1 ano 1-3 anos
◦ A introdução no mundo profissional pode
começar cedo: primeiras certificações podem ser
Terciário Terciário
obtidas aos 13-14 anos

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Contexto
O TVET na Austrália tem diversos provedores1:
◦ Escolas de ensino médio (442 instituições): escolas podem oferecer cursos em parceria com outras orgs.
◦ Provedores privados (3.099 instituições)
◦ Entre outros (institutos federais (TAFE), universidades, empresas etc.)

Em comum, todos os provedores devem ser registered training organizations (RTO), o que significam que
devem ser credenciados por uma autoridade ligada ao ministério da educação.
Modo de oferta pode variar:
◦ Full-time, part-time, self-paced, online etc.
◦ Carga horária pode variar (não é regulada)
◦ Alunos podem procurar as RTO apenas para obter a certificação (sem fazer o curso)

De forma geral, as características de oferta são determinadas pelas próprias escolas/RTO que oferecem
os cursos. Como será descrito, a regulação estatal tem maior foco sobre as competências de cada
certificação e menos sobre a forma dos cursos (embora haja alguma regulação também)
1: Fonte https://unevoc.unesco.org/wtdb/worldtvetdatabase_aus_en.pdf

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Organização
Regulação em nível nacional:
◦ Department of Education and Training
◦ Australian Skills Quality Authority - ASQA: órgão que credencia escolas/RTO e cursos e avalia a qualidade das instituições
◦ National Centre for Vocational Education Research – NCVER: órgão de pesquisa e informação (coleta dados junto às RTO)

Participação dos setores econômicos:


◦ Industry Reference Committees – IRC: comitês (de diferentes setores econômicos) que centralizam
demandas da indústria por novos (ou ajustes nos) currículos.
◦ Industry and Skills Committee: comitê central que sugere a composição de novos currículo
◦ Skills Council: conselho governamental que, finalmente, sugere ajustes nos currículos

Construção de currículo:
◦ Skills Service Organizations - SSO: organizações/empresas que elaboram os currículos e acordo com as
demandas da indústria (há seis organizações em todo o país)

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Currículos
Na Austrália, os “currículos” de TVET são organizados na forma de training packages
◦ Um conjunto de padrões e qualificações endossados ​nacionalmente para reconhecer e avaliar as
habilidades das pessoas em um setor industrial
◦ Cada training package é desenvolvido por uma SSO, seguindo recomendações dos conselhos de
governo e dos setores industriais

Em cada training package são estabelecidos o conjunto de competências necessárias para cada
nível de certificação de uma área específica
 Por exemplo: informática (ICT - Information and Communications Technology)
 8 níveis de qualificação (do Certificado I ao Diploma de Graduação)
 61 conjuntos de habilidades (de Digital Literacy até Internet of Things Developer)
 722 unidades de competência, tais como:
 Instalar equipamentos de rede
 Criar animações digitais em 3D

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Currículos
Dentro de cada certificação o training package estabelece:
◦ A descrição da qualificação (o que o profissional sabe fazer)
◦ As unidades de competência necessárias ou eletivas para quem recebe a qualificação
◦ O número de unidades (tipo número de créditos) para obter a qualificação

Dentro de cada unidade de competência está determinado:


◦ Mapa de todos os training packages e certificações que necessitam da competência
◦ Os elementos que compõem a competência e seus descritores
◦ As ‘habilidades fundamentais’ incorporadas à competência
◦ Como avaliar a competência:
◦ O que serve como evidência de demonstração de habilidades e conhecimentos
◦ Quais as condições para se implementar a avaliação da competência

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Certificate I in Information,
Digital Media and Technology

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ICTICT105 - Operate spreadsheet applications

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Avaliação
Avaliação institucional
◦ Provedores de cursos de TVET devem entrar com registro como RTO junto ao ASQA
◦ O processo de credenciamento consistem em submeter ao ASQA documentação que comprove a
adequação da RTO à legislação vigente e que demonstre a saúde financeira da instituição
◦ O credenciamento é renovado periodicamente, condicional a uma nova rodada de avaliação

Credenciamento de cursos
◦ Cada curso a ser aberto pela RTO deve demonstrar que seu desenho segue os standards, entre eles:
◦ Demonstrar que atende a uma demanda real da indústria
◦ Currículo deve ser baseado em algum training package válido
◦ Curso deve estabelecer as conexões e articulações com outros cursos
◦ Estratégias de avaliação/certificação devem seguir alguns princípios (próxima página)

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Avaliação
Certificação 3. Princípios do processo de avaliação: justo;
◦ Avaliação e certificação dos estudantes são de flexível; válido; consistente
responsabilidade das RTO, mas com diversas 4. A ASQA encoraja múltiplos métodos de
diretrizes da ASQA. avaliação:
◦ Observação direta
Principais diretrizes para avaliação e ◦ Questionário escrito ou oral
certificação: ◦ Tarefas
1. Os critérios de performance e certificação ◦ Projetos
devem seguir o training package associado ao ◦ Portfólios etc.
curso
5. Processo de avaliação deve ser auditado
2. A avaliação deve ser conduzida por avaliadores periodicamente por terceiros, por meio de
(não pelos professores) das próprias escolas amostragem dos estudantes.
◦ O avaliador deve ter qualificação específica (Certificate IV in
Training and Assessment) e no mínimo o certificado que irá
avaliar

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Conclusão
Na Austrália, a avaliação dos estudantes de TVET pode ser considerada descentralizada:
◦ Cada escola responde pela avaliação e certificação de seus alunos
◦ Os métodos de avaliação podem (e devem) ser variados
◦ O órgão central dá diretrizes e valida a estratégia de avaliação proposta pelas escolas
◦ Quem é qualificado para avaliar
◦ Quais os princípios de avaliação
◦ Como é a auditoria externa do processo de avaliação

Por outro lado, o sistema australiano centraliza e especifica em detalhes os critérios de


avaliação de TVET para cada nível de certificação:
◦ Isso decorre do sistema nacional de competências que estabelece quais as habilidades e conhecimentos
necessários para cada nível de certificação de cada setor
◦ Portanto, os critérios de avaliação são uniformizado para todo o país, embora as estratégias de avaliação
sejam diversificadas

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Portugal

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Contexto
Ensino primário Características da educação em Portugal:
Duração: 6 anos ◦ Escolaridade obrigatória: 6-18 anos
◦ Final da educação obrigatória com a conclusão do
Secundário
(lower)
Certificados nível 2 upper secondary.
3 anos 1-2 anos
TVET organizado em sistema de certificações
Secundário Certificado níveis 3 ◦ Sistema nacional de qualificações - SNQ
e4
Escolaridade (upper)
3 anos 1-4 anos
estabelece os níveis esperados de conhecimento
obrigatória e habilidades para cada certificação
◦ Também contém um catálogo de qualificações
Pós-secundário Certificado nível 5
divididos em áreas de atuação
1 – 1,5 ano 1-3 anos
◦ A introdução no mundo profissional pode
Certificados níveis
começar cedo: primeiras certificações podem ser
Terciário
6,7 e/ou 8 obtidas no 2° ciclo do ensino primário.

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Contexto
O TVET na em Portugal tem diversos provedores1:
◦ Escolas de ensino públicas (584 estabelecimentos ensino secundário)
◦ Provedores privados (381 estabelecimentos ensino secundário)
◦ Escolas cooperativas.

Existem diferentes ofertas de percursos no upper secondary com objetivos e vocações


diferentes:
◦ Cursos ciências humanas - focado para estudos posteriores na educação superior.
◦ Cursos profissionais
◦ Cursos educação e formação
◦ Estes dois orientados para qualificação profissional para a entrada no mercado de trabalho
◦ Cursos artísticos especializados - as áreas de artes visuais, música e dança oferecem formação
especializada para estudos artísticos.

1: segundo base de dados Pordata – Dados do ano letivo de 2016/2017 25


Organização
Regulação em nível nacional
◦ Sistema Nacional de Qualificações: unifica o sistema de educação e formação para o trabalho.

Órgão responsável
◦ Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional
◦ Ligada ao ministério da educação, em cooperação com ministérios do trabalho e da economia
◦ Responsável por regular e dinamizar a oferta de educação profissional, além de garantir a qualidade
das referidas ofertas
◦ Ela concebe e atualiza o Catálogo Nacional de Qualificações.

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Organização
Regulação em nível setorial
◦ As entidades formadoras podem acessar 2 tipos de acreditações:
◦ Facultativa: inserida na política da qualidade dos serviços de entidades formadoras
◦ Obrigatória: para exercício da atividade de formação, regulada por legislação setorial

Órgãos responsáveis
◦ Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT): em geral, responsável pela certificação
de entidades formadoras.
◦ Entretanto, a legislação setorial pode atribuir essa competência a outras autoridades setoriais.

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Organização
Participação do setor produtivo
◦ Conselhos setoriais para qualificação
Conselhos constituídos por para apoiar a atualização
e o desenvolvimento do Catálogo Nacional de
Qualificações.
Os membros do conselho são especialistas indicados
por:
◦ Ministérios que tutelam um setor produtivos;
◦ Empresas;
◦ Entidades formadoras (públicas, privadas,
cooperativas e etc);
◦ Centros tecnológicos;
◦ Peritos independentes;
◦ Autoridades competentes que regulam o
acesso a profissões.
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Currículos
◦ Quadro Nacional de Qualificações – QNQ
◦ Conjunto de critérios para a obtenção de níveis específicos de aprendizagem que visa integrar e coordenar os
subsistemas nacionais de qualificações.
◦ Comparabilidade entre as qualificações é baseada em função de competências e não dos processos/metodologias
de aprendizagem.
◦ Mede a profundidade dos conhecimentos adquiridos em cada formação profissional, são ao todo 8 níveis divididos
em 3 campos:
 Conhecimentos: divididos entre teóricos e/ou factuais.
 Aptidões: descritas como cognitivas (incluindo a utilização de pensamento lógico, intuitivo e criativo)
e práticas (implicando destreza manual e o recurso a métodos, materiais, ferramentas e instrumentos)
 Competências: descrita em termos de responsabilidade e autonomia.
◦ Esse quadro foi desenvolvido para se comunicar e equivaler com o Quadro Europeu de Qualificações (QEQ)

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Currículos
◦ Catálogo Nacional de Qualificações: apresenta para cada qualificação o Perfil Profissional, o
Referencial de Formação.

◦ Perfil profissional: integram o conjunto de atividades associadas às qualificações bem como os


saberes, saberes-fazer e saberes-ser necessários para exercer as atividades.

◦ Referencial de formação: são constituídos por uma componente de formação de base e uma
componente de formação tecnológica, organizadas por unidades de formação de curta
duração (UFCD) capitalizáveis e certificáveis de forma autónoma, dentro da mesma área de educação
e formação.

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Exemplo – Cabeleireiro/a
PERFIL PROFISSIONAL REFERENCIAL DE FORMAÇÃO

Descrição geral: “Executar diferentes Referencial de formação global: português,


processos de tratamento e embelezamento língua estrangeira, tecnologia da informação e
capilar, para homem e senhora, comunicação, biologia, matemática, física e
designadamente lavagem, secagem, química.
penteado...“ o Carga horária total formação global: 1500 horas*
Essa qualificação confere nível 4 de Formação tecnológica: UFCDs relacionadas á
profundidade de conhecimentos, aptidões e área de formação.
competências.
o Carga horária formação técnica: 1275 horas*
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Exemplo – Referencial de formação tecnológico

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Avaliação
Avaliação institucional:
◦ As entidades formadoras passam por um processo de verificação de qualidade quando são acreditadas
e quando renovam sua acreditação
◦ Os requisitos de qualidade são divididos em dois tipos:
o Requisitos de regularidade financeira e fiscal
o Requisitos de qualidade:
o Estrutura e organização interna (recursos humanos e materiais e capacidade financeira);
o Qualidade do serviço de formação, compreendendo aspetos de avaliação interna e externa e
o Acompanhamento pós-formação, análise de resultados

◦ A auditoria de certificação incide, ainda, quando aplicável, sobre a conformidade da oferta formativa em
relação ao referenciais do Catálogo Nacional de Qualificações.

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Avaliação
Certificação:
◦ Ao longo dos cursos os alunos passam por dois processos de avaliação:
◦ Avaliação formativa: principal forma de avaliação, faz parte do processo de ensino-aprendizagem,
usado para adequar as medidas pedagógicas ao perfil dos alunos e aos objetivos de aprendizagem.
◦ Avaliação somativa:
◦ Apreciação global da aprendizagem dos alunos nas diferentes disciplinas, módulos e UFCDs
◦ Acontecem ao fim do ciclo de treinamento
◦ Composta por avaliação interna e externa

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Avaliação
Avaliação somativa interna:
◦ Responsabilidade dos professores/formadores que constituem o conselho de classe.
◦ Para cada módulo e UFCD, os professores ou formadores propõem as notas dos alunos ao conselho de
classe, para deliberação.
◦ Existe uma certa flexibilidade do tempo de avaliação de acordo com o ritmo de cada turma

Avaliação somativa externa: Teste de Aptidão Profissional (TAP)


◦ Avaliação da capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e competências profissionais
◦ Avaliado por um júri externo com especialistas de setores relacionados ao curso
◦ Apresentação e defesa de um projeto sobre um produto (material ou intelectual), uma intervenção ou
atuação, dependendo da natureza dos diferentes cursos.
◦ Entrega de um relatório final e avaliação crítica que demonstram os conhecimentos e competências
profissionais adquiridos ao longo da formação

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Conclusão
Em Portugal, a avaliação dos estudantes de TVET pode ser considerada descentralizada:
◦ Cada escola responde pela avaliação e certificação de seus alunos
◦ Porém, parte deste processo de certificação é feito por agentes externos à escola
◦ Ou seja, de alguma forma o próprio setor produtivo acaba participando diretamente do processo de
avaliação dos alunos
◦ Além disso, a avaliação dos estudantes (por meio do TAP) tem sempre um componente mais “prático”

O sistema português conta com um sistema de competências para cada curso:


◦ O sistema estabelece habilidades e conhecimentos necessários para cada nível de certificação de cada
formação profissional
◦ Isso pode indicar para um referencial de uniformização das avaliações somativas dos cursos técnicos

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México

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Contexto
Primário Características da educação no México:
◦ Escolaridade obrigatória: 6-17 anos
Duração: 6 anos

TVET organizado em dois caminhos:


Secundário ◦ A Formação Técnica é uma combinação de educação
(lower)
geral (60%) e profissional (40%). Após aprovação em um
3 anos
exame seletivo, este percurso dá aos seus graduados
acesso ao ensino superior (cursos de bacharelado) de
caráter profissional ou geral.
Formação Geral Formação Técnica Técnico Profissional
(upper) (upper) (upper) ◦ O Técnico Profissional forma profissionais para
Escolaridade 3 anos 3 anos 3 anos
atividades industriais, comerciais, de serviços e
obrigatória agrícolas. Os alunos que passam no treinamento
recebem o certificado de ensino médio. Formação foi
Bacharelado
Programa concebida como preparação do aluno para o acesso
Profissional direto ao mercado de trabalho, mas permite que o
(terciário)
(terciário)
3 anos 2/3 anos
aluno (após exame seletivo) avance para o Programa de
Formação Profissional Superior, equivalente ao
Bacharelado.

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Contexto
O TVET no México tem diversos provedores que variam conforme o Subsistema de Nível Médio a que estão
vinculados (centralizados os descentralizados do governo federal, estaduais, privados, autônomos etc.):
◦ Escolas de ensino médio técnico
◦ Institutos federais
◦ Centros técnicos específicos (Indústria, Serviços, Tecnológico, Agropecuária etc.)
◦ Provedores privados

Os provedores privados para terem validade oficial devem ter programas com Reconocimiento de Validez Oficial de
Estúdios (RVOE) o que significa que aquele curso é credenciados por uma autoridade ligada ao ministério da
educação e tem validade oficial - ou seja, os jovens tem a possibilidade de obter um título e licença profissional.
O RVOE é concedido a um determinado plano e programa de estudos, portanto, é possível que uma instituição
privada tenha o RVOE para certos planos e programas de estudo e não tenha RVOE para outros programas.
Modo de oferta pode variar
◦ De forma geral, as características de oferta são determinadas pelos subsistemas de educação e pelas escolas que oferecem
os cursos. A regulação estatal tem maior foco sobre as competências de cada certificação e menos sobre a forma dos cursos
(embora haja alguma regulação).

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Organização
Regulação em nível nacional:
◦ Secretaría de Educación Pública - SEP (Ministério da Educação)
◦ Subsecretaría de Educación Media Superior (SEMS) - responsável pelo estabelecimento de normas e políticas de
planejamento, organização e avaliação acadêmica e administrativa do Ensino Médio em suas diferentes modalidades.
◦ Consejo Nacional de Normalización y Certificación de Competencias Laborales (CONOCER)- coordena e promove o
Sistema Nacional de Competências - promovendo a integração dos Comitês de Gestão por Competências Setoriais com
lideranças das esferas empresarial, trabalhista, educacional, social e governamental. Garantindo diálogo para que
trabalhadores e empregadores desenvolvam em conjunto padrões de competência e soluções de formação, avaliação e
certificação que realmente tenham impacto nas atividades prioritárias dos setores produtivo, social e educacional.

Participação dos setores econômicos:


◦ Comité de Gestión por Competencias (CGC) – grupos de pessoas, empresas ou organizações representantes dos
setores produtivos – comitês internos que desenvolvem Padrões de competências (EC) e Instrumentos de Avaliação
(IEC) para certificar profissionais - Gera sinais claros de mercado para o setor da educação, para que, com base nos
Padrões de Competência, desenvolva e valide as estruturas de aprendizagem e curriculares
◦ COPARMEX (Sindicato/Associação de Empregadores Mexicanos) - envolvido em promover e operar o modelo de
aprendizagem – possível no TVET.

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Currículos
No México, os currículos de TVET devem cumprir os requisitos do Marco Curricular Comum
e os padrões de competência registrados no Registro Nacional de Padrões de Competência

◦ O Marco Curricular Comum é um quadro de habilidades baseado em competências que define o


perfil mínimo que um aluno do ensino médio deve ter no final dos estudos. O Ministério da
Educação criou Programas de Estudio de Referencia com base no Marco Curricular do Ensino
Secundário, no qual são definidos as aprendizagens fundamentais que os alunos devem alcançar. Os
planos se organizam em três áreas de formação: Básica, Específica e Laboral.

◦ O Registro Nacional de Padrões de Competência (RENEC) é um catálogo onde estão todos os


Padrões que descrevem, em termos de resultados, o conjunto de conhecimentos, habilidades,
aptidões e atitudes necessário para o exercício de uma atividade na área laboral, social,
governamental ou educacional.

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Currículos
Em cada setor produtivo são estabelecidos diferentes padrões (atividades/funções) e para cada um
deles um conjunto de competências necessárias para o exercício da atividade.
◦ Por exemplo: dentro do setor Turismo
◦ 48 padrões certificados – dos mais diversos níveis e atividades (de Preparação de bebidas a base de café até Assessoria de
serviços turísticos em agências de viagens)

Em cada “ficha” de padrão de competência é estabelecido:


◦ A descrição geral da qualificação e ocupações associadas;
◦ Certificadores - dados das instituições autorizadas a certificar as competências;
◦ Comitê de gestão responsável pelo padrão de competência;
◦ Capacitadores.

Dentro de cada padrão de competência é estabelecido:


◦ A descrição da qualificação (o que o profissional deve fazer)
◦ O nível daquela “atividade” dentro do sistema nacional de competências
◦ Critérios de avaliação - O que serve como evidência de demonstração de habilidades, conhecimentos, comportamento
◦ Duração estimada da avaliação e como avaliar a competência

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45
46
Avaliação
Certificação
◦ Depois de completar todos os créditos acadêmicos necessários, o estudante recebe um certificado do
Bachillerato correspondente.
◦ O aluno também pode solicitar um certificado de competência laborais correspondente ao seu curso de
estudo. A certificação acontece por meio de instituições credenciadas pelo governo.
◦ Os certificados são emitidos pelo CONOCER, válido em toda a República Mexicana.
◦ O CONOCER além de definir o sistema nacional de competências, define os critérios para
credenciamento de instituições que avaliam e certificam as competências.
◦ Instituições podem ser: câmaras de negócios, associações empresariais, sindicatos, instituições de ensino públicas e
privadas de nível médio superior, institutos de formação para o trabalho, órgãos dos governos federal, estadual e
municipal.
◦ São avaliadas competências específicas – a partir do sistema nacional de competências e standards
(1.075) para diversos setores e ocupações.

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Conclusão
No México, a avaliação dos estudantes de TVET pode ser considerada descentralizada:
◦ Avaliação e certificação dos estudantes são de responsabilidade das organizações habilitadas.
◦ O órgão central dá diretrizes, valida a estratégia de avaliação proposta pelas instituições e promove
auditoria do processo de avaliação.

Por outro lado, o sistema mexicano centraliza e, com a colaboração dos setores produtivos,
especifica em detalhes os critérios de avaliação de TVET:
◦ Isso decorre do sistema nacional de competências que estabelece quais as habilidades e conhecimentos
necessários para a certificação das competências.
◦ Esse sistema acaba funcionando não só como avaliação e certificação das competências laborais, mas
também como insumo para o desenvolvimento dos planos de ensino e currículos das instituições, uma
vez que os padrões são definidos com a participação direta dos setores produtivos, social, educacional e
do governo.
◦ Portanto, os critérios de avaliação são uniformizados para todo o país.

48
Alemanha

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Contexto
Ensino primário Características da educação na Alemanha:
Duração: 6 anos ◦ Escolaridade obrigatória: 6-15 anos em tempo
integral
Secundário ◦ Final da educação obrigatória com o com a
Certificados nível 2
Escolaridade (lower) conclusão do lower secondary education.
3 anos 1-2 anos
obrigatória ◦ Uma vez a educação obrigatória concluída os jovens
Secundário Certificado níveis 3
tema opção de frequentar ensino geral em tempo
(upper) e4 integral, ensino pro ou escola geral em tempo
3 anos 1-4 anos parcial.

TVET organizado em sistema de certificações


Pós-secundário Certificado nível 5
◦ Quadro nacional de qualificações – indica a
1 – 1,5 ano 1-3 anos
profundida de conhecimento e competências
adquiridas
Certificados níveis
Terciário
6,7 e/ou 8 ◦ O As certificações profissionais podem ser adquiridas
aos 15 anos, ao final do ensino obrigatório.

50
51
Contexto
O TVET na Alemanha tem diversos tipos de provedores:
◦ Escolas técnicas (Fachgymnasium)
◦ Escolas profissionais de tempo integral ( Berufsfachschule )
◦ Escolas profissionais em cooperação com empresas

Existem diferentes ofertas de percursos profissionais no upper secondary school:


◦ Curso profissional em tempo integral - existem apenas em alguns Länders (estados), mas é a principal forma de formação de
alguns setores como o da saúde (profissões de enfermagem, terapia da fala, terapia ocupacional e fisioterapia).
◦ Cursos educação geral com programa de orientação profissional – currículo geral com partes de aprendizagem baseadas no
trabalho (assuntos orientados para a carreira, como negócios e tecnologia).
◦ Curso profissional no sistema dual - dois locais de aprendizagem: no local de trabalho e em uma Berufsschule (Escola
vocacional). Aqueles que concluem esse treinamento com sucesso têm o direito de realizar trabalho especializado em uma
ocupação reconhecida que requeira treinamento formal.
Todos os anos, cerca de metade dos alunos que abandonam a escola regular na Alemanha optam por este tipo de ensino e
formação profissional.
Os aprendizes recebem um subsídio de formação do empregador, ou seja, são remunerados pela aprendizagem.

52
Organização
Regulação em nível nacional
◦ Instituto Federal de Educação e Formação Profissional
Instituto que faz parte da competência do Ministério Federal da Educação e da Pesquisa.
É um importante instrumento de cooperação entre empregadores, sindicatos, Federação e Länder
(estado) a nível nacional
• Compilação de estatísticas de formação profissional;
• Elaboração do Ausbildungsordnungen (regulamento de formação) e outras portarias;
• Preparação do Relatório sobre a Educação e Formação Profissional;
• Manter e publicar o registro de anerkannte Ausbildungsberufe (profissões reconhecidas que
requerem treinamento formal).

53
Organização
Regulação em nível setorial – Participação coletiva dos atores sociais
A formação profissional na Alemanha é baseada no princípio do consenso. Decisões importantes sobre a
estrutura e o conteúdo são tomadas em um esforço conjunto da Federação e dos Länder, empregadores e
empregados.
Todos esses grupos junto com um representante das associações municipais, da Agência Federal de
Emprego (Bundesagentur für Arbeit - BA) e do Conselho de Pesquisa (assessoria) formam o Conselho do
Instituto Federal de Formação Profissional.

54
Currículos
◦ Quadro Nacional de Qualificações – DQR
Dividido em 8 níveis e cada um descreve as competências exigidas para a aquisição de uma qualificação
naquele nível.
O foco não está em conhecimentos e habilidades isolados, mas na capacidade e prontidão para atuar de
forma consciente e responsável dentro de uma área de especialização.
O quadro assegurara que a alocação de qualificações recém-desenvolvidas sempre siga os mesmos
critérios e procedimentos.
As competências são o resultado de processos de aprendizagem que continuam a ter efeito em contextos
práticos da vida. Em princípio, elas podem ser adquiridas em uma variedade de locais de aprendizagem.

55
Currículos
◦ Quadro Nacional de Qualificações – DQR

Competência Competência
profissional pessoal

Competência
Conhecimentos Competências Autonomia
social

Habilidades de trabalho em equipe, liderança e de


Preocupa-se com a amplitude e a profundidade do
gerenciar o próprio ambiente de trabalho e habilidades
conhecimento foi adquirido.
de comunicação.
Se refere à capacidade de usar e desenvolver
Inclui também autonomia e responsabilidade,
ferramentas e métodos, também incluindo a
capacidade de reflexão e competência de
capacidade de avaliar os resultados do trabalho.
aprendizagem.

56
Currículos
◦ Quadro Nacional de Qualificações – DQR
Educação e treinamento vocacional inicial: nível 3 para programas de treinamento de dois anos e nível 4 para programas de
treinamento de três anos e três anos e meio.

Nível 1 Descreve as competências para o cumprimento de requisitos simples


dentro de um campo de estudo ou trabalho claro e bem estruturado.
O cumprimento das tarefas ocorre sob supervisão.
Nível 2 Descreve as competências para o cumprimento dos requisitos básicos
em um campo de estudo ou trabalho claro e bem estruturado. O
cumprimento das tarefas ocorre em grande parte sob supervisão.
Nível 3 Descreve as competências para o cumprimento autônomo de
requisitos técnicos dentro da área de estudo ou área de atividade
ocupacional que permanecem claras, embora sejam abertamente
estruturadas em algumas áreas.
Nível 4 Descreve as competências para o planejamento e processamento
autônomo de tarefas técnicas atribuídas dentro de um campo de
estudo abrangente ou campo de atividade ocupacional que está
sujeito a alterações.

57
Currículos
◦ Vocational training act (Lei de formação Profissional)
Descreve a dinâmica da parceria feita entre governo e empresas privadas para o ensino técnico.
O elemento central dentro dessa lei é o regulamento de treinamento e ele é promulgado para cada
ocupação de treinamento reconhecida pelo ministério responsável por aquela profissão.
Os proprietários da empresa obtêm os regulamentos de treinamento na câmara responsável por sua
empresa.
• designação da ocupação de treinamento;
• duração do treinamento - que não deve ser inferior a dois e não superior a três anos,
• descrição da ocupação de treinamento - as "habilidades, conhecimentos e capacidades"
típicas da profissão de forma resumida,
• estrutura do currículo de treinamento - um guia de como o ensino de habilidades,
conhecimentos e capacidades deve ser estruturado em termos de conteúdo e tempo,
• os requisitos do exame.

58
Currículos – Sistema dual
◦ Treinamento na empresa ◦ Treinamento na escola
As competências profissionais que devem ser Para o ensino nas escolas profissionais, é elaborado
adquiridas são especificadas no regulamento de um currículo-quadro para cada profissão de
formação e integradas pela empresa formadora formação reconhecida, de acordo com os
num plano individual de formação. regulamentos de formação.
Os requisitos obrigatórios dos regulamentos de
treinamento garantem um padrão nacional
uniforme.

Na elaboração dos programas de aprendizagem existe um


esforço para que a formação seja tão amplos quanto
possível e tão específicos quanto necessário.

59
Currículos – Regulamento de treinamento

• Os objetivos e temas de
aprendizagem do curso vão
dos mais simples e específicos
até os mais complexos.

• Dessa forma, o aluno vai


conectando seus aprendizados
anteriores com os novos.

60
Currículos – Regulamento de treinamento
• Nesse documento também
existem diretrizes para o
exame final da qualificação.
• O exame deve ter abordagem
holística e integrativa a partir
do último ano do curso.
• A atribuição de tarefas
complexas permitem que as
competências e habilidades
que já foram transmitidas nos
anos anteriores sejam
recapituladas e relacionadas
ao projeto.

61
Avaliação – Sistema dual
◦ Exame final nas câmaras
São avaliados conhecimentos práticos e gerais conforme os requisitos da profissão e pode ser feito em duas
etapas (uma prova no meio do treino e uma no final) ou só ao final do treinamento.
No quesito avaliação a lei de formação regula, apenas, composição banca avaliadora dos alunos, protocolos de
votação e exige regras de avaliação.
Cabe ao órgão competente de cada câmara estabelecer as normas dos exames, porém o Instituto Federal de
Educação vocacional é responsável em dar diretrizes para essas normas.
Júri de avaliação composto por representantes da indústria e do trabalho e professores da escola
O◦ desempenho
Certificaçãoescolar
final:é avaliado por meio de relatórios escolares
Ao final do exame os alunos recebem o certificado de câmara que documenta o fim do treinamento
É uma certificação de que eles têm habilidades em uma ocupação reconhecida pelo Estado e ele é totalmente
reconhecido e altamente confiável entre os empregadores.
O certificado mostra a classificação no exame final e/ou a qualificação profissional no Quadro Nacional de Qualificações
(DQR)

62
Conclusão
o Na Alemanha, existe uma estrutura única
dentro no Ministério de Educação e Pesquisa Empregadores
que é responsável pelo ensino técnico
profissional. Agência
Assessoria
Federal do
de pesquisa emprego
o Esse Instituto abrange todos os atores
sociais importantes para a construção do Instituto
ensino técnico. Federal de
Educação e
Associações Formação
municipais Profissional Sindicatos

Estados Federação

63
Conclusão
◦ O QNQ indica a profundidade dos conhecimentos adquiridos em cada nível de certificação.
◦ No sistema dual, carro chefe de formação, a avaliação final dos alunos tem presença tanto da escola
quanto da empresa que participou do treinamento.
◦ Apesar de existir uma lei que regulamenta o ensino vocacional, ela é apenas uma diretriz de como deve
ser a relação entre governo e iniciativa privada.
◦ As regras de avaliação ficam nos regulamentos de treinamento que tem apenas diretrizes designadas
pelo Instituto Federal de Ensino Vocacional, a construção desses regulamentos ficam mais pulverizadas
entre a iniciativa privada e as câmaras.

64
África do Sul

65
Contexto
Características da educação na África do Sul
Primário
◦ Escolaridade obrigatória: 7-16 anos
Duração: 6 anos ◦ Programas VET no secundário duram geralmente 3 anos.

TVET organizado em sistema de níveis e certificações


Secundário
Escolaridade (lower) ◦ National Qualifications Framework - NQF estabelece os níveis esperados
obrigatória 3 anos
de conhecimento e habilidades para cada certificação
◦ A TVET atende os níveis dois, três e quatro do National Qualifications
Secundário Sênior Secundário TVET Framework (NQF).
Certificado NCV2
(upper) (upper) ◦ Os alunos devem completar um número mínimo de anos para receber
1 ano um diploma geral de conclusão do ensino secundário - National Senior
3 anos 3 anos
Certificate (NSC) ou um National Certificate (Vocacional) que possui
Certificado NCV3 diferentes níveis (NCV 2 / NCV 3 / NCV 4).
2 anos ◦ O NCV III pode ser considerado equivalente ao National Senior Certificate
(NSC) se os alunos também tiverem obtido aprovação em inglês e em
Terciário Certificado NCV4 afrikaans. NCV 2 e NCV 3 também são concedidos na conclusão de um ou
dois anos de treinamento vocacional, respectivamente.
3 anos
◦ Depois de concluir essa etapa da educação, os alunos podem continuar
com a escolaridade acadêmica ou se inscreverem no ensino
profissionalizante intermediário em faculdades técnicas, faculdades
comunitárias ou faculdades particulares.

66
Contexto
A Lei n.º 67 em 2008 instituiu o National Qualifications Framework (NQF) como um sistema
único integrado.
Toda a educação e treinamento na África
do Sul se enquadra neste framework, que
estipula padrões para qualificações gerais
e parciais. Existem dez níveis no NQF:
◦ O nível 1 se refere à educação básica obrigatória;

◦ Os níveis 2 a 4 equivalem às séries do ensino


médio regular ou vocacional;
◦ 5 a 7 são diplomas universitários e qualificações
técnicas;
◦ 7 a 10 são os níveis universitários.

67
Contexto
O TVET na África do Sul tem diversos provedores:
◦ Escolas Técnicas/Vocacionais – públicas e privadas
◦ Escolas de Ensino Médio
◦ Centros técnicos

Seis programas / qualificações vocacionais iniciais diferentes podem ser identificadas a partir da
provisão:
◦ Principalmente em escolas de TVET:
1. Os programas NC (V) incluem linguagem, computação e life skills, matemática e uma série de disciplinas técnicas
agrupadas em 19 linhas de orientação ocupacional (engenharia, estudos de negócios, agricultura, comércio etc.).
Estudantes em tempo integral após um ano ganham o NCV 2 e após três anos estão aptos para qualificação final
do NCV 4. Em teoria, os alunos podem sair com um NCV 2 ou 3 com algum valor de mercado de trabalho.
2. Programas N ou Nated incluem uma sequência de qualificações ‘parciais’ N1 a N6. Em princípio, cada nível leva
um semestre (trimestre em alguns casos), de modo que todo o programa pode ser concluído em três anos. Mas,
além de obter essas qualificações parciais, o aluno deve demonstrar 2.000 horas de experiência de trabalho para
obter o diploma Nated, que concede uma licença para prática de trabalho.

68
Contexto
Seis programas / qualificações vocacionais iniciais diferentes podem ser identificadas a partir
da provisão:
◦ Em escolas do Departamento de Educação Básica
3. Escolas técnicas, oferecendo programas de tipo vocacional a partir da 8ª série em quatro campos de engenharia.
Esses programas conferem um certificado nacional sênior (geral) com um elemento vocacional.

◦ Principalmente financiado por Skills Levy por meio do SETAs (Skills Education Training Authorities)
4. Learnership envolve períodos de aprendizagem no trabalho, juntamente com ensino fora do trabalho em um
provedor de treinamento e leva a uma qualificação registada no NQF. Assume a forma de um acordo contratual
entre um empregador, um aluno e um SETA.
5. Apprenticeships diferem do Learnership porque são direcionados principalmente aos funcionários existentes, mas
também envolvem períodos de aprendizado no local de trabalho e fora do trabalho.
6. Occupational qualifications envolvem avaliações de diferentes ‘padrões de unidade’ de competências. Algumas das
qualificações podem ser altamente específicas e, na verdade, específicas da empresa - elas também são financiadas
pelo SETAs. Eles envolvem uma avaliação por um avaliador registrado de habilidades específicas, prestando-se ao
reconhecimento de aprendizagens anteriores.

69
Organização
Regulação em nível nacional:
◦ Department of Higher Education and Training (DHET).
◦ Ações são centralizadas no DHET – a principal responsabilidade é desenvolver políticas, normas e padrões.
◦ Outras responsabilidades incluem: o desenvolvimento de um currículo nacional, registro de instituições privadas para programas de
TVET e financiamento e atualização da implementação de políticas.
◦ Technical and Vocational Education and Training (TVET) – setor específico voltado para o TVET com diferentes “diretorias”:
◦ TVET Chief Directorates - responsáveis por: programas e qualificações, planejamento de sistemas e suporte institucional, exames e avaliações,
planejamento financeiro e coordenação.
◦ TVET Directorates – responsáveis por: desenvolvimento e suporte de currículo, inovação curricular, monitoramento e avaliação, escolas públicas de
TVET, escolas particulares de TVET, resultado e certificação, gerenciamento e monitoramento de exames.
◦ The National Skills Fund - estabelecido para apoiar habilidades prioritárias e pesquisas inovadoras em programas de alto nível
direcionados para o trabalho.
◦ The Professional, Vocational, Technical and Academic Learning (PIVOTAL) - foco no fornecimento de acesso a estágios profissionais,
aprendizagem integrada ao trabalho, apprenticeship, learnerships, programas de habilidades.
◦ The Sector Education and Training Authority (SETA) - principal fonte para fornecer informações confiáveis ​sobre a oferta e a
demanda por habilidades - atua como uma ponte entre os alunos e os locais de trabalho, criando intervenções e moldando soluções
nas demandas de habilidades dentro de um determinado setor. Atualmente, são mais de 20 SETAs para diferentes setores
produtivos.

70
Organização
Principais autoridades de qualidade de TVET na África do Sul:

◦ South African Qualifications Authority (SAQA) - composto por partes interessadas na educação e
formação que supervisionam o desenvolvimento e implementação do NQF. Sob eles, os organismos
nacionais de normalização geram e recomendam qualificações e padrões. Dentro do SAQA, o
Education and Training Quality Assurance Regulations (ETQA) é responsável ​pelo credenciamento de
provedores de educação e treinamento.
◦ Council for Quality Assurance in General and Further Education and Training (UMALUSI) - garante
que os provedores de educação tenham a capacidade de fornecer e avaliar qualificações e programas
de aprendizagem. São responsáveis ​por certificar NCV, NSC, certificados profissionais sênior etc.
◦ Quality Council for Trades and Occupations (QCTO) – conselho responsável pelo estabelecimento e
gestão do Occupational Qualification Sub-framework (OQSF - qualificações associadas a um comércio,
ocupação ou profissão) e pela educação e treinamento no local de trabalho.

71
Organização
Participação dos setores econômicos:
◦ Juntamente com a SETA, empregadores corporativos e empresas estatais cooperam com as instituições
de educação e treinamento para fornecer treinamento e pessoal para atender às necessidades
educacionais. Uma vez que a SETA é apoiada por empregadores e trabalhadores, eles são considerados
uma voz confiável e autorizada sobre habilidades.
◦ UMALUSI e Quality Council for Trades and Occupations (QCTO) - a fim de manter padrões confiáveis ​para
o local de trabalho.

Construção de currículo:
◦ Framework nacional a partir dos diferentes níveis de qualificação do NQF.
◦ O National Curriculum Statement Grades R-12 (NCS) estipula a política sobre currículo e avaliação no
setor escolar - um único documento abrangente de Currículo e Política de Avaliação foi desenvolvido
para cada programa.

72
Currículos
Na África do Sul, os currículos de TVET são organizados a partir do Currículo Nacional, levando em
consideração os diferentes níveis de qualificação do NQF.
◦ Há uma matriz de disciplinas para cada programa vocacional, contendo: disciplinas fundamentais (gerais), vocacionais
compulsórias e opcionais.
◦ Provedores privados podem alterar os currículos, desde que sua oferta atenda às normas e padrões mínimos
estabelecidos nacionalmente.

Para cada programa, há um National Curriculum Statement (NCS) com diretrizes sobre o currículo, contendo:
◦ Mínimo de horas/créditos para cada disciplina;
◦ Tópicos principais do currículo vocacional;
◦ Divisão entre créditos e componentes fundamental e vocacional.
As disciplinas fundamentais, independente do curso, são:
◦ Um idioma oficial no nível de Língua Nacional;
◦ Um idioma oficial adicional;
◦ Matemática;
◦ Habilidades para a Vida - compreendendo conhecimentos básicos, Artes Criativas, Educação Física e Bem-Estar Pessoal e
Social.

73
Avaliação
Certificação
◦ National Certificate (Vocational) (NCV) - O processo de exame é administrado e financiado pelo
Department of Higher Education and Training. Os departamentos provinciais são responsáveis ​pelo
acompanhamento dos exames.
◦ O NCV requer avaliações internas e externas. Ambas avaliações contém componentes práticos.
◦ Há um documento sobre o NCV para cada programa VET em cada nível com:
◦ Uma descrição do programa para cada um dos programas vocacionais;
◦ Diretrizes para ICASS (Avaliação interna);
◦ Diretrizes para ISAT (Avaliação externa);
◦ Tópicos de aprendizagem e learning outcomes;

74
Documento NCV - Science of Tourism - NQF Level 3

75
Avaliação
Certificação
◦ A Avaliação Contínua Interna (ICASS) – é de responsabilidade das escolas, mas supervisionado e monitorado por um órgão nacional - exige
que o aluno apresente um Portfólio de Provas com peso menor nas disciplinas fundamentais e peso maior nas disciplinas vocacionais.
◦ A avaliação externa (ESASS) é realizada por um organismo de avaliação público ou privado acreditado pela UMALUSI e consiste em um ou
uma série de trabalhos escritos para avaliar os jovens. A ESASS têm como parte obrigatória o chamado Integrated Summative Assessment
Task (ISAT) que varia conforme o curso vocacional e tem peso menor nas disciplinas vocacionais e peso maior nas fundamentais.
◦ O ISAT baseia-se na aprendizagem cumulativa dos alunos ao longo do ano. A tarefa requer aplicação integrada de competências e é
executada sob estritas condições de avaliação. A tarefa deve ser realizada em um “Ambiente Estruturado” ou simulado. O ISAT é o teste
mais significativo da capacidade dos alunos de aplicar o conhecimento adquirido.
◦ Duas abordagens para a tarefa de avaliação somativa integrada (ISAT):
◦ Os alunos são atribuídos a uma tarefa no início do ano que deverão realizar por fases ao longo do ano para obterem uma nota de avaliação. Uma avaliação final é
feita no final do ano, quando a tarefa é concluída.
◦ Os alunos alcançam as competências ao longo do ano, mas as competências são avaliadas cumulativamente numa única avaliação ou sessão de exame no final do
ano.
◦ A tarefa de avaliação (ISAT) é definida por um examinador nomeado externamente e é transmitida às escolas no primeiro trimestre do ano.
◦ Há também um exame nacional realizado no fim do ano pelos estudantes.
◦ Ao término do curso, os jovens recebem um certificado após ter concluído os requisitos do programa e cumprido os requisitos de
avaliação interna e externa, atingindo pelo menos: 50% em todas as disciplinas vocacionais, 40% em Life Orientation e língua estrangeira e
30% em Matemática.

76
Conclusão
Na África do Sul, a avaliação dos estudantes de TVET pode ser considerada centralizada:
◦ A certificação depende uma avaliação interna (escolas) e externa;
◦ Componente interno é supervisionado e monitorado por um órgão nacional;
◦ Avaliação externa é realizada por um organismo de avaliação público ou privado acreditado pela UMALUSI (Private
Assessment Bodies).
◦ Os organismos de avaliação privada devem demonstrar a capacidade de conduzir, administrar e gerenciar exames
nacionais e avaliações do aproveitamento do aluno;
◦ Os critérios de avaliação são uniformizados para todo o país – a UMALUSI é responsável por um processo de
Padronização dos resultados dos exames nacionais .

Currículos vocacionais parecem estar desatualizados e possuem pouco diálogo com o setor produtivo.
◦ Currículo nacional estabelecido tem pouca flexibilidade para adaptação dos provedores de treinamento para atender
às necessidades locais.
◦ A criação do Quality Council for Trades and Occupations (QCTO) em 2010 trouxe uma esperança para a reforma
curricular, já que seus objetivos incluíam, entre outros, desenvolver programas de substituição para currículos de TVET
desatualizados, mas, aparentemente, não houve muito progresso.

77
Inglaterra

78
Contexto
Ensino primário Características da educação na Inglaterra:
Duração: 6 anos ◦ Escolaridade obrigatória: 6-18 anos
◦ Final da educação obrigatória com o com a conclusão
Secundário
Certificados nível 2
do upper secondary education.
(lower)
3 anos 1-2 anos
TVET organizado em sistema de certificações
◦ O ensino técnico na Inglaterra tem um modelo
Secundário Certificado níveis 3
e4
integrado que permite que alunos e trabalhadores se
(upper)
Escolaridade
3 anos 1-4 anos movam entre o ensino profissional e pilares
obrigatória
acadêmicos.
◦ A construção e estrutura do ensino técnico aqui é
Pós-secundário Certificado nível 5
muito pulverizada entre diferentes empresas privadas
1 – 1,5 ano 1-3 anos credenciadas e órgãos do governo credenciadores.
◦ Dessa forma, a regulação desse sistema é pautada nas
Certificados níveis
Terciário
6,7 e/ou 8
dinâmicas de mercado entre os contratadores e as
empresas qualificadoras credenciadas.

79
80
Contexto
O TVET na Inglaterra tem diversos tipos de provedores:

◦ Secondary modern schools – escolas mais focadas em ensino vocacional no low secondary school
◦ Further education colleges – oferecem ensino profissionalizante desde o nível inicial (EQF 2) até o VET
superior (EQF nível 7). Os alunos podem frequentar faculdades FE em regime de tempo integral ou meio
período e combinar o estudo com um estágio.
◦ University technical colleges - instituições VET para jovens de 14 a 19 anos na Inglaterra . Formadas por
meio de parcerias entre universidades, faculdades e empresas para combinar os requisitos do currículo
nacional com as necessidades locais e incluir estágios.
◦ Provedores de treinamento independentes – muitas vezes trabalham ao lado de empregadores para
oferecer estágios.

81
Contexto
Existem diferentes ofertas de percursos profissionais tanto no upper quanto lower secondary
school:
Lower secondary:
◦ School based VET – estudo pode ser feito em período integral ou parcial junto com estágio.
Nesse curso os alunos podem adquirir as qualificações BTEC e o GCSE. Normalmente, os BTECs são
estudados em conjunto com outras qualificações.
As qualificações nesse nível podem proporcional ingresso no mercado de trabalho em profissões
específicas, mas nem todas estão vinculadas a um padrão ocupacional.
A intenção principal nesse nível, é preparar alunos para uma especialização profissional posterior.
◦ Apprenticeship – treinamento dividido entre escola e trabalho (20% tempo escola, 80% tempo estágio)
Nesse curso os alunos podem adquirir qualificações de Aprendiz Intermediário, BTEC ou NVQ.

82
Contexto
Upper secondary:
◦ College based VET – estudo pode ser feito em período integral ou parcial junto com estágio.
Nessa fase os alunos devem escolher a combinação de matérias mais adequada para sua escolha
profissional. Caso o alunos ainda não tenha conseguido o GCSE em inglês e matemática essas matérias
devem ser feitas nessa fase para adquiri-los.
As qualificações que podem ser adquiridas nessa fase são A-level, BTEC Nationals ou NVQ.
◦ Apprenticeship – treinamento dividido entre escola e trabalho (20% tempo escola, 80% tempo estágio)
Nesse curso os alunos podem adquirir qualificações de Aprendiz Avançado, BTEC Nationals ou NVQ
(National Vocational Qualification)

83
Organização
Regulação governamental
◦ Office of Qualifications ans Examination Regulation (Ofqual)
Departamento governamental não ministerial com jurisdição na Inglaterra. Ele é independente do
governo e reporta diretamente ao Parlamento.
Responsável pela regulamentação de qualificações vocacionais, ou seja, as instituições que dão as
qualificações para os alunos devem ser creditadas pela Ofqual.

◦ Office for Standards in Education, Children’s Services and Skills (Ofsted)


Departamento independente que também reporta diretamente ao parlamento.
Responsável pela inspeção e regulamentação das instituições de ensino e provedores de treinamento
que estão recebendo qualquer apoio financeiro do governo.

84
Organização
Regulação governamental
◦ Ministério da educação
Estabelece políticas e metas educacionais e fornece o link delas com o Plano Nacional de Produtividade e
Estratégia Industrial por meio do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial.

◦ Institute for Apprenticeships


Instituto dentro do ministério que regula a qualidade dos programas de aprendizagem no Reino Unido e
tem como meta atingir três milhões de aprendizes até 2020.

85
Organização
Regulação em nível setorial – Participação de atores da iniciativa privada
◦ Organizações certificadoras
O Reino Unido tem 155 organizações certificadoras aprovadas para emitir Certificados de Qualificações
Nacionais do Reino Unido (UK National Qualifications Certificates – Ex.: BTECS, A-Levels, NVQ e GCSE) com
autoridade governamental.
É possível que uma qualificação seja concedida por mais de uma organização credenciada, o que fornece
ao aluno / empregador uma escolha maior e mais competitiva.
As Organizações credenciadas são responsáveis por
• Desenvolver qualificações,
• Desenvolver metodologia de avaliação com a indústria,
• Vender comercialmente suas qualificações,
• Garantir que os provedores de treinamento estejam entregando um padrão comum de alta
qualidade.

86
Organização
Regulação em nível setorial – Participação de atores da iniciativa privada
◦ Conselhos de Competências Setoriais (Sectors skills councils)
Total de 18 conselhos
Os conselhos ajudam a identificar e preencher lacunas de habilidades, melhorar os padrões de
treinamento e impulsionar o investimento do empregador em habilidades.
Produzem e publicam Relatórios de Inteligência do Mercado de Trabalho regulares, desenvolvem Padrões
Ocupacionais Nacionais, desenvolvem Estruturas e Padrões de Aprendizagem, fornecem Garantia de
Qualidade de Aprendizagem e Certificação.
Colaboram com as Organizações Certificadoras para ajudar a desenvolver qualificações e permitir
avaliação e certificação delas.
Eles também colaboram com os Provedores de Treinamento para garantir o alinhamento das qualificações
e formação de formadores.

87
Organização

88
Qualificações
Na Inglaterra a cada etapa de ensino completa satisfatoriamente o aluno ganha uma
qualificação relativa ao tipo de curso que ele frequentou.
◦ BTEC (business and technical education council)
Qualificação supervisionada pela empresa Pearson e é relacionada ao trabalho, tendo uma combinação
de aprendizagem prática e teórica.
O aluno pode estudar para um BTEC junto com outros tipos de qualificações mais acadêmicas. Existem
mais de 2000 BTECs dentro de 16 setores, como:
• Ciências aplicadas
• Negócios
• Construção
• Saúde e seguridade social
◦ NVQ (national vocational qualification)
Qualificação baseada no trabalho que reconhece as habilidades e conhecimentos de que uma pessoa
precisa para realizar um ocupação. O candidato precisa demonstrar e provar sua competência na função
ou plano de carreira escolhido.
89
Qualificações
Na Inglaterra a cada etapa de ensino completa satisfatoriamente o aluno ganha uma
qualificação relativa ao tipo de curso que ele frequentou.

◦ GCSE (certificação geral de educação secundária)


Qualificações adquiridas a cada disciplina completa ao final do ensino secundário.
GCSEs em disciplinas vocacionais estão disponíveis nos três países do Reino Unido.
◦ A- Levels (Advenced level qualification)
Os A-levels são adquiridos ao final do ensino obrigatório, dessa forma são qualificações baseadas em
disciplinas que podem levar à universidade, estudos adicionais, treinamento ou trabalho.
Normalmente, os alunos podem estudar três ou mais A-levels ao longo de dois anos.

90
Avaliação
◦ Avaliação de qualificações (BTECS, NVQ, GCSE e A-levels)
Os programas de estudo que levam a qualificações formais são avaliados internamente em instituições de
ensino e locais de trabalho, se apropriado.
Entretanto, não são concedidos até que as avaliações tenham sido verificadas externamente por
organizações concedentes (também chamadas de bancas examinadoras) no Reino Unido.
Provedores de educação (Ex.: escolas) registrados como centros de exame por uma ou mais organizações
concedentes (Ex.: Pearson) podem realizar exames para as qualificações concedidas.
◦ Avaliação de treinamento prático (Estágios e apprenticeship)
A aprendizagem baseada no trabalho também é avaliada nos locais de trabalho por avaliadores qualificados.
O avaliador é chamado de endpoint e é independente. Ele deve ter conhecimento atualizado e completo e
experiência da ocupação específica e idealmente possuir uma qualificação de avaliador de Nível 3 (EQF 4).
A qualificação de avaliador pode ser adquirida nas organizações concedentes (Ex.: Caduk: competence
assessment development)

91
Avaliação - BTEC
A qualificação BTEC é supervisionada pela empresa Pearson. Ela concede autorização para as escolas se
tornarem centros de avaliação e certificação de BTEC.
Dentro da escola deve existir time responsável pelos cursos de BTEC, algumas figuras desse time são:
• Exams officer: figura administrativa da escola que cuida das qualificações que as escola dá
aos seus alunos.
• Quality moninee: contato direto com a Person para assegurar a qualidade do curso.
• Lead internal verifier (LIV): figura que é responsável pela área de consistência de avaliação
do programa. Ele terá contato próximo com o Standards Verifier da Pearson, que é
responsável por auxiliar na construção do processo de avaliação.
• Assessor (professor): o professor é o avaliador responsável em aplicar a avaliação.
O processo de avaliação para adquirir a qualificação tem uma parte interna e externa.

92
Avaliação interna - BTEC
Feita pela escola, a figura do avaliador é preenchida pela do professor, ele junto com o LIV vai desenhar a
avaliação.
Normalmente, realizadas após o conteúdo referente a um objetivo de aprendizagem ter sido ensinado. A
escola pode marcar uma avaliação para mais de um objetivo de aprendizagem.
Elas devem ser guiadas pelo Assignment Brief (AB) que é um documento sobre a tarefa que o aluno
deverá executar, nele existe um detalhamento dos componentes da avaliação como os critérios e
evidências que deve que o aluno completou aquela tarefa.
O AB pode ser o padrão oferecido pela Pearson, esse padrão alterado pela escola ou ser montado
inteiramente pela escola, sendo sempre alinhado com o Standards Verifier.
Ao final o professor preenche um formulário de avaliação informando quais critérios de foram atendidos e
quais não. Em seguida, esse formulário passa por uma verificação interna de outro membro do time BTEC
(LIV ou outro professor).

93
Avaliação interna - BTEC
Tarefa que
deve ser
feita

Especificações: tipo de qualificação,


objetivo de aprendizagem avaliado
Tipo de entrega

94
Avaliação interna - BTEC
Critérios de avaliação

Além dessas informações, o AB também


apresenta:
• uma situação/contexto do dia a dia daquela
vocação para que a tarefa seja feita;
• informações de fontes que poderão ajudar
o aluno nessa avaliação;
• instruções para o avaliador sobre como
avaliar a tarefa.

95
Avaliação externa - BTEC
Muitos programas BTEC requerem unidades de avaliação externas, dessa forma a Pearson fica responsável
por avaliar essas unidades.
A escola tem a responsabilidade de inscrever nessa prova os alunos que estão em programas que exigem
esse tipo de avaliação.
A forma dessas avaliações externas variam e podem ser trabalhos escritos e / ou tarefas, incluindo alguns
testes feitos por computador.
As notas das avaliações internas fazem parte da deliberação da avaliação externa.

96
Avaliação - NVQ
É uma qualificação baseada na habilidade do aluno em executar as habilidades necessárias para atender aos
padrões vocacionais de uma profissão.
Como essa qualificação pode ser creditada por mais de uma empresa encontramos várias formas de avaliação,
porém um padrão entre elas é que os alunos precisam mostrar evidências de que ele conseguiu usar essas
habilidades em uma situação de trabalho.
Essa prova pode ser feita de várias formas, dependendo da empresa certificadora:
• Portifólio: documento que contêm as evidências de tarefas, deveres e conquistas realizadas no
trabalho que é enviado para a empresa avaliadora.
• Observação: durante um período, avaliadores treinados pela empresa observam os alunos em seus
respectivos trabalhos para verificar se eles são capazes de completar tarefas e deveres envolvidos
nessa ocupação.
• Envio digital: na empresa SVT: vocational training as evidências podem ser enviadas digitalmente.
No NVQ o aluno não é reprovado. Se ele pode ser classificado como competente ou ainda não competente, no
segundo caso ele precisa fornecer evidências adicionais ou futuras.

97
Conclusão
o Na Inglaterra, a supervisão do ensino técnico está pulverizada entre
Estado e empresas privadas.
o A avaliação é feita dentro das escolas ou por organizações
concedentes.
oDessa forma, essas empresas tem o papel tanto de avaliar diretamente
o aluno, garantindo uma qualificação ou concedendo a uma escola o
direito de qualificar seus alunos.
oNão existe um currículo nacional, porém empresas como a Pearson
trabalham com um nível de detalhamento de habilidades bem
definido.
oDessa forma, o framework de avaliação depende muito de qual
empresa participa do processo de avaliação.

98
Finlândia

99
Contexto
Características da educação na Finlândia:
Primário ◦ Escolaridade obrigatória: 6-16 anos
Duração: 6 anos ◦ Não existe componente vocacional dentro do
ensino obrigatório.
Secundário
Escolaridade (lower) TVET organizado em sistema de certificações
obrigatória 3 anos
◦ O ensino vocacional na Finlândia pode seguir
Secundário Sênior
para o nível terciário de formação, que são os
(upper)
Initial VET (upper) cursos de Further VET and Specialist VET.
3 anos 3 anos
◦ No initial VET os alunos aprendem as habilidades
básicas necessárias em diferentes posições
dentro da área de atuação escolhida. Existe um
Terciário
nível de especialidade, porém menos do que nos
VET obtidos no nível terciário.

100
Contexto
O TVET na Finlândia tem diversos tipos de provedores:

◦ Vocational institutions – provedoras mais comuns, pertencentes aos governos locais,


indústrias ou setor de serviços. São responsáveis por mais de 75% dos alunos do
programa inicial VET.
◦ Specialized vocational institutions – pertencente a uma empresa privada ou
associação, como por exemplo indústrias de manufatura de carro.
◦ Special needs vocational institutions - associações e autarquias locais, como por
exemplo a Organização para saúde respiratória.
◦ Outras organizações – Polícia, bombeiros, escolas secundárias populares, escolas de
música

101
Qualificações
Na Finlândia, existem dois sistemas de ensino em que você pode adquirir qualificações
vocacionais, o sistema formal e o informal.
No sistema formal, existem 3 caminhos que os alunos podem seguir durante o upper secondary
school:
◦ School based programmes - duração de 3 anos e cada programa inclui pelo menos meio ano de
aprendizagem prática em locais de trabalho.
◦ Aprenticeship - treinamentos podem ser organizados de forma diversa tanto em ambientes de
aprendizagem institucionais quanto em locais de trabalho, bem como em ambientes de aprendizagem
online.
◦ Vocational special education - as instituições VSE fornecem instalações e serviços para alunos com
deficiências graves ou doenças crônicas. A instrução é dada em pequenos grupos e a ênfase na prática.
Os alunos também recebem orientação individual e apoio para seus estudos e vida cotidiana.

102
Qualificações
Na Finlândia existe uma preocupação em validar competências vocacionais de um indivíduo,
independentemente da forma de terem sido adquiridas, por isso eles desenvolveram um
sistema de certificação de qualificações informais
◦ Competence – Based qualifications (CBQ) - As pessoas podem concluir os CBQs demonstrando
suas habilidades vocacionais em testes de competência.
Existe um treinamento preparatório para CBQs, mas não é obrigatório para participar dos testes de
competência.
O sistema CBQs também oferece a todos os candidatos um plano individualizado nas seguintes três
fases:
• aplicação para CBQs e para o treinamento preparatório
• aquisição das habilidades profissionais exigidas
• conclusão das qualificações.
Os provedores de treinamento são responsáveis ​por orientar os candidatos durante esse processo.

103
Qualificações
O Quadro Nacional Finlandês de Qualificações (FiNQF) contempla todo sistema educacional do país e
descreve os níveis de profundidade das qualificações dos programas de ensino e outros módulos de
competência extensiva.
Existem oito níveis com base nas competências exigidas para cada formação estão em conformidade com
o quadro europeu de qualificações. Qualificações técnicas vocacionais ficam entre o nível 4 e 5.

Tabela dos níveis do quadro nacional de qualificações e os programas de educação referentes a


eles.
Nível 2 Programa de educação básica e educação preparatória para a vida profissional e vida
independente.
Nível 3 Estudos preparatórios para o ensino médio geral, educação preparatória para a
formação profissional e um programa avançado de educação básica em artes.

Nível 4 Programa geral do upper secondary, qualificações vocacionais do ensino médio e outras
qualificações profissionais.

Nível 5 Qualificações vocacionais especializadas.

104
Organização
Regulação governamental
◦ Ministério da Educação e Cultura (MEC)
Traça as linhas gerais e a estratégia das políticas educacionais.
Especifica as políticas de educação e regulamenta, orienta e financia o TVET.
Atuação é orientada por políticas definidas no Programa de Governo, no Documento de Estratégia do
Governo e no Plano de Desenvolvimento da Educação e Investigação.
◦ Conselho Nacional de Educação da Finlândia (FNBE)
Órgão especializado que decide sobre os currículos básicos nacionais.
Determina as competências profissionais requisitadas por cada qualificação e os métodos de
demonstração e avaliação dessas competências.
Coordena projetos nacionais para desenvolvimento da educação, o treinamento e o ensino.
Monitora os resultados da aprendizagem e antecipa mudanças nas demandas educacionais e de
qualificação.

105
Organização
Regulação governamental
◦ Agência Nacional Finlandesa para a Educação
Prepara os currículos básicos nacionais para a educação geral e a educação da primeira infância, e os
requisitos para qualificações vocacionais e baseadas em competências.
Essa documento consistem descrever:
• Um perfil de competências e habilidades necessárias para essa profissão
• Diretrizes para avaliação com descrição das habilidades e competências necessárias para
conclusão daquela qualificação profissional.
• Leque de ocupações que alguém com aquela certificação pode ter.
• Métodos oficiais de avaliação das competências para obtenção do certificado.

◦ Centro Nacional de Avaliação da Educação da Finlândia (FINEEC)


É responsável pela avaliação externa dos provedores de educação, a partir da análise dos dados dessas
escolas referentes a notas dos alunos, métodos de avaliação e de ensino.

106
Organização
Regulação governamental
◦ Os Comitês de Qualificação (QCs)
Órgãos indicados pelo FNBE para implementar os CBQs.
Organizar e supervisionar os testes de competência.
Monitorar a eficácia do sistema CBQs nas respectivas áreas de VET.

◦ Órgãos de administração regional


Implementam a formação contínua financiada pelo governo para professores nas suas respectivas
regiões.
Alocam bolsas para instituições vocacionais têm um propósito de desenvolver e/ou servir o mundo do
trabalho.
Gerenciam o Fundo Social Europeu (FSE) regional, que é alocado para desenvolver a aprendizagem no
trabalho.

107
Organização
Regulação em nível setorial – Participação de atores da iniciativa privada
◦ Comitês Nacionais de Educação e Treinamento (NETCs)
Órgãos consultivos tripartites nomeados pelo MEC para garantir contatos efetivos entre o setor de TVET e
o mundo do trabalho em nível nacional.
Os NETCs, como órgãos consultivos, participam do desenvolvimento e da antecipação de demandas para
ensino vocacional.
◦ Provedores de ensino VET
Decidem sobre a oferta de TVET em sua região dentro dos limites das diretrizes do MEC.
Decidem de forma independente sobre questões como o tipo de educação, treinamento oferecido e o
método de conclusão desses estudos.
Ao planejar suas operações, os provedores de TVET levam em consideração as necessidades educacionais
do mundo do trabalho e da população da região.
Preparam seus currículos de ensino profissionalizante com base nos currículos básicos nacionais.

108
Legislação
Na Finlândia, as disposições sobre TVET são definidas em Atos do Parlamento, dessa forma
existem diferentes decretos que regulam e dão diretrizes ao TVET.
◦ Lei de Educação e Formação Profissional
Uma das primeiras leis que tinha o objetivo de era aumentar as aptidões e competências profissionais e
satisfazer as necessidades de aptidões no local de trabalho, proporcionando as ligações entre escolas e
empregadores.
◦ O Decreto sobre Educação e Formação Profissional
Publicada em 2005, com intenção de validar a TVET informal (CBQ)
◦ Lei do Financiamento da Educação e Cultura
Mais recente das leis, 2009, define o sistema de financiamento do TVET.

109
Currículo
Na Finlândia, o conteúdo da qualificação foi ampliado
para apoiar percursos de aprendizagem individuais e
permitir flexibilidade e mudanças na vida profissional.
Dessa forma, o aluno escolhe suas unidades de
aprendizagem.
As qualificações vocacionais no ensino médio têm
unidades vocacionais e unidades comuns.
Os alunos podem concluir qualificações inteiras (Ex.:
encanador ou cabelereiro), partes delas ou unidades
menores, ou combinar partes de diferentes
qualificações com base em suas necessidades.

110
Avaliação - Interna
As competências profissionais exigidas para a conclusão dos módulos são demonstradas
através da realização de tarefas práticas baseadas em situações e processos reais de trabalho.
Os conhecimentos e competências do aluno são avaliados por um professor e um
representante da vida profissional e comparados com a competência definida nos requisitos de
qualificação.
O provedor de educação concede ao aluno um certificado de qualificação assim que a
qualificação tenha sido concluída de forma aceitável, de acordo com os requisitos de
qualificação estabelecidos pela Agência Nacional de Educação da Finlândia.

111
Hairdressing
and Beauty care
No caso dessa profissão, o aluno tem opções
de unidades de aprendizagem opcionais que
vão especializar sua atuação como
profissionais de beleza (Cuidados com cabelo,
cuidados com a pele, terapeuta de beleza ou
barbeiro)

112
Avaliação - Externa
A legislação finlandesa que regulamenta o VET exige que os provedores de educação
autoavaliem a qualidade e eficácia das suas atividades e qualificações oferecidas.
Eles devem monitorar seus resultados de aprendizagem internamente, criando um sistema de
auto-avaliação de qualidade que acompanha as atividades, notas e perfis de seus alunos.
A partir desse levantamento interno, o Centro Nacional de Avaliação da Educação da Finlândia
(FINEEC) faz uma avaliação externa. Ela envolve a avaliação dos resultados da aprendizagem por
meio de auditoria relacionada às atividades oferecidas pelas escolas ou a avaliação dos seus
sistemas de gestão da qualidade.

113
Avaliação - Externa
o Autoavaliação: mapeia informações relacionadas à implementação do treinamento,
gerenciamento, avaliação e desenvolvimento.
Ela envolve um grupo complexo de representantes de professores, pessoal de mercado,
alunos e gestão. O material de autoavaliação consistiu em uma avaliação baseada em uma
escala multinível e respostas abertas.

o Avaliação externa: os provedores de treinamento entregam seus dados para o centro de


avaliação e depois recebem feedback sobre suas próprias respostas em relação às
respostas de todos os provedores de treinamento.
O objetivo da avaliação é analisar se o conteúdo das evidências de aprendizagem
levantadas atende aos requisitos profissionais dos critérios de formação.

114
Conclusão
o Na Finlândia, o governo tem participação na supervisão e regulamentação do ensino técnico
de forma mais geral, a partir do estabelecimento de diretrizes.
oOs setores econômicos participam da elaboração do ensino técnico a partir de comitês
elegidos pelo MEC, como órgãos consultivos.
oO currículo e percurso dos alunos é muito flexível, pautado em um plano individual feito pelo
aluno com orientação de professores.
oUm diferencial nesse país, e a preocupação em qualificar conhecimentos vindos fora do
sistema forma, adquiridos em experiências de vida pessoais e profissionais.
oPor isso criaram o sistema de qualificação CBQ.
o A avaliação dos alunos tem caráter prático e é feita dentro das escolas, seguindo os requisitos
de qualificações preparados ela Agencia Nacional Finlandesa para Educação.
oExiste uma avaliação externa, porém ela é mais pautada na análise de dados de
monitoramento levantados pelas escolas e entregues ao centro de avaliação.

115
Coreia do Sul

116
Contexto
Primário Características da educação na
Duração: 6 anos Coreia do Sul
Secundário ◦ Escolaridade obrigatória: 6-15 anos
Escolaridade (lower) ◦ Programas VET no secundário duram 3 anos.
obrigatória 3 anos

TVET tem início no ensino médio


Secundário Secundário TVET
(upper) (upper)
3 anos 3 anos ◦ Após o ensino secundário (lower), os alunos podem escolher
se seguem um caminho mais acadêmico ou vocacional no
College Scholastic Ability Test (CSAT)
upper secondary, considerado um ensino técnico básico;
◦ Os alunos formados no caminho vocacional podem ir (após
Pós secundário realização de um College Scholastic Ability Test (CSAT)) para
TVET escolas profissionais de nível pós-secundário (não superior)
2-3 anos
ou universidades e faculdades politécnicas.
◦ As escolas de nível pós secundário (Junior College) tem como
Terciário
Terciário (geral)
(vocacional) objetivo formar técnicos de nível intermediário com sólida
formação teórica e técnica.

117
Contexto
O TVET na Coreia do Sul pode ocorrer em¹:
◦ Escolas de ensino médio geral pública ou privadas (1.561 escolas)
◦ Escolas de ensino médio especializadas pública ou privadas (692 escolas) – mais comum
◦ Meister High Schools (48 escolas) - se concentram em setores específicos e têm maior autonomia sobre
a gestão do currículo e operação escolar para melhor atender à demanda industrial. Todos os alunos da
Meister High Schools recebem uma bolsa de estudos e estão isentos do pagamento de mensalidades.

Escolas de ensino médio especializadas


◦ As escolas de ensino médio especializadas oferecem cursos 5 áreas principais: manufacturing industry,
IT business, vocational home economy, agriculture industry e ocean/fisheries.

1: Fontes http://english.moe.go.kr/sub/info.do?m=050101&page=050101&num=1&s=english
http://english.moe.go.kr/boardCnts/view.do?
boardID=282&boardSeq=80325&lev=0&searchType=null&statusYN=W&page=1&s=english&m=
0303&opType=N
118
Organização
Regulação em nível nacional
Na Coreia, é feita uma distinção entre vocational education e vocational training.

◦ Ministério da Educação – responsável pelo Vocational Education


◦ Ministério do Trabalho – responsável pelo Vocational Training
◦ Formação profissional para novos ingressantes no mercado de trabalho, trabalhadores atualmente empregados e
desempregados.
◦ Human Resource Development Division - responsável pela implementação de políticas de desenvolvimento de competências,
exames de qualificação nacional.
◦ Institutos de pesquisa
◦ The Korea Research Institute for Vocational Education and Training (KRIVET) e o Korea Labour Institute(KLI) são responsáveis ​
pela realização de pesquisas relacionadas à educação e treinamento vocacional. O KRIVET também realiza pesquisas sobre
estruturas de qualificação, desenvolvimento e fornecimento de programas de TVET, gestão de qualificações, avaliação de
institutos e cursos de TVET.

119
Organização
Participação dos setores econômicos:
◦ Envolvimento dos setores produtivos é maior quando há prática de aprendizagem e de trabalho envolvido (Vocational
Training).
◦ Industrial skills councils (ISC) – Organismo articulador dos setores industriais - atua em conjunto com o HRD Korea
para o desenvolvimento de standards nacionais de competências e padrões de qualificação, além de fazer análises da
oferta e demanda de trabalho.

Construção de currículo:
◦ Deve ser desenvolvido pelas instituições de TVET a partir do National Curriculum Framework, currículo nacional com
competências-chave gerais e específicas para cada área de conhecimento e a partir do National Competency
Standards (NCS) - base da qualificação de habilidades da educação e treinamento vocacional e das carreiras,
padronizado por autoridades públicas, como o governo ou o Conselho Setorial.
◦ O currículo nacional e as diretrizes regionais concedem flexibilidade a escolas de acordo com as características e
objetivos específicos de cada escola.
◦ Os alunos das escolas vocacionais cursam cerca de 40% de disciplinas gerais e 60% disciplinas vocacionais, além das
disciplinas eletivas. O primeiro ano é um conjunto comum de disciplinas acadêmicas, o segundo ano é uma
combinação de disciplinas acadêmicas e vocacionais e o terceiro ano inclui disciplinas vocacionais especializadas.

120
Currículo
Currículos de ensino médio vocacional baseados no NCS
◦ O National Competency Standards (NCS) define os padrões para os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para
executar um trabalho ou tarefa em cada indústria, com o objetivo de combinar o que as empresas exigem e o que as escolas
podem oferecer.
◦ O currículo concentra-se em práticas e treinamento de campo para ajudar os alunos a exercer plenamente suas competências no
local de trabalho após a formação.
◦ O currículo baseado no NCS busca educação prática. Os alunos são incentivados a aprender o conhecimento, as habilidades e as
atitudes, passando pelo processo de trabalho nas próprias instalações industriais.

Parte das escolas possuem “treinamento em campo” por meio do programa “Industry-Academia Integrated Apprentice
School” para aumentar o desempenho prático dos alunos
◦ Os períodos de treinamento de campo variam de um a três meses. Uma empresa com um bom ambiente educacional e de
segurança é designada como uma empresa líder e está qualificada para conduzir treinamentos de longo prazo e ter uma chance
precoce de recrutar alunos.
◦ As empresas que participam dos programas de treinamento de campo devem desenvolver um plano para um programa em
consulta com uma escola e implementá-lo no local de trabalho.
◦ O Ministério da Educação, o Ministério do Trabalho e as Delegacias Regionais de Educação colaboram para que um especialista em
mão de obra qualificada, como um advogado trabalhista, conduza uma investigação sobre a empresa para que os alunos possam
ser educados em um ambiente seguro e instrutivo.

121
Avaliação
Certificação
◦ Os alunos são avaliados por meio de testes e critérios das escolas, não há uma avaliação nacional - depois
de completar os créditos e avaliações necessárias, o estudante recebe um Vocational High School Certificate.
◦ Os alunos participantes do sistema dual aprovados na avaliação interna (que leva a uma certificação assinada
pela empresa ou centro dual) podem optar por passar por uma avaliação externa (do HRD Korea) que cobre
as competências básicas do NCS. A certificação da avaliação externa é concedida pelo governo.
◦ Os alunos de escolas de ensino médio acadêmico ou vocacional que desejam continuar para a faculdade
júnior, politécnica ou universidade devem realizar um College Scholastic Ability Test (CSAT).
◦ Os alunos precisam se sair muito bem no CSAT para garantir o ingresso. Para se preparar para este teste, a
maioria dos alunos sul-coreanos faz aulas preparatórias fora da escola.
◦ Reformas recentes, como a Política de Simplificação do Ingresso Universitário de 2013, têm se concentrado
em ampliar o leque de critérios considerados nas admissões universitárias, como parte de um esforço para
reduzir o foco intenso no CSAT. Além disso, a Coreia do Sul tornou o CSAT opcional para entrada em algumas
faculdades e universidades para alunos vindos do mercado de trabalho como parte de um esforço para
incentivar os alunos a trabalharem antes de irem diretamente para o ensino superior.

122
Avaliação
Mas é possível obter certificações técnicas/laborais individuais.
◦ O sistema de qualificação na Coréia é dividido em qualificações nacionais estabelecidas
e administradas pelo governo e qualificações privadas administradas por organizações
não afiliadas ao governo.
◦ As qualificações privadas são divididas em três grupos: qualificações privadas reconhecidas, qualificações
privadas registradas e qualificações intra-empresa (administradas por um único empregador ou um grupo
para o desenvolvimento das habilidades de seus funcionários) e abrangem setores que as qualificações
nacionais não incluem.

◦ O governo por meio do Ministério do Emprego e Trabalho supervisiona as qualificações


de acordo com a Lei Nacional de Qualificações Técnicas.
◦ A Coreia está atualmente no processo de desenvolvimento de um National
Qualifications Framework (NQF) para todos os programas vocacionais secundários e
pós-secundários. A estrutura de qualificações coreana será desenvolvida com base no
NCS.

123
Reformas e políticas educacionais
A Coreia do Sul tem buscado atualizar seu sistema educacional, tendo como principais
objetivos no TVET:
◦ Aumentar a porcentagem de alunos que ingressam no sistema.
◦ Alinhar os programas de VET e as necessidades do mercado de trabalho.
◦ Fortalecer o Sistema Dual (estabelecido em 2013) – cooperação entre escola e indústria por meio do programa
de aprendizagem no ensino secundário vocacional.

O governo coreano tem incentivado a política “Job First, University Later Program” / “Employment First,
Study While Working”para que os jovens ingressem no mercado de trabalho logo após o ensino
secundário.
◦ Há esforços contínuos para aumentar as taxas de emprego dos alunos do ensino vocacional e acomodar melhor
os alunos com experiência de trabalho no ensino superior por meio de ofertas de cursos especializados.
◦ Há vários incentivos para que os jovens cursem o ensino superior/técnico após ou durante a experiência laboral,
como ampliação dos cursos universitários para trabalhadores, auxílio- mensalidade, facilidades de ingresso,
cursos ead etc.

124
Conclusão
Na Coréia do Sul, a avaliação dos estudantes de TVET pode ser considerada
descentralizada:
◦ Avaliação e certificação dos estudantes são de responsabilidade das escolas de TVET, não há uma
avaliação nacional padronizada.
◦ Há uma divisão muito marcada entre Vocational Education e Vocational Training – o que parece
dificultar a integração entre formação educacional e qualificações laborais.
◦ Certificações externas voltadas para o setor produtivo existem, mas não estão vinculadas ao TVET
secundário.
◦ A Coreia está no processo de desenvolvimento de um National Qualifications Framework (NQF) para
todos os programas vocacionais secundários e pós-secundários que teria o papel de integrar
Vocational Education e Vocational Training.

125

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