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SAERJ2015
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
REVISTA PEDAGÓGICA
LÍNGUA PORTUGUESA
9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
gOvErNO DO EStADO DO riO DE JANEirO
Governador
Luiz Fernando Pezão
Secretário de Educação
Antonio José Vieira de Paiva Neto
Subsecretário Executivo
Amaury Perlingeiro do Valle
Chefe de Gabinete
Caio Castro Lima
EQUIPE AVALIAÇÃO
Alessandra Silveira Vasconcelos de Oliveira
Alessandro Jordão da Silva
Bruno Alexandre Barreiros Rosa
Danielle Domingos Soares
Eliane Martins Dantas
Jaqueline Antunes Farias
Monica Maria de Barros Xavier Santos
Reinaldo de Oliveira Ferreira
Saladino Correa Leite
Talita Santos Carvalho
Vanessa Karen Alves Barroso
Walter Soares Antonio Júnior
Prezados Educadores,
Antonio Neto
Secretário de Educação
Sumário
01
Por que avaliar a
educação no Rio de
Janeiro?
06 02
12
03
05
Como é a
avaliação no
SAERJ?
18
Como a escola
pode se
04
apropriar dos
resultados da
avaliação?
53
Como são
apresentados
os resultados do
SAERJ?
51
Prezado(a) educador(a),
Apresentamos a Revista Pedagógica da coleção de divulga-
ção dos resultados do SAERJ 2015.
As perguntas a seguir serão nosso roteiro para compreender
os resultados da avaliação.
Nos últimos anos, seja no âmbito dos sistemas ou das escolas, muito se tem falado
sobre a importância da avaliação externa. Mas, apesar de possuir sua legitimidade
ancorada nos princípios jurídicos e pedagógicos disseminados pelos documentos
normativos e orientadores da educação nacional, essa temática ainda tem provo-
cado alguma incompreensão entre os principais atores inseridos no meio escolar.
Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
É muito comum, no cotidiano da te, como os nossos alunos estão apren- Muitas vezes, alguns educadores
escola, depararmo-nos com as seguin- dendo. olham para um cartaz no corredor da
tes questões: como, de fato, a ava- Nesse sentido, fica difícil não reco- escola, ou mesmo uma revista do pro-
liação externa em larga escala pode nhecer a funcionalidade da avaliação grama de avaliação exposta em uma
contribuir para melhorar e aperfeiçoar e a sua inerência ao ato educativo. Em mesa na sala de professores, analisam
os processos educativos e os sistemas outras palavras, ao concebermos o pro- a distribuição dos alunos por Padrão de
de ensino? A avaliação externa pode cesso avaliativo como parte do proces- Desempenho e se perguntam: como
mesmo fornecer elementos que sinali- so educacional, se torna inviável com- esses resultados contribuem para mo-
zem caminhos para modificar o cená- preender a avaliação externa como um dificar a realidade da escola?
rio educacional? A avaliação externa fato isolado daqueles que ocorrem no Os resultados, por si só, não alte-
está a serviço de que e de quem? Ela âmbito escolar. Assim como a avaliação ram a realidade educacional, mas cum-
pode, mesmo, se configurar como um interna, a avaliação externa está dire- prem uma função fundamental: eles
elemento que está serviço do aluno e tamente relacionada ao currículo e aos apresentam um diagnóstico amplo so-
do professor? fins pedagógicos da escola, e guarda, bre quais competências foram desen-
Esses são alguns dos questiona- na sua natureza, a função de auxiliar a volvidas pelos alunos e quais são as
mentos que ainda permeiam os de- ação educativa, fornecendo informa- que ainda precisam ser desenvolvidas.
bates nas reuniões pedagógicas das ções sobre o ensino desenvolvido na Essas informações são essenciais para
escolas, as conversas informais que sala de aula, na escola e no sistema auxiliar quem, de fato, pode alterar a
ocorrem entre os professores na sala educacional. realidade da educação, por meio do
do café, ou até mesmo estão presen- Diante do exposto, é possível in- planejamento e da execução de ações
tes nas reflexões, muitas vezes solitá- ferir que a avaliação externa não é um pedagógicas.
rias, que fazemos sobre nossa prática fim em si mesmo, mas um meio, que Com base nessas demandas, esta
pedagógica. tem como referência uma matriz com- revista foi elaborada com o propósito
Sem dúvida, a avaliação externa posta por competências e habilidades de apresentar os resultados da escola
está a serviço da educação e fornece básicas que fazem parte do currículo, e do sistema de ensino em que está
informações preciosas sobre o proces- constituindo, dessa forma, uma impor- inserida, bem como oferecer elemen-
so de ensino-aprendizagem. Nessa tante ferramenta de planejamento, tos que auxiliem na apropriação dos
perspectiva, as informações coletadas monitoramento e replanejamento das resultados e na utilização destes para
e analisadas, através dos processos ações educacionais em âmbitos micro a elaboração de ações interventivas,
avaliativos (sejam externos ou internos), (escola) ou macro (sistemas de ensino). com vistas à melhoria do desempenho
constituem um retrato do que ensina- Mas a questão é: como nós, educado- educacional.
mos, como ensinamos e, principalmen- res, podemos utilizá-la como tal?
“
Sem dúvida, a avaliação externa está a serviço
da educação e fornece informações preciosas
sobre o processo de ensino-aprendizagem.
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
INTERNA EXTERNA
é aquela que ocorre no âmbito da escola. Nor- consiste em um modelo avaliativo pautado na
malmente, o agente que elabora, aplica, analisa, aplicação de testes e questionários padronizados,
corrige e comanda todo o processo avaliativo per- para um maior número de pessoas, com tecnolo-
tence à mesma realidade na qual o processo de gias e metodologias bem definidas e específicas
ensino e aprendizagem ocorre. para cada situação. Permite, sobretudo, retratar
como uma população está no que se refere à qua-
lidade do ensino e à efetividade de seu modelo
educacional.
Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida de desempenho dos estudantes submetidos a esse
tipo de avaliação: (a) a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e (b) a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Os resultados analisados a partir da Teoria Clássica dos Testes (TCT) são calculados de uma forma muito próxima
das notas dadas pelas avaliações realizadas pelo professor. Consistem, basicamente, no percentual de acertos em
relação ao total de itens do teste, apresentando, também, o percentual de acerto para cada descritor avaliado.
A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, permite a produção de uma medida mais robusta do desempe-
nho dos estudantes, porque leva em consideração um conjunto de modelos estatísticos capazes de determinar um
valor/peso diferenciado para cada item que o estudante respondeu no teste de proficiência.
A compreensão e análise dos resultados do desempenho dos alunos podem se constituir em um primeiro passo para
que a equipe pedagógica caminhe em busca do alcance das metas educacionais.
Nas seções a seguir apresentaremos as ferramentas necessárias para a interpretação dos resultados da avaliação
externa em larga escala.
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Seção 02
Matriz de Referência
O QUE É UMA MATRIZ DE
REFERÊNCIA?
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
I. PROCEDIMENTOS DE LEITURA
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das
D20 condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
D21 Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade
D2 de um texto.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.
D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
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Seção 03
O que é um item? 2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que ser-
vem de base para a resolução do item. Os itens de Mate-
O item é uma questão utilizada nos mática e de Alfabetização podem não apresentar suporte.
testes das avaliações em larga escala
3. Comando – texto necessariamente relacionado à ha-
bilidade que se deseja avaliar, delimitando com clareza a
Como é elaborado um item? tarefa a ser realizada.
O item se caracteriza por avaliar uma 4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis – os
única habilidade, indicada por um descri- distratores devem referir-se a raciocínios possíveis.
tor da Matriz de Referência do teste. O item, 5. Gabarito – alternativa correta.
portanto, é unidimensional.
Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que
um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções
serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a
seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios;
5 ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o
governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe.
E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda
combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no
mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de
10 cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha.
Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e
focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos
peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari.
Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista.
15 A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do
Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações
[...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...]
Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP)
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
CADERNO DE TESTE
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
91 x 91 x
7x 7x
CADERNO DE TESTE
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
Comparar resultados de di- Avaliar com alto grau de Comparar os resultados en-
ferentes avaliações, como o precisão a proficiência de tre diferentes séries, como
Saeb. alunos em amplas áreas de o início e fim do Ensino Mé-
conhecimento sem subme- dio.
tê-los a longos testes.
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
A Escala de Proficiência tem o objetivo de traduzir me- Os resultados dos alunos nas avaliações em larga esca-
didas de proficiência em diagnósticos qualitativos do de- la da Educação Básica realizadas no Brasil usualmente são
sempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho do inseridos em uma mesma Escala de Proficiência, estabeleci-
professor com relação às competências que seus alunos da pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
desenvolveram, apresentando os resultados em uma es- (Saeb). Como permitem ordenar os resultados de desempe-
pécie de régua em que os valores de proficiência obtidos nho, as Escalas são ferramentas muito importantes para a
são ordenados e categorizados em intervalos, que indicam interpretação desses resultados.
o grau de desenvolvimento das habilidades para os estu-
dantes que alcançaram determinado nível de desempenho.
Identifica letras *
Lê palavras *
Localiza informação D1
Identifica tema D6
ESTRATÉGIAS
DE LEITURA
Realiza inferência D3, D4, D5, D16, D17, D18 e D19
PROCESSAMENTO
Estabelece relações entre textos D20
DO TEXTO
* As habilidades relativas a essas competências não são avaliadas nessa etapa de escolaridade.
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0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
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Na primeira coluna da Escala, são apresentados As competências estão dispostas nas várias linhas
os grandes Domínios do conhecimento em Língua da Escala. Para cada competência, há diferentes graus
Portuguesa, para toda a Educação Básica. Esses Do- de complexidade, representados por uma gradação de
mínios são agrupamentos de competências que, por cores, que vai do amarelo-claro ao vermelho. Assim, a
sua vez, agregam as habilidades presentes na Matriz cor mais clara indica o primeiro nível de complexidade da
de Referência. Nas colunas seguintes são apresenta- competência, passando pelas cores/níveis intermediá-
das, respectivamente, as competências presentes na rios e chegando ao nível mais complexo, representado
Escala de Proficiência e os descritores da Matriz de pela cor mais escura.
Referência a elas relacionados.
Identifica letras
Lê palavras
Primeira
Perceber, a partir de um determinado Domínio, o grau de complexidade das
competências a ele associadas, através da gradação de cores ao longo da Es-
cala. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilida-
des relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que oriente o
planejamento do professor, bem como as práticas pedagógicas em sala de aula.
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Segunda Terceira
Ler a Escala por meio dos Padrões Interpretar a Escala de Proficiência a
e Níveis de Desempenho, que apresen- partir do desempenho de cada instância
tam um panorama do desenvolvimento avaliada: estado, DRP e escola. Desse
dos alunos em determinados intervalos. modo, é possível relacionar o intervalo
Assim, é possível relacionar as habilida- em que a escola se encontra ao das de-
des desenvolvidas com o percentual de mais instâncias.
estudantes situado em cada Padrão.
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
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BAIXO
Identifica letras
APROPRIAÇÃO DO
Reconhece convenções gráficas
SISTEMA DA ESCRITA
Manifesta consciência fonológica
Lê palavras
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ESTRATÉGIAS
Identifica tema
DE LEITURA
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NÍVEL DE DESEMPENHO 1
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
Noite quieta em Bagdá. O menino Jamil estava quase dormindo quando – vuuuuch!
– alguma coisa entrou voando pela janela de seu quarto. Abriu um olho: viu um tapete
flutuando no ar. Um tapete voador. Perdido. De quem seria?
Achou uma etiqueta no verso do produto: Legítimo tapete voador fabricado pelo mestre
5 Abu Zalman – 1001 Tapetes – Mercado Central – Bagdá.
Jamil escreveu rapidinho um bilhete para Abu Zalman, prendeu-o no tapete com um
alfinete... e despachou o extraviado de volta:
– Já pra casa, seu fujão!
O tapete pousou aos pés do mestre tapeceiro.
10 Abu Zalman leu o bilhete e alegrou-se:
– Que garoto gentil! Merece uma recompensa. Vou mandar um presente pra ele. Voando!
Com um bilhete carinhoso – Ao jovem Jamil, Beco do Camelo, Bagdá – enviou um tapete
para a noite estrelada.
– Tomara que esse chegue. – Zalman suspirou.
15 Porque seus novos tapetes mágicos tinham uma nova magia, que a velha mágica não
podia controlar. Era um defeito terrível: não faziam nada que seu mestre mandasse. Voavam
livres como pássaros. Solitários no céu, sem dono nem rumo. Caravanas de tapetes
voadores navegando no vento. Até que o vento fazia a curva e voltava, esparramando de
novo as areias do deserto.
20 Noite quente, sem vento. A menina Samira estava quase dormindo quando – vuuuuch! –
alguma coisa ventou dentro do quarto.
Ela abriu um olho:
– Um tapete voador! De quem será?
GUEDES, Luiz Roberto. Disponível em: <http://www.cronopios.com.br/cronopinhos/ineditos.asp?id=70>. Acesso em: 6 fev. 2012. (P050491BH_SUP)
(P050493BH) No trecho “– Um tapete voador!” (ℓ. 23), o ponto de exclamação foi usado para indicar
A) alegria.
B) irritação.
C) medo.
D) surpresa.
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INTERMEDIÁRIO
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APROPRIAÇÃO DO
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SISTEMA DA ESCRITA
Manifesta consciência fonológica
Lê palavras
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ESTRATÉGIAS
Identifica tema
DE LEITURA
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NÍVEL DE DESEMPENHO 2
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Lugar ao sol
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NÍVEL DE DESEMPENHO 3
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O perfume
A arte da perfumaria iniciou-se logo que o homem primitivo aprendeu a fazer o fogo e
descobriu que certas plantas desprendiam fragrâncias agradáveis quando queimadas.
O nome “perfume” deriva do latim per fumum ou pro fumum, que significa “através da
fumaça”. Isso vem demonstrar a mais antiga aplicação da mistura de fragrâncias de plantas
5 aromáticas, que eram utilizadas como oferendas.
Durante séculos, centenas de culturas desenvolveram atos simbólicos e religiosos onde
plantas raras e resinas aromáticas, queimadas nos altares dos templos, eram oferecidas
como sacrifícios, em busca do favor dos deuses. Com este objetivo eram utilizados o
sândalo, a casca de canela, as raízes de cálamo e vetiver, bem como substâncias resinosas
10 como mirra, incenso, benjoim e cedro do Líbano.
Poucas composições aromáticas da época foram transmitidas por escrito. Entretanto,
uma está registrada no livro do Êxodo, capítulo 30.
A composição utilizava quatro ingredientes naturais, muito empregados nos dias de hoje, mas
de forma mais refinada: mirra, cássia, cortiça de árvore de canela e óleo de cálamo aromático.
Disponível em: <http://migre.me/IPOeh>. Acesso em: 17 jun. 2011. (P090197C2_SUP)
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NÍVEL DE DESEMPENHO 4
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Texto 1
A língua de Avatar
[…] Em Avatar, o artifício mais engenhoso fica por conta do idioma concebido pelo linguista Paul
Frommer para o planeta Pandora, palco dos conflitos entre humanos e os seres da raça Na’vi.
Em 2005, Cameron entregou a Frommer, então chefe do departamento de Linguística da
University of Southern California, um roteiro que continha, entre outras coisas, 30 termos do que
viria a ser a língua fictícia – em sua maioria nomes de personagens e animais – cuja sonoridade
assemelhava-se à das línguas polinésias. A partir disso, o linguista criou um vocabulário alienígena
composto por mil palavras, com estruturas sintáticas e morfológicas emprestadas de diversas
línguas, com preferência pelas mais exóticas, como o persa e algumas africanas.
Texto 2
Klingon
Já a língua Klingon, da clássica franquia, Jornada nas estrelas, ganhou até dicionário, com
2 mil verbetes e 800 mil exemplares vendidos. O idioma surgiu em 1984 em Jornada nas Estrelas III:
à procura de Spock. Mais tarde, o linguista Marc Okrand foi contratado para o seriado Nova Geração
com a missão de elaborar uma estrutura sintática e lexical para a língua.
Para se ter uma ideia da repercussão do Klingon entre os fãs da série, foi criado um instituto
com base no trabalho de Okrand – o Klingon Language Institute (www.kli.org) –, que conta com
600 membros, diálogos em linguagem extraterrestre e até traduções de clássicos da literatura.
Língua Portuguesa, mar. 2010. p. 16-17. Fragmento. (P080195B1_SUP)
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ADEQUADO
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ESTRATÉGIAS
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DE LEITURA
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NÍVEL DE DESEMPENHO 5
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A estranha passageira
– O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de voo – e
riu nervosinha, coitada.
Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria
fazer-lhe bem. [...]
5 Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava
desajeitadamente. [...] Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar essa
operação [...].
Afinal estava ali pronta pra viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas
custas, a zombar do meu embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos
10 berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. [...] Olhava para trás, olhava
para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou
o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos para todos os lados.
O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens
para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos
15 e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta:
– Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?
Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em
caso de necessidade, saía-se por ela.
Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término
20 do “show”. Mesmo os que mais se divertiam com ele resolveram abrir jornais, revistas
ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.
Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do
lado da janela para ver a paisagem) e gritou:
– Puxa vida!!!!!
25 Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:
– Olha lá embaixo.
Eu olhei. E ela acrescentou:
– Como nós estamos voando alto, moço. Olha só... o pessoal lá embaixo até parece formiga.
Suspirei e lasquei:
30 – Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou voo.
PRETA, Stanislaw Ponte. Disponível em: <http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/ct/ct12/ct120929. php>.
Acesso em: 7 mar. 2014. (P090256F5_SUP)
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NÍVEL DE DESEMPENHO 6
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AVANÇADO
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 325 350 375 400 425 450 475 500
Identifica letras
APROPRIAÇÃO DO
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DE LEITURA
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NÍVEL DE DESEMPENHO 7
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
Quando acabou a etapa inicial do jogo Brasil x Paraguai, o placar acusava um lírico,
um platônico 0 x 0. Ora, o empate é o pior resultado do mundo. [...] Acresce o seguinte: de
todos os empates o mais exasperante é o de 0 x 0. [...]
Súbito, o alto-falante do estádio se põe a anunciar as duas substituições brasileiras:
5 entravam Zizinho e Walter. Foi uma transfiguração. Ninguém ligou para Walter, que é
um craque, sim, mas sem a tradição, sem a legenda, sem a pompa de um Ziza. O nome
que crepitou, que encheu, que inundou todo o espaço acústico do Maracanã foi o do
comandante banguense. Imediatamente, cada torcedor tratou de enxugar, no lábio, a baba
da impotência, do despeito e da frustração. O placar permanecia empacado no 0 x 0. Mas
10 já nos sentíamos atravessados pela certeza profética da vitória. Os nossos tórax arriados
encheram-se de um ar heroico, estufaram-se como nos anúncios de fortificante.
Eis a verdade: a partir do momento em que se anunciou Zizinho, a partida estava
automática e fatalmente ganha. Portanto, público, juiz, bandeirinhas e os dois times podiam
ter se retirado, podiam ter ido para casa. Pois bem: veio o jogo. Ora, o primeiro tempo
15 caracterizara-se por uma esterilidade bonitinha. Nenhum gol, nada. Mas a presença de
Zizinho, por si só, dinamizou a etapa complementar, deu-lhe caráter, deu-lhe alma,
infundiu-lhe dramatismo. Por outro lado, verificamos ainda uma vez o seguinte: a bola tem
um instinto clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque.
Foi o que aconteceu: a pelota não largou Zizinho, a pelota o farejava e seguia com uma
20 fidelidade de cadelinha ao seu dono. [...]
No fim de certo tempo, tínhamos a ilusão de que só Zizinho jogava. Deixara de ser um
espetáculo de 22 homens, mais o juiz e os bandeirinhas. Zizinho triturava os outros ou,
ainda, Zizinho afundava os outros numa sombra irremediável. Eis o fato: a partida foi um
show pessoal e intransferível.
25 E, no entanto, a convocação do formidável jogador suscitara escrúpulos e debates
acadêmicos. Tinha contra si a idade, não sei se 32, 34, 35 anos. Geralmente, o jogador de
34 anos está gagá para o futebol, está babando de velhice esportiva. Mas o caso de Zizinho
mostra o seguinte: o tempo é uma convenção que não existe [...] para o craque. [...] Do
mesmo modo, que importa a nós tenha Zizinho dezessete ou trezentos anos, se ele decide
30 as partidas? Se a bola o reconhece e prefere?
No jogo Brasil x Paraguai, ele ganhou a partida antes de aparecer, antes de molhar a
camisa, pelo alto-falante, no intervalo. Em último caso, poderá jogar, de casa, pelo telefone.
RODRIGUES, Nelson. Disponível em: <http://goo.gl/OcttjP>. Acesso em: 15 out. 2013. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento. (P090295F5_SUP)
Esse item avalia a habilidade de os estudantes distingui- nativas traz um fragmento do texto composto apenas de um
rem um fato de uma opinião. Para avaliar essa habilidade, o fato.
suporte utilizado apresenta uma crônica esportiva que versa Para identificar o gabarito, é necessário que os estu-
sobre a participação decisiva de um experiente jogador da dantes analisem cada alternativa, reconheçam marcas de
seleção brasileira de futebol em uma partida contra a equipe subjetividade nos trechos “é o pior resultado do mundo”, “o
do Paraguai. mais exasperante” e “a bola tem um instinto clarividente e
A habilidade avaliada exige que os respondentes per- infalível”, alternativas A, B e D, respectivamente, e percebam,
cebam as marcas opinativas em contraposição ao relato dessa forma, que o trecho presente na alternativa C é o ga-
objetivo de ações ou fatos. Nesse caso, o comando para barito, uma vez que, nessa sentença, há somente a menção
resposta solicita que os avaliandos apontem qual das alter- a um fato relatado no texto.
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Texto 1
Saudades de minha terra
De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, Paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar
5 Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
10 Sabiá cantando no jequitibá [...].
Texto 2
Os caminhos da volta para o meio rural
As migrações de famílias rurais são parte de suas estratégias de reprodução social. O
elo de parentesco passa a ser, em todos os casos, a conexão entre o campo e a cidade. O
que tem grande relevância no retorno ao meio rural: associado ao maior acesso a políticas
públicas que chegam a estes pequenos municípios, o que tem garantido o atendimento
5 de necessidades básicas das famílias. [...] Se existem atrativos para a “volta”, também há
fatores de repulsão no meio urbano [...]. O primeiro, ligado à uma “ameaça” a ordem moral
camponesa e o segundo ligado ao desemprego estrutural. [...]
Esta reflexão, porém, trouxe mais indagações sobre o tema da “volta” para o campo,
considerando como elementos pertinentes para o retorno ao campo o acesso às políticas
10 públicas e setoriais da agricultura familiar, o que garantiria [...] acesso a recursos que
suprem as necessidades básicas, algo um tanto comprometido no meio urbano por onde
passaram estas famílias. [...]
DESCONSI, Cristiano. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/outros/5EncNacSobreMigracao/st3_
cam_volta_meio_rur.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2014. Fragmento.
(P070151F5_SUP)
No Texto 1, nos versos “Lá pro meu sertão, eu quero voltar/ Ver a madrugada, quando a
(P070152F5)
passarada” (v. 4-5), as palavras destacadas são exemplos de linguagem
A) culta.
B) informal.
C) científica.
D) técnica.
Nesse item, para avaliar a habilidade de identificar as lidade. Para realização de tal tarefa, eles perceberam que o
marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocu- uso do sufixo “-ada” em “passarada” é responsável por uma
tor de um texto, os estudantes tiveram que reconhecer os ideia de coletividade que é bastante comum em contextos
traços de informalidade presentes em uma letra de música comunicativos informais. Um pensamento semelhante ocor-
muito conhecida e de renomada importância para o cancio- re no que diz respeito à escolha do termo “pro” – contração
neiro popular. da preposição “para” com o artigo masculino “o”, objetivan-
Os respondentes que marcaram a alternativa B, o gaba- do a economia linguística, principalmente em situações de
rito, conseguiram identificar as marcas linguísticas que con- coloquialidade.
ferem aos versos da canção em análise um tom de informa-
48
Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
NÍVEL DE DESEMPENHO 9
49
SAERJ 2015 Revista Pedagógica
O cachorro, que todos dizem ser o melhor amigo do homem, vivia antigamente no meio
do mato com seus primos, o chacal e o lobo.
Os três brincavam de correr pelas campinas sem fim, matavam a sede nos riachos e
caçavam sempre juntos.
5 Mas, todos os anos, antes da estação das chuvas, os primos tinham dificuldades para
encontrar o que comer. A vegetação e os rios secavam, fazendo com que os animais da
floresta fugissem em busca de outras paragens.
Um dia, famintos e ofegantes, os três com as línguas de fora por causa do forte calor,
sentaram-se à sombra de uma árvore para tomarem uma decisão.
10 – Precisamos mandar alguém à aldeia dos homens para apanhar um pouco de fogo – disse
o lobo.
– Fogo? – perguntou o cachorro.
– Para queimar o capim e comer gafanhotos assados – respondeu o chacal com água
na boca.
15 – E quem vai buscar o fogo? – tornou a perguntar o cachorro.
– Você! – responderam o lobo e o chacal, ao mesmo tempo, apontando para o cão.
De acordo com a tradição africana, o cão, que era o mais novo, não teve outro jeito,
pois não podia desobedecer a uma ordem dos mais velhos. Ele ia ter que fazer a cansativa
jornada até a aldeia, enquanto o lobo e o chacal ficavam dormindo numa boa.
20 O cachorro correu e correu até alcançar o cercado de espinhos e paus pontudos que
protegia a aldeia dos ataques dos leões.
Anoitecia, e das cabanas saía um cheiro gostoso. O cachorro entrou numa delas e viu
uma mulher dando de comer a uma criança. Cansado, resolveu sentar e esperar a mulher
se distrair para ele pegar um tição.
25 Uma panela de mingau de milho fumegava sobre uma fogueira. Dali, a mulher, sem se
importar com a presença do cão, tirava pequenas porções e as passava para uma tigela
de barro.
Quando terminou de alimentar o filho, ela raspou o vasilhame e jogou o resto do mingau
para o cão. O bicho, esfomeado, devorou tudo e adorou. Enquanto comia, a criança se
30 aproximou e acariciou o seu pelo. Então, o cão disse para si mesmo:
– Eu é que não volto mais para a floresta. O lobo e o chacal vivem me dando ordens.
Aqui não falta comida e as pessoas gostam de mim. De hoje em diante vou morar com os
homens e ajudá-los a tomar conta de suas casas.
E foi assim que o cachorro passou a viver junto aos homens. E é por causa disso que o
35 lobo e o chacal ficam uivando na floresta, chamando pelo primo fujão.
BARBOSA, Rogério Andrade. Disponível em <http://www.ciadejovensgriots.org.br/Contos_Africanos_Infantis/Porque_o_cachorro_foi_
morar_com_o_homem.php>. Acesso em: 5 jul. 2011. (P091213RJ_SUP)
No trecho “Quando terminou de alimentar o filho, ela raspou o vasilhame e jogou o resto do
(P091214RJ)
mingau para o cão.” (ℓ. 28-29), o autor, ao utilizar o tempo dos verbos destacados estabelece
A) a conclusão de um fato.
B) a continuidade de uma ação.
C) a possibilidade de ocorrência de um fato.
D) a condução para a realização de uma ação.
Esse item avalia a habilidade de reconhecer o efeito de Assim sendo, os estudantes que optaram pela alterna-
sentido decorrente do uso de recursos ortográficos ou mor- tiva D perceberam que o efeito de sentido provocado pelo
fossintáticos. O suporte para o item é um conto de média uso do pretérito perfeito nas formas verbais em análise con-
extensão, mas de temática bastante atrativa para a etapa de fere uma ideia de término de uma ação, logo se chega à
escolarização avaliada. Para a realização da tarefa, os estu- conclusão de que os acontecimentos narrados já foram rea-
dantes precisariam compreender o efeito de sentido pro- lizados.
vocado pelo uso das formas verbais “terminou”, “raspou” e
“jogou”.
50
Seção 04
52
Seção 05
Existem diversos casos de apropriação dos resultados das avaliações em larga escala,
no interior das escolas. Esta seção traz um Estudo de Caso, que ilustra uma das várias
estratégias desenvolvidas para que esse processo seja efetivo e válido.
SAERJ 2015 Revista Pedagógica
“
início desse ano, ou então não con- as turmas, se os estudantes conse-
seguem apresentar conhecimentos guissem fazer essa relação inicial.
sobre termos que foram aborda- Gente, vamos organizar nossas
dos em etapas de escolaridade discussões. Isso deveria ser um as- [...] Bárbara considerava
anteriores. Eu tenho procurado for- sunto para a nossa reunião? Deve que a equipe pedagógica
mas de retomar esses conceitos e ser resolvido por todos os professo-
deveria rever algumas
modificar o modo como apresento res da escola? Não deveria ser uma
o conteúdo em sala, mas ainda te- ação da equipe de Língua Portugue-
estratégias da prática
nho encontrado muitas dificuldades sa? Questionou um outro professor. docente.
no desenvolvimento do conteúdo
54
Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
uma sala de recursos audiovisuais, gica deveria rever algumas estraté- terial com os resultados da avaliação
com computador e acesso à internet, gias da prática docente. entregue na escola, explicou que
além de televisão, aparelho de DVD, e A proposta inicial, pensada por todos eles poderiam apresentar, na-
uma lousa digital que chegou recente- Bárbara, consistia na opinião de to- quela reunião, a aprendizagem dos
mente. Procuramos trabalhar nossos dos os professores em relação ao estudantes com base nas avaliações
conteúdos em sala de aula de forma problema apresentado. Será que aplicadas em suas aulas, o que seria
contextualizada, fazendo uso de di- todos já haviam observado esse indispensável para a continuidade
ferentes projetos pedagógicos e de problema? Era um problema para to- do trabalho. Entretanto, a equipe po-
modo interdisciplinar. Mesmo assim, dos? Para isso, ela propôs que todos deria ter outro olhar para os alunos
não conseguimos alcançar o resultado fizessem uma espécie de estudo da escola, com base em habilidades
que desejamos no desenvolvimento dos resultados da avaliação realiza- e competências, como exemplificou:
de nossos estudantes. da por eles dentro da escola. Fernando – direcionando sua
Percebia-se ainda, nesta es- A coordenadora Miriam interfe- pergunta para um dos professores de
cola, um grande envolvimento e riu, nesse momento. Língua Portuguesa –, qual a avaliação
participação da comunidade nos Estou pensando, posso trazer que você consegue tecer, agora, em
eventos promovidos pela instituição, para a reunião, o resultados das relação aos alunos que concluíram o
tais como plantões pedagógicos, avaliações externas que acabaram 9°ano do ano passado?
reuniões escolares, festas culturais de chegar na escola, o que vocês Fernando, observando o pro-
(Festa Junina, Dia das Crianças, Na- acham? Perguntou Miriam, que pros- grama organizado para os estudan-
tal, Dia do Índio, Páscoa e outras). seguiu em sua fala. Não conheço tes do 9° ano, responde que, do que
Sempre que necessário, a escola muito bem, mas podemos pensar de havia sido planejado, poucos foram
podia contar com a presença de modo paralelo aos resultados que os alunos que tinham desenvolvido
pais e responsáveis na escola. vocês trouxerem. Os dados acaba- todo o conteúdo, pois tinham ido
A professora Bárbara sabia que ram de chegar, e os testes foram para o Ensino Médio com algumas
os estudantes da escola já haviam realizados pelos estudantes no final dificuldades em interpretação de
progredido, com as novas práticas do ano passado. texto em linguagem poética, não sa-
desenvolvidas. Entretanto, ela ainda Por que utilizar esses resulta- biam construir e identificar orações
observava alguns problemas para dos, se já sabemos o que nossos subordinadas, e faziam uso inapro-
serem resolvidos. Problemas es- alunos já aprenderam com a nossa priado, por exemplo, das preposi-
tes que não estavam relacionados avaliação? Foi o questionamento do ções, pois não compreendiam as re-
apenas à compra de equipamentos professor Marcelo, que lecionava a lações entre o verbo (ou o nome) e
e utilização de recursos pedagógi- disciplina de Matemática para algu- seu complemento (regência verbal
cos, nem a aspectos relacionados mas turmas da escola. ou nominal).
à gestão ou participação da família Miriam, que havia participado Tudo bem, Fernando, interrom-
na escola. Continuamente, Bárbara de algumas capacitações realizadas peu a coordenadora. Por que eles
considerava que a equipe pedagó- pelo CAEd e tinha observado o ma-
“
[...] por que não procuramos saber sobre essas dificuldades
consultando, também, os resultados das avaliações
externas?
55
SAERJ 2015 Revista Pedagógica
“
estão com dificuldades em interpreta- do que os estudantes preenchessem
ção de textos em linguagem poética. lacunas apresentadas na aprendiza-
Como se tratava Esse conteúdo está relacionado ao gem não somente de Língua Portu-
de um problema de contexto apresentado pela professo- guesa, mas de História, Geografia,
ra de Geografia. Vamos todos ver se Artes, Biologia, entre outros. Foi assim
todos, propuseram,
os resultados das avaliações externas que “nasceu”, na escola, o projeto “So-
desse modo,
apontam o mesmo? letrar”.
desenvolver um Miriam teve que se ausentar da A primeira etapa de desenvol-
projeto que pudesse sala alguns instantes para buscar o vimento do projeto foi dada pelas
envolver todas as material. Ao consultar o resultado do reuniões com os professores e a
9° ano do Ensino Fundamental, em coordenação, em que foram estipu-
disciplinas [...]
Língua Portuguesa, todos puderam ladas as fases de desenvolvimento
perceber que os estudantes que do “Jogo Vamos Todos Soletrar” e as
tinham essas dificuldades e por que alcançaram proficiência alocada no atividades que deveriam ser cumpri-
você não conseguiu resolver? padrão de desempenho mais bai- das por cada um. Na segunda etapa,
Fernando ficou quieto um tem- xo, conseguiam realizar operações foi dado início às atividades com os
po, mas respondeu o questionamen- relativas à realização de inferência estudantes.
to da coordenadora. Talvez porque de sentido de palavra ou expres- Nessa segunda etapa, várias fa-
eles não tenham desenvolvido con- são. Mas, ao observar o percentual ses foram realizadas. Todos tiveram
ceitos importantes nas etapas ante- de acerto por descritor, perceberam que, em um primeiro momento, cata-
riores, disse ele. que havia baixo percentual de acer- logar palavras importantes em cada
Então, por que não procura- to nos itens relativos a “inferir o sen- disciplina, formando o banco de pa-
mos saber sobre essas dificuldades tido de uma palavra ou expressão”, lavras. Sim, as palavras citadas por
consultando, também, os resultados ou “reconhecer o efeito de sentido Bárbara no início da reunião estavam
das avaliações externas? Com os decorrente da escolha de uma de- presentes no banco de palavras dos
resultados destes testes, podemos terminada palavra ou expressão”, alunos. E todos os professores, junto
verificar quais habilidades e compe- por exemplo. com seus estudantes, deveriam fazer
tências já foram desenvolvidas pe- Com isso, todos puderam per- o mesmo.
los estudantes. E assim, em vez de ceber o problema apresentado por Em seguida, foi realizada uma visita
uma análise por conteúdos progra- Bárbara. à biblioteca, com o professor de Língua
máticos, como regência verbal ou Depois desse momento, a coor- Portuguesa de cada turma. Nesta fase,
interpretação de texto, como você denadora e os professores se reuni- os alunos realizaram algumas consul-
citou, buscaremos compreender o ram outras vezes e perceberam que tas na internet, revisando a escrita das
que os estudantes desenvolveram apresentavam as mesmas dificuldades palavras selecionadas, o significado
em relação a habilidades e com- encontradas por Bárbara, para cada delas e a origem de cada uma. Para
petências, em diferentes etapas e disciplina. Todos, juntos, estudaram os isso, consultaram o dicionário e textos
disciplinas. resultados da avaliação que realizavam diversificados.
Vamos retomar o exemplo dado com seus alunos e passaram a consul- Ainda nessa etapa, os estudan-
pela professore Bárbara, sugeriu a tar, também, os resultados da avaliação tes retornaram à sala de aula e re-
coordenadora Miriam. Os estudan- externa. visaram as palavras com os profes-
tes estão com dificuldades em com- Como se tratava de um problema sores de cada disciplina, discutindo
preender o significado e escrita cor- de todos, propuseram, desse modo, aspectos referentes ao significado
reta das palavras e morfologia. Você, desenvolver um projeto que pudesse delas. Eles ainda tiveram que sele-
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
cionar as frases que seriam inseri- Na segunda fase, os alunos parti- alunos compreendendo um pouco
das no jogo, considerando o melhor cipantes puderam conhecer palavras mais do conteúdo apresentado em
contexto para cada uma. Nessa mais difíceis e concorrer com alunos sua disciplina? Para os alunos, era um
ocasião, foi importante, também, se- de outras turmas e etapas de escola- desafio a mais, todos queriam ser cam-
parar as palavras mais simples e as ridade: haveria o campeão do Ensino peões em soletração!
mais complexas, montando diferen- Fundamental e o campeão do Ensino Mas, e a professora Bárbara?
tes bancos de palavras para o jogo. Médio. Apesar do número reduzido Como estava? Ah, ela estava sa-
Pronto, estava montado o jogo! de alunos participantes, os demais tisfeita com o resultado do projeto,
Um mês antes do início de apli- continuaram acompanhando a gin- uma vez que pôde ver seus alunos
cação do jogo, a escola divulgou a cana e ajudaram no treinamento dos compreendendo melhor alguns ter-
“Gincana de Soletração” que seria colegas de classe, torcendo para que mos e citando-os em sala de aula,
realizada na escola e convidou todos eles fossem os campeões do evento. muitas vezes com base no dicioná-
os alunos a participarem do even- Mais uma vez, a realização foi condu- rio construído no projeto. Esse pro-
to. A partir desse período, os alunos zida por rodadas, quando era feito o jeto virou uma atividade regular na
começaram a praticar brincadeiras sorteio de uma palavra diferente para escola: o dicionário era atualizado
com o dicionário construído por eles, cada aluno. Do mesmo modo que na a cada gincana, que passou a ser
pois queriam estar preparados para o fase anterior, os alunos, na sua vez realizada anualmente pelos profes-
jogo de soletração. Logo, teve início a de soletrar, poderiam recorrer à apli- sores e alunos.
terceira etapa do projeto, com o mo- cação dessa palavra em uma frase Foi fácil perceber que os alunos
mento de aplicação do jogo. ou conhecer o seu significado. Ao passaram a se interessar mais pe-
A gincana foi conduzida da se- final da gincana, foram classificados las palavras novas apresentadas por
guinte forma: os alunos declararam três alunos do Ensino Fundamental cada professor e, por consequência,
estar dispostos a participar do jogo e três alunos do Ensino Médio, que compreenderam melhor o conteúdo
e foi realizada uma fase de soletra- receberam medalhas de ouro, prata abordado na sala de aula. Professores
ção com cada turma; a realização e bronze. e responsáveis puderam perceber,
deu-se por rodadas, quando, em Apesar de focar em um trabalho também, que o interesse por leitura
cada uma, era feito o sorteio de uma de soletração de palavras, o jogo foi aumentou, pois os alunos compreen-
palavra diferente para cada aluno; montado com o intuito de desenvolver deram que, como falado tantas vezes
os alunos, na sua vez de soletrar, conhecimentos sobre escrita e signi- pelo professor de Língua Portuguesa,
poderiam recorrer à aplicação des- ficado das palavras que eram vistas realizar leituras de textos ampliaria o
sa palavra em uma frase ou conhe- nas diferentes disciplinas de cada eta- vocabulário. Claro, com um melhor vo-
cer o seu significado e, quem acer- pa de escolaridade. A coordenadora cabulário, maiores seriam as chances
tasse a soletração, ia para a rodada Miriam percebeu o envolvimento de de realizar uma excelente gincana no
seguinte; as rodadas terminavam toda a escola, com alunos e profes- próximo ano!
quando restasse apenas um aluno. sores empenhados nas atividades
Dessa fase, um aluno de cada turma propostas em cada momento. Que
foi classificado para a fase seguinte. professor não ficaria feliz em ver seus
57
Seção 06
“
ortográfico; letramento sugere domínio poder compreender a realidade em
de habilidades de leitura e escrita neces- toda sua complexidade e, assim, exer-
sárias para uma participação efetiva e cer a cidadania de modo pleno.
competente nas diversas práticas sociais Nesse sentido, atividades que
que envolvem a língua escrita. apresentem aos alunos opiniões di-
Sob a perspectiva Daí a importância de se trabalhar, vergentes sobre um determinado tema
interacionista, o leitor/ em sala de aula, com diferentes gêne- podem auxiliá-los a desenvolver tal
ouvinte torna-se um ros textuais, que exercem variadas fun- habilidade. Assim, o professor pode
sujeito ativo na prática ções em nossa sociedade, para que os expor aos alunos alguns textos, que
alunos sejam familiarizados com toda podem até ser de gêneros diferentes,
de leitura e não mais essa diversidade textual. verbais ou não verbais, e pedir que, pri-
um leitor que apenas Essa perspectiva de ensino de Lín- meiro, identifiquem a temática de cada
deveria extrair ou gua Portuguesa apresenta-se bastan- um, como no exemplo a seguir (extraí-
te pertinente ao desenvolvimento de do do ENEM 2003):
decodificar passivamente
habilidades cobradas em avaliações
informações que seriam externas, aplicadas em larga escala,
intrínsecas ao texto
59
SAERJ 2015 Revista Pedagógica
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de traba-
lho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao
lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
(A) (D)
“Pensem nas meninas “Não sou nada.
Cegas inexatas Nunca serei nada.
Pensem nas mulheres Não posso querer ser nada.
Rotas alteradas.” À parte isso, tenho em mim todos
(Vinícius de Moraes) os sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)
(B)
“Somos muitos severinos (E)
iguais em tudo e na sina: “Os inocentes do Leblon
a de abrandar estas pedras Não viram o navio entrar (...)
suando-se muito em cima.” Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignora-
(João Cabral de Melo Neto) vam,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
(C) que eles passam pelas costas, e esquecem.”
“O funcionário público (Carlos Drummond de Andrade)
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada em arquivos.”
(Ferreira Gullar)
60
Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
Para a compreensão da questão é necessário que o d. A partir do ponto de vista dos trabalhadores represen-
estudante identifique a intertextualidade presente entre a tados.
pintura de Tarsila do Amaral e o trecho do poema de João
A alternativa que responde corretamente à questão é a
Cabral de Melo Neto, percebendo que tratam da mesma
letra D. É importante que o professor explicite isso, que ambos,
temática, por meios de expressão distintos: Tarsila compõe
o poema e a tela, abordam o assunto do ponto de vista dos tra-
um texto não verbal, imagético, apresentando uma série de
balhadores, como se nota logo na primeira palavra do poema:
rostos sobrepostos, em frente a uma estrutura que reme-
“Somos” – verbo conjugado na primeira pessoa, aquela que
te, pelas figuras cilíndricas em cinza escuro, representando
profere o discurso. Em vez de dizer “Eles são muitos severinos”,
chaminés, e pelo prédio atrás delas, a uma fábrica.
o poeta optou por dar voz àqueles que são normalmente silen-
O título do quadro, na legenda da figura, associado à
ciados, ou seja, em vez de falar sobre eles, são eles que “falam”
leitura de Nádia Gotlib sobre a obra, reforçam a referência
no poema. No quadro de Tarsila, esse efeito é provocado pela
à massificação do trabalho industrial e às condições precá-
representação direta dos operários, como se fosse um retrato,
rias de vida nas grandes cidades modernas. É importante o
como se eles olhassem diretamente para o espectador.
professor ressaltar que diversas etnias aparecem na obra,
Contudo, não basta que os alunos reconheçam as seme-
referindo à migração provida de diferentes regiões do Brasil
lhanças, mas também é preciso que percebam as diferenças
e do mundo para as grandes metrópoles, como São Paulo.
de ideias e opiniões entre textos que tratam da mesma temá-
Já os textos apresentados nas alternativas da questão
tica. Nessa perspectiva, o professor pode elaborar atividades
pertencem todos ao gênero poético, cuja especificidade é
objetivas, que apresentem aos alunos opiniões divergentes, de
provocar no leitor a fruição estética. Quatro deles abordam te-
modo que eles identifiquem-nas, como no seguinte exemplo:
máticas diferentes, mas o de João Cabral de Melo Neto, na al-
ternativa B, remete à temática da obra de Tarsila ao colocar a
todos como “muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de
abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima”. Tais versos
“
evocam a imagem de trabalho braçal, duro, extenuante, ao
qual Tarsila remete retratando a fisionomia dos operários com
um ar apático, cansado, triste – sentimentos que remetem às
péssimas condições de trabalho que marcaram o período de
grave crise econômica, deflagrada pela quebra da Bolsa de Lembremos, contudo, que não
Nova Iorque, período no qual o quadro foi produzido. E à lei- basta os alunos reconhecerem
tura de Nádia Gotlib quando diz que os trabalhadores, apesar
apenas semelhanças, mas também
de diferentes, “são iguais enquanto frente de trabalho”.
Tendo auxiliado os alunos a identificarem o tema em co-
diferenças de ideias e opiniões
mum entre a tela de Tarsila e o poema de Cabral, cabe ao pro- entre textos que tratem da mesma
fessor, no intuito de desenvolver neles a capacidade de reco- temática.
nhecer semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na
comparação entre textos que tratem da mesma temática, per-
guntar-lhes como tais textos abordam o tema – o que pode
ser feito por meio de uma questão objetiva, como a seguinte:
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SAERJ 2015 Revista Pedagógica
mento progressivo das notas de corte de todos os cursos b. Sistema de cotas no vestibular.
da UFMG nos últimos anos, desde 2013. É possível observar
c. Análise de dados.
também que as notas de corte de estudantes cotistas é, in-
variavelmente, mais baixa do que as notas dos estudantes d. Nota de corte do vestibular.
não cotistas; diferença que varia mais ou menos, dependen- e. Nenhuma das anteriores.
do do curso. A leitura deste dado, todavia, não deveria ser
Evidentemente, ambos os textos tratam do sistema de
feita dissociada dos dados, divulgados pela própria UFMG
cotas para ingresso em universidades, embora toquem nos
em 2015, que evidenciam que o desempenho de estudan-
assuntos apresentados nas alternativas A, C e D. Contudo,
tes cotistas, medido por suas notas, mostrou-se igual ou
tais alternativas apresentam elementos que servem à argu-
superior às notas de estudantes não cotistas ao longo do
mentação dos autores citados, e não ao tema central de
curso. Creio que tal ressalva seja de fundamental importân-
seus textos.
cia para que não retornemos ao discurso de que o ingresso
de estudantes cotistas, com notas de ingresso mais baixas,
Como ambos os textos abordam tal tema?
ameaçaria a qualidade das instituições de ensino superior.”
Rodrigo Ednilson a. Ambos são a favor.
Coordenador-Geral de Educação para as Relações
b. Ambos são contra.
Étnico-Raciais do Ministério da Educação
Jornal Estado de Minas, 26/01/2016. c. Apenas o texto I é contra.
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Língua Portuguesa - 9º ano DO Ensino Fundamental SAERJ 2015
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Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da reitoria)
Marcos Vinício Chein Feres
ISSN 1948-5456
CDU 373.3+373.5:371.26(05)