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ANTÓNIO GEDEÃO

Vida e Obras

Ana Lúcia Nº9, Daniela Prata Nº10


Biografia
 António Gedeão Rómulo Vasco da Gama de Carvalho
 Nasceu a 24 de novembro de 1906 vidno a falecer em 1997 com 92 anos.
 É um pseudônimo.
 Foi poeta, professor e historiador da Ciência portuguesa.
 Licenciou-se em Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a atividade de
docente.
 Foi importante na divulgação de temas científicos, e organizou obras no
campo da História das ciências e das instituições.
 Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma
homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem
de Santiago de Espada.
Obras e temáticas trabalhadas pelo autor
Estas são algumas das obras de António Gedeão, a grande maioria das
obras aborda a temática da ciência, dos sonhos e do amor.
 Autobiografia;

 Calçada de Carriche;

 Desencontro;

 Dia de Natal;

 Estrela de manhã;

 Lágrima de preta;

 Lição sobre a água;

 Pedra Filosofal;

 Rosa branca ao peito;

 Soneto;

 Mãezinha;
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
Eles não sabem que o sonho
tão concreta e definida
é vinho, é espuma, é fermento,
como outra coisa qualquer, bichinho álacre e sedento,
como esta pedra cinzenta De focinho pontiagudo,q
em que me sento e descanso, ue fossa através de tudo
como este ribeiro manso num perpétuo movimento.
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho que é Cabo da Boa Esperança,
é tela, é cor, é pincel, ouro, canela, marfim,
florete de espadachim, Eles não sabem,
base, fuste, capitel,
bastidor, passo de dança, nem sonham,
arco em ogiva, vitral, que o sonho
Colombina e Arlequim,
pináculo de catedral, passarola voadora, comanda a vida.
contraponto, sinfonia, pára-raios, locomotiva, Que sempre que um
máscara grega, magia, barco de proa festiva, homem sonha o
que é retorta de alquimista, alto-forno, geradora, mundo pula e
cisão do átomo, radar, avança
mapa do mundo distante,
ultra-som, televisão, como bola colorida
rosa-dos-ventos, Infante, entre as mãos de
desembarque em foguetão
caravela quinhentista, na superfície lunar. uma criança.
Tema do poema “Pedra Filosofal”
 O tema deste extenso poema é o cântico ao sonho, entendido como a
mola do progresso e da evolução do ser humano ao longo dos séculos. Ou
seja, o sonho é o elemento que leva o Homem a fazer avançar o Mundo, a
superar-se continuamente. Por outro lado, o sonho “é uma constante da
vida”.
Análise do poema
 António Gedeão associa o sonho humano à magia dos alquimistas, sugerindo que
aquele, qual pedra filosofal, transforma em ouro as fraquezas e as pequenas ambições
humanas.
 O sonho é tão frequente, concreto e definido na vida como diversas outras coisas: uma
pedra, um ribeiro, os pinheiros, as aves, etc. Estas diversas comparações que surgem no
início do texto sugerem que o sonho é uma coisa simples e, ao mesmo tempo,
complexa, porque é muito difícil de definir sugerem ainda que algo abstrato e subjetivo
pode ser transformado em algo tão concreto e definido como outra coisa qualquer.
 É o sonho que leva ao progresso humano em diversas áreas: a Arte, arquitetura, a
Técnica e a Tecnologia, a Geografia e a História, a Indústria… No caso português,
António Gedeão destaca o momento dos Descobrimentos, que permitiu que um
pequeno povo, sem grande poder ou equipamento minimamente adequado, apenas
com a sua coragem e o seu sonho, revelasse novas terras, novos povos, novas
civilizações ao Mundo. O Homem sonhou que existiam outros mundos além dos
conhecidos e sonhou que os poderia descobrir e, através da força imparável do sonho,
esses universos foram mesmo desvendados!
Conclusão da Análise
 Antes de concluir que, sempre que o Homem sonha, consegue alcançar
algo melhor do que aquilo que conhece, António Gedeão não deixa de
criticar todos aqueles que não sonham, pois não sabem que o sonho
comanda as suas vidas.
Em suma, sem sonho não há vida, sem sonho a vida não faz sentido.
Lágrima de Preta
Encontrei uma preta Mandei vir os ácidos,
que estava a chorar, as bases e os sais,
pedi-lhe uma lágrima as drogas usadas
para a analisar. em casos que tais.

Recolhi a lágrima Ensaiei a frio,


com todo o cuidado experimentei ao lume,
num tubo de ensaio de todas as vezes
bem esterilizado. deu-me o que é costume:

Olhei-a de um lado, Nem sinais de negro,


do outro e de frente: nem vestígios de ódio.
tinha um ar de gota Água (quase tudo)
muito transparente. e cloreto de sódio.
Tema e análise do poema “Lágrima de Preta”
 O tema do poema é uma reflexão sobre o racismo. O autor compara a
lágrima preta a uma lagrima de uma pessoa normal.
 O poema foi escrito em 1961 no início da guerra colonial. Apos a leitura
do poema, explica que relação poderá haver entre esse período da nossa
Historia e a intenção do poeta ao escreve-lo.
 O poema é uma mensagem com apelo á igualdade de raça humana.
Análise do poema
O sujeito poético analisa a lágrima de uma mulher negra.
 Recolhe-a e conduz a análise através dos processos químicos

 O poema está dividido em 3 partes: na 1° parte o sujeito encontra a preta

a chorar, na 2° parte a lágrima é sujeita a uma análise química e na última


parte o sujeito revela as suas conclusões.
 O poema é composto por seis quadras e os versos de 5 silabas

 A rima cruzada no segundo e último verso de cada estrofe é constante.


Conclusão do Poema
Depois de muita observação, o sujeito poético dá conta que a lágrima não
passa de uma lágrima banal.
 O poema remete-nos á ideia de racismo e de ódio que existe entre

culturas.

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