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QUESTÕES-PROBLEMA
Será que tudo aquilo que o ser humano faz constitui uma ação?
Há semelhanças entre o ato de alguém que mentiu para sair de uma situação delicada e o ato de uma
pessoa que inadvertidamente deixa cair no chão uma peça frágil?
A ação diz respeito aos atos conscientes praticados por um agente que tem a intenção e a vontade de os realizar,
direcionados para a obtenção de um determinado objetivo.
Nesse sentido, convém distinguir ação de ato. Será qualquer ato realizado pelo sujeito uma ação?
AÇÃO
Ato realizado por um indivíduo o qual tem consciência e intenção em o praticar.
ATO
Algo realizado por um indivíduo que poderá ser consciente ou inconsciente, com ou sem intenção.
Em conclusão:
- Todas as ações representam atos.
- Nem todos os atos são ações.
Adília Maia Gaspar, António Manzarra
Do Outro Lado do Espelho 10 • Filosofia 10.º ano
© Raiz Editora, 2021. Todos os direitos reservados.
REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO HUMANA
O CONCEITO DE AÇÃO HUMANA
Por exemplo:
Mentir para sair de uma situação delicada é um ato correspondente a uma ação na medida em que há uma
consciência, uma intenção e uma finalidade por parte do agente que o pratica.
Já deixar cair no chão uma peça frágil é um ato praticado por alguém, mas não constitui uma ação na medida em que,
apesar de haver consciência, não existe intenção do agente.
Uma vez que a ação é um processo mais complexo que a realização de um ato inconsciente, involuntário ou automático
existe um conjunto de elementos , relacionados entre si, que funcionam como uma rede, permitindo, desta forma, a
concretização de uma ação.
AGENTE
INTENÇÃO
FINALIDADE
FINALIDADE
MOTIVO
DELIBERAÇÃO
DELIBERAÇÃO
Processo de reflexão e análise sobre a ação a praticar ou às diversas possibilidade de agir.
Exame às vantagens e desvantagens que uma eventual ação poderá trazer.
Momento que antecede a decisão e, por isso, envolve uma escolha.
DECISÃO
DECISÃO
Momento em que o sujeito opta por uma determinada possibilidade de ação.
A decisão implica uma escolha por parte do sujeito.
Tomada de consciência de que a ação segue um rumo e não outros.
A decisão é um processo por vezes difícil e angustiante para o ser humano, na medida em que todas as ações têm
efeitos e consequências e o sujeito, como seu autor, terá de responder por elas, não sabendo se fez a escolha
acertada.
Apesar de prever o que poderá acontecer com a realização da sua ação, não existem certezas ou garantias que isso
sucederá efetivamente.
A incerteza em relação ao futuro, aquilo que pode acontecer fruto de uma ação e por esta produzir consequências,
pode, por vezes, ser geradora de angústia.
QUESTÃO-PROBLEMA
Apesar de ser o agente que realiza a ação e esta partir, supostamente, da sua vontade,
tal permite-nos garantir que é livre?
Em que medida a minha intenção e o meu agir desta ou daquela forma não são determinados por causas
anteriores?
Se uma ação é «movida» por motivos, em que medida não esses motivos a determinar (a causar) essa
ação?
E quando agimos por vezes contrariamente ao que tinhamos previamente decidido fazer, a ação é livre?