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Ligação química entre átomos e iões

Física e Química 10.º ano


Química
Ligação química entre átomos e iões

Tipos de ligações químicas

As substâncias podem ser formadas por átomos, por moléculas ou por


iões, que se associam através de ligações químicas.

Substância formada Substância formada


Substância formada
por moléculas. por iões.
por átomos.

1 Cromo, Cr. 2 Dicloro, Cℓ2. 3 Tricloreto de cromo, CrCℓ3.


Ligação química entre átomos e iões

Quando num sistema de dois ou mais átomos esses átomos se ligam,


formando, por exemplo, moléculas, a estabilidade do sistema aumenta.

Na molécula de di-hidrogénio, H2, uma molécula diatómica, as forças


elétricas entre os dois átomos de hidrogénio são de:

― repulsão entre núcleos;

― repulsão entre eletrões;

― atração entre núcleos e eletrões.


4 Molécula de di-hidrogénio, H2
Ligação química entre átomos e iões
No gráfico observa-se a evolução da energia potencial do sistema formado por
dois átomos de hidrogénio em função da distância internuclear, ou seja, da
distância entre os seus núcleos.

5 Gráfico da energia potencial de um sistema de dois átomos


de hidrogénio em função da distância internuclear.
Ligação química entre átomos e iões

Da análise e interpretação da informação gráfica podemos concluir que:

― quando os átomos estão afastados, sem qualquer interação entre


eles, a energia do sistema é zero;
Ligação química entre átomos e iões

― predominam as atrações e a energia do sistema diminui até atingir o valor


mínimo igual a
−436 kJ mol−1, para a distância internuclear de equilíbrio r0 = 74 pm. Estes
valores são determinados pelo equilíbrio entre forças atrativas e
repulsivas, que permite o estabelecimento da ligação H–H, ou seja, a
formação da molécula H2, e correspondem à máxima estabilidade do
sistema;
Ligação química entre átomos e iões

Para quaisquer moléculas diatómicas:

Há uma distância internuclear de equilíbrio, r0, para a qual as forças de


repulsão entre núcleos e entre eletrões são equilibradas pelas forças de
atração entre os núcleos e os eletrões.

― As atrações predominam para distâncias superiores a r0.

― As repulsões predominam para distâncias inferiores a r0.


― Quando a energia do sistema é mínima a sua estabilidade é

máxima, o que acontece para a distância r0.


Ligação química entre átomos e iões

Ligações covalentes

Numa ligação covalente, há partilha de


eletrões pelos dois átomos entre os quais se
estabelece a ligação.

Numa ligação covalente, há partilha de eletrões


pelos dois átomos entre os quais se estabelece
a ligação.
Formação da molécula de di-hidrogénio,
6 H.
2
Ligação química entre átomos e iões

Ligações covalentes

A ligação química entre dois átomos é


favorecida por eletrões partilhados que se
localizem na zona internuclear, ou seja, entre
os dois núcleos.

Formação da molécula de di-hidrogénio,


6 H.
2
Ligação química entre átomos e iões

Ligações metálicas

De modo geral, a ligação química entre átomos de metais explica-se


com base na partilha de eletrões de valência entre todos os átomos do
metal.

Chama-se ligação metálica e a partilha de eletrões não ocorre apenas na


proximidade de dois núcleos atómicos: dizemos que há uma partilha
deslocalizada de eletrões de valência.
Ligação química entre átomos e iões

Ligações metálicas

Os eletrões de valência dos metais são fracamente atraídos pelos


núcleos atómicos, devido à baixa energia de ionização, movem-se
livremente por todo o metal e são partilhados por todos os átomos,
sendo denominados eletrões livres.
Ligação química entre átomos e iões

Nos metais os átomos organizam-se em redes de átomos.

7 Ouro, Au e organização dos átomos no metal.


Ligação química entre átomos e iões

Ligação metálica:

― Predomina entre metais.


― Ocorre entre todos os átomos do metal por partilha deslocalizada
de eletrões.
― Explica a formação de redes de átomos, organizados numa
estrutura bem definida, em substâncias metálicas como Au, Li, Mg
….
Ligação química entre átomos e iões

Ligações iónicas

Os metais tendem a perder facilmente os seus eletrões, formando iões


positivos (catiões) e os não metais tendem a captar eletrões formando
iões negativos (aniões).

A formação de iões explica que entre metais e não metais se formem


ligações iónicas.

Na ligação iónica há transferência de eletrões de um metal para um não


metal com formação de catiões e aniões que se atraem.
Ligação química entre átomos e iões

A ligação é interpretada como sendo o resultado da transferência de


eletrões de um átomo de metal para um átomo de não metal e é
estabelecida entre os respetivos iões como, por exemplo, no fluoreto de
lítio. e–

Li F → Li+ F– → LiF

A ligação entre iões positivos e negativos


explica-se pela existência de forças de
atração, de natureza eletrostática, entre iões

8 Transferência de eletrões.
de cargas de sinal contrário.
Ligação química entre átomos e iões

A ligação iónica explica a formação de substâncias iónicas como, por exemplo,


os sais.
Nos sais, os catiões e os aniões organizam-se em redes iónicas.

Lente de fluoreto de lítio, LiF, e organização dos iões no


9 sal.
Ligação química entre átomos e iões

Ligação iónica:

― Predomina entre metais e não metais.


― Resulta da atração entre iões positivos e negativos formados por
transferência de eletrões entre átomos.
― Explica a formação de redes de iões organizados numa estrutura

bem definida, como LiF, MgH2, NaOH…


Atividade
Indique, para cada um dos exemplos, o tipo de ligação estabelecida:
1. Água, H2O.
2. Cobre, Cu.
3. Cloreto de Sódio, NaCℓ.
4. Metano, CH4.

Resolução:
1. Ligação covalente.
2. Ligação metálica.
3. Ligação iónica.
4. Ligação covalente
Ligação covalente I
Física e Química 10.º ano
Química
Ligação covalente I

A formação de moléculas decorre da ligação covalente entre átomos que


tendem a partilhar eletrões entre si para adquirirem estabilidade.

Para explicar a ligação covalente vamos usar um modelo, que decorre de


propostas apresentadas em 1916 pelo químico e físico norte-americano
Gilbert N. Lewis, conhecido por modelo de Lewis.

De acordo com o modelo de Lewis, os átomos e as moléculas representam-se


por símbolos químicos à volta dos quais se distribuem os eletrões de
valência.
Ligação covalente I

Estruturas de Lewis

Na representação das moléculas, através da localização relativa dos


eletrões de valência, é possível conhecer quantos eletrões partilhados
contribuem efetivamente para o estabelecimento da ligação – chamados
eletrões ligantes – e quantos eletrões de valência não contribuem para
a ligação – eletrões não ligantes.

Em torno do símbolo do elemento químico são representados os eletrões


de valência recorrendo a pontos • ou cruzes ×.
Ligação covalente I

Para a molécula de fluoreto de hidrogénio, HF:

As letras representam o Pontos • ou cruzes ×


××
símbolo do elemento. representam os eletrões
H• ×
F ×
×
×× de valência de cada
Dois eletrões de valência átomo.
contribuem efetivamente Seis eletrões de valência não
××
para a ligação química.
H •× F ×× contribuem para a ligação. Não se
Representam-se entre os ××
representam entre os dois símbolos
dois símbolos químicos – 2 químicos – 6 eletrões não ligantes.
eletrões ligantes
Ligação covalente I

Cada par de eletrões pode representar-se por um traço sendo


possível a seguinte representação para a molécula de fluoreto de
hidrogénio, HF:

A representação por • e × serve


apenas para distinguir os eletrões 1 Modelo molecular de HF: a distância
internuclear de equilíbrio é 92 pm.
provenientes de um e de outro átomo,
ainda que, na molécula, eles não se
distingam.
Ligação covalente I

Para realizar o modelo de Lewis primeiro é preciso conhecer o número de


eletrões de valência dos átomos que originam as moléculas.

Essa informação pode obter-se:

― consultando a Tabela Periódica, pelo nome ou símbolo químico;

― escrevendo a configuração eletrónica a partir do número atómico, Z.


Ligação covalente I

Eletrões de valência dos átomos de H, F, O e N.

Localização na Configuração Eletrões de


Elemento
tabela periódica eletrónica valência
Hidrogénio, H (Z=1) Grupo 1 1s1 1
Flúor, F (Z=9) Grupo 17 1s2 2s2 2p5 7
Oxigénio, O (Z=8) Grupo 16 1s2 2s2 2p4 6
Nitrogénio, N (Z=7) Grupo 15 1s2 2s2 2p3 5

A representação de Lewis para estes átomos é:


Ligação covalente I

Os quatro lados do símbolo químico estão preenchidos, cada um dos quais


com um máximo de dois eletrões por lado.

Para haver formação de moléculas, os átomos partilham eletrões ficando


com oito (ou dois, no caso do hidrogénio) eletrões de valência uma vez que 2
eletrões de valência no subnível 1s ou 8 eletrões de valência nos subníveis ns,
np de um mesmo nível n são critérios de estabilidade dos átomos.

As moléculas são mais estáveis do que os respetivos átomos isolados.


Ligação covalente I

Na molécula de di-hidrogénio, H2, há 2 eletrões de valência, um por cada


átomo.
A partilha dos dois eletrões pelos dois átomos assegura a ligação e
também permite que cada átomo fique com dois eletrões de valência
adquirindo assim maior estabilidade. 2 eletrões de valência

2 eletrões ligantes

2 eletrões de valência
Ligação covalente I

Na molécula de diflúor, F2, há 14 eletrões de valência, pois cada átomo


contribui com sete eletrões de valência.
Dois dos eletrões partilhados asseguram a ligação e permitem que cada
átomo fique com oito eletrões de valência.
8 eletrões de valência

2 eletrões
8 eletrões de valência
ligantes
Ligação covalente I

Em H2 e F2 a ligação é assegurada por um par de eletrões (dois eletrões)


ligantes – estabelece-se uma ligação covalente simples.

2 Modelo molecular de H2 e F2 – ligação covalente simples.


Ligação covalente I

Na molécula de dioxigénio, O2, cada átomo contribui com seis eletrões de


valência e, por isso, há 12 eletrões de valência.
Quatro dos eletrões partilhados permitem que cada átomo fique com oito
eletrões de valência e asseguram a ligação entre eles.

4 pares de eletrões não 8 eletrões de valência


ligantes

4 pares eletrões
ligantes 8 eletrões de valência Ligação covalente
dupla
Ligação covalente I

Cada átomo de oxigénio está com oito eletrões de valência, uma vez que os
eletrões na zona entre os átomos são partilhados por ambos.

A ligação é, neste caso, uma ligação covalente dupla, já que há dois


pares de eletrões ligantes que asseguram a ligação OO.

Modelo molecular de O2 – ligação


3
covalente dupla.
Ligação covalente I

Para a molécula de dinitrogénio, N2:


8 eletrões de valência
2 pares de eletrões não
ligantes

6 pares eletrões 8 eletrões de valência Ligação covalente


ligantes
tripla

Neste caso existe uma ligação covalente


tripla: há três pares de eletrões ligantes a Modelo molecular de N2 – ligação covalente
4 tripla.
assegurar a ligação NN.
Ligação covalente I

Ligação covalente:
― Pode ser simples, dupla ou tripla;
― Todos os eletrões de valência são partilhados.
No balanço global da partilha destacam-se os eletrões ligantes que são
os que efetivamente asseguram a ligação.

Regra do octeto:

Os átomos ligam-se partilhando eletrões de forma que cada um fique


com oito eletrões de valência (dois, no caso do hidrogénio).
Ligação covalente I

As moléculas com mais do que dois átomos são tratadas de modo


semelhante.
Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de
Lewis da molécula de metano, CH4:
2 eletrões

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões

2 eletrões
Ligação covalente I

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de amoníaco, NH3:

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões
2 eletrões
Ligação covalente I

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de água, H2O:

8 eletrões
2 eletrões

2 eletrões
Ligação covalente

Representação, com base na regra do octeto, da fórmula de estrutura de


Lewis da molécula de dióxido de carbono, CO2:

8 eletrões
8 eletrões 8 eletrões
Ligação covalente I

Número de eletrões de valência na


Substância molécula
Molécula Número de ligações covalentes
molecular Não
Total Ligantes
ligantes

CH4 4 ligações covalentes simples


Metano 8 8 0
C–H

NH3 3 ligações covalentes simples


Amoníaco 8 6 2
N–H

H2O 2 ligações covalentes simples


Água 8 4 4
O–H
Dióxido de CO2 2 ligações covalentes duplas
16 8 8
carbono C═O
Ligação covalente I

Ligação covalente:

Há partilha de eletrões entre átomos.

― eletrões ligantes: eletrões que asseguram a ligação;

― eletrões não ligantes: eletrões que não afetam a ligação.


Ligação covalente I

Uma ligação covalente pode ser:

Simples Dupla Tripla


– ═ ≡
1 par… 2 pares… 3 pares…
… de eletrões ligantes;
2 eletrões… 4 eletrões… 6 eletrões…
…partilhados contribuem para a ligação.
Atividade
Classifique cada uma das seguintes afirmações em verdadeira ou
falsa.
1. Na molécula de dicloro são partilhados 4 eletrões.
2. No amoníaco só se estabelecem ligações covalentes simples.
3. Na molécula de água existem 2 eletrões não ligantes.
4. No dióxido de carbono são estabelecidas duas ligações covalentes
duplas.

Resolução:
Verdadeira: 2 e 4
Falsa: 1 e 3
Ligação covalente II
Física e Química 10.º ano
Química
Ligação covalente II

Energia de ligação e comprimento de ligação

A energia de ligação é a energia necessária para quebrar uma ligação, ou


seja, a energia que se deve fornecer a dois átomos ligados para que a
energia do sistema seja nula.

A energia da ligação coincide com a energia libertada na formação da


ligação e, portanto, coincide com o simétrico da energia mínima do sistema
formado pelos dois átomos.
Ligação covalente II

Energia de ligação e comprimento de ligação

A quebra de ligação corresponde então à dissociação da molécula, ou seja,


à separação dos átomos ligados, como ilustra a representação simbólica
para o dinitrogénio, N2:
Ligação covalente II

O comprimento de ligação é a
distância internuclear de equilíbrio,
ou seja, a distância entre os núcleos
dos dois átomos ligados.

Trata-se de uma distância média,


pois os átomos ligados vibram Energia potencial em função da distância
1 internuclear.
continuamente.
Ligação covalente II

Para as moléculas de dinitrogénio,


N2, dioxigénio, O2, e diflúor, F2
podemos analisar o gráfico da
energia potencial em função da
distância internuclear.
Energia potencial em função da distância
1 internuclear.
Ligação covalente II

Molécu Energia da Comprimento


Tipo de ligação
la ligação / kJ mol -1 da ligação / pm
N2 945 110 Ligação covalente tripla
O2 498 121 Ligação covalente dupla

F2 Ligação covalente
157 143
simples

É necessária mais energia para quebrar a ligação N≡N em N2 do que a

ligação O=O em O2.


Ligação covalente II

Dizemos que a ligação em N2 é mais forte que em O2, e que a ligação em

F2 é a mais fraca.

Os valores de comprimento de ligação informam que as moléculas N2, O2 e

F2 estão dispostas por ordem crescente de distância internuclear de


equilíbrio.
Ligação covalente II

Maior energia de ligação ⇒ Ligação mais difícil de quebrar ⇒ Ligação


mais forte ⇒ Menor comprimento de Ligação

Entre átomos dos mesmos elementos, de modo geral:

― A energia de ligação aumenta e o comprimento de ligação diminui,


com o aumento do número de eletrões ligantes.
― A ligação é mais forte quanto maior for o número de eletrões ligantes.
― Para o mesmo número de eletrões ligantes, a força de uma mesma
ligação também depende da existência de outros átomos na
molécula.
Ligação covalente II

Geometria molecular

Para interpretar e prever a geometria das moléculas, usa-se a Teoria da


Repulsão de Pares Eletrónicos de Valência (TRPEV):

1) há repulsões entre todos os pares de eletrões de valência;


2) a disposição espacial dos átomos na molécula é a que minimiza as
repulsões entre os pares de eletrões de valência (ligantes e não
ligantes);
3) as posições relativas dos núcleos atómicos definem a geometria
molecular que corresponde à maior estabilidade da molécula.
Ligação covalente II

Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência (TRPEV):

As repulsões entre pares eletrónicos de valência são minimizadas, o


que aumenta a estabilidade e determina a geometria da molécula.

A disposição relativa dos átomos numa molécula é aquela que confere à


molécula a menor energia, isto é, a maior estabilidade.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Fórmula de estrutura

CO2 Linear

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula triatómica. A
geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares de eletrões de valência
chama-se linear.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

H2O Angular

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existem dois pares de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


triatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares de
eletrões de valência chama-se geometria angular.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

BH3 Triangular plana

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se triangular plana.
Ligação covalente

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

NH3 Piramidal trigonal

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Existe um par de eletrões não ligantes no átomo central da molécula


tetratómica. A geometria que minimiza as repulsões entre todos os pares
de eletrões de valência chama-se geometria piramidal trigonal.
Ligação covalente II

Molécula Geometria Ângulo de ligação Formula de estrutura

CH4 Tetraédrica

TRPEV (Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência)

Não existem pares de eletrões de valência não ligantes no átomo central


da molécula pentatómica. A geometria que minimiza as repulsões entre
todos os pares de eletrões de valência chama-se geometria tetraédrica.
Ligação covalente II

O ângulo de ligação é o menor ângulo formado pelos segmentos de reta


que unem os núcleos de três átomos ligados.

Através deste ângulo pode concluir-se que o afastamento dos pares


eletrónicos de valência aumenta na sequência:

H2O (104,5°) NH3 (107,5°) CH4 (109,5°) BH3 (120°) CO2 (180°)

Os pares de eletrões não ligantes nos átomos centrais são determinantes na


definição da geometria molecular.
Ligação covalente II

Vejamos de forma mais pormenorizada o caso da molécula de água:

Pares não ligantes

Pares ligantes
2 Molécula de água.
Ligação covalente II

As repulsões são minimizadas, com ganho de estabilidade da molécula,


quando esta adquire uma geometria angular.

Como a repulsão entre pares não ligantes e ligantes é superior à repulsão


entre pares ligantes, então os átomos de hidrogénio aproximam-se mais do
que seria esperado numa disposição tetraédrica.
Ligação covalente II

Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

Em moléculas diatómicas homonucleares (moléculas com dois átomos


iguais), como H2 ou N2, os átomos envolvidos na ligação são iguais, pelo que
os eletrões na molécula são igualmente partilhados por ambos os núcleos,
resultando numa distribuição simétrica da carga elétrica.
Ligação covalente II
Polaridade de moléculas e polaridade de ligações

3 Distribuição simétrica de carga em N2.

Moléculas como H2 ou N2 (moléculas diatómicas homonucleares), com


distribuição simétrica de carga elétrica, são moléculas apolares.
Ligação covalente II

Nas moléculas diatómicas heteronucleares (moléculas com dois átomos


diferentes), como HF e HCℓ, a partilha dos eletrões pelos dois núcleos é
desigual, o que origina uma distribuição assimétrica de carga elétrica.
Ligação covalente II

Em HF há uma maior densidade de carga negativa no átomo de flúor e


menor densidade de carga negativa no átomo de hidrogénio.

4 Distribuição assimétrica de carga em HF.

Moléculas como HF ou HCℓ, com distribuição assimétrica de carga elétrica,


são moléculas polares.
Ligação covalente II

Polaridade das moléculas:

― Molécula apolar: apresenta simetria na distribuição de carga elétrica.


Por exemplo, moléculas diatómicas homonucleares: F2 e N2.
― Molécula polar: apresenta assimetria na distribuição de carga
elétrica. Por exemplo, moléculas diatómicas heteronucleares: CO e
HBr.
Ligação covalente II

A análise dos mapas de potencial eletrostático, MPE, de uma molécula


também permite concluir sobre a polaridade das ligações entre quaisquer
dois átomos na molécula.

― Ligação covalente apolar – entre átomos do mesmo elemento.

― Ligação covalente polar – entre átomos de elementos diferentes.


Ligação covalente II
Representação
Fórmula de Ligações Ligações
Molécula da densidade
estrutura polares apolares
de carga

HCN Não há

C2H2

C2H4
Ligação covalente II

Uma molécula é polar ou apolar dependendo da distribuição global de carga


elétrica, a qual está relacionada com a polaridade das ligações presentes e
também com a geometria molecular.
Ligação covalente II

As moléculas H2O e NH3 são exemplos bem conhecidos de moléculas

polares, enquanto as moléculas CO2 e CH4 são exemplos bem conhecidos de


moléculas apolares.

Moléculas Moléculas
polares apolares

H2O NH3 CO2 CH4


Atividade
Para cada molécula indique a sua geometria e polaridade:
1. Metano, CH4.

2. Água, H2O.

3. Amoníaco, NH3.

Resolução:

1. Geometria tetraédrica, molécula apolar.


2. Geometria angular, molécula polar.
3. Geometria piramidal trigonal, molécula polar.
Estrutura de moléculas orgânicas I
Física e Química 10.º ano
Química
Estrutura de moléculas orgânicas

Os seres vivos são constituídos, na sua maioria, por substâncias com


carbono.

Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias que


inclui a esmagadora maioria daquelas que contêm o elemento carbono na
sua constituição.

O biodiesel, o bioetanol e o milho


que lhes dá origem são misturas de
compostos orgânicos.
Estrutura de moléculas orgânicas

É habitual representar as substâncias orgânicas através de fórmulas de


estrutura simplificadas.

Butano, C4H10:

Fórmula de estrutura Fórmula de estrutura condensada

CH3−CH2−CH2−CH3

CH3CH2CH2CH3

CH3(CH2)2CH3
Estrutura de moléculas orgânicas

As fórmulas de ligação em linha mostram apenas ligações entre átomos de


carbono, omitindo os respetivos símbolos e os dos átomos de hidrogénio a
eles ligados.

Cada ponta e cada vértice representam um átomo de carbono com ligações


a átomos de hidrogénio, de acordo com a regra do octeto.

No caso do butano, fica:


Estrutura de moléculas orgânicas
Os compostos orgânicos mais simples são os hidrocarbonetos (extraídos
principalmente a partir do petróleo e do gás natural), assim designados
por serem constituídos unicamente por carbono e hidrogénio, ligados por
ligações covalentes simples (C – H e C – C), duplas (C = C) ou triplas (C
≡ C).

Hidrocarboneto de cadeia Hidrocarboneto de cadeia aberta Hidrocarboneto de cadeia


aberta não ramificado. ramificado. fechada não ramificado.
Estrutura de moléculas orgânicas

Os hidrocarbonetos podem ainda classificar-se em:

• saturados – são hidrocarbonetos em que os átomos de carbono se encontram


ligados apenas por ligações covalentes simples (C – C). Estes compostos têm a
designação de alcanos;

• Insaturados – são hidrocarbonetos em que os átomos de carbono se encontram


ligados através de ligações covalente duplas (C = C) ou ligações covalentes
triplas (C ≡ C). Os primeiros são designados por alcenos e os segundos por
alcinos.
Estrutura de moléculas orgânicas
Estrutura de moléculas orgânicas
Tabela com alguns hidrocarbonetos insaturados simples:
Estrutura de moléculas orgânicas

Energia de ligação e comprimento de ligação

A versatilidade exibida pelo carbono na formação de ligações simples,


duplas ou triplas torna oportuno comparar as energias de ligação e
comprimentos de ligação.
Estrutura de moléculas orgânicas
Energia de ligação e comprimento de ligação

À medida que o número de pares de eletrões ligantes aumenta:


 o comprimento de ligação diminui;
 a energia de ligação aumenta (a ligação é mais forte).

A maiores valores de energia de ligação correspondem menores valores


de comprimento de ligação.
Estrutura de moléculas orgânicas
Existem regras estabelecidas pela IUPAC (International Union of Pure
and Applied Chemistry) para atribuir nomes aos compostos.

Para atribuir o nome a hidrocarbonetos saturados, lineares ou ramificados,


até seis átomos de carbono:
Número de carbonos Nome do hidrocarboneto saturado

1 Metano
2 Etano
3 Propano
4 Butano
5 Pentano
6 Hexano
Estrutura de moléculas orgânicas
Os hidrocarbonetos só com ligações simples chamam-se alcanos, de
fórmula geral CnH2n+2.

Metano CH4 CH4

Etano C2H6 CH3−CH3

Propano C3H8 CH3−CH2−CH3

CH3−CH2−CH2−C
Butano C4H10
H3
Estrutura de moléculas orgânicas
Hidrocarbonetos insaturados com uma ligação dupla, de fórmula geral
CnH2n, chamam-se alcenos.
CH2 ═ CH2
Responsável pelo
C2H4 Ou
Eteno amadurecimento da
fruta

CH2 ═ CH−CH3
C3H6 Ou Usado no fabrico
Propeno
de plásticos

CH3−CH2−CH ═
CH2 Usado no fabrico
But-1-eno C4H8
Ou da borracha
Estrutura de moléculas orgânicas
Hidrocarbonetos insaturados com uma ligação tripla, de fórmula geral CnH(2n−2),
chamam-se alcinos.

HC ≡ CH Usado em
C2H2 ou maçaricos
Eteno
para corte e
soldadura

HC ≡ C −CH3
Propeno C3H4 ou
Usados na
síntese
CH3−C ≡ C−CH3 da vitamina E.
But-1-eno C4H6 ou
Estrutura de moléculas orgânicas

Quanto maior for o número de átomos de carbono, maior é a possibilidade


de haver hidrocarbonetos com a mesma fórmula molecular mas de
estruturas diferentes e mais complexas.

C4H10

Butano Metilpropano
Estrutura de moléculas orgânicas

Hidrocarbonetos:

Compostos constituídos apenas pelos elementos carbono e hidrogénio.

― Compostos saturados: têm apenas ligações covalentes simples

entre átomos de carbono.

― Compostos insaturados: têm pelo menos uma ligação covalente

dupla ou tripla entre átomos de carbono.


Estrutura de moléculas orgânicas

Um hidrocarboneto insaturado de grande importância é o benzeno, C6H6, no


qual há, em média, três eletrões partilhados em cada ligação carbono-carbono.

ou

O anel benzénico é a base estrutural de uma importante classe de


compostos orgânicos chamados compostos aromáticos.

O benzeno não é um alceno, apesar de ser um hidrocarboneto insaturado.


Atividade
Classifique cada um dos seguintes hidrocarbonetos em saturados
ou insaturados:
1. C3H4
2. C6H14
3. C4H10
4. C6H12

Resolução:
1. Hidrocarboneto insaturado.
2. Hidrocarboneto saturado.
3. Hidrocarboneto saturado.
4. Hidrocarboneto insaturado.
Regras IUPAC

1.º Seleciona-se uma cadeia principal, de modo que esta tenha o maior
número de átomos de carbono em linha.

Por exemplo:

Neste caso existem cinco átomos de carbono na cadeia principal,


pelo que o nome da cadeia é pentano.
Regras IUPAC

2.º Numera-se a cadeia de forma que os grupos substituintes


(alquilos) fiquem com a numeração o mais baixa possível.

O nome dos alquilos deriva dos alcanos que lhes deram origem,
com a terminação –ilo.

Por exemplo:
3 4 5 3 2 1
1 2 5 4
Regras IUPAC

2.º Numera-se a cadeia de forma que os grupos substituintes


(alquilos) fiquem com a numeração o mais baixa possível.

O nome dos alquilos deriva dos alcanos que lhes deram origem,
com a terminação –ilo.

Este composto tem grupos substituintes −CH3 no

3 2 1 segundo carbono, chama-se grupo metilo.


Se a cadeia fosse numerada ao contrário, os
5 4 grupos metilo ficariam num carbono com
numeração mais elevada.
Regras IUPAC

3.º O nome do grupo substituinte deve anteceder o nome da cadeia; escreve-


se apenas “metil”, em vez de “metilo”.

Quando há vários grupos substituintes iguais indica-se o seu número através de


um prefixo: di, tri...

O nome deste composto orgânico é:


3 2 1
dimetilpentano.
5 4
Regras IUPAC

4.º Os números são usados para localizar os grupos substituintes


na cadeia. A posição dos grupos substituintes é dada pelo
número, mas só é referida quando necessário.
A estes números chama-se localizadores e separam-se com vírgulas.
O hífen (-) usa-se para separar os localizadores do resto do nome.

Então, o nome final deste


3 2 1
composto é: 2,2-dimetilpentano.
5 4
Estruturas de moléculas orgânicas e biológicas
Outros compostos orgânicos

A química orgânica é rica em


famílias que contêm grupos
funcionais ou característicos que
conferem aos compostos
propriedades físico-químicas
específicas e fundamentais à vida.
Um grupo funcional é um átomo ou um conjunto de átomos que confere
a uma molécula determinadas propriedades químicas.
Todos os compostos que possuem o mesmo grupo funcional pertencem a
uma mesma família de compostos orgânicos e possuem propriedades
químicas semelhantes.
Compostos orgânicos

Existem compostos orgânicos que na sua constituição incluem outros elementos


além do carbono e do hidrogénio.
Esses átomos formam grupos funcionais que são característicos de certas
famílias ou classes de compostos orgânicos.

Elementos presentes Classe de compostos orgânicos

Halogéneos (F, Cℓ, Br, I) Haloalcanos

Oxigénio Álcoois; aldeídos; cetonas; ácidos carboxílicos

Nitrogénio Aminas
Haloalcanos ou alcanos hidrogenados

Os clorofluorocarbonetos (CFC) são exemplos de haloalcanos que contêm átomos de


cloro e flúor. Estes compostos, utilizados em sprays, solventes e sistemas de refrigeração
e de ar condicionado, são derivados halogenados do metano e do etano. São os
principais responsáveis pela destruição da camada de ozono existente na estratosfera.
Na nomenclatura dos haloalcanos, os substituintes (flúor,
cloro, bromo ou iodo) têm de ser identificados, por
ordem alfabética, após numeração da cadeia de
carbonos.
Álcoois

Os álcoois incluem um ou mais grupos hidroxilo: −OH.

O álcool mais conhecido é o álcool etílico, que existe nas bebidas alcoólicas e no
álcool sanitário, o seu nome IUPAC é etanol.
Aldeídos

Nos aldeídos existe, na extremidade de uma cadeia carbonada, o


grupo carbonilo ou formilo:

Exemplos:
Cetonas e ácidos carboxílicos

As cetonas caracterizam-se por ter no meio da cadeia carbonada um


grupo carbonilo:

Os ácidos carboxílicos possuem o grupo carboxilo, que pode


representar-se de diferentes modos:
Ácidos carboxílicos

O ácido acético é o ácido existente no vinagre.

Os ácidos gordos ómega 3 (DHA e EPA) são ácidos carboxílicos


polinsaturados, têm várias ligações duplas.
Aminas

As aminas são compostos derivados do amoníaco, NH3, pela substituição de um ou


mais átomos de hidrogénio.

A trimetilamina é um dos compostos responsáveis pelo mau cheiro do peixe em


decomposição.

Exemplos:
Exemplos de biomoléculas e fármacos

Grupo carboxilo
O ácido acetilsalicílico (presente na
Aspirina®) tem um grupo característico
dos ácidos carboxílicos ligado a um anel
benzénico.
Anel benzénico

A designação penicilina (antibiótico)


refere-se a várias substâncias; R
representa um grupo de átomos que pode
variar.
Exemplos de biomoléculas e fármacos

A glicose tem um grupo característico dos aldeídos e a frutose um


grupo característico das cetonas.

Grupo carbonilo
(formilo)
(aldeído)
Grupo carbonilo
(cetona)

Glicose Frutose
Tabela resumo dos compostos orgânicos
Questão
Ligações intermoleculares
Física e Química 10.º ano
Química
Ligações intermoleculares
As moléculas estabelecem ligações entre si, designadas por
ligações intermoleculares.

• As ligações intramoleculares são mais fortes que as


ligações intermoleculares e são responsáveis pelas
propriedades químicas das substâncias.

• As ligações intermoleculares são ligações com partilha pouco significativa de


eletrões.
• As ligações intermoleculares são de natureza eletrostática, explicam a coesão entre
moléculas. Permitem interpretar a solubilidade de sólidos em líquidos, a miscibilidade de
líquidos, a formação de agregados de moléculas e outras propriedades físicas da
matéria, como pontos de fusão e de ebulição.
Ligações
intermoleculares
Ligações intermoleculares
As ligações ou forças de van der Waals são ligações que podem ocorrer:
― entre moléculas polares -

― entre moléculas polares e apolares -

― apolares (forças de London) -


Ligações intermoleculares
Ligações de van der Waals

As ligações dipolo permanente-dipolo permanente, ou simplesmente


dipolo-dipolo, resultam da atração entre moléculas polares. Surgem devido
à distribuição assimétrica da nuvem eletrónica nestas moléculas, da qual
resultam forças atrativas.

Os dipolos atraem-se
pelos polos opostos
(positivo-negativo).
Ligações intermoleculares
Ligações de van der Waals

As ligações dipolo permanente-dipolo induzido resultam da atração entre


moléculas polares e apolares. Surgem porque uma molécula polar pode
induzir uma distribuição assimétrica de carga numa molécula apolar.

Molécula Molécula Polaridade


apolar polar induzida

Entre a molécula polar e a molécula com


polaridade induzida surgem forças atrativas
similares às que existem entre moléculas polares.
Ligações intermoleculares
Ligações de van der Waals
As ligações dipolo instantâneo-dipolo induzido, também designadas por
forças de dispersão de London, resultam de atrações que ocorrem entre
unidades estruturais apolares (moléculas ou átomos de gases nobres).

Induz assimetria de
Moléculas apolares Assimetria momentânea
carga em outra molécula

As distribuições assimétricas momentâneas da nuvem eletrónica de uma molécula


(dipolo instantâneo), induzem assimetrias de carga em moléculas próximas (dipolo
induzido) e são responsáveis pelas interações entre as moléculas apolares.
Ligações intermoleculares
Ligações de van der Waals
As ligações dipolo instantâneo-dipolo induzido, denominadas forças de
London, são as únicas que existem entre moléculas apolares.

No entanto, as forças de London estão sempre presentes, também em


moléculas polares, coexistindo sempre com as outras forças de van der
Waals.

As forças de London são as forças intermoleculares menos intensas e,


por isso, explicam baixos pontos de fusão e de ebulição de substâncias
apolares.
Ligações intermoleculares
Ligações de van der Waals
Quanto maior for o tamanho da unidade estrutural envolvida na ligação
dipolo instantâneo-dipolo induzido, mais facilmente os seus eletrões
se podem deslocar na nuvem eletrónica, provocando-lhe maiores
distorções.
Quanto maior for a distorção da nuvem, mais intensa é a polarização e
mais fortes serão as forças de dispersão de London, resultando num
aumento dos seus pontos de fusão e de ebulição.
Ligações intermoleculares

As forças de van der Waals explicam, por exemplo, que a acetona,


constituída por moléculas polares, seja uma substância líquida, enquanto o
propano, formado por moléculas apolares, de tamanho e forma similar às da
acetona, seja um gás nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Propano Acetona
Moléculas apolares Moléculas polares
Ligações intermoleculares menos intensas Ligações intermoleculares mais intensas
Ligações intermoleculares
Ligações ião-dipolo
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
• As ligações intermoleculares que se estabelecem entre
moléculas de água são mais fortes do que seria de esperar se
ocorressem apenas ligações de van der Waals.

• A densidade de carga à volta do átomo de oxigénio é muito


superior à que existe à volta do hidrogénio, o que favorece a
interação entre átomos de oxigénio e átomos de hidrogénio de
moléculas próximas.

• Chamam-se a estas interações ligações de hidrogénio.


Ocorrem quando o hidrogénio, H de uma molécula polar, se
liga a nitrogénio, N, a flúor, F, ou a oxigénio, O de outra
molécula polar. São os elementos mais eletronegativos da TP
e todos têm pares de eletrões não ligantes.
Ligações intermoleculares
As ligações de hidrogénio, também designadas por pontes de hidrogénio, são um
caso particular de um dos tipos de ligações intermoleculares já estudadas: as ligações
dipolo-dipolo.

Representação das ligações de hidrogénio entre moléculas de água:

As ligações de hidrogénio, representam-se por linhas a tracejado e são mais fracas


do que as ligações covalentes O–H.
Ligações intermoleculares
Grande parte das propriedades físicas e químicas da água deve-se às ligações de
hidrogénio. Cada molécula de água consegue formar até quatro ligações de hidrogénio.

Entre moléculas de água existem ligações de hidrogénio, forças de van der Waals entre
moléculas polares e forças de London.

De todas as interações intermoleculares estudadas, as ligações de hidrogénio são


as que apresentam maior intensidade (menor comprimento de ligação). Contudo,
são mais fracas do que qualquer ligação intramolecular.
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio

Quanto mais intensas são as


ligações intermoleculares,

maior é a energia que é necessário


fornecer à substância para que esta
entre em ebulição,

logo,

maior é o ponto de ebulição dessa


substância.
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
As ligações que prevalecem entre as moléculas de H 2O, HF e NH3 (ligações de
hidrogénio) têm energia de ligação superior às que prevalecem na molécula de CH 4
(forças de London).
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
As ligações que prevalecem nos conjuntos de substâncias de estrutura semelhante, de
H2S a H2Te, de HCℓ a HI ou de PH3 a SbH3 (ligações dipolo-dipolo) têm uma energia de
ligação superior às ligações que prevalecem entre as moléculas do grupo de CH 4 a
SnH4 (forças de London).
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
Em todos os grupos discriminados no ponto anterior, a intensidade das forças
intermoleculares aumenta à medida que aumenta o número de eletrões da molécula.
Confirma-se que as forças de dispersão de London afetam todas as substâncias e
são tanto mais intensas quanto maior for o tamanho da nuvem eletrónica das
moléculas a interagir.
Ligações intermoleculares

Forças de van der Waals ocorrem entre:

― moléculas polares (HCℓ, H2S, CO…)


― moléculas polares e apolares (por exemplo, entre H2O e O2)
― moléculas apolares – forças de London (N2, CO2…)

Ligações de hidrogénio ocorrem quando há ligações O–H, N–H


ou H–F (por exemplo, entre H2O e HF e entre NH3 e H2O).
Ligações intermoleculares
Ligações intermoleculares e líquidos miscíveis/imiscíveis

A miscibilidade ou imiscibilidade de líquidos relaciona-se com as


ligações intermoleculares que se estabelecem entre as unidades
estruturais.

• Substâncias que estabelecem entre si forças intermoleculares


de intensidade semelhante são miscíveis.

• Pelo contrário, substâncias sujeitas a forças intermoleculares


de intensidades diferentes são imiscíveis.

Genericamente: “semelhante dissolve semelhante”.


Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos
O glicerol, C3H8O3, o etanol, C2H6O, e a água são líquidos miscíveis, o que
significa que as suas moléculas estabelecem entre si ligações
intermoleculares do mesmo tipo.

Etanol Água
Glicerol

Na mistura dos três líquidos predominam ligações de van der Waals entre
moléculas polares e ligações de hidrogénio (as ligações intermoleculares
mais fortes), pois as suas moléculas são polares e todas possuem na sua
estrutura ligações interatómicas O---H.
Ligações intermoleculares
Importância em sistemas biológicos

A estrutura em dupla hélice do código


genético (ADN) deve-se à existência
de ligações de hidrogénio entre as
bases nitrogenadas guanina e
citosina, e adenina e timina.

Fragmento de uma cadeia de ADN.


Ligações intermoleculares

O azeite não se mistura com a água porque as suas


moléculas são de muito baixa polaridade, devido à
extensão da cadeia saturada de carbonos, apolar, e,
por isso, as ligações que predominam neste líquido
são forças de London, ao contrário do que acontece
O azeite e a água são
entre moléculas de água. imiscíveis.
Ligações intermoleculares

Neste ácido gordo, apesar de existir uma ligação O–H no grupo


característico –COOH, a extensa cadeia insaturada de 18 átomos de
carbono, apolar, faz com que as forças de London sejam as
predominantes entre as moléculas.

Ácido oleico ou Ácido octadec-9-enoico presente


no azeite
Ligações intermoleculares

As membranas biológicas têm lípidos na sua composição, compostos que


também têm longas cadeias de carbono apolares.

É a existência dessas cadeias apolares que facilita a absorção, por exemplo,


de α-Tocoferol, uma forma da vitamina E muito importante na nutrição humana.

A vitamina E é uma vitamina


lipossolúvel, ou seja, solúvel em
lípidos.
α-Tocoferol – Vitamina E
Atividade
Classifique cada uma das afirmações seguintes em verdadeira ou falsa:

1. Entre moléculas de água só atuam ligações de hidrogénio.


2. As ligações que prevalecem entre moléculas de metano são as forças
de London.
3. O etanol é apolar logo só atuam forças de London entre as suas
moléculas.
4. As ligações de van der Waals são menos intensas que as ligações de
hidrogénio.

Resolução:
Verdadeiras: 2
Falsas: 1, 3 e 4

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